T.J. Miller - Café com Filme

O Homem que Matou Hitler e o Pé-Grande | Trailer legendado e sinopse

Desde a Segunda Guerra Mundial, Calvin Barr viveu com o segredo de que ele foi responsável pelo assassinato de Adolf Hitler. Agora, décadas depois, o governo dos EUA o chamou novamente para uma nova missão secreta. O Pé Grande tem vivido nas profundezas do Canadá e carregando uma praga mortal que agora ameaça se espalhar para a população em geral. Baseando-se nas mesmas habilidades que ele aperfeiçoou durante a guerra, Calvin deve partir para salvar o mundo livre novamente.

Crítica do filme Como Treinar o Seu Dragão 3 | O justo fim da Era dos Dragões

Após nove anos, a série "Como Treinar o Seu Dragão" conclui a épica história dos Vikings da ilha de Berk e sua relação com as feras aladas que povoavam seus pesadelos mas que agora coexistem em harmonia. Dean Deblois assume a direção e roteiro novamente, mostrando para as crianças de todas as idades que até mesmo as coisas boas, como a era dos dragões, precisam chegar ao fim.

Soluço (voz original de Jay Baruchel/Gustavo Pereira na versão nacional), começou como um adolescente esquisito e agora se tornou o chefe da ilha, comandando tanto seus conterrâneos quanto os dragões. Porém, seu fiel companheiro Banguela, o Fúria da Noite, é o dragão alpha e é quem mantém todos os bichos na linha de fato.

Interessante notar o tempo transcorrido durante os filmes e todo o desenvolvimento emocional dos personagens, além dos temas delicados sutilmente abordados. Soluço perdeu seu pai, precisou aprender a ser responsável e a liderar seu povo, reencontrou sua mãe que havia sumido há anos e vivenciou amizades inigualáveis e perdas irreparáveis.

Um fim com cara de recomeço

A novidade deste terceiro capítulo é a descoberta de uma Fúria da Noite feminina e branca. Apelidada de Fúria da Luz por Astrid (America Ferrara/Luisa Palomanes), ela seduz Soluço quase que imediatamente, pois pensava-se que ele era o último de sua espécie. Agora que os dragões e os vikings vivem em harmonia em Berk, a grande ameaça para a comunidade é um novo vilão chamado Grimmel (F. Murray Abraham/Márcio Simões), determinado a caçar todos os dragões, especialmente os Fúrias da Noite.

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O longa já começa em grande estilo com os protagonistas em armaduras de couro de dragão e uma espada de fogo, libertando dragões enjaulados em navios, em um ambiente enevoado e sombrio. Entretanto, o filme não é pautado apenas por batalhas, buscando uma expansão de tudo que já foi apresentado sem tentar se repetir muito.

Há um grande enfoque em relacionamentos, Soluço e Astrid precisam se casar para governar juntos, mas não se sentem preparados para isso, mantendo a relação de competitividade, mas sempre apoiando um ao outro. Em paralelo, vemos Banguela tentando conquistar a Fúria da Luz com muito esforço, aprendendo um pouco mais sobre sua própria espécie e a responsabilidade de ser um alpha de criaturas tão distintas e poderosas.

Vikings sem estereótipos

Os amigos de Soluço também são bem representados, servindo principalmente como alívio cômico. Melequento (Jonah Hill/Paulo Mathias) tenta impressionar e “conquistar” a mãe de Soluço, Valka (Cate Blanchett/Martha Cohen), mas acaba sempre sendo superado por Eret (Kit Harington/Raphael Rossatto) um viking mais velho e tradicional. Mas o destaque são os gêmeos  Cabeça-Dura (T.J. Miller/Caio César) e Cabeça-Quente (Kristen Wiig/Lina Mendes), além de zoarem um com o outro o tempo todo, tem as personalidades mais marcantes e diálogos engraçados.

No segundo filme, foi revelado que o guerreiro veterano e ferreiro Bocão (Craig Ferguson/Cláudio Galvan) nunca se casou por ser homossexual. Não há nenhuma mudança no tratamento da comunidade com ele, o que soa muito mais inclusivo do que fazer piada ou chamar atenção de uma forma explícita. Outro detalhe interessante é a naturalização de um protagonista com uma prótese na perna, desafiando o padrão de uma forma sutil e elegante.

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Contudo, o vilão continua caricato e megalomaníaco. Grimmel, O Terrível, utiliza um soro que torna os dragões suscetíveis a seus comandos, uma solução conveniente demais mas que é o suficiente para o que o roteiro propõe. 

Haviam dragões quando eu era criança

Buscando se diferenciar sem fugir muito dos padrões dos grandes estúdios, “Como Treinar o Seu Dragão 3” tem todos os elementos para divertir a família e integra diversos temas complexos de forma sutil e descontraída, uma excelente opção para quem está procurando algo para assistir sem muito compromisso. Inclusive, não é estritamente necessário ter visto os anteriores para entender e aproveitar essa jornada, mas claro que os fãs da animação de 2010 são os agraciados por já estarem cativos aos carismáticos personagens.

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A trilha é composta novamente por John Powell, com uma temática nórdica divertida e empolgante. Vale destacar também que existem momentos importantes sem diálogos, com os dragões interagindo daquela forma fofa e engraçada que todos amam, além de paisagens e efeitos visuais de tirar o fôlego, o trabalho de expressar sentimentos sem dizer uma palavra foi realizado com primor.

“Como Treinar o Seu Dragão 3” é uma despedida honrosa. Nada garante que novas versões sejam feitas no futuro, especialmente porque existem diversos outros livros que serviram como base para a animação, mas a história que Deblois gostaria de contar chega ao fim de uma forma bonita e triste, assim como a vida.

Sin City: A Cidade do Pecado (2005) | Trailer legendado e sinopse

Sin City é uma cidade que seduz as pessoas. Nela vivem policiais trapaceiros, mulheres sedutoras e vigilantes desesperados, com alguns estando em busca de vingança e outros em busca de redenção. Um deles é Marv (Mickey Rourke), um lutador de rua durão que sempre levou sua vida a seu modo. Após levar para casa a bela Goldie (Jaime King), ela aparece morta em sua cama. Isto faz com que Marv decida percorrer a cidade em uma jornada pessoal, em busca de vingança. Além dele há Dwight (Clive Owen), um detetive particular que tenta a todo custo deixar seus problemas para trás. Após o assassinato de um policial, Dwight se apresenta para proteger suas amigas, as damas da noite. Há também John Hartigan (Bruce Willis), o último policial honesto da cidade, que restando apenas uma hora para se aposentar se envolve na tentativa de salvar uma jovem de 11 anos das mãos do filho de um senador.

Gremlins | Trailer oficial e sinopse

Rand Peltzer (Hoyt Axton) é um "inventor" que, ao tentar dar um presente natalino único para seu filho, Billy Peltzer (Zach Galligan), compra em Chinatown um Mogwai, um ser aparentemente gracioso. Mas o dono, um velho chinês, não queria vendê-lo por dinheiro nenhum, pois ter um Mogwai envolve muitas responsabilidades. Entretanto, o neto do ancião o vende por duzentos dólares e diz as regras essências para ter um Mogwai: nunca colocá-lo diante de uma luz forte e muito menos na luz solar, que pode matá-lo; nunca molhá-lo e, a regra principal, nunca o alimente após a meia-noite, mesmo que ele chore ou implore. Rand ouve o aviso sem dar a devida importância e leva o Mogwai para sua casa em Kingston Falls, uma pequena cidade. Paralelamente, Billy trabalha como caixa de banco e sofre com as exigências de Ruby Deagle (Polly Holiday), uma cliente igualmente rica e antipática. Além disto tem de aturar o pedante Gerald (Judge Reinhold), que quer usar sua posição para conquistar Kate Beringer (Phoebe Cates), a namorada de Billy. Quando Billy recebe o presente fica maravilhado, mas as regras não são respeitadas. Assim, quando é molhado o Mogwai se multiplica assustadoramente e, alimentados após a meia-noite, se tornam criaturas más, que aterrorizam a cidade.

Crítica do filme Homem-Aranha no Aranhaverso | Quantos Aranhas existem?

Mais um filme do Homem-Aranha?”, você se pergunta. Sim, e manda mais que tá pouco! Em 2013, a Sony Pictures Entertainment anunciou seus planos para um complexo universo interconectado baseado no herói Homem-Aranha. Entre os títulos planejados estavam: “O Espetacular Homem-Aranha 3” (que nunca aconteceu), “Venom” (que foi um sucesso mas que dividiu a crítica e o público) e o “Sexteto Sinistro” (que ainda não aconteceu, embora o diretor e roteirista Drew Goddard ainda tenha interesse em embarcar no projeto).

Porém, a Sony pegou uma rota alternativa, criando uma parceria com a Marvel dois anos mais tarde para tornar o aracnídeo parte do MCU, com Tom Holland encarnando Peter Parker em “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” e em outros filmes do universo Marvel.  Mas então o que “Homem-Aranha no Aranhaverso” tem de tão especial? Com certeza a mesma fórmula de sempre: Peter Parker sendo picado pela aranha, perdendo o tio Ben e assumindo uma vida de combate ao crime. Não exatamente.

Escrito por Phil Lord e Rodney Rothman e dirigido por Bob Persichetti, Peter Ramsey e  Rothman o estúdio conseguiu criar algo incrível: uma história de origem que quebra o molde e mostra que existe sim muitos Aranhas, mas ao invés de negá-los, admitir que cada um está em um universo. É simples e genial a sua própria maneira. Ou seja, existe um Tobey Maguire Aranha, um Andrew Garfield Aranha e assim por diante, cada um em seu respectivo universo.

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A trama é focada em Miles Morales (Shemiek Moore), um jovem negro descendente de  porto-riquenhos que mora no Brooklyn e que se encontra perdido entre realidades paralelas. E como já deu pra perceber, o filme mostra universos paralelos, mas foca também em questões culturais e bem pautadas na realidade. Miles ama sua vizinhança, amigos e escola, mas seus pais Jefferson (Brian Tyree Henry) e Rio (Luna Lauren Vélez) insistem em mandá-lo para uma escola particular chamada Vision Academy, em um bairro nobre e distante de tudo que ele aprecia.

O garoto é muito inteligente e por isso seus pais querem uma educação à altura, mas apesar de conseguir se destacar nas matérias, se sente totalmente deslocado em um mundo que não é seu. Essa analogia sobre descobrir quem você é e qual seu papel no mundo, tomando toda a responsabilidade que isso acarreta é o que torna a história tão cativante. Mas é após Miles ser picado pela aranha que a coisa começa ficar doida, no melhor sentido possível!

Desde a narrativa até o visual, todo o filme é pautado nas histórias em quadrinhos, obviamente. De forma bem típica para esse tipo de filme, o Rei do Crime (Liev Schreiber) cria uma fenda no espaço-tempo com uma espécie de acelerador de partículas, ganhando acesso às infinitas Terras alternativas, e seus respectivos “Homens-Aranhas”. E por mais absurdo que isso pareça, o roteiro busca fugir um pouco do clichê “tentar conquistar o mundo” para focar em questões pessoais dos personagens, sobretudo os vilões.

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O que nos leva a Peter Parker (Jake Johnson), o homem aranha “original”. Ele aparece na vida de Miles como um mentor, para ensiná-lo sobre seus novos poderes e o que significa ser um herói. Mas logo isso é deixado de lado, já que fica claro que apesar das semelhanças aracnídeas, são as diferenças que tornam cada “Ser-Aranha” importantes para seus respectivos universos. A cada novo personagem introduzido, uma resumo de sua história é contado. Peter, já é bem mais experiente, tem problemas com sua vida pessoal e toma uma atitude derrotista perante a vida de heroísmo, inclusive descuidando da forma física. Ele vê em Miles o potencial que o levou a ser o Homem-Aranha, mas entende que será impossível ensiná-lo, já que ele deve descobrir por conta própria seus poderes e responsabilidades.

O protagonista é Miles, mas todos os outros Aranhas tem seus momentos para brilhar, especialmente nas cenas de ação. Spider-Gwen (Hailee Steinfeld) é a que tem o arco de história mais interessante, por isso mesmo será a próxima protagonista na sequência desse filme. Ela vem de uma realidade onde Gwen Stacy é picada pela aranha e Peter morre, o que faz a Mulher-Aranha se fechar e evitar fazer novas amizades desde então.

Temos ainda Spider-Man Noir (com a voz de ninguém menos que Nicolas Cage), um Aranha baseado no cinema noir e revistas pulp, com um tom mais sério e investigativo. Felizmente a animação é bem descontraída e sabe aproveitar todas as piadas possíveis a respeito de seus personagens, como o fato dele ser em preto e branco e não entender cores.

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Outro  exemplo é o famigerado Porco-Aranha ou Spider-Ham (John Mulaney), inspirado em desenhos animados como Looney Toons, jogando bigornas nos seus oponentes e retirando objetos enormes dos bolsos. Poderia destoar totalmente do filme, mas adiciona uma dose extra de humor em uma animação que já é divertidíssima.

Para completar o time, a inusitada Peni Parker (Kimiko Glenn), que tem um estilo anime, ao lado de seu leal companheiro robô SP//dr, provando que não há limites para possíveis versões alternativas do aracnídeo. Por mais que o filme conte que você já saiba previamente “o que é um Homem-Aranha”, ainda existe espaço para boas surpresas e o frescor de algo tão popular e amado sendo feito da maneira certa é um presente para os fãs de qualquer mídia em que o cabeça de teia já tenha aparecido,

Uma animação inigualável

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A cereja do bolo são as cenas de ação, toda a parte da animação se distancia do padrão que já estamos acostumados. Cada frame é uma obra de arte por si só, desde detalhes como o sentido aranha se manifestando pela primeira vez em Miles como um diálogo interno que é representado na tela como um quadro amarelo de histórias em quadrinhos até efeitos da realidade colapsando em uma mistura de 3D e 2D incrível, é visível o cuidado tomado para criação do longa.

Os fãs dos quadrinhos são ainda mais recompensados, pois a sensação é de estar segurando uma hq enquanto assiste. Retícula Benday, balões de pensamento, onomatopéias escritas e até a ilusão de que uma das cores está deslocada, algo bem comum na época das impressões de quatro cores, onde uma das chapas ficava levemente deslocada. Eu gostaria de exemplificar com imagens, mas eu juro que vale a pena ver por conta própria no filme! Infelizmente não é possível pausar a projeção no cinema, porque a vontade é de parar para apreciar os detalhes. 

Cada frame dos 117 minutos de filme teve como base uma imagem criada com computação gráfica, que em seguida foi trabalhada e sobreposta por desenhos feitos a mão. O resultado torna cada quadro único que coletivamente transmitem essa estranheza boa, se distanciando da perfeição digital que toda animação busca. Por todo o processo ser bastante trabalhoso, a Sony Pictures Imageworks juntamente com a Sony Pictures Animation precisou reinventar o método contemporâneo de animação para tornar isso viável, criando uma nova linguagem visual e reconstruindo a animação e iluminação do zero.

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A maioria dos projetos de animação levam uma semana de trabalho para animar quatro segundos de ação na tela. Em “Homem-Aranha no Aranhaverso”, foi necessário uma semana para cada segundo. A Sony está tentando patentear essa tecnologia e com certeza todo esse processo será mais automatizado ao longo dos anos, o que torna tudo ainda mais promissor.

Para complementar, a trama busca mostrar as particularidades de Miles Morales, desde seu interesse por graffiti, seu Nike desamarrado de propósito até os sons que os jovens gostam. Por essa razão, ao invés de contar apenas com músicas orquestradas, ouvimos também músicos contemporâneos como Post Malone e Swae Lee para haver uma identificação ainda maior com o protagonista e seu gosto musical. A Sony criou playlists no Youtube e você pode ouvir tanto a trilha sonora quanto as músicas clicando nos links.

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“Homem-Aranha no Aranhaverso” é inovador, irreverente e dinâmico. Repleto de piadas e homenagens a cultura pop, com um protagonista relevante e uma animação espetacular, é o tipo de filme que vale a pena virar uma franquia, diferente das outras apostas aracnídeas da Sony. O futuro é promissor, e se você já está acostumado com as cenas pós-créditos em filmes de herói, será extremamente bem recompensado. A vontade de aplaudir é grande, mas juro que não fiz isso no cinema.

O Confeiteiro | Trailer legendado e sinopse

Thomas, um jovem e talentoso confeiteiro, tem um caso com Oren, um homem israelense casado que morre em um acidente de carro. Thomas viaja a Israel atrás de respostas. Guardando seu segredo, ele começa a trabalhar para Anat, viúva de Oren, em seu pequeno café.

Apesar de sua comida não ser kosher (alimento judeu) e desprezado pela religião, seus deliciosos doces transformam o local em uma atração na cidade. Envolvido na vida de Anat de uma maneira além do que ele esperava, Thomas irá estender a sua mentira até um ponto sem retorno.