Crítica de Pets - A Vida Secreta dos Bichos

Mais loucos do que você imagina

por
Thiago Moura

23 de Agosto de 2016
Fonte da imagem: Divulgação/Universal Pictures
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 5 min

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Para sua quinta colaboração de longa-metragens animados, a Illumination Entertainment e a Universal Pictures apresentam “Pets - A Vida Secreta dos Bichos”, uma comédia sobre a vida que nossos animais de estimação levam depois de saírmos para o trabalho ou escola todos os dias.

A direção fica por conta de Chris Renaud, mesmo diretor dos dois "Meu Malvado Favorito", e para deixar todo mundo no clima, um curta chamado “Mower Minions” é apresentado, onde os simpáticos seres amarelos tentam cuidar de um jardim, mas acabam apenas fazendo suas trapalhadas tão características. O curta serve como um bonus ou uma punição, dependendo do seu amor por Minions.

Parte do carisma dos Minions é aquela linguagem própria, uma mistura entre espanhol, banana e sons que crianças pequenas adoram reproduzir com a boca. Mas em “Pets - A Vida Secreta dos Bichos”, contamos com vozes famosas e muito bem interpretadas para cada um dos bichinhos.

O que eles fazem quando você não está em casa?

A premissa do filme é muito similar a de Toy Story, com os brinquedos tendo uma vida paralela enquanto as crianças estão longe. Os Pets levam uma vida de bichos de estimação normal, com um leve exagero em determinadas situações, tudo isso para trazer o humor as telas.

Então somos apresentados a Max (Danton Mello), um cachorrinho abandonado que é adotado por Katie. Eles desenvolvem uma relação adorável, Max ama sua dona acima de tudo e acredita que ambos se complementam, por isso passa o dia esperando sua querida dona voltar para casa. Após algum tempo, Katie adota um novo cachorro chamado Duke (Tiago Abravanel), que deixa Max enciumado, sentindo que a relação harmoniosa da casa foi quebrada.

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Com ajuda da sarcástica gata Chloe (Miriam Ficher), da fofinha Lulu da Pomerânia Gigi (Tatá Werneck), além de diversos outros animais, Max cria um plano para se livrar de Duke, mas que acaba dando errado, forçando os bichinhos a viver uma aventura para conseguir voltar para casa e para seus donos.

Em Nova York, nada é estranho demais

As diversas situações em que Max e Duke se metem para conseguir voltar para casa são cheias de ação, o que deve agradar bastante as crianças. Apesar do foco ser sobre os cães, cada um dos personagens tem pelo menos um momento marcante dentro da história, além de diversas piadas que já estavam presentes nos trailers.

A trama geral é bem simples, o que é bastante aceitável para o público infantil. Porém, o filme aborda diversos aspectos que podem ser explorados pelos pais, como o coelhinho Bola de Neve (Luis Miranda) que apesar da aparência inofensiva é o líder de uma organização secreta nos esgotos, composta por animais abandonados pelos donos pelas mais diversas razões. Toda essa relação entre os donos e os bichos, além dos cuidados necessários para ter um bichinho estão bem presentes, mas sem soar forçado ou impondo algo forçadamente.

Bola de Neve é um dos pontos altos do filme, sua personalidade maluca e seus ideais anárquicos são uma fonte quase inesgotável de humor, além de ser a peça chave para o desenvolvimento de muitos outros personagens e questões políticas. Também vale destacar a cachorrinha Gigi, que começa como uma princesinha apaixonada, mas que se mostra destemida e até ameaçadora nos momentos de ação, quebrando o estereótipo de mocinha indefesa.

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A dublagem está impecável, mantendo o nível elevado e atenção que quase todas as animações no Brasil vem recebendo. A escolha das vozes foi muito acertada, respeitando a necessidade das personalidades dos bichos. Novamente, Bola de Neve (Luis Miranda) e Gigi (Tatá Werneck) dão um show a parte nesse quesito também, não deixando nada a desejar as vozes originais, principalmente no caso de Tatá Werneck.

Bom, mas com espaço para melhorar

É difícil superar os trabalhos da Pixar ou Dreamworks, mas sem dúvida a Illumination Entertainment fez um excelente trabalho de animação, e esse é apenas mais um passo em direção ao sucesso e animações cada vez melhores. O filme é bem leve, não possuí conteúdo sexual ou palavrões além de eventuais xingamentos como “idiota” ou “estúpido”. No entanto, por ser repleto de ação, várias cenas de violência e destruíção são apresentadas, mas nada explícito ou preocupante. Então talvez só não seja recomendado para crianças muito pequenas.

Pets - A Vida Secreta dos Bichos contém uma mensagem positiva sobre amizade, trabalho em equipe, perseverança e empatia, e aborda de forma sutil temas como adoção e como lidar com isso dentro da família, tudo isso de uma forma bem descontraída que deve agradar amantes de bichos de estimação, ou seja, todo mundo. No final, fica a impressão de que o filme poderia ser um pouco mais em diversos aspectos, o que provavelmente será suprido na sequência prevista para 2018.

Fonte das imagens: Divulgação/Universal Pictures

Pets - A Vida Secreta dos Bichos

A aventura do cachorro mais sortudo de Nova York

Diretor: Chris Renaud, Yarrow Cheney
Duração: 86 min
Estreia: 25 / Ago / 2016
Thiago Moura

Curto as parada massa.