Omar Sy - Café com Filme

Festival Varilux de Cinema Francês começa hoje

A partir dessa quarta-feira (08) e até o dia 22 de junho, 50 cidades brasileiras receberão exibições de filmes franceses. Desde longas premiados em Cannes e com o Oscar até produções mais alternativas, uma grande variedade de produções do país europeu integrará a edição 2016 do Festival Varilux de Cinema Francês. 

Neste ano, o festival ganhará uma semana a mais de exibição em relação à edição anterior e contará com 15 filmes inéditos e um grande clássico do cinema francês. O evento vai passar por cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Fortaleza, Natal, Belém, entre outras.

Além disso, manterá a tradição e promoverá atividades paralelas, desta vez com novidades: pela primeira vez será realizada a “Oficina de Crítica Cinematográfica”, voltada para profissionais mais experientes ou com menos tempo de mercado, que será ministrada no Rio de Janeiro pelo renomado crítico francês Jean-Michel Frodon, ex-diretor da redação da prestigiada revista “Cahiers du Cinéma”.

A edição 2016 também realizará pelo quinto ano a oficina franco-brasileira de roteiros audiovisuais no Rio de Janeiro, que desta vez será dividida em três temas – roteiros para TV, cinema e comédia e, além disso, ganha uma edição no Recife, na modalidade formatos para televisão. 

Com coordenação de François Sauvagnargues, especialista de ficção e diretor geral do Festival International de Programmes Audiovisuels - FIPA de Biarritz, França, a oficina tem como objetivo qualificar o trabalho desenvolvido por roteiristas brasileiros profissionais através do intercâmbio com renomados roteiristas franceses. 

A oficina do Rio conta com o patrocínio da RioFilme, e apoio da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão – ABPITV, do Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros – ICAB, e do Conservatório Europeu de Escrita Audiovisual. No Recife, a iniciativa conta com o apoio do Instituto Francês do Brasil, da Aliança Francesa de Recife, da Portomídia/Porto Digital, do Centro Audiovisual Norte Nordeste – CANNE e da Secretaria de Cultura do Estado de PE.

Para o incentivo à formação de novos públicos, ao todo, 20 cidades receberão as sessões educativas do Festival Varilux. E, como de costume, o evento terá sessões de democratização em espaços alternativos do Rio, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. 

Atrações para todos os perfis!

O premiado ator francês Omar Sy, que ficou conhecido e admirado mundialmente por sua atuação em “Intocáveis”, poderá ser visto novamente, agora em “Chocolate”, interpretando o primeiro artista circense negro na França da Belle Époque, no filme de Roschdy Zem, que virá ao país para apresentar o longa. 

O festival exibirá também o filme "Meu Rei", do diretor Maïwenn, que fez parte da seleção oficial do Festival de Cannes 2015. Um drama com as estrelas Vincent Cassel e Emmanuelle Bercot, premiada com a Palma de Ouro de melhor atriz.

Meu Rei

E o ator vencedor do Oscar Jean Dujardin volta às telonas em "Um Amor à Altura", comédia romântica de Laurent Tirard. Na produção, Dujardin ajudará a personagem de Virginie Efira a encontrar seu telefone celular perdido e essa história tomará um rumo inesperado.

Ao diretor Roschdy Zem se junta o diretor Philippe Le Guay (Pedalando com Molière), que traz a comédia Flórida, com Sandrine Kiberlain e Jean Rochefort, dois ícones de gerações diferentes do cinema francês, inspiração para o cartaz dessa edição do festival. 

Florida

O também diretor Bruno Podalydes, que, além de escrever e dirigir, ainda atua no papel principal da comédia "Um Doce Refúgio", e a atriz Lou de Laâge (Respire), que interpreta uma médica francesa da Cruz Vermelha atendendo sobreviventes da Segunda Guerra até chegar a um convento Beneditino onde freiras estão prestes a dar à luz, no drama histórico "Agnus Dei", de Anne Fontaine. 

O jovem e muito badalado ator Vincent Lacoste (Hipocrátes, Diário de uma Camareira), protagonista ao lado da atriz Julie Delpy, da comédia, "Lolo, o Filho da Minha Namorada", dirigida pela própria atriz, completa a delegação francesa que participará de apresentações e debates nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Dentro do diversificado leque de produções francesas, estão ainda na programação a premiada animação "Abril e o Mundo Extraordinário", de Franck Ekinci e Christian Desmares, vencedor do prêmio Cristal no Festival de Annecy; e "O Novato", do jovem diretor e roteirista Rudi Rosenberg, que com humor e ironia foca no universo adolescente baseado em suas próprias vivências; 

Abril e o Mundo Extraordinário

"A Corte", comédia dramática de Christian Vincent, sobre um juiz durão que acaba amolecendo ao se deparar durante um julgamento com uma jurada por quem tinha sido apaixonado anos antes e o drama "Um Belo Verão", de Catherine Corsini, que aborda as questões em torno da liberdade sexual e feminismo na Paris da década de 70.

Completam a lista de filmes, o longa "Marguerite", de Xavier Giannoli, com Catherine Frot, premiada com o Cesar 2016 da Melhor Atriz, baseado na história da rica e excêntrica americana Florence Foster Jenkins que não desistiu de cantar em público apesar de não ter talento algum. 

"Os Cowboys", de Thomas Bidegain, que acompanha a saga de um pai em busca da sua filha adolescente fugida de casa, e com suspeita de ter se convertido ao Islã. O drama de guerra, "Viva a França!", de Christian Carion, que se passa numa pequena cidade no norte da França nos anos 40; e "La Vanité", comédia dramática de Lionel Baier com a atriz espanhola Carmen Maura sobre um velho arquiteto que recorre a uma associação de auxílio ao suicídio.

Como já é esperado pelo público, o festival exibirá ainda um grande clássico francês. O escolhido deste ano é o filme "Um Homem e uma Mulher", de Claude Lelouch, em homenagem ao seu 50º aniversario de lançamento.

Um homem e uma mulherO romance com Anouk Aimée e Jean Trintignant foi o vencedor da Palma de Ouro em 1966 e também do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e roteiro original no ano seguinte.

Quer saber mais sobre o Festival Varilux de Cinema Francês? Confira a programação completa aqui!

Crítica do filme X-Men: Apocalipse | Sem medo de enfrentar o mundo

Os filmes dos X-Men no cinema já viraram uma verdadeira novela e o público, muitas vezes, ficou dividido com algumas das histórias apresentadas na telona — ainda mais com algumas decisões polêmicas que colocaram o futuro da série em risco.

Felizmente, a Fox conseguiu recuperar a moral com os títulos “Primeira Classe” e “Dias de Um Futuro Esquecido” — principalmente com a viagem temporal do último longa-metragem—, o que deixou muitos céticos esperançosos quanto ao desfecho dessa nova trilogia.

Para garantir o bom andamento da coisa, Bryan Singer (lembrando que ele dirigiu os dois primeiros filmes lá no começo dos anos 2000) toma as rédeas novamente e tenta levar a história para uma conclusão épica, com direito a um embate com um dos principais vilões da franquia: o Apocalipse.

Pois é, apelação é a palavra de ordem no novo capítulo. Sem saber como vai ser a reação do público, a Fox resolveu chegar com os dois pés no peito e soltar todos os especiais do chefão num filme só para não ter erro. Sinceramente, eu acho que deu bem certo.

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Assim, para quem curte ação e embalou legal no título anterior, “X-Men: Apocalipse” chega como uma conclusão espetacular, com muita ação e unindo várias pontas soltas. Para os fãs dos quadrinhos, talvez alguns excessos acabem diminuindo a empolgação. Bora falar mais desse filme que tem poderes de causar discussões.

Trama amarrada, mas enrolada

Se você acompanhou as notícias e trailers do filme, na certa já deve manjar um mínimo da história (até porque o teaser no final do filme anterior já tinha dado essa dica). O filme começa lá no Egito Antigo, quando somos introduzidos ao primeiro — e mais poderoso — mutante: Apocalipse.

Esse cara azulado acumulou poderes ao longo dos anos, tanto que ele acabou se tornando imortal e invencível. Só que, depois de um sono de beleza de milhares de anos, o cara acordou boladão com a palhaçada que tá rolando na Terra (e com razão, né?).

A parte bacana no desenvolvimento da trama de “X-Men: Apocalipse” é que ela consegue agregar uma tonelada de informações sem criar elos forçados ou sem deixar pontas soltas. Toda essa história do Apocalipse é contada em detalhes e, aos poucos, o filme tenta convencer a plateia sobre os planos do personagem.

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Paralelamente, o longa tenta juntar as pontas com o que sobrou no fim de “Dias de Um Futuro Esquecido” e apresentar alguns mutantes já conhecidos. De fato, a introdução de tantos personagens faz o filme virar uma grande salada mista, só que isso se faz necessário, principalmente se a gente pensar no vilão em questão.

Apesar de apresentar argumentos para a presença dos personagens, o filme acaba exagerando na dose, principalmente com o Wolverine de volta aos holofotes. Às vezes, dá a impressão que tem cena que está ali para encher linguiça. O resultado é um longa-metragem compridão, que pode saturar pelo excesso de coisas. Contudo, não dá pra negar que teve vários mutantes que ficaram legais, como o Noturno e a nova Sansa Jean Grey.

Sobrou poder, faltou dinheiro

Bom, se a história acerta em boa parte, a execução talvez peque em alguns pontos. Veja bem, o filme se sustenta muito nos efeitos especiais, até porque a gente tá falando de mutantes que usam poderes insanos. Até aí, nada de extraordinário, porque isso já é terreno comum na franquia. Só que, o Apocalipse chega pintando e bordando na telona, o que deixou as coisas meio exageradas.

Antes mesmo de conferir o filme nas telonas, eu já tinha a impressão de que a maquiagem do Apocalipse não estava lá essas coisas. No cinema, o cara fica amedrontador, até porque ele é gigante e tem muitos poderes assustadores, mas a aparência azulada de Blue man ainda não convenceu legal. Sabe aquela coisa de “tá ok, mas poderia ficar melhor”? Então...

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Tudo bem, do jeito que ficou, o filme já mostra muita ação e, pelo menos, exploraram muitas das habilidades do vilão. Só que dava para ficar ainda mais interessante se ele não ficasse tão parecido com um cosplay. Usar efeitos adicionais para fazer o personagem voar e realmente tomar conta da tela é o tipo de ousadia que faltou aqui.

Felizmente, o que falta de um lado, acaba sobrando de outro. A ação do filme é frenética em várias partes, os mutantes estão liberando seus poderes constantemente e, na moral, o Mercúrio arrasa novamente. É o tipo de coisa que deu certo e tem que continuar, porque isso dá um diferencial bacana para a película.

Bom, é isso aí, o novo filme dos X-Men vai dividir opiniões, mas felizmente a Fox enfrentou o mundo com ousadia e fechou legal a trilogia. Não é um filme perfeito, não é o melhor filme dos X-Men, mas é divertido. Se duvidar, a Fox consegue alinhar mais sequências, até porque um filme desses tem o poder de fazer chover dinheiro. Veja no cinema pra ficar empolgadaço!

Elenco de ‘Vizinhos 2’ comenta sobre os desafios na filmagem

Como você já deve imaginar, "Vizinhos 2" é a sequência do filme de comédia que foi sucesso lá em 2014. No novo filme,  Mac e Kelly estão prestes a se mudar, quando eles descobrem que suas vizinhas são da fraternidade Kappa Nu.

Essas moças estão cansadas das restrições da faculdade e decidiram criar uma república onde podem fazer tudo o que querem. É claro que Mac e Kelly vão precisar tomar alguma atitude.

E se antes o personagem de Zac Efron era o terror da vida de Mac (Seth Rogen) e Kelly (Rose Byrne), agora sua presença é mais do que bem-vinda à vizinhança. Em vídeo inédito, o elenco de “Vizinhos 2” comenta sobre a Kappa Nu, grupo liderado por Chloë Moretz que está tirando todos do sério.

“As garotas estão fora de controle”, afirma Seth Rogen sobre as jovens que acabam de se mudar para o lado da casa do casal. Como querem vender o imóvel o mais rápido possível para mudar para o subúrbio e criar o novo bebê que está a caminho, Mac e Kelly vão precisar da ajuda de Teddy (Zac Efron) para se livrar das estudantes o quanto antes.

Para Efron, seu personagem passa por um momento conturbado e a bagunça das garotas acaba não ajudando muito: “Teddy está bem perdido neste ponto da vida [...] e tudo entra em choque!”, explica.

"Vizinhos 2" estreia em 19 de maio no Brasil.

Inferno | Novo trailer legendado e sinopse

Quando Robert Langdon acorda em um hospital italiano com amnésia, ele se reúne com a doutra Sienna Brooks para correr contra o relógio pela Europa para salvar o mundo de mais uma ameaça. 

Chocolate | Trailer legendado e sinopse

Rafel Padilha nasceu em Cuba em 1868 e foi vendido quando ainda era criança. Anos depois ele consegue fugir e é encontrado nas docas por um palhaço que o coloca nas suas apresentações. Em seguida, Padilha passa a ser conhecido como Chocolat, tornando-se o primeiro artista cirrcense negro na França, um grande sucesso no final do século XIX.

Crítica do filme Decisão de Risco | Dilemas na guerra ao terror

Todos os dias, inocentes em várias regiões do mundo sofrem – e muitas vezes pagam com suas vidas – nas mãos de extremistas que praticam o terrorismo. As motivações são as mais absurdas possíveis, as consequências de ações brutais são irreparáveis.

Neste mesmo cenário, do outro lado da história, temos a presença dos governantes e militares que, geralmente, de forma cruel tentam pagar na mesma moeda e evitar que os atos inconsequentes dos terroristas acabem com ainda mais vidas.

Casos como a história do filme “Decisão de Risco” já são bem comuns, quando vemos os bonzinhos encurralados por armadilhas cruéis. Neste longa-metragem, acompanhamos a história da Coronel Powell (Helen Mirren, de “A 100 passos de um Sonho”), que se vê em um beco em saída.

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Após anos perseguindo alguns dos terroristas mais perigosos, ela finalmente tem a oportunidade de capturá-los. Acontece que a história muda completamente quando ela percebe que os criminosos podem estar se preparando para um atentado. A cada segundo, a situação fica mais tensa, o que piora quando a vida de uma garotinha está em jogo.

Uma visão diferente da guerra

Em tempos que filmes com Gerard Butler dominam as telonas com corridas desenfreadas, tiroteios insanos e tramas mirabolantes, a chegada de um longa-metragem como “Decisão de Risco” acaba, com o perdão do trocadilho, caindo como uma bomba na cara do espectador.

A perspectiva aqui não é a do herói salvador da pátria, que enfrenta uma multidão e sai ileso do combate, mas da guerra à distância, se aproveitando de inúmeras tecnologias recentes para conferir os movimentos do inimigo sem precisar colocar soldados em risco.

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O nome original do filme (“Eyes in the Sky” ou “Olhos no Céu”), inclusive, denota essa questão diferenciada na abordagem. Usando um veículo pilotado remotamente (que sobrevoa a região de uma altura considerável) com câmeras da mais alta qualidade, o exército americano consegue monitorar as atividades dos terroristas e, claro, ainda possui armas para tomar providências em casos de ameaças.

Só que a guerra não é protagonizada apenas a distância. O cenário principal desta história é uma pequena cidade na África, onde vemos outra perspectiva da guerra ao terror. O local habitado por um povo que passa por muitas necessidades e oprimido por milícias é o palco para mostrar como o povo se sente em meio a tal conflito. São duas formas diferentes e válidas de abordar o tema.

O filme ainda ressalta a questão dos soldados em campo que dedicam suas vidas para um serviço arriscado. Aqui temos apenas personagens (como Jama Farah, interpretado por Barkhad Abdi), mas na vida real teríamos pessoas de verdade, que, apesar de apresentarem valor imensurável no cumprimento da missão, são apenas peças num jogo de tabuleiro para grandes nações.

Vidas em jogo nas mãos de políticos

Apesar de o roteiro andar sob o comando de Helen Mirren, o filme é bem cadenciado, alternando cada pauta entre vários personagens. Ainda entre os chefes do exército norte-americano, temos a presença do General Frank Benson (o saudoso Alan Rickman em uma de suas últimas performances).

Rickman é peça-chave no desenrolar da história e mostra que nem tudo está nas mãos do exército. Na verdade, “Decisão de Risco” vem para mostrar que, muitas vezes, a resolução das guerras está nas mãos de políticos, que apenas dão a autorização para executar as missões. O resultado é um joguinho de vai e vem com opiniões de pessoas que não fazem ideia do que se passa em campo.

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Há sim aqui alguns especialistas que se importam com a questão dos direitos humanos, dos danos às nações mais fracas, das questões de não deixar transparecer a fraqueza frente ao terror, mas o filme esclarece que nem tudo é tão simples quanto parece e ressalta que a politicagem apenas brinca com a vida de inocentes.

Decisão de Risco” é um filme tenso em vários momentos, com uma trilha sonora competente, elenco de ponta (incluindo Aaron Paul, de “Need for Speed”), direção competente e um roteiro que acaba sendo bem dramático, tanto pela história fictícia quanto pela representação de cenários reais. É uma visão diferente, mas que vale ser conferida para averiguar outras perspectivas desse assunto delicado.