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Vencedores Globo de Ouro 2022 | Quais filmes levaram os prêmios?

A 79ª edição do Globo de Ouro teve sua realização mais inusitada de todos os tempos. Neste domingo (9 de janeiro de 2022), muita gente vagou pela internet buscando onde acompanhar a premiação e teve também quem ficou mudando de canal loucamente na televisão para encontrar onde está passando o Globo de Ouro. No entanto, ninguém achou onde assistir o Globo de Ouro 202.

O que acontece é que, devido à recente onda de casos da COVID-19 nos Estados Unidos, a 79ª edição do Globo de Ouro foi realizado de forma privada, ou seja, sem tapete vermelho e sem uma transmissão oficial na internet ou nas emissoras de televisão. Com isso, os  vencedores do Globo de Ouro 2022 foram anunciados através do site oficial do Golden Globes.

Confira a lista dos vencedores do Globo de Ouro 2022, bem como os filmes e indicados em cada categoria de filmes:

Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Filme de Drama

Ataque dos Cães (The Power of the Dog)

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Filme de Drama

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Globo de Ouro 2022 Vencedora Melhor Atriz Filme de Drama

Nicole Kidman - Being the Ricardos

Globo de Ouro 2022 Indicadas Melhor Atriz Filme de Drama

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  • Jessica Chastain - The Eyes of Tammy Faye
  • Olivia Colman - A Filha Perdida (The Lost Daughter)
  • Lady Gaga - Casa Gucci (House of Gucci)
  • Kristen Stewart - Spencer

Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Ator Filme de Drama

Will Smith - King Richard: Criando Campeãs

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Ator Filme de Drama

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  • Mahershala Ali - (Swan Song)
  • Javier Bardem - (Being the Ricardos)
  • Benedict Cumberbatch - Ataque dos Cães (The Power of the Dog)
  • Denzel Washington - (The Tragedy of Macbeth)

Globo de Ouro 2022 Vencedora Melhor Atriz Coadjuvante

Ariana DeBose - Amor, Sublime Amor (West Side Story)

Globo de Ouro 2022 Indicadas Melhor Atriz Coadjuvante

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Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Ator Coadjuvante

Kodi Smith-McPhee - Ataque dos Cães (The Power of the Dog)

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Ator Coadjuvante

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  • Ben Affleck - The Tender Bar
  • Jamie Dornan - Belfast
  • Ciarán Hinds - Belfast
  • Troy Kotsur - CODA

Globo de Ouro 2022 Vencedora Melhor Direção

Jane Campion - Ataque dos Cães (The Power of the Dog)

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Direção

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  • Kenneth Branagh - Belfast
  • Maggie Gyllenhaal - A Filha Perdida
  • Steven Spielberg - Amor, Sublime Amor (West Side Story)
  • Denis Villeneuve - Duna

Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Roteiro

Kenneth Branagh - Belfast

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Roteiro

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  • Paul Thomas Anderson - Licorice Pizza
  • Jane Campion - Ataque dos Cães (The Power of the Dog)
  • Adam McKay - Não Olhe para Cima (Don't Look Up)
  • Aaron Sorkin - Being the Ricardos

Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Animação

Encanto

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Animação

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Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Filme Estrangeiro

Drive My Car - Japão

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Filme Estrangeiro

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  • Compartment No. 6 - Alemanha, Rússia, Finlândia
  • The Hand of God - Itália
  • A Hero - Irã, França
  • Parallel Mothers - Espanha

Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Trilha Sonora

Hans Zimmer - Duna

Ouça a Trilha Sonora completa do filme Duna:

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Trilha Sonora

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  • Alexandre Desplat - The French Dispatch
  • Germaine Franco - Encanto
  • Jonny Greenwood - Ataque dos Cães (The Power of the Dog)
  • Alberto Iglesias - Parallel Mothers

Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Canção

No Time To Die - 007 - Sem Tempo Para Morrer

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Canção

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Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Filme Comédia ou Musical

Amor, Sublime Amor (West Side Story)

Globo de Ouro 2022 Indicados Filme Comédia ou Musical

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Globo de Ouro 2022 Vencedora Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical

 Rachel Zegler - Amor, Sublime Amor (West Side Story)

Globo de Ouro 2022 Indicadas Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical

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  • Marion Cotillard - Annette
  • Alana Haim - Licorice Pizza
  • Jennifer Lawrence - Não Olhe para Cima (Don't Look Up)
  • Emma Stone - Cruella

Globo de Ouro 2022 Vencedor Melhor Ator em Filme de Comédia ou Musical

 Andrew Garfield - Tick, tick... Boom!

Globo de Ouro 2022 Indicados Melhor Ator em Filme de Comédia ou Musical

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  • Leonardo DiCaprio - Não Olhe para Cima (Don't Look Up)
  • Peter Dinklage - Cyrano
  • Cooper Hoffman - Licorice Pizza
  • Anthony Ramos - In the Heights

Crítica do filme Rashomon | Obra-prima com história superestimada

Akira Kurosawa não é apenas uma das referências máximas do cinema japonês, mas é também um dos cineastas mais brilhantes de todos os tempos. Basta acessar o Rotten Tomatoes ou o IMDb para perceber como há um consenso sobre a genialidade dele.

Com obras como “Os Sete Samurais”, “Yojimbo, O Guarda-Costas” e “Rashomon” em seu currículo, Kurosawa conquistou o mundo com seu estilo próprio, o que se refletiu em diversas indicações em grandes premiações e até mesmo estatuetas, incluindo o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para “Rashomon”.

O detalhe é que vários desses filmes são quase impossíveis de encontrar em mídias físicas e são raros em serviços de streaming, sendo que nem mesmo as lojas mais famosas contam com estes títulos no catálogo. Assim, antes de falar sobre “Rashomon”, eu vou deixar a dica para você conferir o filme de uma forma legal.

Como assistir Rashomon online?

Filme antigos são raridades em mídia física, mas talvez sejam ainda mais difíceis de encontrar em serviços de streaming. Pelo menos agora há um jeito fácil e acessível de ver “Rashomon” e outros títulos clássicos, sejam obras-primas do cinema japonês ou de nacionalidades.

O serviço de streaming Belas Artes À LA CARTE tem um catálogo de filmes cults e raros, sendo uma ótima opção para quem ama obras clássicas dos mais famosos diretores e títulos raros de encontrar no circuito comercial. Por apenas R$ 9,90 por mês, você pode ver os filmes no celular, PC ou TV (Android TV, Apple TV, Roku ou Chromecast).

Neste mês de julho, o À LA CARTE apresenta filmes para os mais saudosistas, incluindo “Rashomon” e “A Flauta Mágica”, de Ingmar Bergman. Então, fica essa dica!

Quem conta um conto, aumenta um ponto

“Rashomon” tem enredo simples: uma história de assassinato e estupro é recontada a partir de múltiplas perspectivas, de supostas testemunhas e dos próprios envolvidos na história. Assim, o filme mostra os mesmos fatos diversas vezes, mas com algumas distorções nos diálogos e nas situações.

Com um elenco renomado, incluindo nomes como Minoru Chiaki, Takashi Shimura e Toshirô Mifune (trio que apareceu depois em “Os Sete Samurais”), bem como Masayuki Mori e Machiko Kyô, esta obra lá de 1950 esbanja talentos e se destaca pelas ótimas performances que são intercaladas no decorrer da trama.

É inegável que “Rashomon” é uma obra-prima do ponto de vista técnico. O filme tem uma direção incrível, com cenas incrivelmente complexas para a época de produção. As cenas de ação permeiam a trama em vários pontos e mostram não apenas o talento de Kurosawa, como ressaltam a importância de um bom operador de câmera.

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Obviamente, o resultado final é fruto do trabalho em equipe. A direção de fotografia é ousada, ainda mais com os cenários repletos de nuances e múltiplas fontes de luz, algo ainda mais difícil de equilibrar dada a composição em preto e branco. E há de se considerar o desafio na inserção dos personagens em meio a tais ambientes.

Akira Kurosawa não apenas apresenta uma direção precisa como garante um filme extremamente natural e pouco enfeitado. As lutas com espadas são prolongadas e até parecem contar com alguns improvisos, o que dá um toque especial de veracidade. Tais momentos são intercalados com as cenas dos diálogos, que ajudam na narrativa.

Não menos importante, temos componentes sonoros que fazem de “Rashomon” um filme bem orquestrado. A trilha sonora é muito expressiva e repleta de elementos que garantem o compasso da ação. No entanto, é no silêncio que o filme chama a atenção. Com as cenas de relatos e os diálogos em meio à chuva, a trama nos prende com seu tom de mistério.

Eu simplesmente não entendo...

Apesar de todos esses pontos a favor do filme e indo na contramão dos tantos fãs de Kurosawa, na minha opinião, “Rashomon” é um filme que sai do nada e vai a lugar nenhum. Eu não tenho o mínimo problema em argumentar contra um filme de Kurosawa, pois não se trata de uma crítica ao cineasta, mas ao enredo proposto neste título em particular.

É curioso que os personagens no início do filme soltam a frase: “Eu simplesmente não entendo”, numa situação em que eles estão meditando profundamente sobre o causo que será abordado ao longo da trama. O reforço no tom de confusão e de absoluto choque com a história do assassinato deixam o espectador ainda mais intrigado.

O problema é que esse grande suspense leva a um fato pouco surpreendente. No entanto, eis o xis da questão: não se trata de um filme para ter um entendimento. O propósito não é ser algo convencional, mas levar uma moral muito mais ampla sobre o egoísmo dos seres humanos e as diferentes verdades que cada um inventa.

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Talvez na época de lançamento ou a partir da perspectiva de pessoas com mentes brilhantes, “Rashomon” entregue de fato uma história de cair o queixo, mas a minha impressão é de que temos aqui uma genialidade superestimada. Não que seja forçado pelo filme, mas muitos críticos batem nessa tecla de forma exagerada.

Não se trata de um título simples, muito pelo contrário, há inventividade e uma moral válida, mas não espere uma conclusão surreal como a que os personagens sugerem no início da trama. No fim das contas, “Rashomon” é uma obra que vale a pena ver com atenção, porém, a meu ver, está longe de ser um dos melhores de Kurosawa.

Sanjuro | Trailer oficial e sinopse

Um grupo de jovens idealistas , determinados a limpar a cidade deles da corrupção, são auxiliados por um samurai cínico e desalinhado, que não se encaixa no conceito de um nobre guerreiro para os jovens.

Crítica do filme Yojimbo | O Melhor Faroeste de Samurai Pastelão

Há exatos cinquenta anos, portanto lá em 1961, o filme “Yojimbo, O Guarda-Costas” chegava às telonas dos cinemas do Japão. Levou quase dois anos para o filme chegar ao Brasil, mas seja do outro lado do mundo ou nas Américas, é inegável que este foi mais um sucesso do diretor Akira Kurosawa.

Para quem sequer havia nascido, ter conhecimento sobre esta obra-prima ou mesmo ter acesso ao filme pode ter levado muito mais tempo, ainda mais com a enorme dificuldade de encontrar filmes clássicos aqui no Brasil, isso tanto em mídia física ou quanto em serviços de streaming.

Digo isto com conhecimento de causa, pois eu gosto de obras desta temática e até agora eu não tinha visto este filme, já que toda vez que ele é regravado, as mídias custam caro e os estoques se esvaziam rapidamente. Além disso, é quase impossível achar este filme online. Assim, antes de falar do filme, vou dar a dica para você ver o filme de forma legal e acessível.

Como assistir Yojimbo online?

Quando falamos em streaming, há poucas distribuidoras que focam em títulos mais antigos e quase nenhuma consegue os direitos para transmissão online. A boa notícia é que agora há um jeito fácil e barato de ver “Yojimbo” e outros títulos clássicos e cults, seja do cinema japonês ou de outros países.

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O serviço de streaming Belas Artes À LA CARTE tem um amplo catálogo de filmes clássicos, sendo um prato cheio para quem ama obras renomadas dos mais famosos diretores e títulos raros de encontrar no circuito comercial. Por apenas R$ 9,90 por mês, você pode curtir esses filmes no seu celular, no computador ou TV (com Android TV, Apple TV, Roku ou Chromecast).

E, neste mês de junho, o À LA CARTE apresenta filmes para os mais saudosistas, incluindo “Yojimbo, O Guarda-Costas” e “Festim Diabólico”, de Alfred Hitchcock. Além disso, falando em obras mais recentes, a plataforma tem a estreia exclusiva de “Crime em Roubaix”, de Arnaud Desplechin. Então, fica essa dica!

Um Samurai malandrão

Em “Yojimbo”, acompanhamos a história de um ronin misterioso que chega a uma cidade dividida por duas gangues. Ali, ele percebe uma oportunidade de conseguir um bom trocado ao oferecer seus serviços como guarda-costas para os criminosos, mas por trás dessa astúcia pode haver segundas intenções.

Akira Kurosawa ficou muito conhecido por fugir do óbvio, sendo que sua história e direção de “Yojimbo, O Guarda-Costas” compravam que este era um princípio básico de sua visão visionária. No lugar do tradicional Samurai em um enredo linear, este mestre do cinema japonês preferia uma abordagem mais ampla, vendo os diferentes caminhos que um samurai podia seguir em sua jornada.

E o detalhe é que não se trata de apenas optar por falar de um samurai ou de um ronin (que é o samurai que não segue o bushido, o código samurai), mas de pegar um personagem desses e derivar em algo completamente diferente. Assim, o que temos não é um enredo superficial, mas um conto que leva a uma moral muito perspicaz.

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O simples fato de incluir um estrangeiro num conflito de gangues já dá muita margem para uma história excelente, porém o desenvolvimento do ronin com habilidades extraordinárias e ainda mais com um toque de malandragem garante uma conexão bem mais atenciosa com o personagem.

Cada vez que Sanjuro Kuwabatake (Toshirô Mifune) aparece em tela, temos a sensação de estar diante de um espadachim que sempre tem inúmeras intenções em cada frase de seu diálogo, algo que é comprovado no desenrolar do roteiro. Ainda que não seja imbatível em campo, ele é claramente superior aos inimigos por seu senso moral aguçado.

Aqui, vale pontuar como a atuação de Toshirô Mifune (de "Os Sete Samurais") é de suma importância para o sucesso da película, pois é o jeito ímpar do ator em incorporar esse ronin que deixa o filme ainda mais primoroso. Mifune vai do samurai pensativo ao habilidoso espadachim em segundos e, na sequência, já temos um ronin gargalhando das situações cômicas.

Flertando com outros gêneros

Eis aqui inclusive um ponto que faz de “Yojimbo, O Guarda-Costas” um filme único: a transição de gêneros. Apesar de ser uma obra sumariamente focada na ação, é visível como o filme atenua os dramas corriqueiros da época — não temos uma precisão da data, mas certamente já é algo depois de 1836, uma vez que temos um personagem com revólver.

E falando em armas, temos então um flerte inusitado: o faroeste. Kurosawa foi influenciado por títulos como "Matar ou Morrer" (1952) e "Os Brutos Também Amam" (1953). E aí, fica a questão: como pode um filme de Samurai também ter algo de faroeste? Bom, a verdade é que há muita coisa em comum quando pensamos nos duelos: intensos, pausados e sanguinolentos.

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No entanto, a abordagem de Akira Kurosawa vai bem além disso, justamente por ter a presença da arma de fogo. O casamento entre filme de samurai e cenas de pistoleiro não é algo apenas pontual aqui, pois Kurosawa faz um filme focado nos confrontos de campo aberto, o que garante longas cenas de diálogo até que a ação realmente exploda na tela.

Além dessa dualidade de gêneros na concepção do filme, fica claro que Kurosawa tenta inovar ao trazer um personagem mais cômico para sua obra. Apesar do teor violento, o samurai que observa seu jogo de intrigas dá boas risadas, de modo que algumas cenas têm um humor mais pastelão.

Importante notar como tudo isso é conduzido com maestria através de um elemento-chave: a trilha sonora de Masaru Sato, que abusa dos instrumentos de corda e dos tons mais pesados para as batalhas intensas, mas que usa de instrumentos mais agudos e alegres em boa parte das cenas engraçadas. O mais interessante é que o compositor fez todo esse trabalho de som em apenas uma semana!

Por fim, mas não menos relevante, temos o fato de que “Yojimbo, O Guarda-Costas” concorreu ao Oscar na categoria de Melhor Figurino, o qual foi desenvolvido por Yoshirô Muraki. E é nessa colcha de retalhes e nas ideias geniais que esta obra ganhou extrema relevância. Trata-se de um filme que não envelheceu, pelo simples fato de que ele nasceu para ser um clássico. Altamente recomendado para fãs do cinema japonês ou para quem gosta de um filme clássico!