Jennifer Lawrence - Café com Filme

Crítica do filme X-Men: Fênix Negra | Tomara que dessa vez não renasça

Finalmente a saga dos mutantes na Fox chegou ao seu derradeiro fim. Os fãs já não estavam esperando muito, com o filho que ninguém quer “Novos Mutantes” sendo adiado novamente, “X-Men: Fênix Negra” pode ser considerado a despedida até que a Marvel nos maravilhe com os mutantes voltando para casa. Tentando evitar os erros dos filmes anteriores, há apenas uma história central extremamente simplificada que envolve Jean Grey (Sophie Turner) tendo seus poderes amplificados além dos limites aceitáveis e as consequências desse evento.

É claro que a história parece familiar, pois é a mesma de “X-Men: O Confronto Final” de 2006. Simon Kinberg, roteirista do “Confronto Final”, agora tenta novamente como diretor e roteirista em “Fênix Negra”. Infelizmente mesmo depois de tanto tempo, o roteiro parece não ser o seu forte. O filme se arrasta de uma trama a outra, sem graça nenhuma, dificultando a resposta “pra que esse filme foi feito de novo?”

Obviamente, o foco da história é Jean e todos os outros personagens são meramente ilustrativos. Talvez já fosse esperado, mas Wolverine (Hugh Jackman) não aparece para evitar um romance bizarro, e essa é uma escolha sábia. Mas não há um só personagem marcante que possa tirar o brilho da Fênix ruiva. Um dos pontos mais positivos dos filmes anteriores é a consagrada “cena do Mercúrio (Evan Peters)”, onde o personagem desacelera o tempo e faz seu show, mas nem isso Kinberg entregou.

Mas justiça seja feita, Sophie Turner coloca todo seu talento no papel e eleva a qualidade a um patamar aceitável para uma personagem com diálogos rasos e motivação fraca. Também é preciso enaltecer o papel do Professor Xavier (James McAvoy), sempre visto como um herói mas agora pisando em áreas cada vez mais cinzentas da moralidade.

Todos os outros estão ali apenas para preencher espaço na tela e ter uma variação na demonstração de poderes. Fera (Nicholas Hoult), Mística (Jennifer Lawrence), Ciclope (Tye Sheridan) e Magneto (Michael Fassbender) parecem estar apenas cumprindo o contrato e torcendo para que o filme acabe.

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Noturno (Kodi Smit-McPhee) e Tempestade (Alexandra Shipp) são dois personagens legais inteiramente desperdiçados, ainda que seus atores tenham se esforçado, o tempo de tela não é o suficiente para fazer jus a suas presenças. Outro desperdício enorme é Jessica Chastain interpretando a vilã mais sem graça que poderia ter sido escolhida para a Saga da Fênix Negra.

“Fênix Negra” peca pela falta de ousadia e imaginação. O primeiro ato promete uma jornada interligada entre dois personagens com potencial para uma história riquíssima, uma mulher percebendo os abusos cometidos contra ela e um homem vendo as consequências dos erros que cometeu com as melhores intenções.

Contudo, as ideias apresentadas são bastante forçadas. Uma das personagens principais diz que Charles Xavier deveria mudar o nome para X-Women, já que as mulheres estão sempre fazendo o trabalho pesado. Por mais louvável que possa parecer, a temática dos abusos cometidos por Xavier em prol de um bem maior são abordadas de forma superficial demais.

Na metade do filme todas essas questões são abandonadas e por ser a conclusão de uma sequência enorme de filmes, provavelmente você nem se lembre do que aconteceu nos anteriores. Infelizmente Simon Kinberg parece ter esquecido também, mas é razoável deixar pra lá e tentar focar apenas no filme mais recente, afinal de contas a linha do tempo dos filmes não tem o menor compromisso em ser seguida.  

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É um filme bem fácil de ser esquecido, por sinal. Não há nenhuma trilha marcante (apesar do excelente trabalho de Hans Zimmer), nenhuma sequência de ação digna de nota, nem uma pequena dose de humor. Não chega a ser desagradável, apenas sem graça, mesmo com todo o esforço para tornar os efeitos visuais impressionantes. O único aspecto que merece ser mencionado são as cores aplicadas magistralmente, lembrando muito uma história em quadrinhos, trabalho muito bem executado pelo cinematógrafo Mauro Fiore.

Mas é tudo muito frustrante. Após uma cena incrível no espaço logo no início do filme, parece que o orçamento foi cortado e tiveram que improvisar.  Os cenários variam entre casas suburbanas, um hotel e trens. Apesar de nunca ser chamado por esse nome mas o contexto deixa claro, Genosha, o país cuja população é inteiramente composta por mutantes, o único lugar que poderia ser realmente interessante e que os fãs mais fiéis esperavam ver parece um banhado numa comunidade hippie baixo astral.

Por coincidência, ou não, além de ser um remake sem sentido de um filme da mesma franquia, “Fênix Negra” é muito parecido com “Capitã Marvel”, desde uma heroína que absorve energia cósmica e é perseguida por alienígenas que mudam de aparência, até o subtexto da mulher que é manipulada psicologicamente para suprimir suas emoções para neutralizar seu poder.

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Difícil dizer que “Fênix Negra” é o ápice de 19 anos de filmes dos X-Men. É bastante anticlimático e talvez não deixe ninguém com saudade, já que a despedida foi bastante morna. Apenas mais um filme mediano sobre pessoas com poderes estranhos, uma história repetida, atores desinteressados e muitas oportunidades boas perdidas.

X-Men: Fênix Negra | Novo trailer legendado e sinopse

O ano é 1992, Charles Xavier (James McAvoy) lida com o fato dos mutantes serem considerados heróis nacionais. Com o orgulho a flor da pele, ele envia sua equipe para perigosas missões, mas a primeira tarefa dos X-Men no espaço gera uma explosão solar, que acende uma força malévola e faminta por poder dentro de Jean Grey (Sophie Turner).

Crítica do filme Operação Red Sparrow | Sofrimento, mistério e sedução

O ar de mistério e sensualidade é parte essencial da personalidade de um agente secreto, seja ele homem ou mulher. Mas a capacidade de seduzir e manipular é um requisito de muito mais peso para um Sparrow.

No mais novo filme protagonizado por Jennifer Lawrence, "Operação Red Sparrow", essa divisão comandada pelo alto escalão do governo russo forma agentes capazes de extrair qualquer informação que quiserem dos inimigos, utilizando técnicas de controle psicológico.

Uma das espiãs formadas por esse esquadrão é Dominika Egorova (Lawrence), uma jovem bailarina do Ballet Bolshoi que passar por um episódio traumático e acaba sem rumo.

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No desespero de não saber o que fazer e precisando cuidar da mãe, ela é recrutada pelo tio Vanya (Matthias Schoenaerts), um oficial do alto escalão do governo russo, para entrar para o grupo dos Sparrows.

Drama travestido de ação

Embora se venda como um filme de ação que, pelo trailer, dá a entender que vai se aproximar muito da pegada do recente longa-metragem "Atômica", com Charlize Theron, ele acaba sendo bem diferente - o que é legal, pois são duas produções bacanas com mulheres no protagonismo e bastante variadas entre si.

Em "Operação Red Sparrow", o componente dramático é bem mais presente e você tem o enfoque da trama muito mais na trajetória do que no caso e na missão.

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Claro, parte da alma do filme é também o espírito nacionalista dos Estados Unidos, que não se cansam de fazer referência ao período da Guerra Fria.

Depois de ver vários filmes de espião e/ou que se passam nessa mesma época, começa a ficar meio sacal esse bairrismo, não é mesmo? Essa é a parte menos divertida do filme, mas o restante compensa!

Efeito Tarantino

Muito, muito sangue e cenas de fazer os mais sensíveis fecharem os olhos. Tortura, acidentes, ferimentos escancarados, então se você tem o estômago fraco, vá preparado, porque "Operação Red Sparrow" realmente não economiza na violência.

Não apenas não economiza, como escancara e mostra detalhes de diversos tipos de violência - inclusive a psicológica.
Os corpos dos participantes também não são escondidos. Jennifer Lawrence aparece nua em diversas vezes em cenas bastante impactantes - que ela disse inclusive em uma entrevista recente à Variety que foram as mais difíceis de fazer, além das de balé, para as quais teve que ficar algum tempo sem comer para perder peso.

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Por falar em Lawrence, a atriz faz um excelente trabalho em dar vida a Dominika, consegue perder em parte o ar de heroína tristonha de Jogos Vorazes que aparece em quase todos os seus filmes, fazendo talvez um de seus melhores papéis até agora.

Contracenando com a protagonista, a película também traz Joel Edgerton como Nate Nash, um agente secreto da CIA que é o único contato de um informante russo. Charlotte Rampling, Bill Camp, Jeremy Irons e Mary-Louise Parker também integram o elenco.

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O roteiro é de Justin Haythe e Jason Matthews e o filme é dirigido por Francis Lawrence, que já trabalhou com a atriz e outros membros do elencona franquia Jogos Vorazes.

Com um bom elenco, uma história interessante e ambientação histórica bem feita, "Operação Red Sparrow" é uma ótima pedida para quem é fã dos suspenses de espionagem engaja o público na tensão dos personagens.

Leve em consideração também a fotografia muito bonita e a trilha sonora instigante e corra para o cinema garantir seu ingresso.

Crítica do filme Mãe! | Sobre amor, devoção e sacrifício

Desde que “Mãe!” foi divulgado, causou muita confusão e curiosidade no público. O trailer não revela muito e apenas algumas pistas foram reveladas nos cartazes, mas tudo só faz sentido (mais ou menos) no decorrer da película. Por essa razão, é praticamente impossível falar desse filme sem nenhum spoiler, ainda que eles tenham sido evitados ao máximo durante o texto, é fortemente recomendado ler apenas depois de assistir.

Talvez seja cômodo tentar classificá-lo como um terror psicológico, mas raramente essas classificações fazem jus a obras complexas como essa. “Mãe!” é escrito e dirigido por Darren Aronofsky, já famoso por suas obras desafiadoras, com narrativas incomuns que normalmente lidam com assuntos controversos, e claro que dessa vez não seria diferente.

O filme se passa inteiramente dentro de uma bela casa no meio de um campo circulado por árvores, habitada por dois personagens sem nome: uma jovem dona de casa (Jennifer Lawrence) e seu marido bem mais velho (Javier Bardem), um famoso escritor que está sofrendo com um longo bloqueio criativo. Enquanto Ele tenta encontrar inspiração para sua próxima obra, ela passa a maior parte do tempo reformando a casa, pois foi completamente queimada.

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A falta de nomes nos personagens é uma peculiaridade estranha, pois só descobrimos seus “nomes” durante os créditos finais do filme. Javier Bardem é creditado como Him (Ele, em português) sendo o único personagem com letra maiúscula. Jennifer Lawrence é chamada de “mãe”, emprestando seu “nome” ao título do longa e servindo como condutora da história. Todo o filme se passa através de sua perspectiva, o que é ao mesmo tempo interessante e inquietante.

Ela tenta criar um paraíso para os dois, mas o bloqueio criativo criou uma barreira no relacionamento. Certa noite um homem aparece na casa (Ed Harris), procurando um lugar para ficar após uma longa jornada. Ele fica empolgado com a companhia do visitante, enquanto ela fica hesitante em abrigar um completo desconhecido. No dia seguinte, a esposa do homem (Michelle Pfeiffer) chega a casa também, e a partir daí fica tudo realmente esquisito.

Ele aprecia a companhia inusitada do casal, interessado principalmente em suas histórias, enquanto “mãe” está bastante incomodada com a situação, já que os visitantes praticamente dominaram a casa e seu marido.

Mother 1 5fbeeSe isso tudo confundiu sua cabeça, espere até ver o filme e sua cabeça vai explodir. Como dito, "Mãe!" é feito totalmente a partir do ponto de vista da própria, e seria fácil entender tudo se não fosse todos os elementos surreais que acompanham ela. Cores, sensações e visões que não são explicadas, mas apenas parcialmente concluídas apenas nos últimos minutos do filme.

A maior parte do filme é feita em close, a câmera é utilizada para causar a maior sensação de desconforto e claustrofobia possível. Se isso não bastasse, a respiração ofegante de Jennifer Lawrence acompanha a trilha sonora constantemente, é praticamente agonizante! A produção sonora é composta de forma a desnortear e até mesmo agredir o espectador, mais uma forma de se sentir na pele da protagonista e sua pseudo sinestesia.

Já ficou bem claro em “Noé” que Aronofsky gosta de temas bíblicos, e em “Mãe!” a dose parece ter sido ainda maior. Também é claro que esse assunto será polêmico, pois ao retratar esses assuntos ele baseia-se não na bíblia cristã "tradicional", mas sim na tradição gnóstica, o que pode confundir ainda mais os incautos e puritanos.

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Bem, o roteiro é uma enorme metáfora sobre o mundo e a humanidade, a mensagem fica bem clara durante o filme. A ideia é boa enquanto conceito, só que executá-la não é a tarefa mais simples. A simbologia e arquétipos são o foco aqui, mas é difícil manter o interesse nas personagens quando não existe uma investida na relação entre eles e no seu desenvolvimento.

Mas é preciso valorizar a ousadia e originalidade da obra, que é apoiada quase totalmente na excelente performance de Jennifer Lawrence. Seria redundante enaltecer seu trabalho, basta alguns minutos para esquecer que ela é qualquer coisa além da mulher pura que está sendo arremessada em direção a loucura.

O mesmo pode ser dito sobre Javier Bardem, ainda que com um bom distanciamento entre as duas atuações. Quanto ao elenco de apoio, Michelle Pfeiffer e Ed Harris são os principais e suas performances são impecáveis, ainda que seus papéis sejam bem superficiais além das metáforas que o filme propõe.

Sem dúvida “Mãe!” é um ótimo caso de “ame ou odeie”. Sua temática é bastante ousada e sua execução pode causar mais confusão do que qualquer tipo de prazer em ver um filme. Não espere nada que seja tradicional e para aproveitar de verdade a película, preste atenção em todos os elementos colocados ali, pois nada é sem propósito simbólico.
Dessa forma, talvez - com muita ênfase no talvez - você saia renovado da sala de cinema.

Operação Red Sparrow | Novo trailer legendado e sinopse

Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) é selecionada contra sua vontade para se tornar uma "pardal" - uma mulher sedutora treinada no serviço de segurança russo. Dominika aprende a usar seu corpo como uma arma, mas luta para manter o senso de si mesma durante o processo de treinamento desumanizante.

Descobrindo suas habilidades em um sistema injusto, ela surge como um dos elementos mais fortes do programa. Seu primeiro alvo é Nate Nash (Joel Edgerton), um oficial da CIA que administra a infiltração mais delicada da agência de inteligência russa. Os dois jovens entram em uma espiral de atração e decepção, que ameaça suas carreiras, lealdades e a segurança de ambos os países.

Podcafé 026: IT - A Coisa, Mãe! e mais nas estreias de Setembro de 2017

Depois de oito meses, Agosto finalmente chegou ao seu fim, o que significa que teremos mais grandes estreias no cinema.

Como de costume, a equipe do Café com Filme se reúne mais uma vez pra falar um pouco sobre os principais lançamentos e dar um resuminho do que vem por aí — nos cinemas, no Netflix e na TV.

Setembro começa cheio de pavor nas salas de cinema com a chegada de "IT - A Coisa", a nova adaptação da história do Palhaço Sinistro de Stephen King. Neste mesmo dia, temos o lançamento de um filme um tanto polêmico, que vem para retratar a história da Lava Jato (sim, estamos falando de "Polícial Federal - A Lei é para Todos" — que já tem crítica aqui no site).

Outros filme marcantes na primeira semana são "O Sequestro", com Halle Berry saindo loucamente em busca de vingança para salvar seu filho no melhor estilo "Busca Implacável", e também um filme que mexe com o tempo intitulado "2:22 - Encontro Marcado".

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Mais para o fim do mês,  ainda temos outros grandes títulos como "Mãe!", um baita suspense de Darren Aronofsky com Jeniffer Lawrence, Javier Bardem, Michelle Pfeiffer e Ed Harris no elenco (precisa dizer mais?). Além disso, ainda temos outros lançamentos empolgantes como o filme "Esta é Sua Morte", que mostra um reality show que incentiva as pessoas a cometerem suicídio ao vivo, e "Morte Instantânea" — um terrorzinho teen que mostra uma polaróide amaldiçoada que vai aniquilar geral.

Agora, chega de papo e confere nossos comentários ácidos sobre essas e outras estreias — lembrando que você pode ver a lista de estreias na seção de Próximas Estreias. Dá o play!

Então, quais filmes você vai ver nos cinemas neste mês de setembro? Conta pra gente nos comentários!