Stan Lee - Café com Filme

“Carol” é eleito melhor filme LGBT de todos os tempos

O longa "Carol", do diretor Todd Haynes, foi eleito pelo Instituto Britânico de Cinema (British Film Institute – BFI) como o primeiro da lista dos 30 melhores filmes LGBT de todos os tempos. Indicado a cinco estatuetas do Oscar em 2016 – Fotografia, Figurino, Atriz, Atriz Coadjuvante e Trilha Sonora –, Carol foi o favorito de cem diretores, críticos, roteiristas e produtores de cinema do Reino Unido. 

A lista foi preparada em comemoração ao aniversário de 30 anos do BRF Flare, o festival de cinema LGBT de Londres, levando em consideração uma série de critérios. Ao todo, são contemplados na seleção 84 anos de cinema e 12 países – incluindo produções tailandesas, japonesas, suecas, espanholas, entre outras nacionalidades. 

“Carol”, o grande vencedor, conta a história da jovem e tímida Therese Belivet (Rooney Mara) e da elegante Carol Aird (Cate Blanchett), que se conhecem e se aproximam cada vez mais até desenvolver um romance que não era exatamente bem-visto na década de 50, época em que o filme se ambienta – ainda que na moderna e descolada New York. 

De acordo com os participantes da votação, "Carol" faz uma bela adaptação do livro homônimo e apresenta um desenvolvimento sensível e pouco clichê de um romance lésbico. O longa é também elogiado pelo público LGBT por contar a história de duas personagens lésbicas sem fetichizá-las, como acontece frequentemente em películas com esta temática. 

Além do filme dirigido por Haynes, também figuram na lista alguns títulos bastante conhecidos dentro e fora da comunide LGBT, como é o caso de "Azul é a cor mais quente", "Brokeback Mountain", "Paris is Burning", entre outros.

Confira a lista completa dos 30 melhores filmes LGBT para o Instituto Britânico de Cinema:

 1. Carol (2015), de Todd Haynes

2. Weekend (2011), de Andrew Haigh

3. Happy Together (1997), de Wong Kar-wai

4. Brokeback Mountain (2005), de Ang Lee

5. Paris Is Burning (1990), de Jennie Livingston

6. Tropical Malady (2004), de Apichatpong Weerasethakul

7. My Beautiful Laundrette (1985), de Stephen Frears

8. All about My Mother (1999), Pedro Almodóvar

9. Un chant d’amour (1950), de Jean Genet

10. My Own Private Idaho (1991), de Gus Van Sant

11. Tangerine (2015), de Sean S. Baker

11. The Bitter Tears of Petra von Kant (1972), de Rainer Werner Fassbinder

11. Blue Is the Warmest Colour (2013), de Abdellatif Kechiche 

Azul é a cor mais quente

14. Mädchen in Uniform (1931), de  Leontine Sagan

14. Show Me Love (1998), de Lukas Moodysson

14. Orlando (1992), de Sally Potter

17. Victim (1961), de Basil Dearden

18. Je, tu, il, elle (1974), de Chantal Akerman

19. Looking for Langston (1989), de  Isaac Julien

20. Beau Travail (1999), Claire Denis

20. Beautiful Thing (1996), de Hettie MacDonald

22. Stranger by the Lake (2013), de Alain Guiraudie

22. Theorem (1968), de Pier Paolo Pasolini

22. The Watermelon Woman (1996), de Cheryl Dunye

22. Pariah (2011), de Dee Rees

22. Mulholland Dr. (2001), de David Lynch

Mulholland Dr.

27. Portrait of Jason (1967), de Shirley Clarke

27. Dog Day Afternoon (1975), de Sidney Lumet

27. Death in Venice (1971), de Luchino Visconti

27. Pink Narcissus (1971), de James Bidgood

27. Sunday Bloody Sunday (1971), de John Schlesinger

27. Tomboy (2011), de Céline Sciamma

27. Funeral Parade of Roses (1969), de Toshio Matsumoto

Mais informações sobre os 30 melhores filmes e outras produções que também receberam votos estão disponíveis no site do BFI, confira.

Crítica do filme O Tigre e o Dragão: Espada do Destino | O legado continua na Netflix

Pelo que vale a pena lutar?

A Netflix ligou há algum tempo o botão do saudosismo, ressuscitando várias séries que fizeram sucesso no passado. E a fórmula vem dando certo, visto que agora o serviço de streaming também está visando os investimentos para os seus filmes próprios.

O Tigre e o Dragão: Espada do Destino é o primeiro longa lançado pelo serviço focado no mercado da nostalgia – área que está em alta ultimamente com várias franquias da cultura pop voltando à tona, como Star Wars, Os Caça Fantasma, Exterminado do Futuro e tantas outras. 

Jogado há anos no limbo por questões judiciais e de financiamento, a continuação direta do épico chinês O Tigre e o Dragão, vencedor de quatro Oscars (incluindo melhor filme em língua estrangeira), finalmente ganhou vida e está disponível para todos os assinantes. Desta vez quem dirige é Yuen Woo Ping, famoso coreografo de lutas e cenas de ação, como de Matrix; o escritor John Fusco, de O Reino Proibido, fica responsável pelo roteiro, o qual novamente é baseado na chamada pentalogia Garça-Ferro, série de cinco livros escritos pelo chinês Wang Du Lu (1909-1977).

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A franquia é chamada assim (Crane-Iron Series) porque junta os nomes do seu primeiro e último capítulo, os quais são: 1) Crane Frightens Kunlun, 2) Precious Sword, Golden Hairpin, 3) Sword Force, Pearl Shine, 4) Crouching Tiger, Hidden Dragon e 5) Iron Knight, Silver Vase. 

O primeiro filme O Tigre e o Dragão, lançado nos anos 2000 e dirigido por Ang Lee, é a adaptação do quarto livro. Já a continuação da Netflix adapta o quinto livro: Vaso de Prata, Cavaleiro de Ferro. 

Nessa nova história, o mundo vive na iminência da guerra, após 18 anos da morte do mestre das artes marciais Li Mu Bai. A protagonista Yu Shu Lien, novamente interpretada por Michelle Yeoh, retorna a capital para prestar suas condolências a morte do Sr. Te, guardião da lendária espada de Li Mu Bai, a Destino Verde. Sem o seu protetor, a espada fica vulnerável, e Hades Dai, o novo vilão, fará de tudo para obter a arma mais poderosa desta era. Assim, Shu Lien precisa reunir novos guerreiros para proteger a Destino Verde – lutadores que estejam prontos para morrer pela causa. 

O Tigre e o Dragão: Espada do Destino a princípio retoma a mesma premissa do seu antecessor e o mesmo MacGuffin – termo inventado por Alfred Hitchcock para designar o objeto central de uma história – neste caso a espada Destino Verde. Temos as mesmas tentativas de roubo, os mesmo conflitos internos das personagens, as questões de honra e as delicadas lutas extremamente coreografadas. Porém, o novo filme de Wuxia (gênero cinematográfico chinês que mistura fantasia e artes marciais), tem bons momentos e cenas de ação que são dignas do estilo. 

Há, por exemplo, a velha passagem do mestre ensinando o aprendiz: Yu Shu Lien manda sua pupila, Vaso de Prata, atravessar o furo de uma moeda que está balançando em forma de pêndulo em uma árvore, estando de costas. Ao melhor estilo Yoda/Luke, a aprendiz se revolta, dizendo que é impossível. Yu Shu Lien, na maior calma possível, entra em harmonia com seu espírito e resolve teste na primeira tentativa. 

Novos personagens são apresentados, cada um com personalidade e estilo de luta diferente, formando praticamente uma equipe de “Vingadores” das artes marciais, e que tornam a trama maior e mais dinâmica. Um deles é a adição ator Donnie Yen, famoso por filmes como O Grande Mestre (Ip Man). 

Yen e os demais lutadores errantes somam a drama não apenas nas cenas de ação, mas também na história em geral. Já Michelle Yeoh está mais uma vez impecável, parecendo que não envelheceu nem um ano. A atriz passa toda a força de sua personagem, seja na esgrima ou no relacionamento com os demais. Ela é a verdadeira representação do Caminho de Ferro, filosofia do guerreiro apresentada no filme.  

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É interessante ver que o mesmo aspecto de diversificação de gêneros que consagrou o primeiro filme também se mantém na sua continuação. Ou seja, não são apenas lutas nos telhados e busca pela espada lendária, mas principalmente questões dramáticas que tornam O Tigre e o Dragão: Espada do Destino uma sequência à altura, único fato que justifica uma sequência do clássico 16 anos depois, além do dinheiro e do aumento de assinantes. 

Infelizmente, a obra literária não possui ainda tradução para o português nem para o inglês, então, se você quer se aprofundar na mitologia criada por Wang Du Lu terá que aprender mandarim ou torcer para a Netflix produzir mais filmes desse universo. 

 

Toy Story 2 | Trailer oficial e sinopse

Woody sofre um rasgo em sua roupa de cowboy e isso causa uma nova aventura para os brinquedos. Ao tentar resgatar um brinquedo chamado Wheezy, Woody acaba sendo roubado por um colecionador de bonecos chamado Al. Os brinquedos entram em pânico e, liderados pelo boneco espacial Buzz Lightyear, planejam uma estratégia para resgatar Woody daquele ladrão.

Já na casa de Al, Woody conhece a cowgirl Jessie, o cavalo Bala no Alvo e o Mineiro e descobre que é um raríssimo boneco de uma série de televisão dos anos 1960 e que será vendido, junto com os novos amigos, para um museu no Japão. Diante da nova situação, Woody terá que decidir entre ficar com o menino Andy e fazer parte da vida de uma criança ou ir para o museu e ficar para sempre sendo observado por visitantes.

Crítica do filme As Sufragistas | As mulheres que mudaram nossas vidas

Responda rápido: quem foram as responsáveis pela implantação do voto feminino no Brasil? A menos que você seja formado em História ou seja uma feminista militante, duvido que você saiba responder a essa pergunta sem procurar no Google.

A história insiste em ignorar ou, ao menos, ofuscar as mulheres que a construíram. É por isso que filmes como “As Sufragistas” são tão importantes: para nos lembrar de quem foram essas mulheres incríveis que contribuíram tanto para o alcance dos direitos que temos hoje. 

Produzido sob a direção de Sarah Gavron e com roteiro de Abi Morgan, o longa retrata os bastidores do movimento sufragista no Reino Unido a partir da história de cinco mulheres que tiveram papeis fundamentais na militância – três delas personagens ficcionais inspirados em mulheres que participaram do movimento e duas delas reais.

As Sufragistas

A protagonista é Maud Watts (Carey Mulligan), uma trabalhadora de 24 anos que praticamente nasceu dentro da lavanderia na qual atua até que os fatos do filme comecem. É nessa mesma lavanderia que ela conhece Violet Miller (Anne Marie Duff), sua principal influência sufragista, a qual a leva até Edith Ellyn (Helena Bonham Carter, a odiada Bellatrix Lestrange, de Harry Potter).

Já inserida no movimento, ela tem acesso a duas personagens que de fato existiram: Emily Wilding Davison (interpretada por Natalie Press) e Emmeline Pankhurst (participação da Meryl Streep), nomes fundamentais para a conquista do voto feminino no Reino Unido.

Elenco de peso

Pensando em qualidade técnica e produção, o ponto alto deste longa-metragem britânico é o elenco. Com tantos nomes conhecidos e admirados internacionalmente, é até difícil de acreditar que o filme tenha ficado em cartaz por tão pouco tempo e em tão poucos cinemas por aqui. 

E nem tanto pela Carrey Mulligan, que vai muito bem como protagonista, mas não é tão conhecida. Pensando mais em Helena Bonham Carter e Meryl Streep, mesmo, que são nomes que normalmente chamam bastante a atenção. 

As Sufragistas

O ponto é que todas elas, além de Brendan Gleeson (o Olho Tonto, da saga Harry Potter), no papel do Inspetor Arthur Steed, fazem um ótimo trabalho ao dar vida para as sufragistas inglesas. 

Embora não seja excepcional neste sentido, o filme tem uma boa caracterização e figurino, é bem ambientado e retrata de maneira satisfatória os espaços onde a história se desenvolve. Não são, no entanto, os aspectos técnicos que mais se destacam nessa produção. 

O roteiro é o que mais faz “As Sufragistas” valer a pena, especialmente para quem se interessa pelas causas feministas. Abi Morgan – que, por sinal, já tem no currículo trabalhos que focam em mulheres fortes, como é o caso de "A Dama de Ferro – realiza um belo trabalho de adaptação da história real das mulheres que lutaram por direitos políticos.

“We don’t want to be law breakers, we want to be law makers”

É até um pouco estranho pensar que os fatos retratados em "As Sufragistas" aconteceram nos primeiros anos do século XX. Imaginem: há pouco mais de cem anos, as mulheres não podiam opinar politicamente. Parece algo de outro mundo, né? Pensar, por exemplo, que as mulheres que iam às ruas para lutar por direitos eram consideradas arruaceiras e dramáticas e que ser sufragistas era quase um xingamento. Soa familiar, isso, feministas?

Você pode inclusive clicar aqui e conhecer um pouco mais sobre as histórias das mulheres que inspiraram as personagens do filme "As Sufragistas" e as histórias reais de Emily Wilding Davison e Emmeline Pankhurst - que foram presas 9 e 13 vezes, respectivamente, por militarem pelo direito ao voto feminino.

O fato é que o voto feminino não caiu do céu e “As Sufragistas” consegue cativar o público ao relatar todo o sofrimento e sacrifício envolvido nessa conquista. Ao contar os fatos históricos a partir do ponto de vista de Maud Watts, o longa é quase um “sair da caverna” – um sentimento bastante familiar para tantas mulheres quando se deram conta pela primeira vez que podiam se chamar de feministas.

As Sufragistas

A protagonista não é uma militante. Maud é só uma mulher que está seguindo seu pesado caminho entre uma exaustiva jornada de trabalho de muitas horas por dia, a criação do filho e o cuidado com o marido, tudo isso ganhando uma miséria e sofrendo todo tipo de abuso e assédio até mesmo em seu ambiente de trabalho. 

Em um estalar de dedos, ela percebe o quanto tudo isso está errado e algo precisa ser feito a respeito. E quando isso acontece, não há mais como voltar atrás. Assim, contar a história a partir da perspectiva dela e não focar nas disputas legais para implementação do direito ao voto, em si, é uma das grandes sacadas de “As Sufragistas”. 

O filme sofreu diversas críticas por ignorar completamente a militância das sufragistas negras, como se a luta pelo direito ao voto feminino fosse protagonizada apenas por mulheres brancas. De fato, isso é completamente ignorado, nenhuma das mulheres do elenco é negra. Culpa da produção e também da sociedade de maneira geral, que ignora a participação negra em grande parte dos relatos históricos.  

As Sufragistas

Por falar em representação, chama a atenção também a relação com a questão de classe. Os abusos, a humilhação, o assédio, o combo jornada de trabalho enorme + salários baixos e muito injustos. Tudo isso era sofrido pelas mulheres da época – e ainda é até hoje, em tantos casos. Foram essas mulheres que foram às ruas para tentar mudar a realidade, muitas vezes sacrificando sua vida pessoal, suas famílias, e é justíssimo que elas sejam reconhecidas, não apenas de classe média e da nobreza.

Para quem é mulher e feminista, é difícil assistir a este filme e não experimentar uma sequência de sentimentos de revolta, tristeza, raiva e vontade de sair espalhando o feminismo por aí. Para quem não se envolve com o feminismo, também vale a pena ver o filme para entender um pouco mais sobre a importância que teve, e ainda tem, a luta feminista por direitos políticos para as mulheres. Por isso, "As Sufragistas" é altamente recomendado!

Crítica do filme Brooklyn | Um belo e emocionante conjunto

Impressionantes 125 nominações para prêmios nacionais e internacionais, entre elas três indicações ao Oscar – Melhor filme, Melhor Roteiro e Melhor Atriz, para Saoirse Ronan. Com essas credenciais, é de se esperar que "Brooklyn" seja uma produção no mínimo interessante. E é.

No meu caso, foi preciso ver duas vezes esse longa dirigido por John Crowley para que eu conseguisse de fato enxergar a beleza do filme. Na primeira tentativa, achei o desenvolvimento muito lento, mas na segunda gostei bem mais e o ritmo não me incomodou nem um pouco. 

Baseado no livro de Colm Tóibín, o longa conta a jornada da jovem irlandesa Eilis Lacey (Saoirse Ronan), que é incentivada pela irmã mais velha, Rose (Fiona Glascott), a trocar a pacata cidadezinha na Irlanda onde vive pela agitada Nova Iorque, em busca de trabalho e uma vida melhor.

Como muitas pessoas em meados do século passado, ela parte sozinha para o outro lado do Atlântico para viver no bairro do Brooklyn, onde conhece um mundo completamente novo e uma realidade muito diferente daquela em que vivia até então. 

Uma história sobre a história 

Antes de falar dos dramas da personagem em si – e a gente não vai poder ir muito a fundo nisso pra não fazer como o trailer do filme e entregar demais o que acontece – vale discutir um pouco o panorama geral em que a narrativa se desenvolve. 

“Brooklyn” é quase uma aula de história norte-americana, com foco neste que é até hoje um dos mais famosos e importantes bairros nova-iorquinos. O background da história de Eilis é interessante pois revela um momento bastante significativo para a formação da identidade cultural norte-americana: a época da imigração europeia.

Brooklyn

E esse plano de fundo é muito bem construído. O retrato da famosa rigidez estadunidense no controle de entrada de imigrantes no país, a alocação dessas pessoas em pensões acumuladas uma em cima da outra no bairro do Brooklyn, a mão de obra empregada em alguns setores bem específicos – como no caso de Eilis, uma loja de cosméticos. 

As locações são lindas e o “Brooklyn” tem uma fotografia muito bonita, com uma paleta de cores bastante fiel ao contexto histórico em que os fatos se passam. O figurino e a maquiagem do filme são magníficos e estão longe de serem meros detalhes no longa-metragem. A maneira como a própria Eilis se veste, por exemplo, vai de encontro à evolução do próprio arco narrativo da protagonista, o que nos ajuda a compreender e sentir junto com ela suas transformações. 

Personagens cativantes

Não é à toa que Saoirse Ronan foi indicada para o papel de melhor atriz. Ela se enquadra muito bem no papel da tímida e ingênua Eilis, que emociona o público em diversos momentos da história. 

Não apenas ela, o elenco todo convence, assim como os personagens são cativantes e humanos. As colegas de pensão de Eilis são ótimas e trazem um alívio bacana para as fases mais tristes, assim como o “núcleo italiano” do filme, que arranca algumas risadas do público. Isso vale especialmente para o queridíssimo encanador Tony (Emory Cohen), que leva nota dez no quesito “carinha de anjo” com personalidade fofa.

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Chama a atenção também a construção da vila em que morava Eilis na Irlanda, onde boa parte da história se desenvolve. As ruas, os cenários e as visões de mundo típicas de cidadezinhas pequenas são muito fieis à realidade.

Outro ponto legal é que "Brooklyn" consegue passar no Teste de Bechdel, ainda que seu enredo verse sobre uma época em que as mulheres viviam sob uma série de regras que todos conhecemos bem: a busca pelo marido e o medo de ficar sozinha, alinhados aos primeiros passos de uma certa independência financeira alcançada pela entrada no mercado de trabalho da beleza. 

No fundo, "Brooklyn" – que em alguns cinemas foi traduzido para Brooklin, com “i”, por motivos desconhecidos – tem uma fórmula bastante simples. São poucos personagens centrais, uma história bem humana com um background histórico legal, personagens consistentes e bons atores. Os dilemas com os quais a protagonista é confrontada poderiam ser os de cada um de nós e essa empatia ajuda a criar uma relação positiva com o filme.

Graças à forte concorrência, é difícil que “Brooklyn” consiga vencer o Oscar, especialmente o de Melhor Filme - afinal, estão no páreo produções fortes, como "O Regresso", que é o grande favorito para levar a estatueta nesse ano. Mesmo assim, só o mérito de ser indicado já é uma forma de congratular essa bela produção, que você precisa ver!

Ex-Machina: Instinto Artificial | Cena legendada, trailer e sinopse

Um intenso thriller psicológico, do aclamado roteirista e diretor ALEX GARLAND (Extermínio, Sunshine – Alerta Solar), Ex Machina - Instinto Artificial é uma arrepiante visão de um futuro não muito distante da inteligência artificial.

Em um refúgio nas montanhas de um talentoso bilionário da internet, um jovem participa de uma estranha experiência: testar a inteligência artificial, inserida no corpo de uma bela garota robô. Mas a experiência se torna uma sinistra batalha psicológica: um triângulo amoroso, onde a lealdade está dividia entre homem e máquina.