Crítica do filme Jogos Vorazes: A Esperança Pt 1

Vamos começar a revolução!?

por
Edelson Werlish

22 de Novembro de 2014
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Quantas pessoas são necessárias para se fazer uma revolução? Em Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 a resposta é “uma”, e ela se chama Katniss Everdeen, aka Jennifer Lawrence. O terceiro filme da franquia adolescente político-aristocrata-bbb da morte Jogos Vorazes tem a missão de dar andamento a história acontecida no último capítulo da série e preparar o terreno para a grande guerra que está por vir.

Após vermos uma edição dos jogos na primeira película, e uma versão hardcore em sua continuação, “A Esperança” vem para mostrar que uma centelha pode ser responsável por colocar todo o mundo em chamas, ou seja, como a figura da(os) protagonista(s) pode(m) influenciar todo um país a se rebelar contra um sistema opressor.

A palavra adolescente não está cortada por ironia. Jogos Vorazes, ao contrário de outras histórias comerciais similares, trabalha com a questão do romance em segundo plano. O principal dela está na política, na guerra, no povo oprimido, nos sindicatos, na fome, na publicidade e propaganda, na moda, na mídia, na crítica social. Todos são fatores que tornam o conto muito mais do que um filme de amor entre dois jovens apaixonados que precisam enfrentar as dificuldades da vida para ficar juntos.

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Não. Jogos Vorazes é um filme para reflexão. O primeiro longa, para todos que não conheciam os livros, chocou. Ver crianças se matando em um reality show em prol da próspera manutenção de um sistema absolutista e imperialista não é o tipo de coisa que se vê todos os dias; O segundo, com seu “Massacre Quaternário” (reunindo vencedores de edições passadas), trouxe mais qualidade a produção, amadurecimento e emoção ao mostrar, no seu final, que tudo foi armado para a grande revolução. Revolução essa que permeia toda a Parte 1.

Precisamos de um tordo

A Esperança – Parte 1 basicamente é a construção de uma figura de rebelião. Um símbolo para levantar multidões. Um Che para se estampar nos peitos e nas televisões. Um mártir para um golpe de estado. Uma chance de mundo melhor. Porém, Katniss, a escolhida para o papel, ainda é uma jovem que só quer viver em paz com sua família. O filme vai criando aos poucos essa líder, seja por meio da propaganda feita pelos rebeldes – um dos pontos mais interessantes – ou pela dor, perdas e coragem que ela precisa ter para enfrentar a capital. 

A primeira vista, talvez se o filme fosse um só, ele fecharia a trilogia perfeitamente. Mas, é difícil fazer uma análise completa sem ver a segunda parte. Ao mesmo tempo em que sabemos que o estúdio fez a divisão para embolsar umas verdinhas a mais, a Parte 1 tem um bom ritmo e dinâmica.

Mesmo sem a presença dos jogos em si, a narrativa se mantém firme com a evolução natural dos acontecimentos. Se os dois primeiros filmes se concentram no programa televisivo de diversão pra massa mortal, este e sua vindoura continuação são totalmente focados na revolução que tem objetivo de tirar do poder o governo tirano que reina sobre a nação fictícia de Panem, sem perder as relações humanas e aquele triangulo amoroso que as minas pira. 

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Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 mantém a série em alta. Faz ela respirar, adiciona atores e atrizes de qualidade para dar consistência ao enredo, e faz você querer voltar ao cinema para ver o desenrolar da coisa toda (executivos espertinhos). A revolução começou bem. Torcemos para que acabe bem também.

Fonte das imagens: Divulgação/
Edelson Werlish

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