Liam Neeson - Café com Filme

Crítica do filme O Passageiro | Liam Neeson resolvendo um mistério no trem

Sabe quando não tem nada de bom na TV, você fica trocando de canal e resolve deixar em um qualquer que esteja passando filme? “O Passageiro” é o filme perfeito para essa situação.

Neste intenso suspense de ação, Michael MacCauley, protagonizado pelo icônico Liam Neeson, é um ex-policial que largou essa vida para trabalhar como corretor de seguros, mas que após dez anos pegando o mesmo trem e ralando bastante para levar o sustento para casa, infelizmente foi demitido por motivos obscuros. Com 60 anos, duas hipotecas para pagar e um filho que está prestes a ir para a faculdade, suas opções orçamentárias estão bem limitadas.

Voltando para casa com o mesmo trem que o levou para casa durante uma década e pensando em como vai resolver essa situação, ele é abordado por uma moça misteriosa que se apresenta apenas como Joanna (Vera Farmiga). Poderia ser só mais uma passageira tentando puxar assunto durante uma longa viagem, mas ela acaba fazendo uma proposta bastante inusitada.

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Michael precisa encontrar alguém que está naquele trem, e se conseguir receberá cem mil dólares. A princípio ele acha que é tudo pegadinha, mas ao receber o anel de casamento da sua esposa, que ele viu na mão dela na mesma manhã, ele entende que a situação envolve um risco para a sua família, e se tem uma coisa que os filmes ensinaram, é a não mexer com a família do Liam Nesson!

Uma conspiração muito maior que um trem

“O Passageiro” é o tipo de filme que se você pensar muito a respeito, não vai colar. Toda a premissa já é absurda, e as situações impostas conseguem ser cada vez mais inacreditáveis. O roteiro tenta prever a frustração de quem está assistindo ao retirar logo de cara coisas óbvias, como por exemplo usar o celular para entrar em contato com a família ou mesmo a polícia, já que logo nos primeiros momentos roubam o celular de Michael, e assim por diante.

Existe uma conspiração criminosa capaz de vigiar cada movimento do protagonista, e possui tanta influência que fica difícil entender pra que precisam de um ex-corretor de seguros para encontrar uma pessoa misteriosa dentro de um trem. Bem no final, até tentam dar uma explicação, mas é tão fraca que fica difícil aceitar assim, mas como você já chegou até ali, por que não?

Sem contar que MacCauley não é exatamente um detetive genial. A ideia principal é que após tanto tempo pegando o mesmo trem, você acaba reconhecendo as pessoas que também fazem o mesmo trajeto rotineiro. Então ele precisa descobrir quem não é um passageiro recorrente, só que ele faz isso acusando cada pessoa que ele considera suspeita, da forma mais grosseira e ineficiente possível. O pior é que chega um ponto em que fica meio previsível e o protagonista não precisa lidar com as consequências de fato. Você tem 60 anos e acabou de sair no soco com um agente do FBI? Sem problema, levanta aí e continua procurando, ninguém vai achar você maluco!

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Em alguns momentos bem pontuais e rápidos, algumas questões sobre desigualdade salarial e o quanto o sistema financeiro é falho são apontadas,  mas com todo o barulho e loucura da trama fica difícil ver além de qualquer coisa além de um trem em alta velocidade e um mistério a ser resolvido. 

Mas para ser justo, tecnicamente o filme tem um estilo interessante. O diretor Jaume Collet-Serra sabe transformar uma situação trivial em uma cena atrativa. Seria bem fácil perder a atenção de quem assiste um cara correndo de um vagão para outro durante quase duas horas, mas tudo é feito de uma forma bastante orgânica, apesar da montagem pecar fortemente em alguns pontos.

“O Passageiro” é um filme como muitos outros. É claro que como todo filme de ação, a suspensão de crença se faz bastante necessária, só que para ser razoavelmente aproveitável, é necessário deixar de lado todas as falhas no roteiro, esquecer a trama e focar só nas cenas mesmo. Se você é um fã incondicional de trens ou do Liam Neeson, pode aproveitar o filme sem problemas, mas faltou uma certa inovação na história, pois já existem muitos títulos semelhantes ao que foi proposto aqui.

O Passageiro | Trailer legendado e sinopse

Neste intenso suspense de ação, Liam Neeson é Michael, um vendedor de seguros que vê a sua viagem diária de trem para o emprego transformar-se numa série de reviravoltas. Depois de ser abordado por um misterioso estranho, Michael é forçado a desvendar a identidade de um passageiro escondido no trem antes que este chegue à última parada. À medida que luta contra o tempo para resolver este quebra cabeça, Michael percebe que está preso no centro de uma conspiração criminosa, que coloca em perigo a sua vida e dos demais passageiros.

Crítica do filme Mark Felt | Cada país tem a Lava-Jato que merece

A sina do Liam Neeson é seguir sempre procurando. Quando não está buscando pela filha sequestrada é pela filha fugida, está atrás das maracutaias governamentais.

Em “Mark Felt - O Homem que Derrubou a Casa Branca”, encontramos um Neeson todo grisalho e magricelo, super bem caracterizado para dar vida aum dos personagens mais icônicos da história política dos Estados Unidos.

Vice-diretor dos FBI na década de 70, Mark Felt ficou conhecido no período como “Garganta Profunda”, por ter vazado secretamente à imprensa informações sigilosas do caso Watergate, um dos maiores escândalos políticos norte-americanos que levou à renúncia do presidente Nixon.

Tretas e tensões

Com roteiro e direção de Peter Landesman, “Mark Felt - O Homem que Derrubou a Casa Branca” não reserva nenhuma surpresa para quem já conhece o Watergate, mas que pode ser cheia de suspense para quem ainda não está por dentro da história.

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Ainda assim, a forma como a trama se desenvolve permite ao espectador aproveitar bem os desdobramentos dos fatos. Boa parte do mérito disso é da trilha sonora, que estimula o clima de tensão e nervosismo.

Outro mérito vai para as escolhas de iluminação e para a fotografia do filme. As cenas remetem aos clássicos filmes de espião dos primórdios do cinema preto e branco e a paleta de cores é adequada para criar a ambientação histórica do filme.

Contexto

O caso Watergate é tão ou mais importante para a história dos Estados Unidos quanto a Operação Lava Jato vem sendo para a política e opinião pública aqui no Brasil - guardadas as devidas proporções e sem passar tanta vergonha, talvez. Assim, a história de Nixon e da rede de corrupção da qual ele fazia parte, que chegava até a polícia, foi contada muitas vezes e sob diversos ângulos.

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Filmes como “Frost/Nixon” e “Todos os Homens do Presidente” são apenas alguns exemplos  de retratos cinematográficos do caso. A particularidade de a história contada por “Mark Felt - O Homem que Derrubou a Casa Branca”, no entanto, é a de mostrar a construção do caso a partir da perspectiva do próprio.

No filme, conhecemos um pouco sobre o olhar e o raciocínio de Felt, as particularidades de sua carreira no FBI e detalhes de sua vida pessoal.

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Para quem é fã de uma boa história de conspiração, segredos, mentiras e espionagem, o longa-metragem de Peter Landesman traz todos os ingredientes para uma boa mistura. Diferente da maioria dos filmes pelos quais Liam Neeson é conhecido, no entanto, esta produção em particular não traz toda a agitação e correria costumeiras. Aqui, a tensão está nos diálogos, nas hesitações e nas ameaças silenciosas. Boa pedida para quem não se incomoda com ritmo lento!

Mark Felt - O Homem que Derrubou a Casa Branca | Trailer legendado e sinopse

Até que ponto podemos confiar no governo? Poderia alguma autoridade intervir num caso severo? William Mark Felt foi o vice-presidente do FBI e ficou conhecido por desmantelar o governo Nixon. Esta é a história de Felt, que sob o nome de "Deep Throat" (Garganta Profunda) ajudou os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein a desvendar o escândalo Watergate em 1974.

Crítica do filme King: Uma História de Vingança | Busca quase implacável

É incontável o número de pessoas que todos os anos chegam a Los Angeles e cidades similares em busca de uma vida melhor. Seja com vistas ao estrelato ou até mesmo apenas a melhores condições de vida, todos os anos milhões de pessoas abandonam suas casas e procuram um novo lar.

A sul-africana Bianca (Sibongile Mlambo) foi uma dessas pessoas. Mas a gente só vai saber disso depois que se passam as primeiras cenas do longa-metragem “King - Uma História de Vingança”.

Mais uma produção original Netflix, a produção conta a história do misterioso Jacob King (Chadwick Boseman, o Pantera Negra, da Marvel), a partir do momento em que desembarca no Aeroporto Internacional de Los Angeles.

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A memória de Bianca é forte, mas ele sabe que algo de ruim pode ter acontecido com ela. É motivado por essa sensação que ele embarca no avião determinado a reencontrar com a irmã.

Nem demais, nem de menos

Diante de tantos originais Netflix que deixam e muito a desejar, King ao menos consegue capturar a atenção do público e instigar o telespectador para saber o que aconteceu com Bianca.

Como o próprio título denuncia que ela foi vítima de algo que merece ser vingado, já dá para saber logo de cara que história de Bianca não é necessariamente uma história feliz.

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Isso é uma coisa muito legal de King. Ele traz uma discussão interessante embora não muito inovadora sobre como é a vida de quem chega a um país novo achando que ali vai encontrar um mar de rosas.

Mas essa não é necessariamente uma história sobre migração e sim sobre vingança, porradaria e muita ação.

Uma espécie de “Busca Implacável” um pouco mais pé no chão, no sentido de que o protagonista dessa vez não tem a capacidade de se regenerar automaticamente dos ferimentos que sofre, nem de desviar de toda e qualquer bala disparada contra ele, como é o caso do Liam Neeson.

A diferença é que, enquanto Busca Implacável pende muito mais para essa questão da ação, “King - Uma História de Vingança” é permeado o tempo inteiro por drama e reflexão.

Uma Los Angeles nada hollywoodiana

A fotografia de “King - Uma História de Vingança” contribui muito para fixar o tom um tanto sombrio da história. Becos, ruas escuras, calçadas sujas e quarteirões de dar arrepios fazem parte do cenário, em contraste como os casarões dos manda-chuvas.

Uma atmosfera bastante bem construída pelo diretor Fabrice du Welz e que ajuda a incrementar a história roteirizada por Oliver Butcher e Stephen Cornwell.

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O que há de bem Hollywodiano no filme, isso sim, são os coadjuvantes. Um time formado por nomes bastante conhecidos, como é o caso de Teresa Palmer, Luke Evans e Alfred Molina. Tem até o Tom Felton (aka Draco Malfoy) dando as caras pra uma pontinha. E aí com pessoas talentosas no elenco, é fácil que o resultado seja satisfatório, certo?

Então se você procura um filme bacana, com uma história interessante e uma combinação bacana de drama com ação, vá em frente!

Busca Implacável | Trailer oficial e sinopse

Bryan Mills (Liam Neeson) é um homem tranquilo, que deseja apenas viver sua vida tranquilamente com sua família. Todavia, as coisas podem sair de controle e ele pode exagerar um pouco na dosagem da violência quando uma rede de criminosos rapta sua filha. Agora, este ex-espião conta com suas antigas habilidades para salvar Kim (Maggie Grace), que corre o risco de ser usada numa rede de prostituição.