Eva Green - Café com Filme

Crítica do filme A Grande Jogada | O que disse machista?

Grandes fãs de pôquer que acompanham os tabloides internacionais possivelmente ouviram falar algo sobre uma mulher chamada Molly Bloom, que roubou as manchetes lá em 2013 ao ser acusada — e presa — por lavagem de dinheiro e operação ilegal de jogos de azar.

A história de Molly e seu incrível jogo de pôquer que conquistou famosos de Hollywood e os grandes investidores de Wall Street começou mesmo quase dez anos antes, quando ela deixou de ser garçonete e entrou no ramo da jogatina ao ajudar um ricaço do segmento.

Agora, cavando mais a fundo, esta incrível mulher teve seus primeiros momentos de sucesso ainda jovem, quando era uma promissora esquiadora que buscava medalhas em jogos olímpicos. De desportista a top nas mesas de pôquer, o filme “A Grande Jogada” nos leva a conhecer os detalhes da carreira de Molly.

Pois é, e a história acima pode parecer mesmo o roteiro de um filme, mas é na verdade uma história real, que foi baseada no livro da própria Molly Bloom. No longa-metragem, acompanhamos em detalhes toda a trajetória de sucesso de Molly em meio a um ninho de homens asquerosos que pensavam ter o poder e, eventualmente, caíram do cavalo.

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Com a astúcia de Aaron Sorkin (roteirista de “O Homem que Mudou o Jogo”, “A Rede Social” e “Steve Jobs”), podemos — quase — compreender cada passo da jovem princesa do pôquer, que demonstra total controle da narrativa de sua vida e do filme. É claro que ela conta com vários trunfos, principalmente uma ajudinha de um advogado supimpa.

Para você que não pretende mergulhar no restante da crítica, já antecipo que “A Grande Jogada” não é um filme imprescindível para sua vida, mas ele tem algumas cartas na manga e se sai bem no quesito entretenimento, principalmente quando pensamos que isso aconteceu de verdade. Talvez tenha dois dedinhos de whisky na história, mas é uma boa pedida.

Difícil como um jogo de pôquer entre poderosos

O foco principal de “A Grande Jogada” é a vida da própria Molly Bloom, mas é inevitável que uma parte gigantesca do roteiro seja focada nas mesas de carteado. Assim, a narrativa, ainda que interessante e devidamente diluída em doses de piadas e explicações simplificadas, gira em torno de termos específicos do pôquer.

Até aí, zero problemas, já que temos outros filmes que lidam com jogatinas e se explicam de alguma forma. Aqui funciona parecido e você só não vai entender nada se não der a devida atenção a cada palavra da protagonista — e ela fala muito —, porém as jogadas sequenciais, somada a rapidez na narração e aos tantos nomes é o que complica o meio de campo.

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O script, ainda que bem montado, fica em rodeios entre o presente e o passado, fazendo analogias e se alongando com os pensamentos de Molly. Funciona super bem para explicar os pormenores da história e deixar tudo muito engraçado, só que a partida fica um tanto cansativa quando não vemos ligações mais claras e coerentes com a atualidade.

Com uma pegada que mistura toda essa questão temporal, voltando lá na infância da protagonista, até a repercussão dos fatos em quem ela se tornou, o filme pode ser um bocado entediante para quem não estiver concentrado ou mesmo dificultoso pelo linguajar polido e acelerado. Apesar difícil, há várias cartadas animadoras até chegar ao fim do jogo.

Delicioso como o sabor da vitória sobre os canalhas

Pode ser que “A Grande Jogada” seja um filme longo e cansativo para algumas pessoas, mas as recompensas para o público são gratificantes. Graças à protagonista brilhante em suas falas e com um tom de humor esplêndido, o roteiro deixa a monotonia de lado e se revela inovador a cada novo diálogo. Não é raro conseguir ver um soco de empoderamento e uma voadora acompanhada de um “O que disse machista?”.

A escolha de Jessica Chastain para o papel principal, aliás, foi algo pensado para conquistar o público já nos primeiros instantes. Não é nem preciso entrar nos detalhes da voz charmosa e da beleza ímpar da atriz, porém cada olhar imponente e a presença entre os tantos marmanjos mostra que este é um filme para revelar o poder de uma mulher de grandes ambições.

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Além disso, os planos muito bem arquitetados de Molly Bloom mostram outro lado ainda mais divertido de observar: a ruína de milionários que pensam estar se divertindo, mas que estão apenas cavando suas próprias covas. É justamente na derrocada de estereótipos e nos comparativos mais esdrúxulos que o filme se mostra ainda mais saboroso.

Completa com perfeição a história dois homens que são importantíssimos: Idris Elba e Kevin Costner. Um é apresentado como um modelo em todos os sentidos, outro é o contraponto que pode ser o estopim para inúmeros desdobramentos do roteiro. É muito legal ver um filme flertando com tantas pautas e ainda entregando boas surpresas.

No fim da partida, “A Grande Jogada” é como um Royal Straight Flush (a melhor mão possível numa partida de pôquer) na cara dos magnatas. As jogadas ousadas de Molly Bloom chegam num momento importante para reforçar o empoderamento feminino. Não é um filme obrigatório para o cinema, mas é claro que tudo fica ainda mais lindo na telona. Recomendo!

Crítica do filme O Que te Faz Mais Forte | Um retrato realista de coragem

Já faz algum tempo que o terrorismo virou uma pauta recorrente no cinema. Seja pelas dores causadas ao patriotismo americano ou às vítimas, a temática é bem-vinda para debater a violência empregada em tais atos, o sofrimento infligido aos envolvidos e a comoção gerada em torno de tais brutalidades.

Estas foram algumas das pautas que viraram notícia por vários dias em meados de 2013, quando um terrorista causou danos irreparáveis durante a Maratona de Boston. Agora, o capítulo trágico é resgatado na biografia de Jeff Bauman, que ganha vida nas telonas com o roteiro de John Pollono e a direção de David Gordon Green (de “Especialista em Crise”).

O jovem Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal) vive uma vida comum, dividindo seu tempo entre o trabalho, os jogos do Red Sox e a busca pela reconquista do coração de sua ex-namorada, Erin (Tatiana Maslany). É numa dessas tentativas de chamar a atenção da garota que ele decide acompanhar a maratona de perto, situação em que acabou perdendo as duas pernas na explosão.

Em poucos instantes, o jovem de apenas 27 anos vê sua rotina mudar do comum para o inusitado. Além dos desafios infindáveis para tentar superar o ocorrido, Jeff Bauman vê que tal episódio o transformou num herói, um ícone para a população que precisava de alguém forte que jamais se dobraria às barbáries do terrorismo.

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Indicado em várias premiações e com duas estatuetas concedidas aos trabalhos excepcionais dos protagonistas, o filme conquistou o mundo com seu drama acentuado e cenas chocantes. Apesar do patriotismo reforçado, o longa “O Que te Faz Mais Forte” tem boas pautas a serem debatidas e um realismo impressionante na representação da coragem do ser humano.

Muito além do clichê

Retratos sobre pessoas que têm suas condições físicas debilitadas por inúmeras razões são comuns, mas é também muito corriqueiro que alguns desses filmes caíam em velhas ciladas na dramatização excessiva, em que vemos os personagens secundários e outros figurantes se desdobrarem para fortalecer o protagonista num tempo de dificuldade.

Baseado em fatos, a história de “O Que te Faz Mais Forte” foca nas adversidades, mas busca retratar muito mais o drama do próprio Jeff Bauman. Aqui, somos levados a acompanhar sua perseverança tanto para lidar com sua nova condição quanto com os dramas e a fama. O filme revela o lado depressivo, angustiante e muito do desgaste repassado a todos os envolvidos.

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É justamente por isso que Gyllenhaal se sobressai nesta obra, pois ele é desafiado a repassar toda a dramaticidade da situação, seja através de expressões aguçadas ou mesmo das limitações na movimentação durante as cenas. O ator vai do drama extremo ao sarcasmo em poucos instantes, enfrenta multidões e também se mostra preparado para confrontar seus dilemas diários.

A atriz Tatiana Maslany também não faz por menos, pois dá mais do que o suporte básico e toma a frente em inúmeras situações. Ela é quem comanda muitas das cenas, uma vez que o protagonista se vê acuado diante de tanto pavor, medo e depressão. Responsável por guiar seu companheiro, a personagem aqui aumenta muito a amplitude do drama proposto na história.

É claro que o restante do elenco também se faz importante, principalmente os pais de Bauman, que escancaram inúmeros pontos pouco comuns em filmes do gênero, como a questão do despreparo, da exigência por assistência e outros tópicos que devem ser trazidos ao debate. Graças ao trabalho coletivo, a história ganha força aos poucos e conquista pelo tom diferenciado no drama.

Uma produção forte em suas raízes

Roteiro é um quesito importantíssimo na maioria dos filmes, mas a produção aqui é colaborativa em inúmeros aspectos, já que parte do choque na plateia se dá na exibição das cenas mais fortes, seja no próprio ataque na maratona ou nas situações seguintes, em que vemos closes das pernas amputadas de Jeff Bauman.

Aliás, é difícil não observar tantos ângulos do personagem e não se perguntar como a equipe de efeitos especiais e maquiagem conseguiram tal façanha. Bom, só por curiosidade, em entrevista ao site Express, Donald Mowat (responsável pela maquiagem) comentou que a mágica acontece muito mais na maquiagem do que nos efeitos.

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Muitas cenas são com truques de câmera, em que as pernas ficam escondidas, mas aí depende muito do talento do artista para recriar a parte amputada. Em outros casos, o ator usou calças verdes e teve tais áreas sobrepostas com efeitos de computador. É imprescindível observar que tais representações mostradas sem piedade chocam fortemente e deixam cada diálogo ainda mais doloroso. Aliás, é importante notar que este é um filme só para os mais fortes.

Outra grande dificuldade perceptível aqui é a direção, que se destaca em cenários muito apertados, como um banheiro minúsculo, uma casa com corredores bem apertados, um elevador ou um carro. Tal abordagem amplia a sensação das dificuldades e mostra o empenho do diretor em detalhar os pormenores de alguém que passa por uma tragédia.

Enfim, apesar de não conseguir uma vaga no Oscar, o filme “O Que te Faz Mais Forte” merece uma vaga na sua agenda. Pode ser um filme com temática já desgastada, mas o novo olhar proposto aqui revela que ainda temos muito que debater e aprender com pessoas corajosas. Pegue seu lencinho e se prepare para uma história devastadora.

Baseado Em Fatos Reais | Trailer legendado e sinopse

Delphine é a autora de um romance altamente pessoal dedicado a sua mãe que se tornou um best-seller. Esgotada em função das inúmeras cobranças e frustrada por suas memórias, Delphine é atormentada por cartas anônimas que a acusam de ter jogado sua família para os leões. A romancista está em uma rotina, paralisada com a ideia de ter que começar a escrever novamente. Seu caminho então cruza o de Elle. A jovem é encantadora, inteligente e intuitiva. Ela entende Delphine melhor do que qualquer um. Delphine gosta de Elle, confia nela, abre-se. Até onde ela irá depois de se mudar para o apartamento da escritora? Ela veio preencher um vazio ou criar um novo? Dar um novo impulso ou roubar sua vida?

Veja quem foram os vencedores do Globo de Ouro 2018

Com uma cerimônia marcada pelas manifestações a favor da igualdade de gênero e raça, presentes em desde os discursos até os looks no tapete vermelho, o 75º Globo de Ouro aconteceu neste domingo, dia 08 de janeiro de 2017. A começar pelo host Seth Meyers, que acertou nos cutucões mencionando de Harvey Weinstein a Kevin Spacey, o evento foi cheio de mensagens a favor da sororidade, contra os abusos, contra a desigualdade.

E assim as premiações em si quase ficaram como coadjuvantes! As estrelas da noite foram os filmes "Três Anúncios Para Um Crime", "Lady Bird - É hora de voar" e "A Forma da Água" que levaram mais do que um Globo de Ouro cada, enquanto "Dunkirk" e "The Post - A Guerra Secreta" ficaram para escanteio. Já com relação às produções para TV, brilharam "Big Little Lies", "The Handmaid's Tale" e "The Marvolous Mrs. Maisel".

Oprah Winfrey, por sua vez, foi a homenageada da noite, fazendo um discurso direto e inspirador sobre os temas que vêm sendo discutidos no universo do cinema e da televisão. "Este ano, nós nos tornamos a história. Mas não é a história das mulheres no cinema, é uma história que transcende tudo isso. São as mulheres que trabalham como empregadas domésticas, que trabalham nas fazendas, nas fábricas", disse ela, que finalizou seu discurso fazendo menção à campanha Time's Up, que pede o fim dos abusos contra as mulheres.

Veja a lista completa de indicados e respectivos vencedores!

Melhor Filme Dramático

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Me Chame pelo seu Nome

Dunkirk

The Post - A Guerra Secreta

A Forma da Água

Melhor Filme Cômico ou Musical

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Eu, Tonya

Artista do Desastre

Corra

O Rei do Show

Melhor Diretor

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Martin McDonagh - Três Anúncios Para Um Crime

Christopher Nolan - Dunkirk

Ridley Scott - Todo o Dinheiro do Mundo

Steven Spielberg - The Post - A Guerra Secreta

Melhor Roteiro

m cafe 5407e Martin McDonagh - Três Anúncios Para Um Crime

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Liz Hannah, Josh Singer - The Post - A Guerra Secreta

Aaron Sorkin - A Grande Jogada

Guillermo del Toro, Vanessa Taylor - A Forma da Água

Greta Gerwig - Lady Bird - É hora de voar

Melhor Atriz em Filme Dramático

m cafe 5407e Frances McDormand - Três Anúncios Para Um Crime

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Sally Hawkins - A Forma da Água

Meryl Streep -  The Post - A Guerra Secreta

Michelle Williams - Todo o Dinheiro do Mundo

Jessica Chastain - A Grande Jogada

Melhor Ator em Filme Dramático

m cafe 5407e Gary Oldman - O Destino de Uma Nação

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Timothée Chalamet - Me Chame pelo seu Nome

Daniel Day-Lewis - A Ameaça Fantasma

Tom Hanks - The Post - A Guerra Secreta

Denzel Washington - Roman J. Israel, Esq.

Melhor Série Dramática

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The Crown

Game of Thrones

Stranger Things

This Is Us

Melhor Série de Comédia ou Musical

m cafe 5407e The Marvelous Mrs. Maisel

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Black-ish

Master of None

SMILF

Will & Grace

Melhor Canção Original

m cafe 5407e This Is Me - O Rei do Show

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Mighty River - Mudbound - Lágrimas Sobre O Mississipi

Remember Me - Viva - A Vida é uma Festa

The Star - The Star

Home - O Touro Ferdinando

Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical

m cafe 5407e Saoirse Ronan - Lady Bird - É hora de voar

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Judi Dench - Victoria & Abdul

Helen Mirren - The Leisure Seeker

Margot Robbie - Eu, Tonya

Emma Stone - A Guerra dos Sexos

Melhor Ator Coadjuvante em Cinema

m cafe 5407e Sam Rockwell - Três Anúncios Para Um Crime

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Willem Dafoe - The Florida Project

Armie Hammer - Me Chame pelo seu Nome

Richard Jenkins - A Forma da Água

Christopher Plummer - Todo o Dinheiro do Mundo

Melhor Atriz Coadjuvante em Cinema

m cafe 5407e Allison Janney - Eu, Tonya

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Mary J. Blige - Mudbound - Lágrimas Sobre O Mississipi

Hong Chau - Pequena Grande Vida

Laurie Metcalf - Lady Bird - É hora de voar

Octavia Spencer - A Forma da Água

Melhor Trilha Sonora Original

m cafe 5407e Alexandre Desplat - A Forma da Água

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Carter Burwell - Três Anúncios Para Um Crime

Jonny Greenwood - Ameaça Fantasma

John Williams -  The Post - A Guerra Secreta

Hans Zimmer - Dunkirk

Melhor Ator em Comédia ou Musical para o Cinema

m cafe 5407e James Franco - Artista do Desastre

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Daniel Kaluuya - Corra

Steve Carell - A Guerra dos Sexos

Ansel Elgort - Em Ritmo de Fuga

Hugh Jackman - O Rei do Show

Melhor Filme Estrangeiro

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Loveless - Rússia

The Square - A Arte Da Discórdia - Suécia, Alemanhã, França

Uma Mulher Fantástica - Chile

First They Killed My Father - Camboja

Melhor Atriz em Série Dramática

m cafe 5407e Elisabeth Moss - The Handmaid's Tale

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Caitriona Balfe - Outlander

Claire Foy - The Crown

Maggie Gyllenhaal - The Deuce

Katherine Langford - 13 Reasons Why

Melhor Atriz em Série de Comédia ou Musical

m cafe 5407e Rachel Brosnahan - The Marvelous Mrs. Maisel

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Alison Brie - Glow

Issa Rae - Insecure

Frankie Shaw - SMILF

Pamela Adlon - Better Things

Melhor Ator em Série de Comédia ou Musical

m cafe 5407e Aziz Ansari - Master of None

Anthony Anderson - Black-ish

Kevin Bacon - I Love Dick

William H. Macy - Shameless

Eric McCormack - Will & Grace

Melhor Filme de Animação

m cafe 5407e Viva - A Vida é uma Festa

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O Poderoso Chefinho

The Breadwinner

O Touro Ferdinando

Com Amor, Van Gogh

Melhor Ator em Série Dramática

m cafe 5407e Sterling K. Brown - This Is Us

Jason Bateman - Ozark

Freddie Highmore - The Good Doctor

Bob Odenkirk - Better Call Saul

Liev Schreiber - Ray Donovan

Melhor Minissérie ou Filme Feito para TV

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Fargo (TV show)

Feud: Bette And Joan

The Sinner

Top of The Lake: China Girl

Melhor Ator em Minissérie ou Filme para TV

m cafe 5407e Alexander Skarsgård - Big Little Lies

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Christian Slater - Mr. Robot

David Thewlis - Fargo (TV show)

David Harbour - Stranger Things

Alfred Molina - Feud: Bette And Joan

Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV

m cafe 5407e Nicole Kidman - Big Little Lies

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Jessica Biel - The Sinner

Jessica Lange - Feude: Bette and Joan

Susan Lange - Feude: Bette and Joan

Reese Whiterspoon - Big Little Lies

Melhor Ator em Minissérie ou Filme para TV

m cafe 5407e Ewan McGregor - Fargo

Robert De Niro - The Wizard of Lies

Jude Law - The Young Pope

Kyle MacLachlan - Twin Peaks

Geoffrey Rush - Genius

Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie ou Filme para TV

m cafe 5407e Laura Dern - Big Little Lies

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Ann Dowd - The Handmaid's Tale

Chrissy Metz - This Is Us

Michelle Pfeiffer - The Wizard of Lies

Shailene Woodley - Big Little Lies

Império Proibido | Trailer oficial e sinopse

No início do século 18, o cartógrafo Jonathan Green empreende uma viagem científica da Europa para o Oriente. Passando pela Transilvânia e cruzando as montanhas dos Cárpatos, ele se encontra em uma pequena vila perdida na floresta. Somente o acaso e o nevoeiro pesado poderia levá-lo a este lugar amaldiçoado. As pessoas que vivem aqui não se parecem com qualquer outro povo que o viajante viu antes.

Crítica do filme Blade Runner 2049 | Da tecnologia à sedução

Já faz quase meio século que Philip K. Dick previu — em “Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?” — que as máquinas dominariam o mundo. Ainda que aclamada pela crítica, tal obra se popularizou mesmo em “Blade Runner, o Caçador de Androides”, adaptação que levava parte deste universo para a telona.

Dirigido pelo mago da ficção Ridley Scott, o filme que completa seus trinta e poucos anos ganha agora uma continuação inesperada. Ambientado trinta anos no futuro, “Blade Runner 2049” revela que a Terra não mudou tanto, mas que há segredos que podem desencadear em uma série de eventos que podem ser destrutivos.

Nesta continuação, temos um novo blade runner na trilha investigativa. O policial K (Ryan Gosling) segue à risca as ordens da tenente Joshi (Robin Wright) e, em seu atual caso, ele tem a incumbência de interrogar um fazendeiro rebelde e levá-lo para as autoridades. Todavia, a missão que parecia bastante simples acaba dando pistas para uma nova apuração.

Após desenterrar uma caixa misteriosa, ele encontra pistas que podem indicar onde está o antigo blade runner Rick Deckard (Harrison Ford). Como o policial aposentado está relacionado aos novos fatos? O que a polícia sabe de fato sobre as pistas deste caso? E qual a ligação da empresa dos replicantes por trás disso tudo?

Há inúmeras indagações e não pretendo dar pistas neste texto, já que as respostas estão todas nas 2 horas e 43 minutos de filme, tempo bem aproveitado para expandir este universo a patamares inimagináveis. Com isso, posso adiantar que “Blade Runner 2049” não é apenas uma sequência espetacular, mas uma ficção ousada e muito completa. Vamos prosear.

Um vislumbre nítido do futuro

Toda obra cinematográfica pode estar um tanto limitada à sua época de produção, bem como à proposta de roteiro. No caso desta continuação, o atual momento é mais do que propício para criar e transformar toda a parte artística de inúmeras formas, já que a tecnologia de efeitos visuais não é uma limitação para a ambição da equipe de design e fotografia.

Falando na história do filme, há elementos reaproveitados e expandidos do longa-metragem de origem, mas, graças ao avanço no período de narração de “Blade Runner 2049”, podemos perceber como é possível incrementar ainda mais um universo rico em imaginação e levar a plateia para um futuro mais coerente e até convincente. Tecnologia é a palavra-chave e ela está em tudo, de carros a sistemas, de androides a interfaces.

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Enquanto o primeiro título era focado no cenário noturno e em ambientes fechados, a obra dirigida por Denis Villeneuve nos dá uma imersão maior na grande cidade dos androides. O colorido ainda é chamativo, porém há maior nível de detalhes na construção de cenários, com uso de luzes, imagens, outdoors e elementos futuristas que deixam a ambientação mais crível.

Inúmeras cenas são desenvolvidas em plena luz do dia, mostrando regiões inexploradas da Califórnia dividida entre devastação e megaconstruções. Um simples passeio do policial K pelas ruas já é motivo para ficar extasiado com o avanço tecnológico. É claro que aqueles que já viram “Vigilante do Amanhã” podem notar similaridades, mas há inovação para todos os lados.

Os novos personagens apresentados em “Blade Runner 2049” são elementos-chave para essa expansão gloriosa já comentada. Primeiramente, temos o protagonista que, além de ser um androide charmoso, é um herói complexo em todos os sentidos. É talvez a presença de K que garante um desenvolvimento tão misterioso e ao mesmo tempo atraente para a trama.

A interação com sua namorada Joi (Ana de Armas) também vem a calhar, pois ela dá mais uma pincelada das novas tecnologias e agrega em cenas marcantes que reforçam a importância do Blade Runner na trama. Apesar de secundário e justificável, quem fica devendo no desenrolar da história é Jared Leto, que dá uma de Coringa e novamente só aparece de enfeite.

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Tão importante quanto o desenvolvimento de cenário e a imersão dos personagens na história é a direção suprema de Denis Villeneuve, que cria uma conexão perceptível com a narração do roteiro — e também com o estilo de Ridley Scott — e inova ao acrescentar seu dinamismo em inúmeras ocasiões. Todo o aspecto minimalista dos ambientes internos, bem como a característica colossal dos grandes cenários aflora com a visão bem aguçada do diretor.

Revirando a poeira do passado

É claro que Villeneuve não leva os créditos sozinho. Roger Deakins é o homem por trás da fotografia, sendo então um visionário que levou essa nova perspectiva do deserto para o universo de Blade Runner. Há toda uma imensidão, lugares inóspitos, montanhas inacabáveis de lixo e muita poeira — numa tonalidade laranjada que deixa o visual estonteante — que nos levam a conhecer mais do mundo inabitado.

E não é preciso ver o filme para saber que, no meio disso tudo, em algum momento veremos Deckard novamente. O personagem está aqui com dois propósitos: vender ingressos (afinal, os fãs podem se interessar muito mais por revê-lo na telona) e agregar valor ao roteiro, que acaba usando alguns fatos do passado para fazer a ponte e deixar as coisas mais interessantes.

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Seria perfeitamente possível fazer uma continuação sem o policial do primeiro filme, mas sua participação é conveniente e deixa o roteiro bem mais atraente. Apesar de puxar alguns acontecimentos do primeiro longa-metragem, posso afirmar com tranquilidade que não se faz necessário ver o primeiro filme para entender os pormenores da história.

Os roteiristas Michael Green (de “Alien: Covenant” e “Logan”) e Hampton Fancher (de “Blade Runner, o Caçador de Androides”) deixaram a história bem mastigada, ainda que alguns bugs (ou furos) sejam perceptíveis na trama. Os mais atentos vão ver que nem tudo foi resolvido em sua essência, mas pequenas incoerências nem de longe atrapalham a magnitude do filme.

Finaliza o pacote de “Blade Runner 2049” a trilha sonora espetacular e sem precedentes do mestre Hans Zimmer (que você já conhece de inúmeros filmes de Christopher Nolan) e de seu parceiro Benjamin Wallfisch (nome de peso que se destacou neste ano pelas trilhas de “IT – A Coisa” e “Annabelle 2”).

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A colaboração aqui é impecável e o tom de cada artista é notável por características simples, mas que já marcaram suas carreiras. Hans Zimmer entra com tudo com recursos mais pesados, que lembram muito os grandes estrondos de “Dunkirk”, enquanto Wallfisch garante o tom de mistério constante em boa parte da trama.

O resultado são composições intensas, que remetem à sonoridade clássica do Vangelis (compositor da trilha do primeiro filme), porém inovadoras a seu tempo ao trazer algo muito mais robótico e assustador, o que caracteriza bem esse futuro mais carregado de suspense e tecnologia. A trilha já está disponível no Spotify.

Felizmente, todos esses momentos não se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. 

Hoje, temos uma continuação fenomenal chegando aos cinemas, que deve perpetuar o mundo dos replicantes e os Blade Runners para a eternidade. Veja e contemple o futuro!

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