Jonah Hill - Café com Filme

Crítica do filme Festa da Salsicha | Sexo e comida nunca foi uma boa combinação

Festa da Salsicha” é uma animação feita para adultos, mas isso não significa que as piadas desse filme não tenham saído de uma sala da 5ª série. Ok, talvez eu esteja exagerando, pode-se dizer que saiu da mente de um adolescente drogado, com os hormônios a flor da pele e uns fetiches estranhos por comida.

Como já era de se esperar, piadas infames como “meter minha salsicha no seu pão” são utilizadas o tempo todo, e esse é o resumo do filme. Alimentos em um supermercado esperando para transar. E se você não aguenta mais ouvir seu tio contar a piada do pavê, mas ri dessas piadas, parece que o jogo virou, não é mesmo?

Para ser justo, isso tudo foi imaginado por Seth Rogen, responsável pelo roteiro e ator de "Superbad" (2007), "Segurando as Pontas" (2008), "É o Fim" (2013) e "A Entrevista" (2014); então pode esperar uma comédia semelhante a esses títulos.

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Seth Rogen empresta a voz para a salsicha protagonista Frank, cujo objetivo é “entrar” no pão sensual Brenda (Kristen Wiig), mas existem regras e elas não podem ser quebradas. Acontece que os alimentos vivem num supermercado e diariamente cantam sobre o Paraíso — um lugar mágico onde eles finalmente vão para transar e viver plenamente. Obviamente essa é apenas uma ideia que as comidas têm do que acontece quando um humano, considerados deuses, os levam para casa.

E além disso, é necessário ser puro para ser escolhido, pois do contrário serão jogados em uma lixeira pelo deus furioso, que na verdade é só um adolescente entediado com seu trabalho. Eles vivem com essa esperança de um lugar sagrado fora da porta do mercado, mas tudo muda quando um pote de mostarda e mel (Danny McBride) é devolvido para as prateleiras, revelando que na verdade os deuses são sanguinários e que só querem comer os alimentos.

Ninguém leva muito a sério essa história, e continuam seguindo sua crença,  porém Frank fica desconfiado e parte em busca da verdade, e a partir daí toda a trama se desenrola, contudo sempre com o objetivo de entrar em Brenda.

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O elenco conta com nomes de peso como Salma Hayek, que dubla um taco lésbico chamada Teresa, Bill Hader como a cachaça anciã Aguardente, Paul Rudd como o faxineiro malvado Darren e James Franco como Druggie, um viciado em drogas que enxerga a quarta dimensão em que os alimentos têm pernas, braços e sabem falar. Jonah Hill faz a salsicha Carl, e Michael Cera dá vida a Barry, uma salsicha deformada que é peça chave para a conclusão da história.

A dificuldade em dublar adaptando

No Brasil, as cópias dubladas foram adaptadas pelos famosos humoristas do Porta dos Fundos. Infelizmente durante a tradução diversas referências, expressões comuns e trocadilhos são perdidos. Por exemplo, no começo temos uma excelente piada (insira sarcasmo aqui) de Hitler massacrando os judeus, mas o massacre de linguiças alemãs a caixinhas de suco fica sem sentido. Era um jogo com "jews" e "juice" (judeu e suco, em inglês). Outro exemplo é o “vilão”, uma ducha chamada Douche (gíria para babaca).

O filme é recheado de estereótipos raciais, isso é comum em comédias e as pessoas acham graça, legal. Mas um dos elementos chaves para descrever outras etnias é o sotaque, e na versão dublada mesmo com toda a adaptação milagrosa realizada pela equipe, acaba sendo toda resumida ao sotaque carioca.

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Então vale salientar que apesar do esforço e ótimo trabalho da dublagem brasileira, esse tipo de filme me parece melhor aproveitado na língua original.

Drogas são muito recomendadas para o consumo desse filme

Parece fácil imaginar que as piadas óbvias análogas a sexo acabem rápido, e isso não passou despercebido pelos brilhantes roteiristas. Em certo ponto, o filme questiona a religião de uma forma geral, obedecendo regras que não fazem sentido e que não são explicadas, intolerância racial e até mesmo homossexualidade. E indo mais além, a um niilismo resumido em uma orgia gastronômica e até metafísica.

Por fim, alguns vão gostar de “Festa da Salsicha”, e outros não. Comédia é algo subjetivo e nem todos podem achar graça em um pão que tem uma vagina na cara e fala por ela. Mas se você ri desse tipo de piada, vai amar o filme. E não há problema algum nisso, às vezes precisamos de um filme bobo sem muito propósito, e esse é definitivamente um deles.

Crítica do filme Cães de Guerra | Trapaceando o sonho americano

Cães de Guerra testa as habilidades cinematográficas de Tood Phillips, mostrando que o diretor é capaz de oferecer algo diferente. Ótimas atuações (com destaque para Jonah Hill), boas risadas e até mesmo um pouco (bem pouco) de reflexão moral, fazem de Cães de Guerra um dos melhores títulos da filmografia do diretor.

O grande trunfo de Cães de Guerra é a sua capacidade de enganar o público. O filme se veste de comédia para contar um drama, celebra o sucesso para mostrar a queda, e essa habilidade ganha corpo em Efrain Diveroli (Jonah Hill), o golpista carismático que guia David Packouz (Miles Teller) e o espectador pelo terreno moralmente ambíguo do mercado internacional de armas.

A história, inspirada em um artigo publicado na revista Rolling Stone, segue a jornada de dois amigos que encontram uma forma (totalmente legal) de participar de licitações do exército estadunidense durante a Guerra do Iraque. Assim, dois caras chapados de vinte e poucos anos em um escritório de Miami, acabam descolando um contrato de 300 milhões de dólares. Porém, todo sonho acaba eventualmente, até mesmo o sonho americano.

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David Packouz (Miles Teller) anda meio perdido, trabalhar como massoterapeuta malmente paga as contas e sua nova empreitada, vendendo lençóis de luxo para casas de repouso em Miami, não deu muito certo. Sem saber ao certo o que fazer da vida, ele recebe a noticia de que sua namorada Iz (a bela Ana de Armas) está grávida. Essa é a deixa para que Efrain, um velho amigo dos tempos de escola, assuma o controle da vida de Miles e da película como um todo.

Jonah Hill (O Lobo de Wall Street) e Miles Teller (Whiplash – Em Busca da Perfeição) se firmam como dois grandes nomes da sua geração e mesmo com alguns altos e baixos, a presença dos dois é marcante ao longo de Cães de Guerra. Sem sombra de dúvida Jonah Hill é o nome do filme, sua atuação é extravagante como a própria vida de Efrain. É impossível não reparar quando ele está em cena, até mesmo pela sua corpulência (Jonah parece estar mais obeso do que em qualquer outro filme) um traço que evidencia a sede por excesso que guia o personagem.

David é o narrador, mas é Efrain quem se destaca.

Efrain está sempre em busca de mais, mais dinheiro, mais drogas, mais tudo, ele é expansivo e acelerado, seja por conta da sua personalidade ou pela cocaína que flui à la Scarface ao longo de todo o filme. Já David Packouz é o oposto, comedido, mínimo, tranqüilo. Ele é a contraparte perfeita para Efrain.

Jonah cunha um personagem que odiamos amar. Ele é petulante ao extremo e sua flexibilidade moral é uma afronta, mesmo assim ainda criamos empatia por ele.

Se beber dirija...  outros filmes

Todd Phillips (Se Beber Não Case) mostra que atingiu sua maioridade em Hollywood, o que não significa dizer que ele amadureceu. Seguindo os passos de ouros diretores como Adam McKay (Quase Irmãos) e Jay Roach (Austin Powers), Philips foge do seu bioma e explora um cinema diferente, mesmo que apenas na teoria.

Phillips é tão trapaceiro quanto Efrain, ele absorve o ritmo alucinante de Scorsese em O Lobo de Wall Street a linguagem dinâmica de McKay em A Grande Aposta e faz com que tudo pareça naturalmente seu. Ficamos com a impressão de que se trata de um novo episódio da franquia Se Beber Não Case, especialmente durante a primeira parte do filme.

caes de guerra02 c3732Longe de ser perfeito, Phillips acaba somando mais acertos do que erros, entregando assim um filme mordaz e bem afinado. Com uma trilha sonora acertada e alguns artifícios narrativos inteligentes (como a divisão do filme em capítulos) a película consegue maquiar muitas de suas falhas. No final temos um bom filme que nos deixa com a impressão geral de que Phillips ainda possui algumas cartas na manga.

Festa da Salsicha | Trailer legendado e sinopse

Essa não é uma animação para as crianças! Tudo o que os alimentos querem é ir pra casa com a gente, mas eles finalmente vão descobrir a verdade. Neste filme com Seth Rogen, Kristen Wiig, Jonah Hill, Salma Hayek, James Franco, Edward Norton, Michael Cera, Paul Rudd e Craig Robinson, você vai acompanhar a historia de uma salsicha que se esforça para descobrir a verdade sobre sua existência.

Cães de Guerra | Trailer legendado e sinopse

Baseado em uma história real, Cães de Guerra acompanha a história de dois amigos na casa dos 20 anos (Hill e Teller) que moram em Miami durante a Guerra do Iraque e descobrem uma iniciativa pouco conhecida do governo que permite que pequenas empresas possam participar de licitações de contratos militares nos Estados Unidos.

Partindo quase do zero, eles fazem muito dinheiro e passam a viver uma vida de luxo. Mas a dupla passa a ter problemas quando consegue um contrato de US$ 300 milhões para armar o exército afegão – que os coloca em contato com pessoas muito suspeitas, algumas das quais se revelam membros do próprio governo norte-americano.

Click | Trailer legendado e sinopse

O estressado workaholic Michael Newman (Adam Sandler) não tem tempo para sua esposa (Kate Beckinsale) e filhos pois vive tentando impressionar seu mal-agradecido chefe a fim de conseguir uma merecida promoção. Então, ao conhecer Morty (Christopher Walken), um vendedor maluco, ele encontra a resposta para suas orações: um controle remoto mágico que lhe permite contornar pequenas distrações cotidianas com resultados progressivamente desastrosos.

Mas quando utiliza demais o aparelho, deixando mudo, pulando cenas e voltando outras com sua família e amigos, o controle gradualmente toma conta de sua vida e começa a programá-lo nesta agitada e engraçada comédia totalmente fora de controle.

Ave, César! | Trailer legendado e sinopse

O assistente de estúdio Eddie Manix (Josh Brolin) se vê cheio de problemas para corrigir quando alguns malucos denominados apenas como "O Futuro" sequestram o astro de cinema Baird Whitlock (George Clooney). Sem saber o que fazer e de onde arranjar o dinheiro solicitado, ele resolve procurar a ajuda de alguns amigos inusitados, mas seu dia vai ser muito longo para tentar conseguir manter todos tranquilos sem que ninguém descubra a verdade.