They Shall Not Grow Old | Trailer oficial e sinopse

Por mais que a Primeira Guerra Mundial tenha terminado há mais de 100 anos, ainda hoje existem diversos materiais capturados por câmeras que jamais foram liberados ao público. Junto a uma equipe de pesquisadores e restauradores, o cineasta Peter Jackson reuniu vídeos e trechos extremamente impactantes e fez uma remontagem através da perspectiva cronológica dos detalhes mais sórdidos e intimistas da época.

Black '47 | Trailer legendado e sinopse

Na Irlanda do século XIX, no período da Grande Fome, um guarda irlandês, que tem lutado pelo exército britânico no exterior, decide abandonar seu posto para se reunir com a família. Mesmo tendo experimentado os horrores da guerra, ele fica chocado com a destruição que a fome causou no seu país, gerando certa brutalização das pessoas e até da própria família.

Critica do filme Operação Overlord | Os terrores da guerra

O grande feito de Operação Overlord é não apresentar grandes erros. Misturando gêneros e narrativas o filme faz um trabalho competente sem se sobressair em nenhum lado. O título — que por muito tempo foi dado como atrelado a franquia Cloverfield, muito provavelmente por conta do envolvimento de J.J. Abrams na produção — é comandado pelo novato Julius Avery, que faz um belo trabalho de câmera e entrega algumas cenas interessantes, mesmo que a soma total de seu trabalho não seja impressionante.

Combinando elementos de bons filmes de guerra com bons thrillers sobrenaturais, Operação Overlord apresenta uma mescla dinâmica que podem até não se destacar separadamente, mas que acabam trabalhando muito bem como um todo. A ação e o medo são bem dosados e mesmo com alguns escorregões na direção e no roteiro, Julius Avery e a dupla Billy Ray e Mark L. Smith, entregam um filme ágil e envolvente.

A inserção do elemento sobrenatural traz outro nível de terror ao já caótico cenário da Segunda Guerra Mundial. Fãs de videogames certamente reconhecerão elementos de Wolfenstein 3D, mas esse conceito não é nenhuma novidade, haja vista os elementos de “misticismo nazi” em filmes como Indiana Jones e Horror em Alto Mar, sem contar o anime Hellsing e os quadrinhos de Hellboy. O que Operação Overlord faz com muita habilidade é navegar entre os gêneros sem causar muitas marolas.

As causas ocultas da presente guerra

Antes mesmo das forças aliadas desembarcarem nas praias da Normandia, no que seria o evento estratégico decisivo da Segunda Guerra Mundial, uma missão de suporte já acontecia em plena madrugada. Para garantir o sucesso da operação Aliada, era necessário destruir uma estação de comunicação do Eixo instalada na pequena vila francesa de Cielblanc. Assim os paraquedistas da 101ª Divisão Aerotransportada são enviados para penetrar as linhas alemãs horas antes do Dia D, preparando o terreno do que seria o início do fim da Segunda Grande Guerra.

O que os soldados não sabem é que além de aparato de comunicação, a vila de Cielblanc também esconde um segredo nazista ainda mais perigoso. Antes de chegar ao solo o esquadrão já sofre as primeiras baixas. Abatidos antes de alcançar seu objetivo, os poucos soldados devem se organizar rapidamente para tentar cumprir a missão, caso contrário toda a ofensiva pode falhar.

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Entre os sobreviventes temos o bastião moral Boyce (Jovan Adepo) e o endurecido Ford (Wyatt Russell) — Russell e Adepo entregam atuações muito boas e evidenciam a dualidade moral da guerra e quais os limites em um cenário tão aterrador. Independente de eventuais questionamentos históricos, é poderosa a mensagem de se colocar um soldado negro em uma posição de destaque dentro do filme — mesmo que na realidade a segregação racial também evidenciasse dentro do próprio exército estadunidense.

Depois de encontrarem outros soldados do pelotão, Tibbet (John Magaro) e Chase (Iain De Caestecker), o grupo segue com a missão rumo a Cielblanc. Lá acabam esbarrando com Chloe (Mathilde Ollivier) uma jovem francesa presa no meio do conflito. Fazendo o necessário para sobreviver a guerra enquanto cuida de sua tia — vítima dos nazistas em seus experimentos profanos — e de seu irmão menor Paul (o carismático garotinho Gianny Taufer).

Mas até onde o grupo está disposto a ir para completar a missão? Os custos morais podem ser altos demais e não se trata do tipo de economia que permite parcelamentos. Se a guerra em si é uma oposição moral ao pensamento nazifascista, a emulação de suas táticas e comportamentos para derrotá-los já desqualificaria a vitória. Os terrores de Overlord podem ser de origem fantasiosa, mas a metáfora — por mais cafona que seja — ressona muito alto especialmente hoje em dia. 

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Triangulação tática

O primeiro ato inteiro é um filme de guerra como poucos. Começando com uma sequência na qual conhecemos nossos protagonistas conforme se preparam para saltar de paraquedas atrás das linhas inimigas. A tensão é tangível e a ação ganha corpo com o uso muito habilidoso de efeitos especiais e mixagem de som. O caos do cenário nos remete diretamente a sequência inicial do excelente O Resgate do Soldado Ryan.

A dupla Billy Ray e Mark L. Smith aposta nos clichês dos filmes de guerra para contextualizar toda a ação e os personagens, o próprio uso de um pelotão da famosa 101ª Divisão Aerotransportada — a mesma que protagoniza a minissérie Irmãos de Guerra (Band of Brothers) — é uma forma de criar um passado sem perder tempo dentro do filme. O que pode soar como demérito acaba funcionado, pois o espectador sabe exatamente o que esperar de cada personagem sem se apoiar em uma grande construção das personalidades, assim temos o oficial endurecido pela guerra, o jovem idealista, o piadista ítalo-americano e assim por diante.

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Se no primeiro ato o foco é na ação militar, literalmente, a segunda parte desvia mais para o suspense. A marcha dos soldados atrás das linhas inimigas carregava uma tensão própria da guerra, no entanto, a introdução de um elemento de mistério cria uma nova camada de medo. Os sustos (aqueles tradicionais jump scares) estão presentes e bem utilizados. Sem abusar do recurso Julius Avery consegue desestabilizar o espectador com pulos na poltrona.

Por fim, no terceiro ato a ação retorna com tudo, equilibrando todos os elementos e entregando momentos intensos —  mesmo que regados a diálogos fracos e melodramáticos, com direito a discurso do vilão e herói gritando frase de efeito. Mesmo com a narrativa sofrendo um pouco na parte final, especialmente por não saber dosar os frontes — as ações se desenrolaram em dois lugares, nas ruas do vilarejo francês e o interior do laboratório nazista — o diretor faz um trabalho competente e ainda entrega um empolgante plano sequencia pelos corredores labirínticos do reduto fascista, no que é certamente um dos pontos altos do filme inteiro.

Ao vencedor as batatas!

Operação Overlord pode não ser o melhor filme de guerra que você já viu, e sequer é o melhor filme de terror do ano. Entretanto, o filme consegue entregar uma mistura bem equilibrada entre os dois gêneros apresentando um filme que consegue agradar aos fãs de ambos os estilos.

O elenco de jovens talentos entrega atuações convincentes, mesmo quando os diálogos são reduzidos a trocas melodramáticas. Fica o destaque para o trio principal, Jovan Adepo (Um Limite Entre Nós), Wyatt Russell (filho dos veteranos Kurt Russell e Goldie Hawn) e a novata Mathilde Ollivier (que de estrar o novo projeto de Joe Carnahan com Mel Gibson, Frank Grillo e Naomi Watts).

Embrulhado em um belo pacote, Operação Overlord entrega um presente para os fãs de “filmes B”

Nos quesitos técnicos o filme é um sucesso quase que absoluto. A sequência inicial, com a queda do avião e o salto de paraquedas já evidencia todo o empenho da equipe de efeitos especiais e mixagem de som. A maquiagem também é outro destaque, com a nojeira rolando solta (o bom e velho gore) o filme entrega visuais bem trabalhados e monstros dignos de um bom filme de zumbi.

Entre mortos e feridos é fácil reconhecer a vitória de Operação Overlord. O resultado final pode não surpreender, mas não há como negar as vitórias ao longo do caminho. Boas atuações, uma direção inteligente e um roteiro que mistura bem os gêneros fazem de Operação Overlord uma das boas surpresas do ano.

Batismo de Sangue | Trailer oficial e sinopse

São Paulo, fim dos anos 60. O convento dos frades dominicanos torna-se uma trincheira de resistência à ditadura militar que governa o Brasil. Movidos por ideais cristãos, os freis Tito (Caio Blat), Betto (Daniel de Oliveira), Oswaldo (Ângelo Antônio), Fernando (Léo Quintão) e Ivo (Odilon Esteves) passam a apoiar o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Marighella (Marku Ribas). Eles logo passam a ser vigiados pela polícia e posteriormente são presos, passando por terríveis torturas.

Michael Collins, o Preço da Liberdade | Trailer legendado e sinopse

Em 1916, na Irlanda, Michael Collins (Liam Neeson) é preso em virtude de participar de uma manifestação contra a presença inglesa em seu país. É neste período que ele passa a acreditar que a guerrilha poderá levar seus compatriotas ao fim de uma submissão ao governo inglês, que dura 700 anos. Assim é criado o Exército Republicano Irlandês, o IRA, conseguindo em 1921 realizar o primeiro acordo de paz com os ingleses, quando fundou a República da Irlanda do Norte. Mas a paz almejada foi apenas o início de um conflito entre Irlanda do Norte e Inglaterra, que permanece até os dias de hoje.

Comuna de Paris, 1871 | Trailer oficial e sinopse

Em 1871, o povo de Paris, relegado à miséria e à exploração, sofrendo ainda com a recente derrota na guerra contra os alemães, revolta-se contra a República recém-instaurada por Adolphe Thiers. Com apoio da Guarda Nacional, os communards fundam um governo popular, coletivizam a produção, reformam o sistema educacional, entregam o poder ao povo. O sonho, que durou dois meses, tornou-se pesadelo quando as tropas do Governo de Thiers, saindo de Versalhes, invadem Paris e deixam um saldo de 30.000 mortos, entre homens, mulheres e crianças.