Omar Sy - Café com Filme

Crítica Westworld - Onde Ninguém Tem Alma | Todo cowboy tem um dia de terror!

Ontem, vulgo dia 2 de outubro de 2016, a HBO exibiu o primeiro episódio da série “Westworld”, estrelada por nomes como Anthony Hopkins, Ed Harris, James Marsden e Evan Rachel Wood.

Só pelo episódio piloto já dá para dizer que a série é genial, o que é reforçado pela execução de qualidade. Muitos podem pensar que esta é uma obra original, mas, na verdade, a novidade da HBO é uma adaptação incrementada do filme de mesmo nome lá de 1973.

Aproveitando o gancho, hoje vou falar do longa-metragem que inspirou essa história de faroeste robótico. Em “Westworld - Onde Ninguém Tem Alma”, somos levados a um parque de diversões futurista que oferece novas realidades para os visitantes.

Delos é um lugar exclusivo para adultos, onde as pessoas têm a oportunidade de visitar o mundo medieval, o mundo romano e uma cidade do velho oeste. Diferente das fantasias de parques tradicionais, esses cenários não são habitados por humanos. Os cidadãos que estão ali são robôs (em versões masculinas e femininas) que são programados para deixar os visitantes no controle.

Você sempre sonhou em ser o xerife de uma cidade do velho oeste? Então, Westworld é o lugar perfeito para você! Este cenário imita exatamente os ambientes que sempre vimos nos filmes, com direito a damas em perigo (que também estão a seu dispor para outros assuntos), criminosos destemidos, muito uísque e armas que funcionam de verdade. É o pacote completo!

É claro que uma hora a diversão acaba e nem sempre a brincadeira acaba bem… Após muitos anos de funcionamento e com poucos incidentes, uma falha robótica acaba criando terror no parque e deixando os visitantes em pânico. Aí é que os cowboys conhecem o lugar onde ninguém tem alma.

Se você não quer ler muito sobre o filme, só adianto que, apesar da época de produção, o resultado de “Westworld” é bastante peculiar. É um longa-metragem com várias ideias boas, que visualizam o futuro que hoje temos nos video games. Suba na carruagem, segure firme seu cafezinho e vamos conversar mais sobre este filme do genious Michael Crichton.

Ah, que isso, eles estão descontrolados!

Para quem vive em 2016 e já viu todo tipo de filme, talvez a história de “Westworld – Onde Ninguém tem Alma” não seja lá muito revolucionária. No entanto, antes de qualquer coisa, é importante ressaltar que estamos falando de um filme de 1973. Na época, não era todo dia que a gente via filmes de robôs que simulavam uma realidade perfeita para os humanos.

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O conceito do parque Delos é muito bacana, sendo que nem mesmo hoje seria possível atingir essa realidade proposta no filme, ainda que certamente muita gente queria entrar em um game como Red Dead Redemption e ter seu dia de cowboy zoeiro. A possibilidade de viver num lugar onde você só tem diversão e não corre nenhum perigo é deveras interessante.

Agora, quando o caldo de fluidos robóticos começa a engrossar é que a galera percebe o perigo da coisa. Pensa só, a gente tem medo de pegar um vírus no PC e ter aí uns nudes vazados, agora imagine você viver num lugar onde pode tomar tiro de robô! É meio que uma vibe de Exterminador do Futuro só que no faroeste.

“Westworld” é bastante inovador para a época, ainda que não seja revolucionário em todos os sentidos

O descontrole robótico é uma pegada que talvez não surpreenda, já que temos inúmeros filmes de ficção — até antes de “Westworld” — que já sugeriam essa hipótese. Contudo, pensando no contexto, o medo causado numa situação dessas é algo pavoroso, que dá até um ritmo diferente para o filme.

Importante constatar que parte do mérito do filme também se deve aos cowboys John Blane (James Brolin) e Peter Martin (Richard Benjamin), os protagonistas da história principal no velho oeste. Estes dois visitantes acabam tendo o azar de enfrentar os figuraças de lata que se passam por humanos. A dupla é sintonizada e garante um passeio guiado pelo parque com bom humor.

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Do outro lado dessa história, a gente tem o atirador de lata (Yul Brynner), numa atuação bem robótica e assustadora. O cara é um pistoleiro perigoso que deixa bem claro como seria o mundo se o Baidu ganhasse vida e saísse andando por aí com uma pistola em mãos.

História pra robô dormir

Se por um lado “Westworld – Onde Ninguém tem Alma” acerta em cheio na proposta central, por outro lado temos um roteiro que parece funcionar com baixa tensão na maior parte do tempo. A introdução do longa é bastante demorada, de modo que a ênfase está no parque e não na questão dos problemas robóticos.

Certamente, um dos fatores que contribui para deixar a trama mais travada é a abordagem dos vários mundos do parque de diversões. Apesar de o título indicar uma história sobre “Westworld”, a trama faz questão de viajar para os demais ambientes, apresentando personagens superficiais e até irrelevantes para o todo.

Pode me reservar um pacote completo para o parque, pois a diversão desta realidade com robôs é garantida

A falta de uma divisão adequada no roteiro também é um inconveniente para a rebelião das máquinas. A introdução é demasiadamente longa, o que prejudica a desenvoltura e deixa o grand finale bem espremido. Com menos de uma hora e meia de duração, a história trava em partes que não deveria e se esquece de levar o público para o meio do perigo.

Infelizmente, o filme também não trata os protagonistas com o devido cuidado, de modo que fica difícil criar empatia com os caras. Quem acompanha de fora entende os problemas robóticos e captura a mensagem principal, mas os personagens que estão no fogo cruzado são pouco desenvolvidos. Uma pena, pois o filme poderia ser ainda mais divertido e assustador.

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Para finalizar, a gente tem algumas limitações de orçamento que complicam tanto o roteiro com alguns furos quanto a execução que acaba sendo precária em algumas partes. Sim, não vale a pena argumentar sobre esses pontos como defeitos, já que, conforme comentei previamente, estamos falando de um filme de 1973.

É isso. “Westworld” não é um filmão de ficção, tampouco um grande faroeste. Este é o verdadeiro parque de diversões onde ninguém tem alma, onde tudo é possível, onde seus sonhos viram realidade, mas também é local onde os pesadelos ganham vida. No geral, uma obra que vale para ficar antenado e não deixar os robôs se folgarem. Veja na HBO GO e depois compare com a série :)

Crítica do filme Quatro Leões | Deu a louca nos terroristas...

É complicado encaixar uma trama sobre um atentado terrorista dentro de uma comédia, mas é exatamente isso que Christopher Morris faz e com muito sucesso por sinal. Quatro Leões, filme de estréia do satirista inglês, segue a história de guerreiros islâmicos em território britânico e como o terrorismo é estúpido por natureza. 

Quatro Leões não promove nenhuma grande reflexão ideológica e inteligentemente toca assuntos religiosos apenas tangentemente. O que o filme faz, de maneira extremamente subversiva, é mostrar toda a burrice inerente ao terrorismo fundamentalista.

Não há dúvida de que o humor de Quatro Leões não é palatável para todo mundo, mas se você é capaz de rir do absurdo e da imbecilidade humana, a sátira de Chris Morris é uma opção excelente. 

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Faça a coisa certa...

A trama acompanha Omar, vivido pelo excelente Rizwan "Riz" Ahmed (O Relutante Fundamentalista), e sua célula terrorista formada por seu primo Waj (Kayvan Novak), Barry (Nigel Lindsay), Faisal (Adeel Akhtar) e Hassan (Arsher Ali). Omar é notadamente o mais inteligente do grupo, o que de forma alguma significa algo relevante.

Omar é fiel a sua causa e por conta disso é fácil se identificar com o personagem, mesmo que em nenhum momento o filme tente apresentar qualquer um dos personagens de maneira empática.  Enquanto isso, Barry, um homem branco recém convertido ao islamismo, é o mais radical do grupo. 

Waj e Faisal parecem crianças, ingênuos e facilmente manipulados por Barry ou Omar. Enquanto isso, Hassan é justamente o ímpar da cena. Ele obviamente não sabe ao certo o quem é ou quais são suas convicções, mas a argumentação fundamentalista o subjuga.

A verdadeira história de Quatro Leões é a de um homem que quer fazer o que ele acha certo. Omar sabe que convicção pessoal é essencial para a ascensão do mujahideen, portanto suas ações são puras no sentido ideológico, não pode haver dúvida em seu coração. No entanto, o mesmo não se reflete em seus colegas.

Barry parece possuir o mesmo ímpeto que Omar, mas na verdade sua obsessão emana uma aura niilista que se camufla no islã para promover o caos. Barry não se questiona, ele questiona os outros, ao mesmo tempo em que manipula essas dúvidas emergentes para promover os seus próprios objetivos.

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Comicamente verossímil

Com um tom mais sério, mas sem se levar a sério, Quatro Leões caminha pela mesma fina linha do politicamente incorreto e a total afronta social que Borat e O Ditador – ambas as produções de outro humorista britânico, Sacha Baron Cohen. Sem muito esforço, as situações vão de verossímeis a ridículas.

O filme não se presta como campanha difamatória mulçumana, na verdade, ninguém é poupado de crítica.

No final das contas é justamente essa naturalidade que traz a tona o humor intrínseco a burrice que é própria dos radicais. Seja Omar e seus “mujahideen” ou a intolerância ocidental, passando até mesmo pela infalível polícia britânica. Todos são ridicularizados com alguns pequenos ajustes de percepção. O humor está justamente em como o filme está próximo da realidade.

Longe de ser perfeito ou revolucionário, Quatro Leões é uma boa comédia que merece louvor pelo simples fato de expor o quão ridículo são os extremistas, seja lá qual for a sua causa.

Quatro Leões | Trailer legendado e sinopse

Cinco radicais fundamentalistas planejam um atentado em Londres, mas nem tudo dá certo quando o plano é concebido e executado por idiotas. 

A sátira controversa dirigida por Christopher Morris acompanha a luta contra a opressão ocidental sobre os muçulmanos de Omar (Riz Ahmed) e seu primo Waj (Kayvan Novak), um guerreiro ingênuo. A célula terrorista ainda conta com Barry (Nigel Lindsay), um extremista beligerante recém convertido ao islã, Faisal (Adeel Akhtar) um idiota que segue Barry cegamente, e Hassan (Arsher Ali), um rapper relutantemente recrutado por Barry. 

Como verdadeiros “mujahideen” o grupo decide morrer pelo “jihad”, mas as coisas complicam quando as crenças e ideologias do grupo começam a se chocar.

Lea T vem ao Brasil para o Festival de Cinema do Rio

Celebradíssima na comunidade LGBTT, a modelo Lea T vai pisar em terras brasileiras em outubro para participar – e ser homenageada – durante o Festival de Cinema do Rio. Lea T. receberá o "Prêmio Suzy Capó - Personalidade Felix do Ano", que premia personalidades de destaque e que faz alusão à atriz e produtora cultural Suzy Capó, atuante na temática LGBT, que morreu ano passado. 

O prêmio será entregue a Lea T junto com o "Prêmio Felix", que seleciona os melhores filmes de temática LGBT. O Festival acontece entre os dias 06 e 16 de outubro e incluir diversas mostras competitivas, experimentais e com temáticas variadas, além do Rio Market, uma área de negócios que engloba um completo panorama do mercado de audiovisual da América Latina.

Neste ano, a programação desta área será dividida em quatro mercados segmentados: RioMarket TV, RioMarket Film, RioMarket Fashion & Film e RioMarket Advertising.

Mostra competitiva de documentários

Diversas faces do país estão na Mostra Competitiva de Documentários da Première Brasil. Em 2016, os seis filmes que concorrem ao Troféu Redentor na categoria apresentam temas atuais como ecologia, sexualidade, fama, música, drogas e esporte. 

A trajetória da primeira geração de artistas travestis do Brasil é o fio condutor de "Divinas Divas", de Leandra Leal. O grupo, que se apresentava na década de 1970 em Cinelândia repleta de cinemas e teatros, volta a se reencontrar para uma apresentação. Nos bastidores, elas trazem à tona memórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época. 

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Qual o poder de um fenômeno midiático? Beyoncé inspira uma legião de super-fãs dispostos aos maiores sacrifícios para ver sua diva de perto. O documentário "Waiting for B". mostra dezenas de pessoas que acamparam em frente ao estádio Morumbi durante dois meses, fizeram rodízios para guardar lugares e enfrentaram sol e chuva por um lugar na primeira fila. 

A música também está presente em "Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos", documentário sobre a big band que marcou os bailes de Pernambuco e que ainda se apresenta até os dias de hoje em datas comemorativas. No filme de Sérgio Oliveira, um retrato do sertão contemporâneo.

O diretor baiano Sérgio Machado, que acompanhou a rivalidade entre os pugilistas Luciano "Todo Duro" Torres e Reginaldo "Holyfield" nos anos 1990, vai atrás da dupla e reconta suas histórias em "Luta do Século". De infâncias miseráveis aos sucesso dos ringues, como ambos perderam tudo depois do auge e como uma revanche, mais de duas décadas depois, pode trazer de volta o brilho dos anos de glória.

O esporte não evitou que Marco Archer optasse pela vida de traficante internacional. Preso com 13.5 kg de cocaína escondidos em sua asa delta, ele ficou preso por 11 anos na Indonésia, antes de ser fuzilado. Em "Curumim", de Marcos Prado, reflexões sobre suas escolhas, seus últimos meses no corredor da morte e a esperança de ser libertado.

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Depois da grande seca que acabou com os estoques de água nos reservatórios da região do sudeste, a documentarista Eliza Capai resolveu investigar as faraônicas obras de reservatórios na região da floresta Amazônica. No boat movie "O Jabuti' e a Anta, ela colheu depoimentos da população ribeirinha, os pescadores e os indígenas que habitam as margens do rios Xingu, Tapajós e Ene. 

Sobre o Festival do Rio

O Festival do Rio foi criado em 1999 a partir da junção entre a Mostra Banco Nacional e o Rio Cine Festival, eventos que faziam parte do calendário cultural da cidade desde os anos 1980. De lá para cá, o Festival de firmou como um dos mais importantes do mundo e destino obrigatório para os principais destaques cinematográficos do ano.

O evento é realizado pelo Cinema do Rio e pelo Cima - Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente, responsáveis pela produção do Festival, realização da Première Brasil e pelo RioMarket, maior mercado do audiovisual da América Latina.

Alguns dos nomes mais importantes do cinema mundial já passaram pelo Festival apresentando seus filmes. Foram diretores como Roman Polanski, Costa-Gavras, Tom Tykwer, Dario Argento, Leos Carax, Im Sang-soo, João Pedro Rodrigues, Masahiro Kobayashi, Louis Malle, Carlos Saura, John Waters, Peter Greenaway, Stephen Frears, François Ozon, Todd Solondz e os irmãos Paolo e Vittorio Taviani; além de atores como Jeanne Moureau, Samuel L. Jackson, Marisa Paredes, Jeremy Irons, Forest Whitaker, Kylie Minogue, Willem Dafoe, Charlotte Rampling, Ricardo Darín, Danny Glover, Harvey Keitel, Helen Mirren, Isabelle Huppert e Jane Birkin, entre muitos outros.

Crítica do filme Nerve | Essa brincadeira ainda vai dar choro!

O cinema em geral carece de propostas inovadoras, algo que os filmes com pegada young adult vêm tentando reverter nos últimos anos.

Ainda que a linguagem mais jovial seja um fator limitante na hora de conversar com outros públicos, é inegável que algumas ideias conseguem nos levar para outros horizontes.

No caso de “Nerve – Um Jogo sem Regras”, não precisamos sequer sair da nossa realidade para ver um novo mundo diferente. Vee (Emma Roberts) é uma jovem que tem uma vida social meio parada, o que a leva a entrar no Nerve, um jogo virtual de “Verdade ou Desafio”, o qual leva a proposta ao extremo, mas somente com os desafios.

O game é acompanhado por vários usuários online, que podem ver as transmissões ao vivo e votar para decidir o que os jogadores devem fazer. No começo, tudo é diversão e a jovem até fica famosa, mas logo o jogo começa a ficar perigoso. Com a ajuda de Ian (Dave Franco), outro jogador, ela vai tentar superar os desafios, porém o game pode não ser tão simples.

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Quer saber se o filme ficou bom? Então, pra você que não quer entrar muito em detalhes, podemos dizer que o conjunto da obra ficou legal. A receita está certinha: protagonistas jovenzinhos, aventuras inusitadas e um debate bem atual. Uma ótima pedida para quem curte tecnologia e adrenalina. Se você quiser mais detalhes, acompanhe o restante da crítica.

Os perigos da tecnologia

“Nerve – Um Jogo sem Regras” tem basicamente dois protagonistas: Vee e o próprio Nerve. A jovem interpretada por Emma Roberts está ali para representar qualquer um de nós. Ela não é especial e se deixa envolver pela tecnologia. Ninguém pode culpá-la também, afinal, todo mundo adora novidades e essa porta do mundo virtual ajudou muita gente a socializar.

O roteiro de "Nerve" se desenvolve de forma empolgante, com novos desafios que se entrelaçam

Do outro lado da telinha do celular, temos o outro protagonista, que, apesar de controlar vários dos personagens na trama, é controlado pelos amigos da própria Vee e por outras tantas pessoas que vivem no anonimato. Essa coisa do software interagir de uma maneira tão ampla com as pessoas é algo bem recente e se faz interessante na trama.

O conceito de Nerve parece um familiar, não? Pois é, conforme eu já expliquei no TecMundo, o game usa Realidade Aumentada para levar a galera a enfrentar desafios virtuais no mundo real, tal qual no Pokémon Go. A diferença é que o jogador não interage com a tela, mas apenas faz streamings dos desafios, tipo um gameplay da vida real.

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O roteiro do filme se desenvolve de forma empolgante, introduzindo novos desafios e entrelaçando os jogadores, que acabam alterando as provas uns dos outros. Acontece que o jogo pode tomar proporções exageradas, o que é usado justamente para desenvolver o debate por trás da história.

Nerve cria uma relação perigosa entre os jogadores e os observadores, em que os fãs decidem o destino dos jogadores. O sistema por trás do game é complexo e aproveita os dados públicos dos participantes, de modo que os espectadores sabem tudo sobre quem participa. O pior é que as pessoas que comandam o jogo (um público pagante) tomam as decisões no anonimato.

Mais do mesmo sobre a juventude

Toda essa questão tecnológica é positiva, principalmente pelo debate, mas a trama com as relações entre os jovens não tem nada de novidade. O filme cai na mesmice com intriguinhas, paqueras, festas e por aí vai. Não tem problema nesse ponto, já que é para ser um filme moderno, só não adianta esperar algo inovador. “Nerve” não quer ser esse filme.

Nerve pode não ser revolucionário, mas sua temática contemporânea se faz importante e a montagem é bem atual

A direção fica a cargo de Henry Joost e Ariel Schulman, que até agora só tinham feito curtas, documentários e uns filmes — de execução um tanto questionável — da franquia “Atividade Paranormal”. Em “Nerve – Um Jogo sem Regras”, no entanto, a dupla mostra algum talento, ainda que as ideias aqui apresentadas não sejam lá muito geniais.

O filme se apoia muito em cenas que apresentam telas de computadores e celulares, com foco nas interfaces já existentes de vários programas e serviços (incluindo produtos da Google, Microsoft e Facebook) e incrementando com alguns recursos de audiovisual para a criação da interface do jogo Nerve.

Aliás, o jogo virtual usa muitas cenas do mundo real com a sobreposição de botões e elementos gráficos que ressaltam o uso da realidade aumentada. A parte virtual então não tem nada de surpreendente, mas a forma como ela é trabalhada acaba intercalando muito bem com as cenas em que vemos os personagens participando dos desafios. Montagem bem legal e atual.

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Em questão de trilha sonora, “Nerve” faz o que deve fazer: abusa de trilhas comerciais que se conectam com a história e o público-alvo (muito pop e eletrônica). O filme não tem nada de composição original, mas isso não é ruim, já que não é para ser um Tron. Os sons embalam as festas, os momentos de adrenalina e, claro, as cenas mais emotivas.

“Nerve – Um Jogo sem Regras” pode não ser revolucionário, mas sua temática contemporânea se faz importante e a história de fundo não é de todo ruim. Filme recomendado para os jovens (principalmente para os fãs de Emma Roberts) que vão adorar a musicalidade e a diversão. Obra interessante para quem quer ficar antenado no debate das novas tecnologias.

Festa do Cinema Italiano chega ao Brasil

Um evento sobre o cinema italiano que nasceu em Portugal e agora chega ao Brasil. Isso mesmo, o 8 ½ Festa do Cinema Italiano é um evento cinematográfico lançado em Lisboa em 2008 que, em quase dez anos, expandiu sua programação para diferentes países de língua portuguesa, como Angola e Moçambique, e agora expande seu alcance por aqui, depois de duas edições restritas a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Em sua terceira edição no Brasil, 8½ – Festa do Cinema Italiano amplia seu circuito para mais sete salas em diversas capitais nacionais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis, além da já citada Porto Alegre.

No Brasil, a 8½ Festa do Cinema Italiano é organizada pela Associação Il Sorpasso em colaboração com Mottironi Editore e as cadeias de cinema Espaço Itaú e Cinespaço, com o apoio institucional da Embaixada da Itália em Brasília, dos Institutos Italianos de Cultura de São Paulo e Rio de Janeiro e do Ministério da Cultura Italiana (MIBACT Direzione Cinema), e patrocinado pela Pasta Garofalo.

Acesse o site da 8½ Festa do Cinema Italiano para conferir a programação completa, os horários e salas de exibição dos filmes e saber mais sobre o evento. Veja quais foram os longas selecionados para integrarem a Festa do Cinema Italiano em 2016!

Paro Quando Quero

25/08, quinta-feira, às 19h | 28/08, domingo, às 21h30

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Um grupo de investigadores universitários desempregados decide produzir e comercializar a melhor smart drug do mercado, transformando-se na gangue traficante mais improvável da cidade.
Pietro recruta no seu grupo todos os seus amigos desempregados: excelentes acadêmicos, latinistas, antropólogos etc. O objetivo é fazer dinheiro e restituir a cada um deles um mínimo de dignidade. Mas as coisas começam a tomar um outro rumo.

Loucas de Alegria

25/08, quinta-feira, às 21h30 | 29/08, segunda-feira, às 19h

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Beatrice Morandini Valdirana tem transtorno de personalidade, gosta de fazer drama e se autodenomina condessa, além de conhecer Deus em sua intimidade. Donatella Morelli é uma jovem tímida e frágil que guarda um doloroso segredo.

Ambas são internas de um hospital para mulheres com distúrbios mentais e são consideradas socialmente perigosas. Beatrice e Donatella desenvolvem uma improvável amizade, e fogem à procura de um pouco de felicidade no manicômio a céu aberto que é o mundo dos sãos

Não Seja Mau

26/08, sexta-feira, às 19h | 29/08, segunda-feira, às 21h30

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Uma história de amizade e dependência química ambientada nos anos 90, nos subúrbios de Roma, nos mesmos lugares onde Pasolini trazia à vida as personagens dos seus filmes. O filme narra a história de amizade entre Vittorio e Cesare. Eles vivem na periferia da grande Roma, na litorânea Ostia.

Com apenas 20 anos, levam uma vida tão alucinada, em meio a drogas e festas, quanto dura, em um cotidiano difícil e sem oportunidades. Em busca de uma nova vida, Vittorio abandona Cesare, que mergulha cada vez mais no submundo. Mas os laços entre eles são fortes demais para se romperem.

As Confissões

26/08, sexta-feira, às 21h30 | 30/8, terça-feira, às 19h

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Em um hotel de luxo na Alemanha, um G8 dos ministros de economia está para se reunir pronto a adotar uma manobra secreta que afetará gravemente alguns países. Além deles, também está ali um monge italiano, Roberto Salus. Um fato trágico e inesperado faz com que a reunião seja suspensa.

Em um clima de dúvida e medo, inicia-se um embate: os ministros suspeitam que Salus, por meio da confissão de um deles, tenha descoberto sobre a terrível manobra, e fazem de tudo para que ele diga aquilo que sabe. Enquanto o monge aproveita-se do segredo da confissão, os políticos, tomados pelo remorso e incertezas, começam a vacilar

Meu Nome é Jeeg Robot

27/08, sábado, às 19h | 30/08, terça-feira, às 21h30

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Enzo entra em contato com uma substância radioativa que lhe dá uma força sobre-humana. Fechado, introvertido e solitário, Enzo usa os seus novos superpoderes para a sua carreira de delinquente, envolvendo-se com a máfia. Tudo muda, porém, quando encontra Alessia: uma garota instável que está convencida de que Enzo é o famoso herói do desenho animado japonês, Jeeg Robot. Enzo aprende então o valor de ajudar os outros. 

Amor Eterno

27/08, sábado, às 21h30 | 31/08, quarta-feira, às 19h

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O romance Amor Eterno conta a história de Amy (Olga Kurylenko), uma estudante de Astrofísica na Universidade de Edimburgo. Ela tem um romance secreto com o famoso astrofísico Dr. Ed Phoerum (Jeremy Irons). Apesar de seu relacionamento ser complicado, já dura seis anos e ela é feliz.

Até que Ed some, deixando Amy sozinha e insegura sobre os rumos a seguir. O que Amy não esperava era que Ed deixaria diversas correspondências e vídeos  com importantes mensagens e lições de vida que ajudar iam ela a superar as dificuldades.

As Consequências do Amor 

27/08, sábado, às 19h | 30/08, terça-feira, às 21h30

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Titta Di Girolamo tem uma vida enfadonha. Vive em um hotel na Suíça há quase 10 anos e passa os seus dias a espera de que algo aconteça. Com uma rotina rígida, Titta ignora os que estão a sua volta e não mostra emoções. Até que um dia decide quebrar uma das suas regras e troca algumas palavras com Sofia, a atraente barwoman do hotel. A partir desse momento, o terrível passado de Titta começa a se revelar.