Eu, Robô | Trailer oficial e sinopse

No ano de 2035, robôs são usados como fonte de trabalho por seres humanos. Eles possuem um código de programação que impede que eles façam mal a pessoas. Quando o dr. Miles é assassinado, no entanto, o principal suspeito é o robô Sonny. Caberá ao detetive Del desvendar quem é realmente culpado.

Crítica do filme Corra! | Tem caroço nesse angu

O ano é 2017, mas pelos noticiários, às vezes, parece que estamos vivendo em épocas primitivas, com tantos casos de racismo estampando as capas dos tabloides.

O tema também é lugar-comum para produções cinematográficas, porém, na maioria dos casos, temos retratos de episódios históricos. A verdade é que são poucas as obras que ousam trazer essa pauta para o debate num cenário atual.

Esta é justamente a proposta de “Corra!”, um filme de terror — pois é, um gênero pouco habitual para esse tipo de debate — que pretende mostrar como um simples final de semana pode ser intenso para um jovem negro que vai conhecer a família de sua namorada — branca, bonita e bem sucedida.

De início, a sinopse pode não representar nada de extraordinário, afinal estamos em 2017 e as pessoas — ainda mais americanos, de primeiro mundo, civilizados, avançados na pauta — já se desvencilharam do preconceito e nada de mal pode acontecer numa simples visita. Só que nem tudo é preto no branco...

Não temos nada contra...

Esta minha pequena introdução e até mesmo a sinopse de “Corra!” pode dar a impressão de que o filme realmente quer debater o racismo e mostrar como um jovem negro pode entrar numa enrascada simplesmente por ter a cor de pele diferente de outros indivíduos. Todavia, a história escrita por Jordan Peele é um pouco mais profunda, sendo que há várias camadas que permitem uma série de debates e reviravoltas.

É interessante como o filme trata de sua pauta com base nas diferentes perspectivas dos personagens. Para o protagonista, toda a ideia de visitar a família da namorada parece um tanto desconfortável, ainda mais porque a garota não comentou com os pais que ele é um rapaz negro. A garota, por outro lado, parece tranquila e até comenta que uma coisa dessas parece um tanto absurda, já que seus pais não são racistas.

corra01 7653b

Um ponto bastante importante, que serve tanto como argumento para o script quanto como assunto para conversas sobre as dificuldades no trato do racismo, é o comportamento exageradamente hospitaleiro da família para com o rapaz. Para o jovem Chris (Daniel Kaluuya), num primeiro momento, as ações são normais, já que a relação com Rose (Allison Williams) é um tanto incomum e tudo pode ficar um pouco desajeitado.

Os discursos da família Armitage também parecem ir na contramão do racismo, sendo que há vários argumentos para não mordermos essa isca. O senhor Dean Armitage (Bradley Whitford) e a senhora Missy Armitage (Catherine Keener) se mostram muito abertos e jamais dão a impressão de que haja qualquer problema no namoro dos dois.

Todavia, como diz o ditado: todo cuidado é pouco. Então não é de estranhar as reações do protagonista a determinados ocorridos. É nessa pegada da desconfiança que o filme resolve construir sua tensão, sendo que as cenas pendem muito mais para o suspense do que para o drama, então, de fato, não espere um racismo tão comum, porque o roteiro é ardiloso.

Até temos amigos que são...

Apesar de ser um cara mais voltado para comédia, o diretor e roteirista Jordan Peele mostra que tem talento para o terror — inclusive, ele está por trás da nova série de horror da HBO, “Lovecraft Country”. A trama  de "Corra!" é pautada em uma vertente mais voltada ao psicológico do indivíduo, muito mais pela questão da raça, mas a sensação de pavor é terrível para qualquer um na plateia.

corra02 1ce8d

O roteiro de Peele é sagaz, com desvios de foco nos diálogos. Assim, tal qual o protagonista, somos guiados pelas dúvidas e sempre fica aquela pulga atrás da orelha: será que isso não é coisa da minha cabeça? O script vai direto ao ponto e coloca o racismo como tema central, porém usa de situações familiares — que, às vezes até destoam do rumo principal — para disfarçar suas intenções e, em alguns casos, evidenciar o racismo velado ou mais sutil.

O uso de personagens-chave para debater o tema de forma natural é o que garante o tom convincente no desenrolar da história, sendo que a presença de outros negros, além do protagonista, é o que aguça ainda mais o ar de mistério. O reforço na desconfiança e no medo foi um recurso útil para intensificar — ainda que com certo exagero — como o racismo pode afetar o psicológico de uma pessoa.

Aqui, os méritos vão para Daniel Kaluuya, que, às vezes, com alguns olhares mais estáticos consegue nos passar bem a tensão de estar numa situação tão perturbadora. O ator se mostra muito convincente ao dialogar com os demais personagens, deixando sempre o tom de dúvida no ar com um simples franzir de testa ou com ações que comprovam a estranheza da situação.

corra03 f5308

O comportamento um tanto questionável de todos nos faz pensar no pior. Os destaques para incrementar esse tom de medo vão para Betty Gabriel, Lakeith Stanfield e Marcus Henderson, trio de suma importância para o desenrolar da história. Ainda que sejam personagens de menor destaque, a seriedade deles ao encaram às câmeras é de dar arrepios. A trilha intensa e carregada de momentos angustiantes também ajuda muito.

Curiosamente, apesar de se voltar bastante para o terror e o suspense, a obra de Peele não apela para cenários escuros ou mesmo para clichês. A ideia claramente não é dar sustos na plateia, mas deixar o nervosismo tomar conta. A fotografia é caprichada e a direção é ponto fundamental para o sucesso da trama. Com closes bem expressivos, o registro das expressões dos personagens é o que faz o filme ficar tão assustador.

Você está convidado para essa visita à casa dos Armitage, mas não espere uma recepção muito habitual, pois o clima pode ficar realmente pesado. Pegue sua pipoca e esteja preparado para momentos de tensão! Em caso de medo, fica a dica: Corra!

Na Mira do Atirador | Trailer legendado e sinopse

Os soldados americanos Isaac (Aaron Taylor-Johnson) e Matthews (John Cena) ficam presos em uma área deserta quando são ameaçados pela mira de um atirador de elite. Apenas uma parede separa o sniper dos soldados, mas talvez o objetivo do inimigo não seja manter o clima de guerra. Eles não sabem o que está acontecendo e terão de entrar neste jogo doentio enquanto aguardam o resgate.

Crítica do filme White God | O mês do cachorro louco levado a sério

Ter que se despedir precocemente de um bichinho de estimação amado é um drama que fez parte da vida de muitas crianças. Mas, é ainda pior quando isso acontece puramente pela crueldade ou preguiça de um adulto.

Esse poderia também ser o grande trauma da vida da mocinha Lili, a protagonista de "White God" que, aos 13 anos, se muda temporariamente para a casa do pai, com quem ela convive muito pouco, depois que a mãe precisa ficar um tempo fora do país.

Qual é a surpresa do açougueiro Daniel (Sándor Zsótér), porém, quando ela chega acompanhada por Hagen, o inseparável companheiro da menina. Ele até tenta por umas horinhas, mas não aguenta a presença do amigo peludo e além disso, se recusa a pagar a multa por ter em casa um cão de raça mestiça.

whitegod 3 fa636

Num instante de raiva, se livra do bicho abandonando-o sem o menor pudor. Lili, no entanto, está determinada a não se afastar do amigo por nada na vida.

Não é mais um Marley e Eu

Todo filme de cachorro tem um potencial imenso de se transformar em uma dramédia, e é provável que mesmo os donos dos corações mais durões já tenham se sensibilizado e se divertido com essas criaturinhas mágicas.

Pois bem, se tem uma coisa que os roteiristas Kata Wéber, Kornél Mundruczó e Viktória Petrányi conseguiram fazer, é criar um filme que se distancia completamente do padrão e de tudo o que você já viu quando o assunto é "filme de cachorro".

whitegod 4 45157

Esqueça os clichês: Hagen não fala (não, nem dentro da cabeça dele), não faz carão, não faz truques, não salva bebês de dentro da água, nem é sacrificado por estar doente. Ele tem sua própria trajetória, que, eu diria, é bem única dentro do cinema, e consegue, com isso, conquistar o coração do público.

Aliás, todo o filme é realmente bem único. Para nós ocidentais, acostumados ao sotaque malemolente dos blockbusters norte-americanos, assistir a filme húngaro já é uma experiência diferente. Quando o roteiro é peculiar, então, nem se fala.

whitegod 1 70041

Do diretor Kornel Mundruczó, o longa-metragem explora recursos como a paleta de cores neutras e de tons quase obscuros e a trilha sonora tensa e diversificada pra criar um ambiente que beira ao suspense e consegue surpreender o espectador na maior parte do tempo.

Bons dogs, maus humanos

Como avaliar a capacidade artística de um cachorro? É muito fácil mandar bem em um papel quando você está se autointerpretando, certo? Mas eles fazem essa cachorrada fazer cada proeza nos filmes, que não tem como não se impressionar. E, nesse sentido, o Body, cachorro escolhido pro papel de Hagen, arrasa!

A menina Zsófia Psotta, que interpreta Lili, também manda bem na atuação, irritando um pouco o espectador com sua impertinência adolescente.

whitegod 8 31725

Por falar em irritar, esse é o sentimento que predomina enquanto você assiste a "White God". As figuras humanas do longa-metragem são extremamente irritantes, com sua personalidade intolerante e puramente má – ao contrário dos cachorros.

Repara, por exemplo, nessa carinha de galã de Hollywood na foto abaixo. Essse cara ganhou até mesmo uma Palm Dog, a versão canina da Palma de Ouro, do Festival de Cannes! E, por falar em Cannes, "White God" venceu o prêmio Un Certain Regard, em 2015, e foi selecionado para representar a Hungria como Melhor Filme Estrangeiro no mesmo ano, mas não chegou a ser indicado.whitegod 5 bdbcc

Mas, voltando aos humanos e ao universo quase distópico do filme, é exatamente por conta dessas cenas mais pesadas que não se trata exatamente de um filme prazeroso de ver. Fica inclusive aqui o nosso alerta!

Se você está pensando em juntar a criançada para ver um filme de cachorrinhos, "White God" não é a escolha mais adequada. 

Pensado unicamente para chocar e mostrar a realidade de como vivem os cachorros de rua, o longa se utiliza de alguns exageros e cenas pesadíssimas de maus tratos aos animais para alcançar esse objetivo. Então, fique atento à classificação indicativa e não deixe de reservar uns vídeos de dogs bonitinhos pra ver depois, porque, se você é um amante de animais, a bad com certeza vai bater depois de ver este filme.

Ao Cair Da Noite | Trailer legendado e sinopse

Seguro dentro de uma casa isolada enquanto uma ameaça sobrenatural aterroriza o mundo, um homem define regras bem duras para o dia a dia dentro da residência com sua esposa e seu filho. Todavia, isto logo pode ser colocado em teste, quando uma jovem família chega ali buscando refúgio.