Depois de oito meses, Agosto finalmente chegou ao seu fim, o que significa que teremos mais grandes estreias no cinema.
Como de costume, a equipe do Café com Filme se reúne mais uma vez pra falar um pouco sobre os principais lançamentos e dar um resuminho do que vem por aí — nos cinemas, no Netflix e na TV.
Setembro começa cheio de pavor nas salas de cinema com a chegada de "IT - A Coisa", a nova adaptação da história do Palhaço Sinistro de Stephen King. Neste mesmo dia, temos o lançamento de um filme um tanto polêmico, que vem para retratar a história da Lava Jato (sim, estamos falando de "Polícial Federal - A Lei é para Todos" — que já tem crítica aqui no site).
Outros filme marcantes na primeira semana são "O Sequestro", com Halle Berry saindo loucamente em busca de vingança para salvar seu filho no melhor estilo "Busca Implacável", e também um filme que mexe com o tempo intitulado "2:22 - Encontro Marcado".
Mais para o fim do mês, ainda temos outros grandes títulos como "Mãe!", um baita suspense de Darren Aronofsky com Jeniffer Lawrence, Javier Bardem, Michelle Pfeiffer e Ed Harris no elenco (precisa dizer mais?). Além disso, ainda temos outros lançamentos empolgantes como o filme "Esta é Sua Morte", que mostra um reality show que incentiva as pessoas a cometerem suicídio ao vivo, e "Morte Instantânea" — um terrorzinho teen que mostra uma polaróide amaldiçoada que vai aniquilar geral.
Agora, chega de papo e confere nossos comentários ácidos sobre essas e outras estreias — lembrando que você pode ver a lista de estreias na seção de Próximas Estreias. Dá o play!
Sabe aqueles filmes de super heróis dos anos 2000, antes de se tornarem o que são hoje em dia, com a Marvel no comando e a DC tentando? Eram horríveis mas divertidos, certo?
"Guardiões" é exatamente isso. Uma tentativa dos nossos camaradas russos de se projetarem no mercado hollywoodiano de super heróis. Obviamente os público russo odiou o filme, e as outras audiências ainda estão decidindo se levam a sério ou não. A resposta mais fácil é “não”, mas vamos lá.
Durante a Guerra Fria, uma organização chamada "Patriotas" criou um esquadrão de super-heróis que incluía diversos membros da União Soviética. Por anos esses heróis tiveram que esconder suas identidades, mas agora eles terão que se revelar, pois um antigo cientista dos “Patriotas”, chamado August Kuratov, decidiu que quer dominar o mundo.
Então cabe a Major Elena Larina encontrar e recrutar em duas semanas os “Guardiões”, para acabar com o super vilão. Não demora nem 5 minutos para achar os quatro heróis:
Ler, um monge que consegue controlar pedras; Khan, um ninja super veloz com duas espadas curvas; Kseniya, uma artista circense que fica invisível quando está na água (que poder legal, hein!); Arsus, que pode se transformar parcialmente ou totalmente em urso. Esse sim é legal, pois mesmo quando ele vira urso a calça dele volta quando ele vira humano novamente, só poderes incríveis!
Os trailers e as imagens de divulgação mostram um visual e efeitos interessantes, o que não é sustentado durante o filme. É uma mistura de “Quarteto Fantástico” com “Último Mestre do Ar”, que só serve para dar gostosas risadas. O roteiro segue o mesmo nível dos efeitos, parece tudo bem forçado e muita coisa não faz sentido, sem contar os cortes aleatórios dentro do filme.
É meio injusto julgar a dublagem, mas o filme foi dublado em inglês para agradar o povo americano que odeia estrangeiros e legendas, e a gente precisa engolir mais essa parte falha para assistir essa obra cinematográfica.
Todo o drama e relação entre eles é bastante risível, então acredito que a atitude certa para aproveitar essa obra maravilhosa da Mãe Rússia é abraçar a galhofa e tentar se divertir junto. Por sinal, como manda a tradição temos até uma cena pós crédito, resta saber se haverá ousadia e determinação para existir um “Guardiões 2”.
O filme conta a história de Henrietta Lacks, uma afro-americana cujas células foram utilizadas para criar a primeira linhagem imortal de células humanas.
Narrado pela ótica de sua filha Deborah Lacks, o drama mostra sua busca por informações sobre a mãe que não conheceu e, com ajuda da jornalista Skloot, luta para descobrir como uma amostra de células cancerígenas retiradas sem autorização em 1951 levou a uma descoberta médica sem precedentes, mudando inúmeras vidas e a medicina para sempre.
O filme exibe uma visão introspectiva das disputas jurídicas que envolvem o controle sobre o corpo humano e a linha que separa os benefícios para o avanço da medicina frente aos direitos individuais e à privacidade.
Hoje é sexta-feira, 24 de março, o que significa que está na hora de você curtir o melhor podcast da interwebs com comentários pontuais sobre o mundo do cinema.
Neste terceiro episódio, nossa equipe comenta sobre essa onda de remakes, reboot, sequências e outras artimanhas de Hollywood que entristecem os cinéfilos.
Você não entendeu Matrix? Nós também não, mas nem por isso essa ideia recente de um remake é tão legal como a Warner imagina. Embarque nesta jornada com a gente e fique por dentro de alguns filmes desnecessauros que tão vindo por aí...
Depois de sobreviver a um quase fatal ataque bovino, um chef de cantina desfigurado (Wade Wilson) luta para alcançar seu sonho de se tornar o bartender mais popular de Mayberry, enquanto lida com a perda do seu paladar. Conforme ele segue procurando pelo tempero da vida, além do capacitor de fluxo, Wade deve lutar contra ninjas, a yakuza e uma matilha de canídeos sexualmente agressivos, enquanto ele viaja pelo mundo e descobre a importância da família, amizade e do sabor — encontrando um novo gosto por aventuras e conquistando a cobiçada caneca de café do Melhor Amante do Mundo.
Hype: campanha publicitária que diz ao público de forma superlativa o quanto um filme é excelente em suas qualidades ou importante enquanto produto de cultura;
Com o boom da internet e as novas opções para campanhas de marketing, muitas produtoras se aproveitaram da inocência do público para criar enormes “hypes” sobre vários filmes.
Essa mudança na divulgação dos filmes foi positiva do ponto de vista de bilheteria (principal objetivo para as produtoras e os respectivos profissionais que desenvolveram tais táticas). Contudo, isso mudou um bocado o rumo das produções nos últimos anos.
É difícil definir o quanto isso foi positivo ou negativo para o público, mas é fato que muitas produtoras mudaram suas estratégias para focar em receitas mais marqueteiras, mas não necessariamente mais evoluídas do ponto de vista cinematográfico.
Por outro lado, o exagero nas peças publicitárias levou muita gente a cair em armadilhas, uma vez que nem sempre o resultado corresponde ao conteúdo apresentado nos trailers. Como eu disse, resta aqui uma parcela de inocência do espectador que acredita naquilo que vê.
E quando eu digo inocência, não quero que você leve para o lado pessoal. A gente não percebe esse tipo de ação dos profissionais do ramo e acabamos passando por inocentes e engolindo tudo o que eles divulgam.
Intitulada como “Além do Hype nas Telonas”, este punhado de textos pretende elucidar algumas mancadas das próprias produtoras, da equipe de marketing dos filmes e também do público que acaba exagerando nas reações. O objetivo aqui não é “ditar regras” ou determinar como a indústria deveria funcionar, mas apenas conversar sobre esses inconvenientes.
O objetivo de um trailer
Desde a inauguração do Café com Filme, lá em 2010, nós entregamos informação, conteúdo e opinião sobre cinema para você que busca simplicidade e sinceridade. Ao longo desses sete anos, nós divulgamos milhares de trailers aqui no site, focando bastante nas novidades, mas sem deixar de lado filmes pouco convencionais ou mais artísticos.
Independente do título, os trailers são sempre muito buscados, já que eles dão uma noção do que a pessoa verá no cinema. Este é justamente o objetivo, uma vez que esse tipo de material consiste na junção de pequenos trechos para divulgação e publicidade do filme, então apresentar algumas cenas do todo e deixar o espectador empolgado é apenas o básico.
A missão de quem monta um trailer é criar um vídeo que deixe a pessoa curiosa para ver a obra completa. Esse tipo de material pode ser bem apresentado, com uma trilha empolgante, com apenas algumas cenas curtas e sem revelar qualquer diálogo (veja o exemplo acima do filme “A Criada”).
Dá também para misturar cenas boas e deixar o público ansioso por mais dessa fórmula, uma tática bem mais fácil e comum para muitos filmes recentes. Em alguns casos, rola até apelação para trilhas sonoras comerciais (tipo o trailer novo do filme “Logan”).
Todavia, pensando no lado da propaganda, o trailer tem como único objetivo ressaltar o que há de melhor no filme. É como vender qualquer produto, onde somente as qualidades são evidenciadas. Nada de errado aqui, mas isso pode ser enganoso, já que um filme tem duas horas de duração e consiste em muito mais do que algumas poucas sequências de ação.
Quando o trailer revela tudo
Spoiler: ato de revelar informação substancial sobre a história de determinado filme para terceiros que ainda não tiveram a oportunidade de conferir o conteúdo completo.
Com a “hype” lá em cima, as pessoas correm desesperadas para o cinema para conferir os lançamentos em primeira mão. Inevitavelmente, empolgadas pelo que viram na telona, as pessoas acabam soltando “spoilers” sobre aquilo que assistiram e, consequentemente, estragam a experiência daqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ver os filmes.
Importante: não seja esse tipo de pessoa. Não é legal dar spoiler.
Dito isso, é preciso pensar que o spoiler não é uma exclusividade de amigos que não têm noção. Muitas vezes, a própria produtora solta spoilers e prejudica a experiência do público. Como? Bom, sinopse e trailer servem para divulgar o filme e dar uma noção do que o público deve esperar de uma produção, mas o problema é que isso pode fugir do controle.
Revelar um pouco da história é importante, mas mostrar muito pode ser prejudicial, já que o público não tem o que descobrir no cinema. E olha que não são raros os filmes que entregam informações cruciais para o desenvolvimento da trama. Um bom exemplo disso é “Invasão de Privacidade”, que não apenas dá pistas sobre os personagens, porém exibe todo o desenrolar da trama em um ou dois minutos.
Divulgar uma produção de um grande estúdio (pensa aí numa Disney ou Warner), com grandes personagens (de franquias como Star Wars ou Marvel) e atores famosos é moleza. Esse tipo de filme inclusive se vende sozinho, mas ainda é possível estragar a divulgação com uma enxurrada de trailers — Vingadores e similares que o digam...
Acontece que, muitas vezes, produtoras e as distribuidoras (principalmente as independentes) têm a difícil missão de vender a ideia de um filme com atores poucos conhecidos ou que já não estão tão em voga. Como proceder nesses casos? O jeito é apelar para a trama e para as cenas cheias de efeitos especiais, afinal, o público quer ver o inusitado na telona.
Aí que os marqueteiros pedem para os editores de vídeo capricharem nessa parte. É nessa parte do processo que eles colocam as cenas mais legais do filme e fazem um trailer de três minutos para convencer a galera a pagar o ingresso. No fim das contas, o tiro pode sair pela culatra, pois as pessoas já sabem tudo que vai acontecer e não topam ir ao cinema (tipo nesse trailer acima do filme Mr. Church).
Trailers de filmes ruins e a teoria do cartaz
O pior é que, em alguns casos, os trailers que mostram muito são mais comuns para divulgar filmes pouco inovadores ou até mesmo “ruins”. E isso não é algo que eu inventei, mas um mito (talvez com um fundo de verdade... ou com um poço de verdades) que se espalhou entre os espectadores que são fãs de carteirinha dos cinemas — e que aprenderam isso do pior jeito.
Não é por acaso que a galera viciada em trailer até bolou uma teoria sobre trailers. Reza a lenda que vídeos de filmes poucos conhecidos que tentam mostrar muita coisa são finalizados com a imagem do cartaz do longa-metragem (a mesma arte usada na divulgação de banners) tendem a ser uma propaganda muito bem argumentada para filmes ruins.
É claro que esta não é uma verdade absoluta, mas a probabilidade de isso acontecer em produções de baixo orçamento é grande. Por conta dos recursos limitados, esses filmes tendem a apresentar efeitos mais simples e até uma qualidade geral mais baixa, o que pode ser ainda mais intensificado por um roteiro furado.
No entanto, ultimamente, até mesmo grandes produtoras têm usado deste recurso em alguns trailers. E vale cogitar que nem mesmo obras de grandes estúdios estão livres de uma execução cheia de clichês ou de histórias incoerentes.
Então, se você é um aficionado por trailers, vale segurar o pé no pedal da empolgação. Com tantas artimanhas para deixar a gente no “hype”, as produtoras exageram na divulgação e, muitas vezes, entregam pouco. Uma pena que a indústria levou tudo para este lado enganoso. Você já se decepcionou com muitos trailers? Enxerga alguma verdade nisto que foi dito?