Eva Green - Café com Filme

O Lar das Crianças Peculiares | Trailer legendado e sinopse

Do visionário diretor Tim Burton, e baseado no romance best-seller, chega uma experiência cinematográfica inesquecível. Quando seu querido avô deixa para Jake pistas sobre um mistério que se estende por diferentes mundos e tempos, ele encontra um lugar mágico conhecido como O Lar das Crianças Peculiares. Mas o mistério e o perigo se aprofundam quando ele começa a conhecer os moradores e aprende sobre seus poderes especiais... e seus poderosos inimigos.

Conspiração e Poder | Trailer legendado e sinopse

A produtora da CBS, Mary Papes (Cate Blanchett), juntamente com o âncora Dan Rather (Robert Redford), suspeitam de que o presidente George W. Bush foi um dos muitos jovens privilegiados que usou os seus contatos para não combater na Guerra do Vietnã. Armando uma exposição, os dois pretendem levar a história ao ar, mas o fato só começa uma guerra entre o poder constituído na tentativa de tirar o crédito das informações, o que abala o emprego dos dois contratados da CBS, quase altera as eleições e quase leva toda a CBS News abaixo.

Crítica do filme Beasts of no Nation | Sol, por que você ainda está brilhando?

Há uma verdade sobre a humanidade que o cinema não cansa de retratar: o quando situações de crueldade são capazes de nos transformar de um jeito sem volta. Beasts of no Nation trata justamente dessa metamorfose: entre a inocência de uma criança e estado de crueldade a que chegam os seres humanos quando submetidos a uma situação de violência e guerra. 

O longa mostra a guerra sob a perspectiva do menino Agu (Abraham Attah), que perde a família durante um ataque ao seu vilarejo e, quando consegue fugir, é incorporado a um grupo de resistência sob o comando de um guerrilheiro mercenário interpretado por Idris Elba

Beasts of no Nation é baseado no livro homônimo de Uzodinma Iweala, um escritor nigeriano que cresceu nos Estados Unidos, e foi roteirizado e dirigido pelo promissor diretor norte-americano Cary Fukunaga (da sensacional primeira temporada de True Detective). 

Crítica do filme Beasts of no Nation 6a90b

Muito bem conduzido pelo diretor, o longa mantém o padrão qualidade das produções anteriores do Netflix, embora seja o primeiro desse gênero dessa que já vem se tornando uma gigante do entretenimento. O Netflix, que até então se dedicava apenas a séries e documentários, já estreou sendo bem aceito nesta nova seara. O longa levou o Prêmio Marcello Mastroianni do Festival de Veneza e foi indicado também para o Leão de Ouro e para o Prêmio Green Drop do mesmo festival. Era, inclusive, uma aposta para o Oscar, mas acabou não sendo indicado. 

Um conjunto bem orquestrado

No quesito qualidade técnica, Beasts of no Nation se mostra melhor do que muito filme produzido para o cinema – é inclusive uma pena que não tenha sido exibido nas telonas, pois algumas das cenas merecem ser vistas em melhor tamanho e resolução. 

A fotografia do longa de Fukunaga é belíssima, repleta de cores e da vivacidade características de grande parte das terras e dos povos africanos. As cenas gravadas nas matas nos levam por entre um cenário que quebra um pouco aquela imagem estigmatizada de que a África só tem poeira e terra seca. A ambientação é muito bem feita, desde os vilarejos até os cenários de acampamento de guerrilha. 

Straika e Agu em Beasts of No Nation ce6fe

Mas não é só pelos cenários que Beasts of no Nation merece ser visto. É muito fácil se emocionar com a atuação do menino Abraham Attah, que é impecável. Dá pra ver de cara que se trata de um talento muito promissor. Embora o nome de peso do elenco seja o de Idris Elba, é o menino Agu que nos mantém vidrados na tela, ansiando para que algo de bom aconteça.

Não é que Idris Elba esteja ruim no filme, muito pelo contrário, ele está muito bem no papel do Comandante – ganhou, inclusive, o Screen Actors Guild de melhor ator coadjuvante por esta mesma produção. O comandante está em ótimas mãos e o ator consegue parecer tão cruel, rígido e paternal quanto necessário.

O adendo aqui é que quem já o viu na pele do investigador quebrador de regras e bad ass Luther, no entanto, pode perceber traços muitos característicos na expressividade do ator que acabam fazendo com que os personagens sejam muito parecidos, embora sejam essencialmente diferentes. Idris Elba é um Luther genial demais e isso faz a atuação dele em Beasts não parecer tão incrível. 

Estamos de olho nessa crítica!

Isso não prejudica em nada o desenrolar do filme. Ambos os personagens são complexos e o longa consegue passar para o público o conflito interno que estão vivento. O comandante, por exemplo, é um verdadeiro retrato do paradoxo que é ser humano em um ambiente de guerra. Ao mesmo tempo em que se coloca como uma figura paterna para Agu e todo seu exército de meninos, também é a personificação da maldade, quando submete seus “filhos” a uma série de situações de sofrimento. 

Beasts of no Nation é triste por isso: porque é um filme sobre pessoas e sobre até onde nós conseguimos chegar. Não traz tanta violência física escancarada quando produções como Diamante de Sangue, por exemplo, mas é pesado porque traz o contraste da inocência com a maldade. É a prova de que um filme não precisa de sangue e pilhas de corpos para ser violento.

 “Quando a Guerra acabar, não acho que voltarei a fazer coisas de criança”

Mais do que um filme de guerra, Beasts of no Nation é uma história sobre a crueldade e a morte da inocência. Enquanto acompanha Agu durante sua transição de menino a monstro, em algum momento você vai acabar se perguntando se vale a pena viver nesse mundo em que um menino quer pegar o sol na mão pra fazê-lo parar de brilhar, pra que ninguém mais precise ver as crueldades que os homens praticam aqui na terra.  

Sem dúvida, o que mais toca no filme é o roteiro e o ponto de vista do menino, que conversa com Deus, com sua mãe, com o mundo, tentando entender como é que chegou até ali e o que significa tudo aquilo. O que Deus deve estar pensando sobre as coisas que eles vêm fazendo? O que sua mãe pensaria se soubesse as crueldades nas quais tomou parte?

É nessa sensibilidade que está a beleza de Beasts of no Nation. Infelizmente, aparece aqui também aquela tradicional perspectiva norte-americana que retrata o continente africano como se fosse uma coisa só e seus habitantes como um povo quase primitivo, que já não vê mais a vida com o mesmo valor que os ~ocidentais. Ainda assim, o filme tem um grande mérito pois consegue nos emocionar e despertar o espectador para a grande perda que acontece quando crianças são arrancadas de sua vida e de sua família para enfrentar uma realidade cruel. E, sabemos bem, isso não é uma exclusividade do continente africano.

Crítica do filme 007 contra SPECTRE | O doce amargo fim da Era Craig

Você pode até não ter gostado da escolha de Daniel Craig para assumir o manto, ou melhor, o smoking de James Bond para o recomeço da clássica franquia 007 nos cinemas, em 2006, porém é incontestável a contribuição do ator para o reboot da série e a atualização dela para os dias atuais. Mas, após três capítulos de grande sucesso, Craig entrega sua quarta e, possivelmente, última aventura na pele do maior agente secreto de todos os tempos com uma doce, mas também amarga conclusão.

Recapitulando – Uma quadrilogia de sucesso

Ao longo dos últimos três precedentes de SPECTRE – Cassino Royale, Quantum of Solace e Skyfall – tivemos a construção da Era Craig, a qual teve a “missão” de reiniciar a franquia. Estrutura criada com muito êxito, diga-se de passagem. Cassino Royale deu início com um James Bond inexperiente, marrento, guiado pelas emoções e sentimentos, mostrando um herói nunca visto anteriormente. Quantum of Solace, sua continuação direta, apresentou um Bond arrasado, com o coração partido e em busca de vingança. A série chegou ao seu ápice de qualidade em Skyfall, tanto com as personagens quanto em roteiro, com um 007 focado e determinado a alcançar seus objetivos. Todos esses se tornam prequelas para SPECTRE, criando um grande arco do agente, comandado por Daniel Craig no papel principal.

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Entre a vida e morte

Se no conjunto da obra os filmes da Era Daniel Craig merecem destaque, apenas SPECTRE não se sustenta como filme-marco dessa fase, ou de toda a franquia. O quarto capítulo é bem parecido com Skyfall. O passado em contraste com o futuro, tecnologia misturada com a espionagem clássica, o drama e fantasmas do passado, tudo é aproveitado novamente, mas sem muito o impacto positivo encontrado em seu antecessor.

A dicotomia entre vida e morte ou novo e velho é a fórmula explorada e permeia todo o conceito desse filme. Em um mundo com supercomputadores e drones, o trabalho de um agente do MI6 acaba se tornando obsoleto, e a patente 00 que dá a permissão para matar, vira uma arma ultrapassada. Entre um diálogo entre James e o seu arqui-inimigo, o vilão o pergunta “O que você veio fazer aqui?”. Bond responde “Vim para te matar”. O vilão replica “Achei que tivesse vindo para morrer”, e o agente finaliza “Isso é uma questão de perspectiva”. Essa é uma das partes do roteiro mais interessantes, porque mostra perfeitamente a divergência entre os opostos na trama, que ao mesmo tempo são frutos da mesma diferença.

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Se você é um nostálgico fã de 007 e conhece os filmes mais antigo, vai se surpreender com as referências. Mas, Christoph Waltz fazendo o papel do vilão principal – aquele que você já sabe quem é mais não vou falar o nome por motivos de spoiler –, pode não animar tanto. Sua faceta de vilão já ficou caricata devido aos inúmeros papéis encenados nos últimos anos e acaba mostrando seu natural desgaste. Outro ponto que faz falta é a explosão de adrenalina e cenas de ação mais elaboradas, junto com um final mais épico para fazer jus a quadrilogia.

Vamos semear o amor

Bond Girls. Monica Bellucci sem comentários. Provavelmente a mulher mais linda e talentosa que existe, sempre agrega e sempre vai agregar, em qualquer filme que esteja. Léa Seydoux vem para deixar o sangue azul de Bond mais quente. (pegou a referência?). A atriz francesa é a Bond Girl que romantiza a história, mas que não chega ao ponto de justificar um “eu te amo”, ao contrário de Vesper Lynd, interpretada por Eva Green em Cassino Royale. Vesper que inclusive, assombrou James durante todos esses filmes e serve de escape sentimental em SPECTRE para que Bond tome suas decisões e rumos.

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Infelizmente, o que sobressai ao final de SPECTRE é o doce adeus de Craig, mesmo que indiretamente. O ator ainda tem contrato para mais um filme, porém já sinalizou em diversas entrevistas que não deseja voltar. A falta de um “James Bond will return” nos créditos finais acaba com qualquer esperança para isso.

Agora é torcer para que, independente de quem assumir o smoking no próximo filme, continue melhorando e agregando ao personagem, seja na marra e na inexperiência que quebra o mito do espião que nunca morre, nas dores sentimentais e psicológicas, ou até mesmo em polêmicas mais atuais, como a homossexualidade abordada em breve momento em Skyfall. Por que não um James Bond negro? Por que não um James Bond gay? Por que não uma James Bond? Muito mais do que ação e gadgets tecnológicos, abrir a franquia para evoluções desse nível, como feito na quadrilogia de Daniel Craig, é o verdadeiro modo de mostrar que 007 é imortal nos cinemas. 

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P.S. e desabafo: Não sou crítico musical, mas a abertura de SPECTRE "Writing's On The Wall", cantada por Sam Smith, é de uma chatice que só. A cadência lenta e voz gemida do artista contribui para o filme perder alguns pontos a mais. 

Angry Birds - O Filme | Trailer dublado e sinopse

O filme nos leva a uma ilha populada inteiramente por pássaros felizes e que não podem voar – ou quase inteiramente. Neste paraíso, Red (Jason Sudeikis, Família do Bagulho, Quero Matar Meu Chefe), um pássaro com problemas de temperamento, o veloz Chuck (Josh Gad em sua primeira animação desde Frozen: Uma Aventura Congelante), e o volátil Bomba (Danny McBride, É O Fim, “Eastbound and Down”) sempre foram excluídos. Mas quando a ilha é visitada por misteriosos porquinhos verdes, cabe a estes improváveis rejeitados descobrir o que os porcos estão tramando.

Crítica do filme Cidades de Papel | Enredo envolvente, ótimo senso de humor

O público brasileiro se tornou relevante aos escritores best-sellers da Europa e dos Estados Unidos. A boa receptividade dos nossos leitores, principalmente adolescentes, é valorizada por meio de gestos cada vez mais frequentes. Por causa disso, começo chamando a atenção para a passagem de John Green pelo Brasil na semana passada e o fato da estreia de Cidades de Papel acontecer hoje em nosso país, enquanto que nos Estados Unidos ela está marcada apenas para daqui duas semanas.

Com um evento de grande porte que aconteceu quarta-feira passada no Rio de Janeiro, é claro que toda a mídia se movimentou e até o Fantástico dedicou longos minutos dominicais agraciando fãs com uma entrevista meia-boca. Mas se dependesse de toda essa desgastante repercussão, eu teria perdido facilmente a oportunidade de conhecer a experiência surpreendente de uma ótima adaptação.

Enquanto se costuma dizer que o filme jamais alcança a qualidade daquilo que está escrito, Cidades de Papel conta com algumas modificações para o cinema que tornam a obra mais envolvente. E isso não sou só em quem está dizendo: o próprio John Green se diz satisfeito em suas diversas entrevistas, com orgulho do resultado final e sem aquela arrogância que caracteriza gigantes como Alan Moore e Stephen King historicamente.

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O personagem principal da história é Quentin Jacobsen (Nat Wolff), que quando era criança viu Margo Roth Spiegelman (Cara Delevingne) se mudar para o bairro onde morava. Eles cresceram brincando juntos, alimentando grande sentimento no rapaz até que a adolescência chegou e a garota se tornou cada vez mais distante dele.

Quentin tem o perfil pouco descolado, o que explica esse afastamento de sua vizinha que optou por cultivar amizades com grande notoriedade perante os demais colegiais. Entretanto, ele é caracterizado com menos insegurança em comparação com a descrição que consta no livro. Além disso, o que deixa o enredo muito divertido é a relação que mantém com seus dois melhores amigos: Ben (Austin Abrams) e Radar (Justice Smith), ambos responsáveis por diálogos engraçados e piadas constantes.

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Ao descobrir que seu namorado está saindo com outra garota, Margo invade o quarto de Quentin durante a madrugada e o convida para participar de seu plano de vingança. Com o misto de amizade de amor platônico que ele sente, a cumplicidade se estabelece imediatamente mesmo após tantos anos sendo solenemente ignorado pela vizinha. A vingança dura até o amanhecer, tocando o terror por meio de criativas traquinagens na vida de quem a fez sofrer e causando bastante constrangimento no dia seguinte.

Margo opta por não acompanhar os resultados de seu plano perfeito e desaparece sem deixar vestígios. Exceto pelas pistas que parecem propositalmente direcionadas a Quentin, que obviamente vai atrás sem que seus amigos o deixem sozinho. Sua paixão é a motivação que o impulsiona até o local onde ela decidiu viver, mas sem que a trama se converta num daqueles episódios piegas de Malhação e sem que o desfecho seja um clichê final feliz.

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O que mais gostei nesse filme foi o ritmo: ele tem uma história leve e que se desenvolve de modo envolvente. Sem dúvidas o senso de humor é fundamental para falar de amor na adolescência, evitando que o clima fique desnecessariamente meloso.

Aliás, a questão do humor é uma ótima lição para todos nós: as piadas que envolvem questões raciais são muito engraçadas, mas nenhuma delas recorre ao racismo para conquistar o riso. É um jeito bem inteligente e contemporâneo de tratar de idiotices como a bandeira dos estados confederados, que recentemente reacendeu o polêmico debate entre os estadunidenses.