Peter é um menino de oito anos, o qual é atormentado por um misterioso e constante barulho que vem de dentro da parede de seu quarto, um toque que seus pais abusivos insistem estar apenas em sua imaginação. À medida que o medo de Peter se intensifica, ele acredita que seus pais podem estar escondendo um segredo perigoso e questiona a confiança deles.
O que poderia ser pior para uma criança do que não poder confiar nos próprios pais? Cedo ou tarde, os segredos de família serão desenterrados!
Como toda boa ficção científica, Extinção é uma daquelas histórias que faz você pensar sobre o futuro e contemplar o presente. A história simple que mostra um pai protegendo a sua família em meio a uma invasão alienígena, esconde algo muito mais assustador, muito mais próximo da realidade do que o termo ficção sugere.
A nova adição ao catálogo da Netflix, produzido originalmente pela Universal Pictures para um lançamento nos cinemas em janeiro de 2019, é um acerto calculado da gigante do streaming. Com uma produção mediana, o filme nunca passaria pelo crivo ácido do espectador de cinema acostumado com arrasa quarteirões do gênero.
Com um elenco interessante e um roteiro excepcional, Extinção consegue superar muitas das falhas de produção e direção que limitam o potencial da película. Assim, no melhor estilo “meia, pijama e Netflix”, Extinção agrada muito mais como um programa modesto do que como uma mega produção.
Os invasores estão chegando
É difícil falar sobre a história de Extinção sem tocar na grande reviravolta da trama que se dá no meio do segundo ato. O roteiro é sem sombra de dúvida do ponto mais forte do filme. Assinado pelo trio, Spenser Cohen, Brad Kane e Eric Heisserer — este último também responsável pelo ótimo, A Chegada — o filme acompanha a história de Peter (Michael Peña), um homem simples que tem pesadelos recorrentes com uma invasão alienígena.
A simples navegação da ansiedade do protagonista, que vê o perigo e não se sente apto para proteger sua família, já renderia uma produção interessante, haja vista filmes como O Abrigo, ou até mesmo a refilmagem de A Guerra dos Mundos. Todavia, é a reviravolta do segundo ato que realmente entrega o ouro da história. Sem entrar em detalhes para não estragar nenhuma surpresa, basta dizer que a ameaça é muito mais real e próxima do que imaginamos.
A escolha de Michael Pena como um protagonista de ação pode parecer estranho, mas se torna exponencialmente brilhante conforme a história se desenrola. Além disso, o ator também quebra o estereótipo de alívio cômico mostrando a amplitude do seu talento com uma atuação contida e inteligênte.
Por sinal, ao seu lado está Lizzy Caplan, que encarna Alice, a esposa de Peter. A atriz, que já conhece bem o gênero tendo estrelado Cloverfiled: Monstro, entrega uma atuação sólida e comovente, sendo que o mesmo vale para Amelia Crouch, que dá vida a Hanna, a filha mais velha do casal.
Errou a mão
Extinção poderia ter chamado mais atenção nos cinemas, mas no formato final apresentado isso seria viável. A falta de ousadia, ou melhor, a falta de posicionamento estilístico do diretor Ben Young compromete muito da apreciação completa do filme.
Ao não ser arrojado nas cenas de ação e não se aprofundar suficiente nos momentos dramáticos, o diretor não dá o espaço necessário para o filme crescer. Assim, Extinção se perde nos momentos de transição e não oferece todo seu potencial em nenhum dos “pólos”, seja nos momentos de ação – pouco elaborados — ou nas cenas de drama, pouco trabalhadas.
Esse é apenas o segundo longa de Young, que mesmo contando com a fotografia de Pedro Luque (de O Homem nas Trevas e a refilmagem de A Morte do Demônio), não consegue se definir dentro da película. Aliado essa falta de identidade cinematográfica, a produção ainda tem que lidar efeitos especiais de qualidade inconsistente.
“Entre mortos e feridos, salvaram-se todos”
Apesar da direção pouco inspirada de Ben Young, o elenco principal entrega atuações emotivas e consistentes que conferem um grau ainda maior de relevância para a história. Como dito anteriormente, a surpresa do segundo ato muda o tom do filme, imbuindo a narrativa de uma crítica social indigesta. Em um formato próprio da ficção científica, a realidade azeda é transformada em parábola para apontar seus absurdos.
Em tempos de Trump e Bolsonaro, Extinção é um sutilíssimo tapa na cara dos intolerantes.
Extinção é um filme mediano, com uma história acima da média. Se não fosse pelo roteiro bem amarrado, com uma reviravolta inteligente, seria apenas mais uma produção “esquecível” do extenso catálogo da Netflix. Fazendo o que a ficção científica faz de melhor, esbofetear a cara do espectador, o filme deve agradar aos fãs do gênero, entregando o que promete sem muito alarde.
Após ter sonhos recorrentes com a perda da família, um pai vê seu pesadelo virar realidade quando o planeta é invadido por uma força destruidora. Agora, lutando pela sobrevivência, ele descobre que tem uma força até então desconhecida para mantê-los longe do perigo.
Artista do Desastre narra a história real dos bastidores da produção do filme “The Room” (de Tommy Wiseau), conhecido como “o ‘Cidadão Kane’ dos filmes ruins”. O cultuado filme do diretor, produtor e ator Tommy Wiseau tem sido exibido em salas lotadas pelos Estados Unidos há mais de uma década.
Criada na selva africana por seus pais zoólogos, Cady acha que sabe tudo sobre "sobrevivência dos mais bem dotados". Mas a lei da selva toma um significado totalmente novo, quando a garota de 15 anos, educada em casa, entra na escola pública pela primeira vez.
Tentando encontrar seu lugar entre esportivas, cerebrais e outras subculturas, Cady cruza o caminho com a espécie mais perigosa: a Abelha Rainha, mais conhecida como a descolada e calculista Regina George, líder da turma mais transada, As Poderosas. Mas quando Cady se apaixona pelo ex-namorado de Regina, a Abelha Rainha recebe a ferroada e trama arruinar a vida social de Cady.
Que Brad Pitt tem uma quedinha pela Marion Cotillard por filmes de espiões e pela Segunda Guerra Mundial, não é segredo pra ninguém. De "Sr. e Sra. Smith", passando por "Bastardos Inglórios" e "Corações de Ferro", essa temática é frequente na carreira do galã de Hollywood que agora protagoniza "Aliados", novo longa-metragem dirigido por Robert Zemeckis.
Nele, Brad Pitt é Max Vatan, um agente da inteligência canadense que está em missão pelo Reino Unido no norte da África, na cidade marroquina de Casablanca, como objetivo de matar um comandante alemão em plena guerra - no ano de 1942.
Chegando na região, ele deve encontrar a agente francesa Marianne Beauséjour (Marion Cotillard), que também está na cidade com o mesmo objetivo, sob o disfarce de sua esposa. Depois de enfrentar diversos desafios em Casablanca, Max e Marianne acabam se apaixonando e decidem viver juntos em Londres enquanto ele contina desempenhando seu papel na inteligência internacional.
Se tem uma palavra que define a forma como os diferentes aspectos de "Aliados" se organizam e se relacionam, essa palavra é: sintonia. O filme tem um elenco gabaritado, liderado com primor por dois atores já veteranos do cinema mundial.
A dinâmica entre os protagonistas é muito palpável e o tempo todo ambos conseguem passar a aura de intimidade e cumplicidade nascida entre seus personagens em tempos de guerra. E isso parece se expandir para o restante do elenco e equipe de produção.
Ambientar uma trama historicamente nem sempre é algo fácil e "Aliados" não deixa nada a desejar na reprodução dos cenários da histórica e charmosa Casablanca. Os carros, as casas e, principalmente, o figurino, são caprichadíssimos.
O figurino, inclusive, foi indicado ao Oscar nesse ano, perdendo para "Animais Fantásticos e Onde Habitam" - e eu não sei se foi justo não, porque embora o figurino do Animais Fantásticos seja, de fato, excelente, o do "Aliados" é apenas explêndido, rico em detalhes, atencioso com os tecidos e maravilhoso em variedade. Os vestidos da Marion são de tirar o fôlego.
Tudo isso contribui muito para que a fotografia do longa-metragem também seja exímia. As cenas que encenam Casablanca e o explendor cauteloso e um tanto amedrontado da cidade em pleno 1942 (mesmo ano, inclusive, que saiu o clássico "Casablanca" de Michael Curtiz) são belíssimas.
Um quê de Bergman e Bogart
Referências ao "Casablanca" inclusive não faltam. Além do filme se passar no mesmo ano em que saiu o clássico estrelado por Ingrid Bergman e Humphrey Bogart, a própria história de fuga em plena guerra, medo de ser descobertos, uma história de amor começando na misteriosa cidade marroquina, tudo isso lembra muito o romance antigo.
É improvável que "Aliados" se torne um clássico do gênero, mas, por outro lado, é uma bela homenagem a um dos filmes mais bonitos da história do cinema. Isso porque o conjunto de Aliados é todo bem redondo. O roteiro de Steven Knight é muito bem amarradinho e com pouquíssimos furos, instigante, cheio de suspense e mistério, mas construído sobretudo em torno do amor dos protagonistas - um amor, ao mesmo tempo confiante, ao mesmo tempo desconfiado.
Mas nem só de roteiro se constroi esse belo trabalho. Experiente, Zemeckis conseguiu - assim como Casablanca - trazer um belo dinamismo para as cenas, filmando com enquadramentos ousados e inteligentes.
Há desde cenas geniais em plano sequência até movimentos sensacionais de câmera 360 graus - a cena dos protagonistas dentro do carro no meio de uma tempestade de areia em pleno deserto, meus amigos!
O resultado é um romance de duas horas que passa voando e você nem percebe. Filmão altamente recomendado se você, assim como o Brad Pitt, curte umas histórias de guerra, romance e aquele tom de suspense temperado com uma boa trilha sonora.