Crítica do filme Oblivion
Tom Cruise em um SciFi intrigante e belíssimo
Estamos no futuro e a Terra já não é mais a mesma. Há seis décadas, os saqueadores (Scavs) destruíram a Lua e o planeta sofreu com tsunamis, terremotos e outros tipos de desgraças. No fim, os humanos ganharam a guerra. Esse é um resumo que Jack Harper (Tom Cruise), um dos sobreviventes que permaneceram na Terra, nos conta logo no início da película
Em seguida, sabemos que Jack e Victoria (a companheira de Harper) fazem parte de uma missão para cuidar dos drones (robôs automatizadas em formato de pequenas esferas) que protegem enormes maquinários que obtêm recursos vitais úteis para uma base dos humanos que foi instalada em uma lua de Saturno.
Pronto, em algumas linhas você sabe qual é a premissa básica de Oblivion; e isso seria tudo se ninguém fizesse perguntas. Acontece que Jack começou a questionar. Parte das dúvidas de Harper apareceram porque ele frequentemente sonha com a antiga New York (que existiu antes dele nascer) e com uma moça em particular que parecia ser alguém especial.
Um terço do filme se resume nas missões de Jack e na relação que ele tem com Victoria. Essas cenas são fundamentais para nos vender a ideia do filme e nos mostrar como funciona o mundo de Oblivion. No entanto, depois de alguns passeios e explicações básicas, ocorre a queda de uma nave na Terra, e a partir daqui começam a ocorrer uma série de reviravoltas.
O roteiro do filme não é muito extenso e poucas explicações são dadas no decorrer da história. Apesar desses detalhes, Oblivion consegue manter o público atento, pois as belas cenas de exploração são detalhadas. As poucas explicações também não são um problema, aliás, é até melhor que não houve aprofundamento, pois isso poderia estragar todo o filme.
Em Oblivion, poucos personagens são apresentados e os que aparecem para falar de verdade se expressam muito bem. Fiquei um pouco chateado com a pequena participação de Morgan Freeman, mas tudo é justificado pela proposta do longa. O mais interessante é ver que Tom Cruise mais uma vez mandou muito bem em um SciFi - o último trabalho dele em uma película do gênero foi em Guerra dos Mundos (2005).
Antes da estreia de Oblivion, visitei o site oficial para ouvir a um trecho da trilha sonora - e foi o suficiente para me conquistar. Ao apreciar a obra musical no cinema, conclui que a trilha foi magistralmente pensada. Desde as primeiras cenas (que mostram os sonhos de Jack) até as cenas de ação são embaladas por canções que emocionam e empolgam.
Enfim, Oblivion é uma viagem muito bonita ao futuro. A fotografia é perfeita, os trajes - felizmente - não são muito futuristas (algo que evita a estranheza) e veículos e armas não fogem da proposta. Com essa bela trilha acima, é impossível você não sair da sala de cinema com um sentimento de que viu um futuro belo - aliás, muito aqui me lembrou da sensação que tive em Solaris.
Oblivion não é a melhor ficção científica de todos os tempos, mas é um filme que se mantém interessante na maior parte do tempo - principalmente com as reviravoltas que deixam Jack e os expectadores duvidosos sobre o que vem a seguir. As ideias não são de originalidade ímpar, mas o filme conta com alguns elementos que o tornam bem empolgante.
A direção de Kosinski (o mesmo de Tron: O Legado) é digna de elogios, principalmente em algumas cenas de ação em meio aos belos cenários da Terra pós-apocalíptica. Se você gosta de SciFi e quer ver algo diferente de Star Trek (que talvez seja a melhor Ficção deste ano), então Oblivion é uma viagem obrigatória que provavelmente lhe trará grande alegria.