Sebastian Stan - Café com Filme

Eu, Tonya | Trailer legendado e sinopse

Tonya Harding dominava o gelo com perícia sem rivais. Ela dominou as manchetes por algo totalmente diferente. “Eu, Tonya” é uma visão, às vezes, absurda, trágica e hilária de uma mulher no centro do maior escândalo na história do esporte nos Estados Unidos.

Vingadores: Guerra Infinita | Novo trailer legendado e sinopse

Conforme os Vingadores seguem protegendo o mundo de ameaças grandes demais para um herói combater sozinho, uma nova ameaça surge das sombras cósmicas: Thanos, um déspota de infâmia intergalática. Seu objetivo é reunir as seis Jóias do Infinito, artefatos antigos de poder inimaginável, e utilizar elas para impor sua vontade perversa sobre toda a realidade. Todas as lutas dos Vingadores os levaram até aqui, o destino da Terra e toda a existência do universo nunca foi tão incerto.

Crítica do filme Logan Lucky: Roubo em Família | Vários picaretas e um segredo

O mundo capitalista não é fácil, ainda mais com tanta gente milionária esfregando o luxo na cara dos menos abastados. Viver uma vida simples é ainda mais difícil, afinal todo mês os boletos batem na nossa porta e na nossa cara.

Assim, se você é pobre, só tem duas escolhas: trabalhar duro ou bolar um plano para ficar rico. Pegar no pesado não é para qualquer um, ainda mais quando você é azarado e não consegue manter o emprego.

Este é mais ou menos o caso da família Logan, que parece sofrer com uma maldição. Jimmy (Channing Tatum) e Clyde (Adam Driver) são dois irmãos que sabem bem como é essa vida de gaiteiro e bolam um plano para dar a volta por cima. A ideia genial? Explodir um cofre durante um importante evento de corrida da NASCAR.

É claro que essa não é uma tarefa para uma dupla de caipiras, então eles decidem solicitar a ajuda da irmã Mellie (Riley Keough), de um bandido com expertise no assunto, Joe Bang (Daniel Craig), e de seus irmãos-comparsas, Fish (Jack Quaid) e Sam (Brian Gleeson). O plano é genial, mas as chances de “dar ruim” são grandes.

No melhor estilo “Xis Homens e Um Segredo”, o diretor Steven Soderbergh volta com tudo às telonas com “Logan Lucky” e mostra mais uma vez que manja tudo de assaltos mirabolantes com bons toques de ação e diversão. Pegue seu café e vamos dar uma volta num possante enquanto falamos dessa obra cheia de entretenimento.

Uma gangue que vai dar o que falar...

Filmes de roubo a bancos ficaram tão populares que dá para se dizer que existe até um gênero só para estes títulos. Nesse sentido, “Logan Lucky” não deve ter grandes surpresas em relação a filmes como “Atração Perigosa”, “Swordfish” e outros parecidos que têm um mesmo rumo: uma série de ações inesperadas, truques na manga e o objetivo final: muita grana.

É claro que existe espaço para inúmeros roteiros, ainda mais com tantos casos reais que dão base para muitos longa-metragens. Então, qual a grande sacada para que este filme seja tão divertido ainda que aposte numa fórmula já desgastada? Bom, nem sempre dá para reinventar a roda, mas a verdade é que existe inúmeras formas de apresentá-la.

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A grande sacada são os personagens principais, que vão na contramão de muitos criminosos. Eles não têm nada de elegância como os “Onze Homens” e não são pura adrenalina como os “Caçadores de Emoção”. O segredo? Eles são caipiras, simples, desengonçados, azarados e talvez até “meio burrinhos”. As chances estão contra eles e aí é que está a graça da coisa.

Na verdade, se você não for o maior defensor do sistema capitalista e não for o cara mais religioso que luta com todas as forças contra crimes, não tem como não torcer pra um bando de pé rapado se dar bem numa situação tão adversa — quer dizer, pelo menos nos filmes é massa torcer pelo time dos vacilões.

E como deixar tudo ainda melhor? Colocando atores que tão surfando na onda do sucesso para interpretar essa gangue. Você pode até achar o Adam Driver feioso, pode não curtir os papéis genéricos do Chaning Tatum ou pode estar cansado já do charmoso Daniel Craig como James Bond, mas não dá pra negar que os cara são foda (the guys are fuck)!

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Aí, pra fechar o pacote, entra em cena beldades como Riley Keough, Katie Holmes, Katherine Waterston e Hilary Swank. Só que, novamente na contramão, não tem nada de apelação ou agarração desnecessária. As moças tão aqui pra fazer a coisa acontecer e desempenham tão legal quanto os caras. Só vitória e muito assalto!

A simplicidade é a chave do sucesso

O roteiro aqui (assinado pela desconhecida — e talvez inexistente — Rebecca Blunt) é uma peça fundamental para fazer um filme dar certo, porém, muitas vezes, são os detalhes que deixam a história ainda mais funcional e divertida. Não se trata apenas de personagens azarados, mas de toda uma situação simples e cômica. Temos uma região humilde, situações rotineiras e um plano cheio de furos e incertezas.

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Pois é, a ideia mirabolante de Jimmy é uma lista cheio de inconvenientes que podem levá-los para a cadeia, numa série de opções do tipo “merda acontece”. O desenvolvimento da história fica ainda mais hilário com a magnitude do plano, afinal estamos falando de um roubo em plena luz do dia.

Tudo fica ainda mais engraçado quando os protagonistas revelam suas personalidades, defeitos e humores pouco comuns. Um personagem é manco, outro é maneta, outro está preso e dois são bem ruim das ideias. E antes que você pense que o filme fica fazendo pouco caso de minorias, pode parar por aí, pois as situações são montadas para dificultar ainda mais a missão e mostrar o lado difícil de seguir esse lado criminoso.

A situação da NASCAR, os carros envenenados, a cadeia com segurança reforçada e outros pormenores — como a trilha sonora muito animada — são importantes, mas boa parte do brilhantismo aqui é do diretor. Soderbergh usa e abusa de muitos jogos de câmera, de boas cenas de ação e de uma forma animada para contar a história.

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E paralelamente a todo esse esquema do roubo, o filme ainda tem espaço para desenvolver a história de Jimmy, principalmente seu relacionamento com sua filha, a pequena Sadie (Farrah Mackenzie). Aqui, o filme pega os mais desprevenidos com um toque de fofura e o lado humano do bandido que só quer melhor para sua filha.

No fim das contas, “Logan Lucky: Roubo em Família” é um filmão que abraça de tudo um pouco e diverte de muitas formas. Uma ótima opção para quem curte ação descompromissada e quer dar umas risadas no cinema.

Crítica do filme Uma Mulher Fantástica | A luta diária contra a opressão

As estatísticas revelam que uma pessoa LGBTT morre a cada 25 horas por pura violência. Para este grupo, não é preciso fazer nada (além de existir) para viver com medo do que pode acontecer ao acordar e criar coragem para sair de casa — isso sem contar as chances de agressão dentro da própria residência.

Pois é, não é preciso ser um gênio para perceber que o ser humano tem dificuldades em aceitar o diferente. O pior é que além da rejeição àqueles que não se encaixam nas normatividades, há um grande movimento para combater as minoridades, seja com o uso de violência verbal, física ou até psicológica.

É neste contexto que “Uma Mulher Fantástica” nos apresenta Marina, uma mulher trans que acaba de sofrer com a perda de seu parceiro — um homem de quase 60 anos — e que está prestes a passar por uma longa jornada de luto e impedimentos de ao menos dar o adeus para seu amante.

Sendo a única presente no momento em que Orlando partiu, ela se vê diante do medo, da raiva e do preconceito da família dele. Qualquer reação pode soar extrema, ainda mais considerando a visão que outros têm quanto ao relacionamento deles. Assim, ela tem de usar de toda sua garra para enfrentar cada situação e tentar seguir em frente.

A pauta é recente e imprescindível para um cinema mais abrangente, sendo que temos aqui um filme bastante ousado em termos de produção. Uma pena que o desenvolvimento não vá muito além do superficial. Vamos falar mais disso.

Em busca da felicidade

Como em toda história de amor, o romance de Marina e Orlando é a peça-chave para toda a construção do argumento central do filme. As primeiras cenas são só love e mostram com naturalidade a relação dos dois, onde dois adultos com consentimento de causa decidem se amar e viver felizes. Para uma mulher trans, este pode ser um desafio gigantesco, então é maravilhoso ver um roteiro dando esse tipo de espaço no cinema.

Contudo, a alegria nem sempre dura muito tempo e aí é que vem a reviravolta do filme. É claro que para uma construção coerente, o script mostra os dois lados da moeda: o da Marina, em seu luto, e o da família de Orlando, no sofrimento e na situação atípica — afinal, considerando a heteronormatividade e o conceito familiar do senso comum, essa história “pega mal” para o falecido.

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Só ninguém pensa o quanto essa opressão pega péssimo para um ser humano que tinha um relacionamento com outro. Eis aqui o grande xis da questão, onde o filme tenta mostrar a busca da personagem apenas por um direito básico, de se despedir de um parceiro amoroso. E, do outro lado da história, uma imensidão de dificuldades.

Nesse sentido, a atuação brilhante de Daniela Vega. Ela, que é uma mulher trans na vida real — e já teve vivência quanto a todos esses pormenores — pode realmente levar não apenas interpretação, mas verdade para a telona. Este é talvez o grande trunfo do filme, que se mostra honesto e muito realista.

Apesar de coerente em seus argumentos, o roteiro de “Uma Mulher Fantástica” pega leve em vários momentos. Marina trabalha como garçonete e, vez ou outra, também como cantora em um clube dançante. Com foco nos relacionamentos com a família de seu ex-namorado, o filme não dá espaço para a rejeição nesses outros âmbitos — o que é bom também, para não virar uma grande bagunça.

Truques da mente bem retratados

É impossível saber o que se passa na cabeça de Marina, mas o diretor Sebastián Lelio faz um bom trabalho ao retratar reflexões de uma mente já desgastada pelo estresse diário decorrente da opressão. A personagem bastante contida se mostra reflexiva em várias situações, quando parece demonstrar sua preocupação existencial.

Com abusos verbais e até físicos, não são raras as situações em que o filme tenta traduzir os sentimentos de Marina diante de espelhos, com sua feição deformada, simulando a visão que o mundo tem dela. Felizmente, o roteiro não se pronuncia por diálogos e dá margem para a plateia refletir sobre as injustiças no trato e na aceitação para com as Marinas do dia a dia.

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Em outras situações, vemos a personagem lutando claramente contra as convenções do mundo, indo contra o vento, tentando dar seus passos na calçada da vida. É interessante notar que o diretor faz tudo isso de forma sutil, aproveitando elementos reais do filme e dialogando de forma artística com o espectador. Grandes sacadas que deixam o filme mais profundo.

Uma pena que toda essa alegoria e as várias deixas de suspense não levam a um gran finale — ou talvez eu estava esperando muito mais do que o filme promete, mas esse foi meu parecer diante de uma trilha sonora tão chamativa e de cenas que levam a imaginar inúmeras coisas.

Assim, apesar de faltar surpresas, o resultado de “Uma Mulher Fantástica” é bem honesto em sua essência, tanto no retrato da personagem quanto nas situações enfrentadas — por Marina e por outras pessoas que ainda não sabem como lidar com tais assuntos. Um grande passo cinematográfico para dar mais voz e vez para os LGBTTs.

Crítica do filme Fragmentado | Os cantos obscuros da mente humana

As obras de M. Night Shyamalan são um tanto polêmicas. Com títulos idolatrados por uma genialidade sem precedentes, tais como “O Sexto Sentido” e “Corpo Fechado”, o cineasta ganhou fama, o que também pesou como responsabilidade em seus outros títulos.

O público espera inovação e acertos pontuais a cada lançamento, algo que nem sempre foi visto nos filmes subsequentes do diretor indiano — temos aí “A Vila” e “Fim dos Tempos” que dividiram opiniões.

Quanto à expectativa, podemos dizer que não foi diferente com “Fragmentado”. Este novo suspense promete trazer o espírito de Shyamalan de volta, mas será que ele consegue superar o hype da galera?

Bom, nesta obra também assinada por este gênio, acompanhamos a história de Kevin (James McAvoy), um homem abalado psicologicamente por múltiplas personalidades. Numa linha tênue entre a sanidade e a loucura, bastou uma oportunidade para tudo fugir do controle.

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Foi num momento oportuno que ele sequestrou três garotas e as levou para um cárcere privado. A situação é desesperadora e tudo só tende a piorar conforme este homem perigoso começa a revelar suas outras faces. Até onde vai o limite da mente humana?

Ah, que isso, ele está descontrolado!

Há suspenses que dependem de um roteiro bem amarrado, com boas doses de surpresas que não se atenham aos clichês. Todavia, um filme como “Fragmentado” depende muito mais do fator humano, uma vez que o protagonista é o peça-chave para os enigmas.

Ainda que as meninas desenvolvam papel fundamental nesta história, é Kevin que rouba a cena a cada guinada no script. Imprevisibilidade é a palavra de ordem nesta obra, já que o Shyamalan nos presenteia com um personagem capaz de assumir 23 personalidades.

E como chegar a tal ponto sem um bom ator? Basicamente, é impossível prender a atenção do espectador só com cenas de susto, já que “jump scare”, truques de espelho e outros clichês são cartas fora da mesa. Assim, todo o peso de “Fragmentado” recai sobre James McAvoy.

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Aí é que está a beleza da coisa. Com surtos psicóticos constantes, transtornos que são muito realistas, alterações no timbre de voz, um trabalho excelente nos trejeitos corporais e olhares que deixam até os mais corajosos amedrontados, McAvoy se prova incrivelmente assustador como um ator que vai do cômico ao trágico em questões de segundos.

Sim, ambiente, figurino e trilha sonora somam ao excelente trabalho do ator, uma vez que é preciso dar embasamento para um roteiro tão obscuro. Todavia, é difícil elencar outros nomes que seriam capazes de alcançar tamanha versatilidade. Assim, mesmo que o filme tenha lá alguns deslizes, vale a ida ao cinema para conferir essa transformação de James McAvoy.

Falta argumento, sobra tormento

Em sua essência, “Fragmentado” se prova muito coerente e bastante inovador para um suspense lançado em 2017 — afinal, estamos numa época de reciclagens e falta de inovações que deixam o público bastante temeroso quanto aos novos títulos do gênero.

Todavia, o prejuízo aqui não se deve ao centro do roteiro, mas aos pormenores, que, querendo ou não, servem para dar consistência ao personagem. Não há nada de extraordinário na história que vá prejudicar o desenvolvimento da história de Kevin, porém espectadores mais atenciosos vão indagar alguns pontos que poderiam ter sido melhor lapidados.

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Não vou me aprofundar já que o objetivo aqui não é criar um debate, mas é preciso antecipar que o filme simplesmente não cumpre com suas promessas. Se você for ao cinema esperando ver 23 personalidades, talvez seja melhor dar um passo atrás na expectativa, pois ainda que as evidências estejam ali, o roteiro não dá conta de acompanhar tantos desdobramentos.

Agora, se por um lado M. Night Shyamalan pisa na bola em alguns pontos, ele dá tiros certeiros no escuro. Com incrível audácia no roteiro e muita ousadia na direção, ele deixa a plateia apreensiva com as loucuras de Kevin. O ambiente hostil do personagem favorece essa construção aterrorizadora e as câmeras bastante detalhistas ajudam a engrossar o caldo.

Bons reforços para aprimorar o filme são as tentativas de elucidar um pouco sobre esses casos de múltiplas personalidades, bem como as participações de coadjuvantes que ajudam na construção do filme. Falando nisso, vale menção ao ótimo trabalho de Anya Taylor Joy (de “A Bruxa”), que se mostra cada vez mais preparada para encarar novos desafios no campo do suspense e terror.

Fragmentado” é um daqueles filmes que faz a gente ficar se questionando sobre as capacidades da mente humana. É uma obra que mostra o que temos de mais perverso, algo que muitas vezes está adormecido ou que simplesmente só se manifesta em casos de distúrbio. Um grande suspense que vai deixar você tenso e ansioso o tempo todo! Veja logo!