50 Cent - Café com Filme

Crítica Kubo e as Cordas Mágicas | Origamis e lendas que falam ao coração

A Laika é uma empresa relativamente nova no ramo da cinematografia, mas que já supera grandes estúdios com um trabalho primoroso na confecção de animações que abusam da técnica de stop-motion.

A companhia leva um longo tempo para criar suas animações, mas o cuidado nos mínimos detalhes garantiu ao público experiências maravilhosas em filmes como “Os Boxtrolls”, “ParaNorman” e “Coraline”.

Desta vez, somos levados para um mundo completamente distinto, inspirado em várias referências da cultura japonesa, incluindo desde as dobraduras de origami até grandes inspirações como os filmes de Kurosawa.

Em “Kubo e as Cordas Mágicas”, conhecemos o jovem e bondoso Kubo, um menino que mora em uma caverna com sua mãe e que ganha a vida humildemente contando histórias para as pessoas de sua cidade litorânea. Ele é especialista em dobraduras e leva entretenimento ao público com seu bandolim mágico (que é um shamisen).

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A vida era relativamente simples e Kubo deveria seguir apenas os conselhos de sua mãe, mas tudo vira do avesso quando ele acidentalmente invoca um espírito de seu passado que desce violentamente dos céus para impor vingança.

Na tentativa de escapar dessa maldição, o garotinho junta forças com duas criaturas inusitadas: o Sr. Macaco e o Besouro. Eles partem numa emocionante jornada em busca da salvação para a família de Kubo e também para resolver o mistério de seu falecido pai, o maior guerreiro samurai que o mundo já conheceu.

Um mundo vivo e cheio de inspiração

O Japão encanta o mundo com sua cultura peculiar, a qual é aproveitada constantemente na construção do mundo de Kubo. Desde o começo do filme, somos levados a conhecer um mundo mágico, com ambientes de tirar o fôlego, personagens bastante caricatos e elementos recorrentes em várias obras artísticas do país do sol vermelho.

A cidade do jovem garotinho já teria material suficiente para desenvolver um longa-metragem. Com riqueza de detalhes que mostra desde a culinária e as vestimentas costumeiras do Japão, até chegar às danças e artes de dobradura, esta animação da Laika encanta o espectador a cada nova cena.

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Todavia, o filme não centra em um único ambiente. Com uma jornada que começa no mar, passa por terra firme, faz um pouso em um local soterrado pela neve, leva a plateia até cavernas perigosas, dá um passeio pelos lagos e dojos, esta obra em stop-motion se apresenta como um verdadeiro cartão-postal do Japão.

E não estou falando apenas de elementos comuns, já que o filme também faz uma abordagem dos mitos e lendas orientais, mostrando magias, criaturas inacreditáveis e até espíritos sombrios. O pacote de “Kubo e as Cordas Mágicas” é bem completo, sendo um prato cheio para os apreciadores da cultura japonesa ou mesmo para o público geral.

Todos esses detalhes são resultado da dedicação incessante da equipe de produção, que construiu os cenários a mão e realizou todo o processo de captura com minúcia de detalhes. A cada passo que Kubo e sua trupe dão em uma parte do Japão, a plateia fica encantada com este mundo vivo e inspirador.

Melancolia, humor e coisas incomuns

É válido constatar ainda que não estamos falando apenas de um filminho para crianças. Apesar de o protagonista ser um jovenzinho simpático, há vários elementos nesta obra que remetem mais a temáticas adultas, principalmente pela abordagem que dá um tom mais de melancolia e até terror em algumas situações.

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Kubo e as Cordas Mágicas” lembra bastante grandes obras japonesas, principalmente alguns títulos do mestre Akira Kurosawa. Da mesma forma, o longa-metragem também aproveita outras referências, algumas que parecem provenientes de jogos como “Fatal Frame”, outras que conseguem dar um tom de comédia inesperado.

É um filme que mexe com as emoções, algo que também só é possível por conta dos personagens carismáticos e bem humorados. O trio principal é muito dinâmico, com estilos diferentes que se complementam. Os diálogos são pontuais e bem humorados, mas os destaques mesmo ficam para o personagem Besouro, que, tal qual o espectador, fica meio perdido nesse universo diferente, mas que logo se encontra com a alegria dos seus parceiros.

“Kubo e as Cordas Mágicas” é uma obra inspiradora, executada com maestria e com mensagem profunda que toca o coração

Todo esse mundo que mistura aventura, amor, fantasia, magia, terror e tantas descobertas é embalado, principalmente, pelo instrumento musical de Kubo, mas há também alguns sons provenientes da própria trilha sonora. As músicas são muito orgânicas, com referências claras às músicas de origem nipônica. A sonoridade, inclusive, desempenha papel importante em várias situações, uma vez que ela casa adequadamente com todo o contexto.

Dá também para dizer que o filme é um tanto experimental, misturando a cultura japonesa com o estilo próprio da Laika. O resultado dá muito certo, principalmente do ponto de vista  mais técnico. A história foge do padrão americano, o que é muito legal, mas algumas pessoas podem não se identificar tanto com os personagens e a história japonesa. De qualquer forma, vale a ida ao cinema para conhecer algo novo e surpreendente!

Documentários marcam programação da HBO em novembro de 2016

O grande destaque da programação da rede HBO em novembro será o documentário Holocausto Brasileiro, que vai ao ar no dia 20, às 21h, com exclusividade no canal MAX. Já o canal HBO, além de grandes estreias como "A 5ª Onda" e "Um Senhor Estagiário", continua a tradicional temporada de documentários, com produções originais HBO, que abordam assuntos atuais e polêmicos.

"Doações de Campanha: o Dinheiro Fala Mais Alto?", sobre as eleições norte-americanas, e "Sob Medida", que conta a história de uma alfaiataria que faz ternos sob medida para clientes transgêneros, são alguns exemplos.  

Confira algumas das principais estreias:

A 5ª Onda

05/11 | Sábado | 22h | Canal HBO

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No filme, as investidas de quatro ondas de ataques alienígenas deixaram a Terra praticamente em ruínas. Em meio a um clima de medo e desconfiança, uma jovem tenta desesperadamente salvar seu irmão mais novo, enquanto se prepara para a inevitável e mortal quinta onda. O longa é estrelado por Chloë Grace Moretz, Liv Schreiber e Ron Livingston.

Aliança do Crime

12/11 | Sábado | 22h | Canal HBO

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Um filme policial eletrizante, protagonizado pelos ganhadores do Globo de Ouro® Johnny Deep e Kevin Bacon e o indicado ao Oscar® Benedict Cumberbatch. No longa, Whitney Bulger, irmão de um senador e o criminoso mais violento do sul de Boston, decide se aliar a um agente do FBI para acabar com a máfia italiana que invade seu território.

A Dama Dourada 

19/11 | Sábado | 22h | Canal HBO

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Conta a emocionante história de Maria Altmann, uma mulher judia que conseguiu sair de Viena durante a Segunda Guerra Mundial. Após muitos anos, ela terá que voltar ao país e se reencontrar com suas memórias para recuperar uma obra de arte de Gustav Klimt que os nazistas confiscaram de sua família.

Um Senhor Estagiário

26/11 | Sábado | 22h | Canal HBO

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Ben Whitaker, um viúvo de 70 anos, sente que a aposentadoria deixou um vazio em sua rotina. Quando aparece uma vaga como estagiário em uma empresa de moda on-line, Ben a enxerga como uma oportunidade para voltar à ativa. O filme é estrelado pelos ganhadores do Oscar® Robert De Niro e Anne Hathaway.

Confira também a programação de documentários que irão ao ar pela HBO em novembro:

Doações de Campanha: o Dinheiro Fala Mais Alto?

07/11 | Segunda-feira | 22h | Canal HBO

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"Meet the Donors: Does Money Talk?" entra no circuito da captação de recursos e conversa com dezenas de doadores milionários que sustentam os dois partidos políticos dos Estados Unidos. Dirigido por Alexandra Pelosi (“Journeys with George”, da HBO), ganhadora de um Emmy®. 

Mapplethorpe: Look at the pictures 

14/11 | Segunda-feira | 22h | Canal HBO

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Apresenta um olhar inédito sobre as fotos polêmicas de Robert Mapplethorpe, que quebrou tabus com o seu modo franco de retratar a nudez, a sexualidade e o fetichismo. Dirigido pelos ganhadores do Emmy® Fenton Bailey e Randy Barbato ("Wishful Drinking", da HBO), é uma produção da Film Manufacturers Inc.

Sob Medida

21/11 | Segunda-feira | 22h | Canal HBO

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Conta a história da Bindle & Keep, uma alfaiataria no Brooklyn que faz ternos sob medida para clientes de gênero não conformativo e transgêneros. O documentário se concentra no processo íntimo de assumir uma nova identidade, aceitar as diferenças e enfrentar isso na própria pele. Dirigido por Jason Benjamin e produzido por Lena Dunham e Jenni Konner (“Girls”, da HBO).

O Ataque à Maratona de Boston

28/11 | Segunda-feira | 22h | Canal HBO

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"Marathon: The Patriots’ Day Bombing" relembra a história dramática do ataque terrorista de abril de 2013 na Maratona de Boston por meio das experiências de pessoas afetadas. Dirigido por Ricki Stern e Annie Sundberg e produzido em associação com o jornal Boston Globe.

A HBO Family também traz novidades. Veja as estreias!

Meu Monstro de Estimação

06/11 | Domingo | 20h | HBO Family

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Aventura baseada no romance de Dick King-Smith, invade o canal. Quando o pequeno Angus encontra um misterioso ovo nas margens do lago Ness, sai de sua casca uma surpreendente e lendária criatura, na qual Angus encontrará não só um amigo, mas também um grande segredo para proteger.

Interestelar

13/11 | Domingo | 20h | HBO Family

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Matthew McConaughey e Anne Hathaway levam o público para uma viagem ao espaço. A ficção-científica retrata um grupo de exploradores que parte em busca de sobrevivência quando a vida na Terra está ameaçada.

Max: O Cão Herói

20/11 | Domingo | 20h | HBO Family

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Nessa aventura, Justin perdeu seu irmão mais velho, Kyle, na guerra do Afeganistão. Agora terá que cuidar de Max, o cão farejador que Kyle treinou com muito carinho. Não será uma tarefa fácil, mas Carmem, uma linda garota, chegará para ajudá-lo.

Segurança de Shopping 2

27/11 | Domingo | 20h | HBO Family

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O oficial de polícia Paul Blart viaja a Las Vegas com sua filha para participar de um importante evento. Lá, ele terá de mostrar sua valentia mais uma vez, quando um grupo de criminosos tenta roubar algumas obras de arte.

Várias coisas legais na programação, não? Calma que ainda tem mais! Veja a programação do Canal Max!

Até Valhalla

06/11 | Domingo | 21h | Canal Max

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O longa-metragem conta a história de Johana, que volta para casa após vários anos ausente depois da morte de um de seus irmãos. Lá, ela terá que se reencontrar com uma família problemática e com emoções que vêm do passado.

O Salão de Jimmy

13/11 | Domingo | 21h | Canal Max

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Durante a Grande Depressão, o comunista Jimmy Gralton volta à Irlanda após anos de exílio. Chegando em sua terra natal, quer reabrir a escola de dança que o colocou em perigo, mas antes terá que enfrentar a intransigência da Igreja.

Holocausto Brasileiro 

20/11 | Domingo | 21h | Canal Max

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O Documentário expõe uma das maiores tragédias da história recente do país. No início do século passado, em Barbacena, Minas Gerais, foi fundado o hospital Colônia, com o intuito de tratar tuberculosos e doentes psiquiátricos. Mas o que se passou dentro daqueles muros foi algo estarrecedor.

Durante anos, homens, mulheres e crianças eram amontoados em vagões superlotados em uma viagem sem volta para o hospital. O lugar era o trágico destino daqueles que a sociedade não queria por perto. Cerca de 60 mil pessoas morreram durante o período de funcionamento do Colônia, que se transformou em um verdadeiro campo de extermínio. Poucos sobreviveram. Em comoventes depoimentos e entrevistas, alguns contam no documentário os horrores que viram e sofreram, falam sobre a esperança de ter uma vida digna e relatam as saudades daquilo que nunca viveram.

Sem Retorno

27/11 | Domingo | 21h | Canal Max

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Um milionário com uma doença terminal é submetido a uma operação para transferir sua consciência ao corpo de um homem jovem e sadio. Com o passar do tempo, o jovem descobrirá a origem de seu novo corpo e da organização que tornou isso possível.

Cineasta Dea Ferraz exibe "Câmara de Espelhos" em Recife

Premiada em importantes festivais na América Latina, com os títulos “Sete Corações” (2015) e “Alumia” (2009), Dea Ferraz exibe “Câmara de Espelhos” pela primeira vez no Recife, após grande repercussão no último Festival de Brasília.

A exibição do longa acontecerá em Mostra Especial do Janela Internacional de Cinema do Recife, no Cinema São Luiz, na segunda-feira (31), às 19h35. Na sequência, haverá debate com a diretora do filme. Na quinta-feira (3), Dea Ferraz também participará da mesa "Um cinema tomado por mulheres", a partir das 16h, no hall do São Luiz.

Construída dentro de uma caixa preta, a obra recorta o discurso masculino banal do dia a dia e expõe as violências sutis às quais são submetidas a mulher e sua imagem espelhada pela sociedade. Primeiro longa-documentário autoral de Dea Ferraz, a película é produzida pela Parêa Filmes, Ateliê Produções e Alumia Conteúdo em associação com a Janela Projetos por meio de incentivo do Funcultura/Governo de Pernambuco e recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) da Ancine e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Qual a imagem social da mulher? Como o mundo constrói a identidade feminina? Quem é a  mulher num mundo historicamente patriarcal e machista? Partindo dessas premissas e dialogando fortemente como o momento sócio-político brasileiro, “Câmara de Espelhos” joga luz nos discursos subliminares das rodas masculinas e reposiciona a violência implícita que as palavras carregam. Depois de “Sete Corações” (2015), o novo longa-documentário da diretora recifense Dea Ferraz é o que ela considera sua obra mais autoral até aqui.

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Resultado de uma pesquisa sobre os filmes-dispositivo e a tradição da linguagem documental, “Câmara de Espelhos” nasce de um anseio pessoal da realizadora: questionar lugares de violência e invisibilidade nos quais as mulheres vivem diante do consumo de imagens, inclusive delas mesmas.

Funcionando por meio de um dispositivo específico, a de uma caixa preta mal acabada com regras e modus operandi constantes, o longa-documentário propõe a reflexão a partir de uma imagem-símbolo que desvela sentidos, falas e microespaços de poder."‘Câmara de Espelhos’, para mim, é a possibilidade de jogar luz nesse discurso subliminar, aparentemente banal, que parece invisível e que tantas vezes deixamos passar porque ‘não é tão grave’, como dizem alguns. Com o filme, tento dizer é gravíssimo", afirma Dea Ferraz, que divide o roteiro com a montadora Joana Collier.

Convidados a participar de um “jogo” em que, espontaneamente, emitem suas opiniões e reflexões dentro de uma sala de estar rodeada por uma caixa preta, ao todo 14 homens, divididos em dois grupos, participam como voluntários de uma conversa informal que remete a uma mesa de bar tipicamente masculina, também com suas regras, formatos e discursos pré-estabelecidos.

"‘Câmara de Espelhos’, para mim, é a possibilidade de jogar luz nesse discurso subliminar, aparentemente banal, que parece invisível e que tantas vezes deixamos passar porque ‘não é tão grave’, como dizem alguns. Com o filme, tento dizer é gravíssimo"

A partir da relação “personagem-personagem”, sem a participação efetiva da diretora e mediante apenas a instrução sonora, os homens interagem entre si e comentam a exibição de vídeos sobre os mais diversos temas, desde aborto, passando por sexo e casamento até violência. Graças ao aspecto aberto do dispositivo, o doc. trouxe nuances e expectativas inesperadas. “Não há nenhum contato dos homens com a direção.

E o fato de termos as câmeras "escondidas" - eles não sabiam a posição específica de cada câmera, mas sabiam que estavam sendo filmados - causou um deslocamento de atuação que gosto muito. Eles atuam entre si, uns para os outros, mais do que para as câmeras objetivamente”, antecipa Dea. “Não imaginei que o documentário seria tão violento. Na verdade, imaginava que seria difícil trazer à tona esse discurso naturalizado do machismo para dentro de uma sala cheia de câmeras e com o consentimento dos personagens, mas o que vi e vivi foi muito mais forte do que poderia imaginar”, conta.

Tom Cruise reencena trechos de filmes lendários de sua carreira

A estreia do novo longa-metragem estrelado por Tom Cruise, “Jack Reacher: Sem Retorno”, está chegando (nos Estados Unidos é hoje!) e para divulgar o filme o ator participou de uma produção hilária. Ele reencenou, ao lado do apresentador americano James Corden, do The Late Late Show, os principais personagens da carreira.

Com performances engraçadíssimas, os dois fazem piada com cenas de títulos como “Top Gun”, “Missão Impossível”, “Rain Man” e, ao improvisarem uma luta com o justiceiro durão de “Jack Reacher: O Último Tiro”, a dupla anuncia que a saga do personagem continua firme e forte em “Jack Reacher: Sem Retorno”, que chega ao Brasil em 24 de novembro.

Confira o vídeo!

Na sequência, Reacher retorna à base militar que serviu na Virgínia, onde pretende encontrar a comandante local Susan Turner (Cobie Smulders, a Robin, de How I Met Your Mother). Chegando lá, descobre que ela foi presa por traição.

Sabendo que Susan é inocente, ele assume a missão de resgatá-la e descobrir a verdade por trás de uma grande conspiração do governo. Na corrida como fugitivos da lei, Reacher descobre um potencial segredo de seu passado, que poderia mudar a sua vida.

Com direção de Edward Zwick, também estão no elenco: Danika Yarosh, Austin Hébert, Patrick Heusinger, Aldis Hodge, Holt McCallany e Robert Catrini.

Crítica do filme Ouija: Origem do Mal | Quer falar com os espíritos? Eles também

Já disse isso anteriormente, mas vou reforçar. Eu odeio filmes de terror, pelo simples motivo que eu realmente acredito em toda essa baboseira. Sim, eu sei que é tudo para assustar um público ávido por emoções, que o exagero e apelo visual estão ali exatamente para isso, mas simplesmente não consigo evitar. Isso posto, devo dizer que morri de medo enquanto assistia, mas sei que os fãs do gênero são mais exigentes que eu nesse quesito, então prometo me segurar.

Ouija: Origem do Mal” se propõem a explicar os eventos do filme predecessor ”Ouija - O Jogo dos Espíritos”, porém a Origem me parece superior em diversos sentidos, e pode muito bem ser entendido como um filme só. A começar pela época em que se passa, em 1965, com estética retrô tão característica dos filmes de terror que povoam a mente dos fãs do gênero, toda a decoração, objetos, casarão antigo e roupas já remetem a fantasmas, ou pelo menos que tem algo estranho por ali.

A história gira em torno da família Zander, com a mãe viúva Alice ((Elizabeth Reaser), a adolescente Paulina, ou Lina (Annalise Basso) e a garotinha sinistra de 9 anos Doris (Lulu Wilson). É seguro dizer que o brilhantismo da pequena Lulu é uma das bases do filme, toda a atuação dessa criança é o que vai arrepiar a nuca do público.

Como amigos nos reunimos...

Alice é uma médium de mentira que atende em casa, usando suas filhas como auxiliares durante as sessões, principalmente para ajudar a enganar os clientes enquanto contata os mortos. Como a grana está apertada desde a morte de seu marido, ela não vê isso como enganação, mas sim como um alívio para as pessoas que perderam seus entes queridos. Para ajudar a deixar as sessões mais convincentes, Alice compra um tabuleiro Ouija. Mesmo sem botar muita fé na função do tabuleiro, ela faz um teste tentando contatar seu falecido marido, mas o resultado é decepcionante.

Isso não é apenas um bocejo

Isso não é apenas um bocejo.

Porém, o jogo se mostra um genuíno vínculo com o mundo espiritual, com a pequena Doris conseguindo se comunicar com seus “novos amigos”, algo que encanta sua mãe e deixa sua irmã muito preocupada. O interessante é ver a progressão do filme durante as sessões seguintes, lentamente mostrando que existem sim espíritos ali, mas que talvez não sejam exatamente o que se esperava.

Doris passa a apresentar comportamentos estranhos, como escrever um diário póstumo em Polonês e passar por bizarras transformações físicas. A situação chama a atenção do Padre Tom (Henry Thomas), diretor da escola católica que as garotas frequentam, então ele decide ir até a casa para investigar o que está acontecendo. Então as coisas ficam realmente sinistras...

...com corações sinceros...

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Ouija: Origem do Mal, possui todos os elementos clássicos que se espera de um filme desse tipo. O problema é que são tantos que o tabuleiro em si passa a ser um instrumento secundário, pois todos as assombrações se desenvolvem independentes do jogo. A possessão de Doris é lenta e progressiva, mas na parte final ela já está andando pelas paredes e jogando pessoas pela casa apenas com a mente. Particularmente achei exagerado esse encerramento, pois durante todo o filme a sensação de medo era infinitamente maior, ainda que em diversos momentos as cenas fossem bem explícitas.

O diretor Mike Flanagan começa com uma força narrativa e estilística enorme, mas parece ceder lentamente a conhecidas fórmulas, talvez para satisfazer o público. Nesse sentido, o filme é recheado de erros, sendo apenas mais um filme facilmente esquecível. Porém, nessa conta não podemos incluir a parte técnica. A construção das cenas, enquadramentos, as aparições através do tabuleiro e todas as cenas de “susto” são habilmente apresentadas, com a possível exceção da parte final, como já foi citado.

... espíritos próximos, chamamos a vocês! (Não)

O filme possui ligação com o de 2014, mas é tão sutil e de certa forma irrelevante que não parece fazer diferença. Para os fãs mais ávidos, vale a pena ficar até o final para conferir uma pequena narrativa que conecta os dois filmes. De uma forma geral, vale a pena assistir “Ouija: Origem do Mal”, mas como sempre, sem muitas pretensões.

Por fim, preciso dizer que não se deve brincar com essas coisas! O tabuleiro de Ouija tem três regras simples (no filme), e quem assistir vai notar que elas não são cumpridas, exatamente por essa razão que a coisa toda desanda e deu no que deu.
Evitem possessões demoníacas, e até a próxima!

Logan | Novo trailer legendado e sinopse

No futuro, Logan (Hugh Jackman) e Professor Charles Xavier (Patrick Stewart) devem lidar com a perda dos X-Men, quando uma corporação liderada por Nathaniel Essex pretende destruir o mundo. Com as habilidades de cura de Logan lentamente desaparecendo e a doença de Alzheimer afetando o professor Xavier, eles devem derrotar Essex com a ajuda de uma jovem chamada Laura Kinney, uma clone feminina de Wolverine.