No final dos anos 1950, em Châteauroux, França, Rachel, uma modesta funcionária de escritório, conhece Philippe, um jovem brilhante nascido de uma família burguesa. A partir desta breve mas apaixonada conexão nasce uma pequena filha, Chantal. Philippe se recusa a se casar fora de sua classe social e Rachel tem que criar a filha sozinha. Para Rachel, Chantal é sua grande felicidade e por isso luta para que nunca falte nada a ela, e exige que Philippe lhe dê seu nome à filha. Essa batalha dura de mais de dez anos e acabará por mudar as vidas de todos.
A quarentena está um tédio e você não sabe mais o que assistir na TV? Então, saiba que você acaba de ganhar mais algumas opções (são 50 títulos no total) de filmes grátis - e não tem pegadinha! - para ver no conforto da sua casa! Trata-se de uma iniciativa solidária, patrocinada pela Embaixada da França no Brasil e pelo Grupo Essilor/Varilux, que surgiu para amenizar esse período complicado, de forma que o Festival Varilux ganhou uma versão em casa!
O Festival que anualmente tem uma seleção de filmes premiados disponíveis em cinemas de circuito específico se adaptou a esta época de isolamento, sendo que esta nova modalidade recebe o nome de "Festival Varilux em Casa". Contudo, este edição do evento não anula o Festival habitual (que apenas terá sua data alterada, informação que deve ser divulgada posteriormente).
Bom, no Festival Varilux em Casa, a gente tem uma seleção de filmes bem interessantes. Não estamos falando de filmes inéditos, mas 50 filmes que integraram várias das edições passadas do Festival Varilux de Cinema Francês. Um detalhe bem relevante: os filmes estarão disponíveis gratuitamente por um tempo prolongado: que começa hoje (28 de abril) e dura mais quatro meses!
Esse é o presente que a Embaixada da França, a Essilor/Varilux, patrocinadora master do festival, a produtora Bonfilm e a Looke, plataforma brasileira de streaming, oferecem para os amantes da filmografia francesa: Festival Varilux Em Casa.
Quais filmes estão disponíveis?
Com legendas em português, quase todos os filmes participaram das últimas edições do Festival Varilux de Cinema Francês, evento que ocorre anualmente, em junho, de forma simultânea em mais de 80 cidades brasileiras. Tendo completado dez anos em 2019, o Varilux já exibiu cerca de 200 longas-metragens, somou mais de um milhão de espectadores e realizou cerca de 35 mil sessões.
O público do Festival Varilux Em Casa poderá descobrir ou reencontrar sucessos de edições passadas com grandes astros franceses como Gérard Depardieu (Tour de France), Isabelle Huppert (Branca Como Neve), Catherine Deneuve (O Reencontro, A Última Loucura de Claire Darling), Jean Dujardin (O Retorno do Herói), Juliette Binoche (Quem Você Pensa que Sou, Tal Mãe, Tal Filha, Vidas Duplas), Omar Sy (Jornada da Vida, O Doutor da Felicidade), Vincent Lindon (A Aparição), Virginie Efira (Um Amor Impossível) e Marion Cotillard (Rock and Roll, por trás da fama, Um Instante de Amor).
A seleção apresenta diversidade de gêneros: comédias (Na Cama com Victoria; Amor à Segunda Vista; Finalmente Livres), dramas (Graças a Deus, de Ozon, vencedor do Urso de Prata em Berlim; A Viagem de Fanny; Através do Fogo), filmes históricos (A Revolução em Paris; O Imperador de Paris, Cyrano mon Amour) e thrillers (A Noite Devorou o Mundo; O Último Suspiro; Carnívoras).
E ainda estão disponíveis seis longas de animação dublados para as crianças assistirem sozinhas ou com a família: Abril e o Mundo Extraordinário; A Raposa Má; O Menino da Floresta; Asterix e o Domínio de Deuses; Asterix e a Poção Mágica e Um Gato em Paris. Para ver a lista completa de filmes, role o texto até o fim.
"Neste momento, em que a indicação é o isolamento social por conta da pandemia e que muitas pessoas devem enfrentar problemas financeiros, queremos ser solidários e propor uma programação de qualidade para entreter e ajudar a passar os dias de quarentena", dizem Emmanuelle e Christian Boudier, organizadores do Festival.
Como eu faço para ter acesso aos filmes?
Para mergulhar nessa seleção especialmente pensada para todos os gostos e todas as idades, basta acessar o link: www.festivalvariluxemcasa.com.br ou clicar logo abaixo
Esse presente para o público só foi possível graças à participação dos distribuidores A2 Filmes, Bonfilm, California Filmes, Looke e Mares Filmes. Raphaël Ceriez, Adido Audiovisual da Embaixada da França, agradece a participação deles na iniciativa: "No atual cenário, que é inédito, no qual as restrições impostas pela crise mantêm os cinemas fechados, nos orgulhamos de nos juntar à Essilor Brasil e aos distribuidores para compartilhar com o nosso público confinado essa seleção dos melhores filmes vistos nas últimas edições do Festival Varilux de Cinema Francês".
Guilherme Nogueira, Diretor de Marketing da Essilor/Varilux Brasil, patrocinadora master do evento nas salas de cinema e dessa edição Em Casa, comenta: “o Festival Varilux de Cinema Francês conta com um público fiel todos os anos, e poder oferecer essa opção de entretenimento gratuito para os que estão em casa é motivo de grande orgulho para a Essilor. Esperamos que, com a seleção dos melhores filmes exibidos até hoje, as pessoas experimentem bons momentos em casa e ajude a tornar os dias mais agradáveis.”
Realização Bonfilm. Patrocinadores do Festival Varilux Em Casa: Essilor/Varilux e Embaixada da França. Apoio de mídia: Adorocinema, Folha de São Paulo, Ingresso.com, Le Monde Diplomatique Brasil e Revista Piauí. Apoio cultural: Aliança Francesa Brasil e Unifrance.
Após perder o marido e o bebê em um acidente de carro, Adeline (Alice Taglioni) decide se isolar do resto do mundo. Até que, um dia, sua empregada chinesa desaparece, deixando para trás um menino de seis anos, que não fala uma palavra de francês. Com a ajuda de sua irmã Delphine (Virginie Efira), ela decide embarcar em uma viagem em busca da tal mulher. Só que ela não contava que ia se apegar ao pequeno garoto.
Victoria Spick (Virginie Effra) é uma advogada criminalista cuja vida amorosa é nula e vazia. Em um casamento, ela se encontra com seu velho amigo Vincent, e dá de cara com Sam, um traficante que ela defendeu com sucesso. No dia seguinte, Vincent é acusado de tentativa de assassinato de sua namorada. A única testemunha é o cachorro da vítima. Victoria relutantemente concorda em defender Vincent e contrata Sam como assistente. Dá-se início, então, a uma série de cataclismos na vida de Victoria.
Isabelle Huppert é uma das atrizes francesas que mais conseguiram alcançar projeção internacional. Conhecida por produções como “Um amor em Paris” e “Dior e Eu”, ela chegou novamente às telonas brasileiras com o filme “Elle”, que vem gerando um burburinho por sua temática delicada e pela atuação brilhante da própria.
Escolhido para representar a França na seleção do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “Elle” conta a história da executiva Michele, empresária à frente de uma grande empresa de entretenimento.
Brutalmente atacada em sua própria sala de estar, Michele resolve encobrir os rastros da invasão e não contar a ninguém que foi estuprada, tentando dar seguimento à sua vida como se nada tivesse acontecido.
Mas esse é apenas o ponto de partida para a loucura que é esse filme. Tanta coisa acontece que eu vou chamar um reforço para me ajudar nessa crítica, que vai ser colaborativa com o Fábio Jordan.
Desgraceira pouca é bobagem
É complicado esse lance de vender um filme. Geralmente, o pessoal que monta os trailers tem a difícil missão de encaixar algumas peças do quebra-cabeça que entreguem algumas pistas do que será desenvolvido no longa-metragem, mas que não revelem o todo — afinal, o público deve ir ao cinema descobrir o restante.
Aí está um pequeno desafio para “Elle”. Ele é divulgado como um filme que trata sobre um de tantos casos de violência sexual. Contudo, na telona, o roteiro tenta mostrar todas as nuances de uma mulher que teve uma vida bastante conturbada (em uma escala talvez mais densa do que a bagunça de “Aquarius”, mas muito melhor organizada e conexa aqui).
Embora traga também algumas similaridades na premissa e no roteiro com "O Silêncio do Céu", o desenrolar da trama é completamente diferente. A construção da personagem é deveras interessante. Todavia, há uma falta de coerência entre a proposta e a execução.
O filme poderia dar exemplo de como há um mundo de coisas que podem influenciar o psicológico de uma mulher após uma barbaridade sem tamanho, mas ele falha ao incluir fatores que não têm ligação direta com a pauta principal.
Assim como qualquer ser humano, Michele é uma mulher que guarda segredos sobre seu passado, o que dá substância para a personagem. O resgate de algumas memórias é válido para ampliar as dificuldades do presente, porém é preciso ponderar que a conexão de tudo não se dá da melhor forma possível.
Além disso, vários fatos atuais, que contextualizam a vida da personagem e de sua família, são pouco pertinentes ao tema central do filme. Aos poucos, o espectador é levado para uma trama permeada de temáticas, as quais seriam todas válidas dentro de abordagens separadas, mas que aqui acabam adicionando ruído à mensagem principal.
Uma forma bizarra de lidar com o problema
A emoção não é uma constante aqui, ainda mais com as relações complexas e pouco tradicionais apresentadas. A empatia com a personagem se dá em raros momentos, mas a guinada nos temas leva a plateia para outro rumo, em que mais existe um estranhamento pela fuga do convencional e também pelo reforçamento de estereótipos.
O filme tenta desconstruir vários temas simultaneamente, porém o atropelo no script e a tentativa de empurrar tudo goela abaixo soa mais como uma presunção, em que há algo genial e relevante ao público, do que uma sugestão de debates que podem ter relevância. É como visar a desconstrução, sem ter argumentos convincentes para tanto.
Apesar de certa bagunça na parte argumentativa, há organização na produção. As cenas dramáticas causam impacto e deixam a plateia apreensiva, algo reforçado em momentos pela ação brutal e a ausência de trilha sonora. Não que o filme seja todo assim, afinal, há sim momentos de suspense devidamente acompanhados de músicas coerentes.
A fotografia é marcante e acentuada com cenas em ambientes fechados. O rumo predominante em locais com baixa iluminação deixa o espectador enclausurado e tenso para as próximas sequências.
O andamento do filme é bom: durante a maior parte do tempo a fluência das cenas é boa, mas pode ficar bem sofrida no final do filme, quando a produção entra naquele ritmo “ofertas de fim de ano” em que parece que o roteirista David Birke e o diretor Paul Verhoeven quer nos dizer o tempo todo “e não é só isso”, “e mais isso”, “e assistindo agora você ganha mais isso”.
Apesar da salada mista que é o filme, vale a pena assistir até mesmo para conhecer e discutir, pois se trata de um daqueles longa-metragens que te fazem sair da sala ansiando pela problematização.
Há que se ter um pouco de cuidado, claro, pois "Elle" pode reforçar alguns estereótipos e prestar alguns desserviços para questões como a do próprio estupro. Com essa ressalva - a de assistir com um olhar crítico - fica aí a nossa recomendação de ver e de voltar aqui discutir com a gente sobre o que você achou.
O professor Clément deveria estar feliz: ele finalmente conquistou o coração da bela Alicia, uma famosa atriz. Mas quando o relacionamento anda bem, ele encontra Caprice, uma jovem extrovertida que deseja sair com ele, e não se importa em ser a amante de Clément. Enquanto o professor corre o risco de perder a namorada, o melhor amigo dele, Thomas, começa a ficar muito interessado na atriz