Ronin | Trailer oficial e sinopse
Vários espiões são convocados para encontrar maleta de conteúdo desconhecido. Mas a situação se complica quando os agentes descobrem que estão enredados numa trama de mentiras, traições e assassinatos.
Vários espiões são convocados para encontrar maleta de conteúdo desconhecido. Mas a situação se complica quando os agentes descobrem que estão enredados numa trama de mentiras, traições e assassinatos.
Na busca incansável de vingança pelo assassinato de sua irmã, um sul-africano se infiltra em uma rede do crime em Los Angeles.
Todos os anos, centenas de filmes são lançados e a gente não consegue acompanhar tudo, não tem jeito. E assim é inevitável que algumas boas histórias acabem passando despercebidas. Em 2016, um dos títulos aos quais talvez a justiça não tenha sido feita é "Pastoral Americana", drama histórico estrelado por Ewan McGregor, Jennifer Connelly e Dakota Fanning.
Mais do que trazer um grande elenco de excelentes protagonistas e coadjuvantes, o longa-metragem também marca a estreia de Ewan McGregor como diretor de longa-metragem. Apesar disso, quase ninguém ouviu falar dele aqui no Brasil e mesmo nos Estados Unidos, o público não foi dos melhores. O próprio McGregor queixou-se, durante sua participação no programa "Actors on Actors", da Variety, que a bilheteria foi decepcionante.
Mas por quê, ainda que com um elenco tão cheio de potencial, "Pastoral Americana" não teve um grande alcance satisfatório de público? Vem comigo, que eu explico.
Bom, não são necessárias treze razões para explicar o pouco sucesso de bilheteria deste longa-metragem. Na verdade, dá pra resumir em apenas três: Primeiro, é um filme aprofundado e sério, com um bom argumento, bem construído e conciso.
Segundo, traz uma temática relevante e bastante polêmica. Terceiro, timing e distribuição - nos Estados Unidos, o longa foi lançado simultaneamente a títulos como "Inferno" e "O Contador", que tiveram um resultado bem melhor de bilheteria. Aqui no Brasil, o estrago foi ainda maior, já que saiu na mesma leva de "Rogue One".
Veja bem, você pode até questionar que as duas primeiras razões não deveriam ser motivo do insucesso de uma produção, e eu concordo. Mas dado o histórico do público na relação profundidade x bilheteria, acho que vamos ter que concordar que nem sempre filmes que emplacam são os melhores.
E "Pastoral Americana" é excelente. Complexo, cheio de questões delicadas, pesado, sofrido e extremamente envolvente. Eu sei, eu sei, até agora não disse do que ele trata.
Nele, Seymour Levov (McGregor), o Sueco, é um jovem que tinha tudo para ter uma vida perfeita. Estudante popular, esportista talentoso, foi para a guerra e voltou como herói, casou-se com uma jovem incrivelmente bela, Dawn (Jennifer Connelly), deu continuidade aos negócios do pai administrando uma fábrica de luvas, teve uma filha graciosa, Merry (Dakota Fanning).
O que poderia dar errado?
Acontece que é justamente no que deveria selar a felicidade de Seymour e Dawn que reside a derrocada da vida dos dois. Merry, que poderia ser uma criança/adolescente/jovem bela e promissora, desde muito cedo começa a apresentar um comportamento duvidoso, no mínimo.
Da gagueira à rebeldia com a condição social da família, chegando ao engajamento com grupos revolucionários violentos, a filha torna-se a grande cruz do casal. O fio condutor de "Pastoral Americana" é a timeline da vida de Merry, mas sempre sob a ótica de Seymour. Trata-se da jornada de um pai e, mais à retaguarda, de uma mãe, lidando com as consequências de todos os atos da filha.
A gente já falou várias vezes em outras críticas e nos podcasts do Café com Filme sobre essa coisa de ser até um pouco cansativo ver sempre os mesmos atores nos papéis principais, e que depois de um tempo você não espera mais ser surpreendido quando um ator já consagrado faz um bom trabalho. Afinal de contas, chega uma hora em que o cara estabiliza até mesmo no talento.
Pois bem, Ewan McGregor é um daqueles caras que quase todo mundo já viu na TV, mesmo que não saiba dizer exatamente onde. Sucesso com "Trainspotting", "O Impossível" e tantos outros longas, ele mais uma vez nos emociona e nos cativa com sua performance. Não deve ser fácil encarnar um pai aflito e sobrecarregado em meio a um turbilhão de momentos, mas parece fichinha para Ewan.
Junto com ele, Jennifer Connelly e Dakota Fanning formam um círculo central extremamente coeso. Fanning, especialmente, está detestável no papel da filha rebelde sem causa cheia de razão. Acho que quando você passa o filme inteiro com vontade de estapear uma personagem, é porque a pessoa fez um bom trabalho dando vida a ela, né? Então parabéns, Dakota.
Para completar o staff, Peter Riegert (The Good Wife, Unbreakable Kimmy Schmidt), Rupert Evans (da série The Man In The Hight Castle), Uzo Aduba (Orange Is The New Black), Molly Parker (House of Cards), Valorie Curry (The Following) e a pequena Hannah Nordberg, entre outros, completam o time de coadjuvantes.
Mas nem só de atuações se faz um bom filme, embora isso já seja meio caminho andado. Super bem construído e com uma narrativa coerente, instigante e nada cansativa, "Pastoral Americana" conquista a atenção do público ao intercalar diferentes momentos e formas de contar, entre narrações, pensamentos e diálogos.
O excelente roteiro é obra de John Romano, que adaptou a história baseado no livro de Philip Roth. Não sei sobre o Roth, mas o Romano já merece a nossa confiança só pelo "O Poder e a Lei", que é outro filmão.
Mas, para além do roteiro, a trilha sonora também é muito bem posicionada e envolvente, assim como a paleta de cores que traz uma tonalidade noir e cheia de mistério, contribuindo para que o drama ganhe tons de suspense quando necessário.
E é justamente esse gostinho de suspense que torna o longa tão interessante. Você passa grande parte do filme curioso e instigado com relação ao que vai acontecer em seguida. O roteiro vai entregando a verdade aos poucos, dando pistas e jogando dilemas e a cada desdobramento você se pergunta: "o que eu faria se isso fosse comigo?"
É claro que, como drama, o filme acaba tendo um ritmo lento, embora não necessariamente cansativo. São quase dua horas extremamente bem investidas, especialmente para quem é fã de filmes de época e para quem curte um filme que faz você refletir sobre questões fundamentais da sociedade.
Portanto, super válido dar uma chance para o filme e acho que podemos prestar atenção no nome do Ewan McGregor quando na cadeira de diretor, pois tem potencial de grande diretor vindo por aí. Esperamos que ele não desanime depois da baixa adesão de público desse primeiro longa!
Um jovem poeta se apaixona por Satine, uma bela cortesã do Moulin Rouge. Mas seu amor é ameaçado pelo ciúme de um Duque, que também deseja Satine e tem o poder de acabar com o Moulin Rouge.
No final do século XIX, uma série de assassinatos deixa prostitutas mutiladas em uma parte pobre de Londres. Resta a um detetive problemático e misterioso investigar e descobrir a verdadeira identidade do assassino, que fica conhecido como Jack, o Estripador, antes que ele faça mais vítimas.
Como bem disse Eduardo Galeano, “na luta do bem contra o mal, é sempre o povo que padece”. Esta é a lógica que se estabelece no enredo do longa-metragem “Segredos de um Crime”, quando o detetive Malcolm Toohey (Joel Edgerton) acidentalmente (ou seria inconsequentemente?) comete um crime.
Em um dia intenso e de muito trabalho, ele é considerado um herói pelos colegas depois de tomar um tiro durante uma perseguição que deu fim a um caso que já vinha se estendendo há tempos. Como não poderia deixar de ser, a comemoração se passa na mesa de um bar e termina com todos os policiais deveras encachaçados.
E o que todos nós civis aprendemos diariamente é que a primeira coisa que você não deve fazer depois de beber álcool é o que mesmo? Isso, dirigir. Mas parece que essa regra não vale para autoridades. Autorizado e, de certa forma, até mesmo incentivado pelos colegas policiais tão alterados quanto ele, Malcolm abraça o volante e vai embora dirigindo, mesmo sonolento e alcoolizado, munido da senha que vai liberar seu passe na blitz. O resultado não poderia ser pior.
No caminho para casa, ele atinge o pequeno William (Axel Nookadu), um entregador de jornais que fazia seu trajeto rotineiro. No calor do momento, assustado, Malcolm mente para os policiais de trânsito e para os socorristas que primeiro aparecem no local, dizendo que quando chegou ali, o menino já estava no chão.
Como possui credibilidade na força policial, os demais aceitam sua palavra e ele tenta seguir a vida como se nada tivesse acontecido, enquanto William é internado em estado grave.
Entre os primeiros a chegarem à cena do atropelamento do menino, os detetives Jim Melic (Jai Courtney) e Carl Summer (Tom Wilkinson) acabam assumindo o caso. Enquanto Carl se esforça para fazer vista grossa ao erro do colega, Jim fica com a pulga atrás da orelha e não compra essa história de inocência.
E é na dança da culpa ou não culpa encenada entre estes três personagens que se concentra e se apoia todo o enredo de “Segredos de um Crime”, daí a importância da escolha de três excelentes atores para os papéis. O destaque, é claro, vai para o veterano Tom Wilkinson (Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, O Patriota) e para Joel Edgerton (O Presente), que encarnam magistralmente as personas dos policiais.
Jai Courtney (Esquadrão Suicida) também faz um bom trabalho, embora não se destaque tanto, talvez até pelo fato de que seu personagem é bastante juvenil e inexperiente, o que transparece bem em sua construção.
O fato é que o trabalho de atuação e a interação que se constrói entre os três é bastante consistente e dá sustentação a um longa-metragem de quase duas horas em que pouco acontece de concreto.
Dirigido por Matthew Saville, “Segredos de um Crime” é um filme em que quase se pode dizer que o climax acontece no começo da história, e que todo o restante é um grande desdobramento lento e enrolado desse ponto alto.
A história não traz nada de muito surpreendente, pois logo no começo - especialmente se tiver visto o trailer - você já sabe sobre o que a trama vai tratar. E é aí que reside o mérito do roteiro, que é assinado pelo próprio Joel Edgerton, de conseguir manter o interesse do público mesmo quando o desenrolar é previsível. O conflito, aqui, é puramente psicológico.
Corroído pela culpa, o próprio detetive Malcolm inflige sobre si uma punição mental pior do que qualquer sentença judicial, a autoflagelação moral. Quando nenhuma escolha é a adequada e, mesmo o que pareceria politicamente correto, acaba prejudicando alguém além dele, o detetive se encontra frente a um enigma moral impossível de resolver.
Apoiado em uma trilha sonora que balança entre o drama e o suspense, o dilema que se constrói na cabeça do protagonista é o ponto central do longa-metragem, então não espere um filme de ação cheio de correria, tiroteios e reviravoltas, pois o ritmo do filme é bastante diferente de muitos outros do gênero.
Profundo e consistente, “Segredos de um Crime” é um filme interessante para diferentes tipos de público e super recomendado pelo importante debate que ele levanta. Apesar de ser um pouco cansativo por seu ritmo e pelo desenrolar um pouco truncado, é uma boa escolha recentemente adicionada ao catálogo da Netflix e que vale a pena colocar na lista pra ver.