Formiguinha - Café com Filme

Crítica do filme Minúsculos | Um Mundo Gigante repleto de Surpresas

É bem provável que você, quando criança, tenha parado em algum momento da sua vida, nem que seja por míseros segundos, e observado insetos dos mais variados tipos no jardim da sua casa.

Eu, pelo menos, fiz isso várias vezes e ficava fazendo perguntas bobas para minha mãe sobre como alguns bichinhos viviam. Era fantástico olhar aqueles animais de tamanho ínfimo, principalmente as formigas que, de vez em quando, apareciam carregando objetos enormes.

Mas o mundo macro, de forma geral, é muito elegante e curioso. As formigas, as joaninhas, as borboletas e outros tantos despertam a curiosidade de muita gente, já que são tão pequeninos e parecem ser tão organizados.

No filme “Minúsculos”, somos transportados para esse mundo, onde acompanhamos várias formigas (e outros bichinhos) fazendo a festa nos restos de um piquenique. No local, há uma cesta recheada de cubos de açúcar, a qual é encontrada pelas formigas pretas que resolvem levar tudo para seu formigueiro.

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O que elas não sabiam é que uma joaninha repousava ali. Nossa amiguinha de carapaça vermelha infelizmente não consegue voar e assim pega carona. Logo, para poder sobreviver, a joaninha e o líder das formigas, Mandible, viram amigos. Essa amizade vai ser importantíssima, principalmente quando o formigueiro sofre a invasão das formigas vermelhas, lideradas pelo temível Butor.

Muitas boas ideias

A execução de “Minúsculos” foi muito bem pensada. Não é exatamente o tipo de ideia inovadora, já que projetos que mesclam filmagens com personagens computadorizados é algo bem antigo. Entretanto, a forma como tudo se encaixa perfeitamente e o cuidado aos detalhes é o que encata nesta produção franco-belga.

A fotografia é a beleza maior, claro. Apesar da simplicidade da coisa, já que são apenas filmagens no meio da floresta, as cenas de natureza são perfeitas. Dá a impressão de que estamos lá junto às formiguinhas, aproveitando o verde, o ar puro, os rios, a chuva, a luz natural. Cada detalhe é enfatizado e passa uma sensação muito boa.

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É engraçado que os personagens do filme parecem ser feito de massinha, ainda que saibamos que não é o caso aqui, já que o estilo de animação é outro. Na verdade, todos são computadorizados, mas eles são inseridos no cenário de forma tão sútil, que parece que estamos vendo insetos de verdade. Dá até vontade de abraçar a joaninha.

O uso das onomatopeias é primordial e deixa a animação ainda mais interessante. A forma de expressão varia conforme cada inseto, mas os barulhos que eles emitem são muito engraçados. Alguns se parecem com buzinas, outros com apitos. É muito bom ver esse tipo de técnica sendo aproveitada, já que desperta a curiosidade da criançada.

Sem o uso de um linguajar conhecido, o filme dá espaço para que o público presuma o que cada personagem está pensando, insinuando e também “falando”, afinal, não é porque nós não entendemos que isso quer dizer que não haja a comunicação. Eles se entendem muito bem e o público também pode compreender facilmente as conversas.

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A trilha sonora do filme também foi muito bem trabalhada. Ela é simples, conta com piano, alguns instrumentos de sopro, mas passa todas as emoções necessárias para impulsionar a plateia. A música deixa a jornada muito mais fantástica, pois causa preocupação, alegria e outros sentimentos.

Minúsculos” é uma animação recomendada para crianças e adultos — que são crianças com mais de 18 anos —, principalmente por se tratar de algo muito bonito, inteligente e até educativo. Ainda que simples, este filme tem muito a mostrar e pode ser um programa bem legal, já que difere muito de outras tantas animações de grandes estúdios.

Esperamos que mais ideias boas como essas apareçam no cinema em breve.

Homem-Formiga | Novo trailer legendado e sinopse

A próxima evolução do Universo Cinemático Marvel traz um fundador dos Vingadores para a telona pela primeira vez com Homem-Formiga (Ant-Man) dos Estúdios Marvel. Armado com a surpreendente habilidade de encolher em tamanho, mas aumentar sua força, o ladrão mestre Scott Lang deve aceitar seu herói interior e ajudar seu mentor, o Dr. Hank Pym, a proteger o segredo por trás de seu especular traje de Homem-Formiga de uma nova geração de grandes ameaças. Enfrentando obstáculos que parecem ser insuperáveis, Pym e Lang precisam planejar e levar a cabo um roubo que salvará o mundo.

Homem-Formiga (Ant-Man) da Marvel é estrelado por Paul Rudd como Scott Lang, apelido Homem-Formiga; Evangeline Lilly como Hope Van Dyne; Corey Stoll como Darren Cross, apelido Yellowjacket; Bobby Cannavale como Paxton; Michael Peña como Luis; Judy Greer como Maggie; Tip “Ti” Harris como Dave; David Dastmalchian como Kurt; Wood Harris como Gale; Jordi Mollà como Castillo; e Michael Douglas como Hank Pym.

Peyton Reed dirige Homem-Formiga (Ant-Man) da Marvel com produção de Kevin Feige, e Louis D’Esposito, Alan Fine, Victoria Alonso, Michael Grillo, Edgar Wright e Stan Lee como produtores executivos. Homem-Formiga (Ant-Man) da Marvel é uma aventura com muita tensão que será lançada em 16 de julho de 2015.

Vida de Inseto | Cena dublada e sinopse

Embarque em uma fantástica aventura pelo minúsculo mundo dos insetos, na animação computadorizada VIDA DE INSETO, da parceria de sucesso Disney/Pixar. Flik é uma formiga cheia de idéias que precisa contratar guerreiros para defender sua colônia de um faminto bando de gafanhotos. Quando descobrem que o exército é na verdade um fracassado grupo de atores de um circo de pulgas, o cenário está armado para divertidas confusões!

Crítica do filme Sob a Pele | Sexy sem ser vulgar

Desde o lançamento do primeiro trailer — lá no começo do ano — do filme “Sob a Pele”, apareceu aquele grupinho de intelectuais metidos a manjadores falando que este seria mais uma obra genial, imperdível, nunca antes pensada, etc.

A verdade é que essa obra do diretor (não muito conhecido) Jonathan Glazer se encaixa no gênero que chamamos de cult, que é composto por projetos que geralmente tratam de algum tema de forma abstrata e exigem uma interpretação profunda do espectador.

Assim, antes que eu entre em minhas divagações sobre o tema, devo dizer que o filme não é bem o que o público geral espera. Se você é do tipo que gosta de filmes de ficção científica que têm extraterrestres tradicionais e um enredo bem definido, então “Sob a Pele” não é o que você procura.

Já antecipo aqui que é o filme é muito bom e de uma riqueza visual ímpar, mas acho válido relatar de antemão que ele não é toda essa genialidade que os “entendidos” de filme cult dizem. Trata-se de uma visão diferente do tema proposto, mas nada que vá fazê-lo refletir muito ou ficar extasiado.

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Bom, para você que não conhece o filme (você talvez nem deveria ler uma crítica para não reclamar de spoilers), vale uma introdução. Em “Sob a Pele”, acompanhamos uma alienígena (Scarlett Johansson) sensual sem nome que oferece carona para desconhecidos e consome aqueles que demonstram um apetite sexual muito voraz.

A poderosa genitália alienígena

A introdução do filme denota o que vem pela frente. São alguns bons minutos de cenas sem sentido que deixam o público fazendo questões sobre o que está acontecendo. As imagens abstratas parecem mostrar o universo, mas aos poucos podemos conferir que tudo se passa dentro dos olhos da alienígena sensual.

Não há quaisquer falas durante os primeiros momentos, porém um constante ruído sonoro é usado como trilha sonora. Não deve demorar muito para que ele cause incômodo e você se sinta desconfortável. Nessas primeiras imagens, já vemos a alienígena sensual toda nua (é isso aí, é o pedido da moçada sendo atendido).

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Ela está mexendo em uma pessoa desmaiada, mas não dá pra entender o que ela realmente quer. Fica a dúvida também: afinal, quem é esse motoqueiro que aparece já nas primeiras cenas (e que fica passeando de motoca o resto do filme por belíssimos cenários)? O que esse cara quer? Seria ele irmão da protagonista? Fica aí essa dúvida eterna.

A história (que não é nem um pouco clara) vai se desenrolando aos poucos, com a alienígena abusando de vários homens que estão dando sopa na estrada. Ela atrai a atenção deles, rola uma hipnose sinistra e, então, ela leva os rapazes para um ambiente escuro onde eles são dragados pela sua sensualidade absurda e logo são consumidos pelo próprio desejo.

O filme não explica bem como isso funciona, mas, a meu ver, parece que esses caras louquinhos por uma boa transa são levados a um estado de sono profundo, de onde eles jamais sairão. É como se eles entrassem num limbo, o qual é mantido pela mente da alienígena. E ela parece necessitar dessas presas fáceis para continuar viva.

Essas cenas em que a protagonista apenas desfila em meio a um cenário sem fim são incrivelmente impressionantes. Glazer, que também é roteirista do filme, caprichou nessas tomadas. Há uma dualidade de sensações, que mistura excitação com medo do desconhecido. O som ajuda muito e dá até sustos. É como se estivéssemos no papel dos homens que ela captura e não pudéssemos reagir.

Uma óptica diferente do mundo

Conforme essa extraterrestre apática fracassa ao atrair algumas presas, ela resolve explorar o planeta e conferir o comportamento dos humanos de perto. Logo percebemos que ela é bem fria e não consegue se adaptar aos costumes terrestres. Ela passa por uma série de dificuldades para se adaptar.

Nós, como humanos, não temos noção de como é difícil ser um alienígena. Já imaginou como é complicado chegar em um planeta desconhecido e ver um monte de criaturas insignificantes agindo como se fossem os reis da galáxia? É tipo quando observamos formiguinhas e ficamos imaginando o que esses bichinhos ficam fazendo o dia todo.

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“Sob a Pele” tenta retratar justamente esse olhar do ser superior que vê de forma diferente. A observação é fundamental, por isso boa parte das cenas do filme são focadas em longas tomadas que exibem os detalhes das paisagens. O silêncio é um recurso marcante e constante em quase toda a película, afinal, ouvir com atenção é parte do reconhecimento local.

O filme se apoia muito sobre os recursos sonoros. A trilha sonora de Mica Levi é simplesmente fenomenal. Com ruídos aleatórios, apitos incessantes, batidas descompassadas e zumbidos infinitos, a música incomoda os ouvidos e passa os mais diversos tipos de sensação. Aos poucos, podemos ver que a obra tem um pouco de melancolia, angústia e até uma atmosfera sombria que nos impacta negativamente.

Nossa, que filme louco e sem sentido

O marketing de divulgação de “Sob a Pele” foi bem elaborado e aposta em ideias diferentes. São três sites: t0uch-me, touched-some1 e 1-of-many. Cada página mostra um dos conceitos apresentados do filme. Além disso, você pode discar para um telefone nos EUA e ouvir uma mensagem da personagem principal do filme (vale a pena ouvir o que ela tem a dizer).

“Sob a Pele” é um longa-metragem que deve agradar somente ao público que gosta de pensar. Trata-se de uma jornada pelo desconhecido, de um olhar diferente para o comum. O filme é de difícil compreensão e não vai levá-lo a lugar algum. O fim é um bocado decepcionante e muitas dúvidas permanecem sem respostas.

Aliás, depois de assistir ao filme, fiquei pensando como seria conferir a obra sem conhecer um mínimo. A verdade é que uma pessoa que não sabe ao menos a sinopse do filme dificilmente entenderia a história, afinal em momento algum é explicado que a protagonista é uma alien.

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Enfim, só posso dizer que esse é mais um filme bonito e muito bem trabalhado. Entretanto, esta é uma obra que certamente vai desagradar as pessoas que querem ver uma grande ficção científica.

Aproveitando a ocasião, quero dizer para você que está na vibe de ver o filme apenas para curtir a Scarlett Johansson sem roupa:

1) Esse filme não é para você;
2) Não perca seu tempo, pois você vai se arrepender.

Sob a Pele” está em cartaz em alguns cinemas selecionados do Brasil.