McG - Café com Filme

Coração Valente | Trailer oficial e sinopse

Quando soldados ingleses matam sua esposa, o soldado escocês William Wallace decide vingar a amada. Para isso, ele irá liderar seu povo em uma luta histórica contra o Rei Edward I pela independência da Escócia.

Robôs | Trailer oficial e sinopse

Rodney Lataria é um jovem robozinho que acredita que suas invenções podem ajudar a melhorar a cidade de Robópolis. Porém, para suas ideias entrarem em ação, ele precisa encontrar o Grande Soldador e derrubar o terrível Dom Aço, com a ajuda do grupo dos enferrujados e da robô Cappy.

A Torre Negra | Novo trailer legendado, trailer dublado e sinopse

O grande conto do mestre Stephen King finalmente ganha vida nos cinemas. O Último Pistoleiro, Roland Deschain (Idris Elba), tem travado uma batalha sem fim com Walter O'Dim, também conhecido como o Homem de Preto (Matthew McConaughey), determinado a impedir que ele chegue até A Torre Negra. Com o destino dos mundos em jogo, o mal e o bem vão colidir em uma batalha, na qual somente Roland pode defender a Torre do Homem de Preto.

Crítica do filme A Bela e A Fera | Um belíssimo conto infantil

Quem não conhece a história da bonita, curiosa e peculiar Bela, a jovem camponesa que vive em um povoado francês ao lado do pai, Maurice, até que um dia tudo muda e ela se vê cativa de uma Fera assustadora?

Nesta mais recente releitura de "A Bela e a Fera", dirigida por Bill Condon, uma das mais amadas princesas Disney, Bela, é vivida pela queridíssima atriz Emma Watson (a eterna Hermione Granger).

Um dos filmes mais esperados dos últimos anos, a live action foi um verdadeiro estouro das bilheterias - que, até a metade do mês de abril, já tinha arrecadado US$ 1 bilhão. E não é para menos, já que se trata de uma produção linda e cheia de nostalgia.

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Quer saber o que esperar desse longa? Vem comigo descobrir um pouco mais sobre cada aspecto dessa história que embalou a infância de tantas crianças em todo o mundo.

Magia e encanto

O grande chamariz desta refilmagem de "A Bela e a Fera" é a presença de Emma Watson como Bela. A atriz fez todo o marketing do longa e os fãs da Hermione foram à loucura vendo ~sua ídola~ novamente interpretando uma amante incondicional de livros. E ela faz muito bem o papel, mas parece que a personagem de mocinha inocente/ princesinha indefesa confinada no castelo não combina muito bem com ela.

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É claro que ela não está de fato enclausurada, que uma das características dela é justamente se rebelar contra seu cativeiro, mas ainda assim em alguns momentos ela parece deslocada na história.

Além dela, a produção conta ainda com nomes super reconhecidos interpretando personagens secundários. Dan Stevens no lugar de Fera e Luke Evans no papel do valentão bad boy Gastão, além de Stanley Tucci, Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson, Audra McDonald e Gugu Mbatha-Raw que fazem as vezes de objetos animados.

As narrações e dublagens estão sensacionais - vi na versão legendada e a sintonia entre os dubladores originais e os personagens é muito boa!

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Além disso, aspectos como a trilha sonora e a fotografia são excelentes. As locações de filmagens impressionam, seja dentro ou fora do castelo da fera, seja na floresta ou mesmo na casinha simples da bela.

E quando à música, bem, é um filme da Disney, né? Pode incomodar a algumas pessoas o fato de ser um musical e o longa traz várias canções longas demais e bem desnecessárias, mas tem gente que curte, não é mesmo?

Uma pira psicodélica

Se há uma capacidade inegável dos filmes da Disney, é a de pegar qualquer roteiro possível e transformar em um universo mágico e encantador. Fazer isso com contos de fadas e histórias de princesas, então, é mamão com açúcar para eles.

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E, apesar de a gente achar que esse tipo de história está ficando pra trás e que as novas gerações não vão achar nada demais em uma princesa que é aprisionada por um príncipe amargurado que, por sua vez, também está aprisionado em um corpo que não é seu... bem, o primeiro bilhão de bilheteria nos mostra que não é bem assim.

O fato é que, a cada refilmagem, a Disney se supera no que diz respeito à qualidade das imagens e à maravilhosidade dos efeitos. E este é o grande e principal ponto positivo desta versão da história.

Esqueça a Bela, esqueça, a Fera, e concentre nos objetos animados. Em um belíssimo e minucioso trabalho, atento aos detalhes e cheio de cuidado com cada peça, cada cantinho e cada objeto, os produtores do filme criam versões aprimoradas de Ms. Potts., Chip, Cogsworth e Lumière que roubam completamente a cena.

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Alegres, criativos e cheios de movimentos e expressões, estes personagens secundários são o alívio cômico e dão o tom do humor para a produção - e são os responsáveis por tornar a obra divertida também para os adultos, já que a história em si e as piadas feitas pelos personagens humanos em boa parte são menos engraçadas e mais "bobinhas".

Diversidade

A versatilidade e possibilidade de circular entre diferentes tipos de público é outra característica importante de "A Bela e a Fera", que se esforça para fazer com que as quase duas horas na cadeira do cinema não sejam um fardo para os adultos que se dispõem a ver o filme.

Para isso, utiliza alguns recursos mais maduros como, por exemplo, dar algumas pistas que nos deixam curiosos sobre alguns personagens, além de aumentar o tempo de fala entre os personagens - e reduzir um pouco a quantidade de músicas.

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O fato é que não é um filme para qualquer público, apesar de ser bastante abrangente. Ele atende muito bem aquelas pessoas que vão ao cinema em busca de alimentar a nostalgia, já que é uma releitura muito bonita de um clássico. Por isso, é também é uma excelente escolha para crianças e adolescentes o conhecerem.

No fim das contas, por ser mesmo uma história infantil e por trazer belas lições de tolerância e amor ao próximo, independente de quem seja ele, é um filme infantil, mas para a família inteira e que vale a pena conferir!

Crítica do filme A Cabana | Mistérios divinos sem rodeios

Se você é um ser humano, há chances enormes de, inúmeras vezes ao longo de sua vida, você ter se perguntado sobre o sentido da vida, as razões pelas quais determinadas coisas acontecem no mundo e outras questões existenciais sem respostas.

As religiões têm algumas respostas para muitas dessas perguntas. Aí depende apenas da sua fé para  aceitar ou rejeitar as argumentações. E basta uma situação escabrosa para percebermos que, apesar de acharmos que somos os donos do mundo e da verdade, nem tudo é tão simples.

A verdade é que a vida é cercada de mistérios. Ao longo dessa jornada, levamos inúmeros tombos. Às vezes, aprendemos a nos levantar e aprendemos com os erros. Noutros casos, insistimos no erro e levamos uma eternidade para encontrar uma solução ou ao menos uma forma de contornar uma situação problemática.

Ok, tudo isso que eu escrevi é lindo, mas fica a questão: o que isso tem a ver com a história de “A Cabana”? Bom, basicamente tem tudo a ver. No filme, acompanhamos uma fase de dificuldades na vida de Mack Philips (Sam Worthington). Depois que sua filha é assassinada durante uma viagem em família, ele entra em depressão e começa a questionar suas crenças.

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Aí que no meio dessa etapa conturbada, Mack recebe uma carta misteriosa, uma espécie de convite para ele voltar à cabana onde ele teve as últimas pistas de sua filha. Receoso, mas também curioso, o rapaz segue rumo à mata com a esperança de encontrar respotas. Ao chegar lá, ele encontra três pessoas enigmáticas. O restante você já pode imaginar…

Um detalhe bastante pertinente sobre o filme é a forma como ele constrói essa história sobre fé. Não  há uma pegada exagerada sobre religiosidade. Muito pelo contrário, é uma obra que fala sobre amor, perdão, alegria e muitos antagonismos. Talvez, o único problema mesmo seja o desenrolar da trama, que se dá com tamanha paciência, que chega a ser um tanto cansativo.

Uma história que até Deus duvida

Apesar de funcionar bem na telona, enredos baseados em fé tendem a ter mais credibilidade se o público compartilhar daquela crença. É muito melhor se os espectadores comprarem as ideias, uma vez que, supostamente, tudo que é apresentado não se trata de uma obra de ficção, mas de algo que, segundo os envolvidos, aconteceu de verdade.

É justamente por conta disso que o próprio narrador d’A Cabana começa o filme com argumentos sobre o teor fantástico da história. A narrativa em off é o fio condutor da história, que segue de forma não-linear em muitos momentos, mas que ainda funciona bem, graças aos fatos devidamente amarrados. Então o narrador consegue convencer de que tudo ali é verdade? Em partes, já que acreditar depende mais do espectador do que dos argumentos do roteiro.

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A verdade é que, a cada passo em direção à Cabana, o filme fica mais inacreditável. Todavia, o próprio personagem se faz descrente frente a tudo que acontece, o que garante a sintonia com o público que não é convencido facilmente. Também, depois de tamanha desgraça, Mack não consegue entender o mundo, tampouco acreditar na existência de algo superior.

Com perguntas bastante comuns, o personagem tenta entender qual o propósito da vida, o porquê de algumas coisas acontecerem e quais são os planos para o futuro. Do outro lado, temos um roteiro devidamente preparado para dar argumentos bastante consistentes que ajudam a sustentar a fé e os conceitos básicos da religião cristã.

As trilhas do roteiro sempre levam para alegorias, que visam ilustrar alguns conceitos. O filme praticamente pega a plateia pela mão e dá uma aula sobre amor, paz, consciência, amizade e, claro, cristianismo. Felizmente, diferente de outros tantos filmes que pedem para que o público acredite em milagres, esta obra parte para essas lições mais simples e óbvias.

Bem-vindo à cabana do mistério

Não é preciso ser um gênio para sacar o filme antes mesmo de entrar na sala de cinema. A sinopse e o trailer são bem esclarecedores e dão pistas do rumo que o filme vai seguir. Então, não é nenhum spoiler você saber que “A Cabana”, citada no título, tem um sentido especial e talvez não tão literal nesta obra. Muitas vezes, uma cabana não é necessariamente uma cabana.

É com uma pegada misteriosa, que deixa o espectador em dúvida sobre o que está acontecendo, que o filme é conduzido. Ora com tons pastéis que pintam belíssimas aquarelas, ora com tons acinzentados em cenários com excesso de brilho, a composição visual de “A Cabana” remete realmente a cenários quase celestiais.

A trilha sonora bastante emotiva também corrobora para um sentimentalismo profundo. Ponto também para a equipe da sonoplastia que fez um ótimo trabalho na seleção das canções e não teve nenhum pudor em usar canções “mundanas”, que servem de alicerce para cenas emocionantes — e isso não estraga em nada o aspecto religioso da obra.

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Agora, se tudo funciona bem, grande parte do mérito se deve à encenação de Sam Worthington. Com um semblante reprimido em muitos momentos, o ator encarna o ser humano tomado de razão, que dificilmente dá o braço a torcer e não quer ver o outro lado da moeda. No entanto, num contraponto muito impressionante, o ator também se revela muito expressivo em cenas tocantes.

Interessante notar que apesar do teor dramático em sua maior parte, o longa consegue arrancar leves sorrisos da plateia. Com personagens diversificados em suas essências, o roteiro nos leva a conhecer diferentes lados de Deus. Essa pegada alternativa é o ponto forte do filme, que não fica só no mistério, mas consegue desenvolver a fé de formas compreensíveis. É de se pensar "e se Deus fosse um de nós"? E se ele fosse a Octavia Spencer? Se fosse, seria bem legal, hein!?

Independentemente de você ser cristão ou não, os mistérios de “A Cabana” são esclarecedores quanto aos caminhos que devem ser trilhados em determinadas situações da vida. Muito do que é mostrado pode ser óbvio, mas pregações sobre amor, perdão, compreensão e paciência são sempre bem-vindas, ainda mais num mundo em que tantos se esforçam em direções contrárias.

Um bonito filme, com uma mensagem de extrema valia. Recomendado para uma reflexão!

Crítica do filme T2 Trainspotting | Você é um viciado em nostalgia

Não tente retornar ao seu passado. Tudo era maior, mais colorido e intenso do que parece hoje em dia, como adulto. Mantenha sua memória vívida, mas não tente reviver aquele momento, pois vai parecer muito chato. Embora o diretor Danny Boyle tenha afirmado em entrevistas que não pretendia recriar algo tão icônico quanto o original, "T2 Trainspotting" bebe e revive o passado constantemente.

Considere os tumultuados anos 90, onde o grunge deu seu lugar a raves e música eletrônica, ao lado de diversas drogas sintéticas e toda a estética estranha que tanto amamos. Lembra de Born Slippy? É claro que sim! Mas estamos em 2017, muita coisa mudou e é nesse cenário que "T2" encontra-se.

O marcante discurso de "Choose Life" é um grande desafio que é aceito por Boyle, que sabe exatamente como retratar isso com diálogos inteligentes, imagens divertidas e cenas marcantes. Só que tudo isso já estava no primeiro filme, então sua relação com "T2" vai depender da sua identificação com o "Trainspotting" original.

Mesmas pessoas, erros diferentes

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Um dos motivos do hype por "T2" é o retorno de todo o elenco original. Ewan McGregor (Mark Renton), Jonny Lee Miller (Sick Boy/Simon), Robert Carlyle (Begbie), Ewen Bremner (Spud) e até uma breve participação de Kelly Macdonald (Diane, a colegial). É justo dizer que após 20 anos eles até que envelheceram bem, principalmente se levarmos em conta a quantidade de drogas utilizadas.

Brincadeiras a parte, a química entre os atores é tão tangível que realmente parece um reencontro de velhos amigos, exceto que o final do primeiro filme não foi exatamente amistoso. As 16 mil libras que deveriam ser repartidas igualmente entre eles foram levadas por Mark, e obviamente seus companheiros não ficaram felizes com isso.

Renton retorna para Edimburgo, encontrando Simon tentando manter um bar que não é exatamente popular na cidade, viciado em cocaína e que busca chantagear figurões da cidade com sua parceira Veronika (Anjela Nedyalkova). Begbie está preso e alimenta um ódio mortal por Renton, enquanto Spud voltou a usar heroína após uma série de desastres em sua vida pessoal. Basicamente estão todos tão perdidos na vida quanto a 20 anos atrás.

“Trainspotting” foi baseado no livro de Irvine Welsh, tendo uma sequência intitulada “Porno”, onde o foco é o vício em pornografia. Algumas ideias foram emprestadas desse material, mas no geral é uma história nova que se conecta diretamente ao primeiro filme.

Mas e as drogas?

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Bem, eles continuam usando drogas sim. Mas de forma bem menos regular e decadente, ao invés de simplesmente sair por aí ficando doidões, o foco agora é outro. E infelizmente cenas icônicas como Mark tentando resgatar um supositório no pior banheiro da Escócia ou bebês bizarros andando no teto não cabem em "T2".

Em diversas cenas, os protagonistas estão cercados de memórias e nostalgia; Simon tem diversas fotografias antigas a sua volta, Spud começa a escrever todos as aventuras quase inacreditáveis da juventude ao lado de seus amigos e Mark revisita locais e até reencena momentos do primeiro filme, enquanto Begby não conseguiu se conformar com a traição.
Todos estão presos ao passado e não conseguem amadurecer para ter uma vida melhor, em grande parte pelas memórias que os prendem.

Sendo assim, para quem não conhece o primeiro “Trainspotting”, pode parecer uma história fresca e intrigante, mas os fãs recebem essa sequência como um complemento bem-vindo as questões que ficaram no passado, além de rever os personagens queridos. Contudo, a nostalgia é o combustível.

Não tente fugir do vício, seja viciado em outra coisa

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Mesmo sem as drogas e todo o discurso velado dos anos 90, "T2" é de certa forma deprimente, mostrando que se você não fizer nada pra mudar, daqui a 20 anos vai ser tudo igual na sua vida. O primeiro filme engana ao mostrar a traição de Renton, roubando dinheiro dos amigos e fugindo em busca de uma oportunidade nova, dando esperança de que tudo pode melhorar. Mas a verdade é que a história se repete, uma nova oportunidade de traição aparece e tudo volta ao começo, as vezes pior.

Nostalgia pode prover um certo conforto, mas como Sick Boy diz para Renton, “Você é um turista em sua própria memória. Só está aqui pela nostalgia.” Isso serve muito bem para você, assistindo o mesmo filme que te marcou a vários anos atrás. O ponto é que o filme mostra que o conforto pode ser bastante prejudicial. Quem nunca parou para pensar em algum ponto da sua vida “estou fazendo algo significativo?”

Enfim, o discurso que encerra o primeiro filme da forma mais catártica possível está presente aqui, mas repaginado para nossa época. Renton proclama essas palavras durante o trailer, mas no filme é totalmente deslocado e não condiz minimamente com a filosofia de “escolha a vida”. De qualquer forma, são ótimas ideias e um ótimo filme.