Ninguém nada no mesmo rio duas vezes, o mesmo acontece em produções cinematográficas. Um filme nunca é o mesmo filme, é outro filme, como afirma Eduardo Coutinho no documentário "Banquete Coutinho", que estreou mundialmente na 8º edição do Festival Olhar de Cinema.
Nesta metalinguagem de fazer documentário sobre o documentarista, o diretor Josafá Veloso convida o espectador a conhecer as técnicas de quem sempre esteve por de trás das câmeras, o célebre diretor Eduardo Coutinho. Utilizando-se do formato expositivo, característica principal das obras de Coutinho, o filme aborda questões filosóficas sobre o ato de fazer filme e a linha tênue da ficção e a realidade.
Seguindo a curadoria de abertura do Festival Olhar de Cinema, que busca colocar uma reflexão no ato de fazer filme e a relação híbrida da realidade e ficção, também levantado no filme inaugurou a sétima edição do festival "Djón, África" de Filipa Reis e João Miller Guerra , o documentário de Josafá traz ao público uma análise profunda de Coutinho, que criou esta linha tênue de pessoas e atores, personagens e rotinas.
De forma intensa e com tom sarcástico do personagem principal, o longa torna-se uma viagem no profundo processo de criação que o documentarista Coutinho desenvolveu ao longo de 49 anos de produção. Para isso, diretor Veloso, também personagem do seu filme, cria uma linha narrativa entre a entrevista de Coutinho, dois anos antes da sua morte, com vasto material de arquivo produzido pelo jornalista, incluindo grandes obras do cinema brasileiro, como "Cabra Marcado Para Morrer" e "Jogo de Cena".
Durante 74 minutos, é possível notar a busca do diretor para entender quem é o personagem do seu documentário, que transita entre o seu perfil mau humorado e sem abertura com o seu lado mais empático de conhecer os sentimentos e histórias mais densas das pessoas que conheceu e entrevistou.
Neste mistério de tentar compreender, Josafá tenta responder a pergunta que não quer calar: Será que o Coutinho fez sempre o mesmo filme? De forma reflexiva, o questionamento ultrapassa a percepção do cinema e entra no hemisfério profundo de como encontramos uma história na rotina e o que torna aquele momento em algo ficcional.Um filme que não só aproxima o público de Coutinho, mas que coloca o espectador em frente as várias pessoas e personagens que o tornaram documentarista.
O CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema entra em seu terceiro ano de construção. São quase 60 filmes exibidos de um total de mais de 260 inscritos para a mostra competitiva, entre curtas e longas, durante suas duas primeiras edições. A Mostra Sagaranade Cinemase consolida no calendário cultural da Vila de Sagarana, em Arinos (Minas Gerais,) sendo realizada entre os dias 12 e 14 de setembro de 2019.
Além da exibição de filmes, o CineBaru continuará a promover rodas de conversas, programação musical, oficinas e atividades infantis. Em suas duas primeiras edições a Mostra realizou um total de 22 vivências, compartilhando a experiência de levar a tela grande para uma região desprovida de salas de cinema, além de também expor e debater temas presentes no território, principalmente os conceitos de Tradição e Mestres/as, Cidade e Sertão, Mulheres no Sertão, Meio Ambiente e Água, Agroecologia, Cinema e Ativismo, Literatura Roseana, Comunidades e Povos Tradicionais, etc.
O CineBaru tem o objetivo de mostrar o sertão mineiro ao mundo, o mundo ao sertão mineiro. Promover essa imersão no sertão tanto enquanto local de encontro cinematográfico quanto diante da formação de um novo público na agenda de festivais de cinema, fortalecendo essa rede de realizadores, moradores, produtores e pesquisadores. Em resumo: convivência cultural, social, política e artística por meio produção e exibição de filmes que inauguram um olhar nesse novo ambiente audiovisual. Fazer exibi reviver cinema no sertão mineiro a partir de suas inquietações, saberes, dificuldades e valores. Confira o Chamado de Filmes para a Mostra Competitiva Regional.
As inscrições seguem abertas até o dia 05 de junho, com resultado previsto para o dia 03 de julho.
Quem faz
O CineBaru surge de uma articulação idealizada por um coletivo de caminhantes, intitulados Ecos do Caminho, que seguem com uma sede em Sagarana, onde realizam há quatro anos atividades culturais, sociais e ambientais.
A oitava edição do Festival Olhar de Cinema já tem data marcada para acontecer em Curitiba - entre os dias 05 e 13 de junho. Com 10 mostras diferentes e uma programação que inclui cerca de 150 filmes em diversos cinemas da cidade, o evento reúne produções nacionais e internacionais avaliadas e premiadas por um juri formado por jornalistas e críticos de cinema, além de profissionais da área do audiovisual.
Além das exibições, o Olhar de Cinema também promove oficinas de cinema e sessões de conversa com profissionais da área.
Desde 2012, quando fez sua primeira exibição, o Olhar de cinema já exibiu mais de 600 filmes para mais de 115 mil pessoas, com o objetivo de incentivar o cinema independente.
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“As Viúvas”, longa da Fox Film com Viola Davis, será o filme de abertura do Festival do Rio, que acontece entre os dias 1º e 11 de novembro. O filme, do aclamado diretor Steve McQueen, traz a história de quatro mulheres que precisam assumir uma dívida deixada por seus maridos criminosos para salvarem os próprios destinos.
A abertura do festival acontece no dia 1 de novembro, no Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro. “As Viúvas” será lançado nos cinemas de todo o Brasil no dia 29 de novembro.
As protagonistas desse thriller intenso são a vencedora do Oscar, Viola Davis, que interpreta Veronica; Elizabeth Debicki, no papel de Alice; Michelle Rodriguez, interpretando Linda; e Cynthia Erivo, como Belle.
"Ferrugem", de Aly Muritiba, foi eleito pelos jurados do 46º Festival de Cinema de Gramado o Melhor Filme de longa-metragem brasileiro dessa edição. A produção paranaense levou ainda os Kikitos de Melhor Roteiro (Jessica Candal e Aly Muritiba) e Melhor Desenho de Som (Alexandre Rogoski, por Ferrugem). "A Cidade Dos Piratas", de Otto Guerra, recebeu menção honrosa "por colocar questões atuais no formato de humor não domesticado".
Entre os longas estrangeiros, o filme paraguaio "Las Herederas" saiu consagrado, com quatro dos seis Kikitos em disputa: além de Melhor Filme, Marcelo Martinessi foi eleito o Melhor Diretor e ganhou também o prêmio de Melhor Roteiro. O Kikito de Melhor Atriz ficou com o trio de protagonistas da película, que aborda o amor entre mulheres na terceira idade: Ana Brum, Margarita Irun e Ana Ivanova. "Las Herederas" também foi o favorito do público do 46º Festival de Cinema de Gramado.
Já o prêmio Especial do Júri foi para "Averno", de Marcos Loayza, "pela sua ousadia em contar uma história que se inspira na mitologia própria da Bolívia, mas distanciada dos modelos cinematográficos tradicionais".
Entre os filmes de curta-metragem brasileiros, vitória da animação "Guaxuma", de Nara Normande. O júri ainda concedeu um prêmio especial para "Estamos todos aqui", "pela coragem e pertinência de retratar cinematograficamente temas de grande relevância social, num ato criativo de imersão e de digna resistência".
Nessa competição, os jurados também justificaram a escolha de Maria Tugira Cardoso como a melhor atriz. Ela, na verdade, é a personagem do documentário "Catadora de gente", mas os avaliadores de Gramado entenderam que "pela força de seu carisma singular, história de vida e por entender que o protagonismo no documentário está como para a atuação na ficção", a recicladora merecia o Kikito. Ainda entre os curtas, o Prêmio Canal Brasil ficou com "Nova Iorque", de Leo Tabosa.
O júri da crítica presente no 46º Festival de Cinema de Gramado também elegeu os três melhores filmes na opinião de seus integrantes. Entre os longas, "Benzinho", de Gustavo Pizzi se destacou em razão do "domínio do ritmo, dos pequenos detalhes do cotidiano e do retrato terno dos laços familiares aliados à simplicidade de sua narrativa e à força do elenco".
Também recaiu sobre "Las Herederas", de Marcelo Martinessi, a escolha da crítica: "pela delicadeza ao destacar personagens de uma faixa de idade pouco retratada através da sexualidade, assim como seus espaços em nossa sociedade como também seu impressionante conjunto de atuações".
Por fim, o melhor filme em curta-metragem brasileiro na opinião da crítica foi "Torre", de Nádia Mangolini. A justificativa foi o "uso inventivo da técnica animação" e também "pelo respeito aos personagens e suas memórias, e pela reflexão de um período traumático da nossa história". A produção levou também o troféu do Juri Popular.
Veja quem foram os vencedores do 46º Festival de Cinema de Gramado
Curta-metragem brasileiro
Melhor Desenho de Som: Fábio Carneiro Leão, por Aquarela Melhor Trilha Musical: Manoel do Norte, por A Retirada Para Um Coração Bruto Melhor Direção de Arte: Pedro Franz e Rafael Coutinho, por Torre Melhor Montagem: Thiago Kistenmacker, por Aquarela Melhor Fotografia: Beto Martins, por Nova Iorque Melhor Roteiro: Marco Antônio Pereira, por A Retirada Para Um Coração Bruto Melhor Ator: Manoel do Norte, por A Retirada Para Um Coração Bruto Melhor Atriz: Maria Tugira Cardoso, por Catadora de Gente Prêmio Especial do Júri: Estamos todos aqui, de Chico Santos e Rafael Mellim Prêmio Canal Brasil de Curtas: Nova Iorque, de Leo Tabosa Melhor Filme do Júri Popular: Torre, de Nádia Mangolini Melhor Direção: Fábio Rodrigo, por Kairo Melhor Filme: Guaxuma, de Nara Normande
Longas estrangeiros
Melhor Fotografia: Nelson Waisntein, por Averno Melhor Roteiro: Marcelo Martinessi, por Las Herederas Melhor Ator: Nestor Guzzini, por Mi Mundial Melhor Atriz: Ana Brum, Margarita Irun e Ana Ivanova, por Las Herederas Prêmio Especial do Júri: Averno, de Marcos Loayza Melhor Filme do Júri Popular: Las Herederas, de Marcelo Martinessi Melhor Direção: Marcelo Martinessi, por Las Herederas Melhor Filme: Las Herederas, de Marcelo Martinessi
Longas brasileiros
Melhor Desenho de Som: Alexandre Rogoski, por Ferrugem Melhor Trilha Musical: Max De Castro e Wilson Simoninha, Por Simonal Melhor Direção de Arte: Yurika Yamazaki, por Simonal Melhor Montagem: Gustavo Giani, por A Voz Do Silêncio Melhor Ator Coadjuvante: Ricardo Gelli, por 10 Segundos Para Vencer Melhor Atriz Coadjuvante: Adriana Esteves, por Benzinho Melhor Fotografia: Pablo Baião, por Simonal Melhor Roteiro: Jessica Candal e Aly Muritiba, Por Ferrugem Melhor Ator: Osmar Prado, por 10 Segundos Para Vencer Melhor Atriz: Karine Telles, por Benzinho Menção Honrosa: A Cidade Dos Piratas, de Otto Guerra Melhor filme do Júri Popular: Benzinho, de Gustavo Pizzi Melhor Direção: André Ristum, por A Voz Do Silêncio Melhor Filme: Ferrugem, de Aly Muritiba
Prêmios da Crítica
Melhor filme em curta-metragem brasileiro: Torre Melhor filme em longa-metragem estrangeiro: Las Herederas Melhor filme em longa-metragem brasileiro: Benzinho
Às vésperas de completar 20 anos no ar, no dia 18 de setembro, o Canal Brasil está presente em diversas frentes no 46º Festival de Cinema de Gramado e o diretor geral, Paulo Mendonça, esteve na cidade para receber uma homenagem especial do evento pelo papel fundamental na história do cinema nacional. Além de ser o principal difusor de filmes brasileiros na televisão (que ocupam 70% da grade), o canal se destaca no fomento da produção audiovisual, com o Prêmio Canal Brasil de Curtas e na produção e coprodução de longas-metragens - que já somam mais de 300 títulos, dos mais variados gêneros, dos filmes de arte e documentários às cinebiografias e campeões de bilheteria.
Em 2018, três coproduções do canal estão na mostra competitiva do Festival de Gramado: 10 Segundos Para Vencer, de José Alvarenga Jr, cinebiografia do bicampeão mundial de boxe Eder Jofre; o drama familiar Benzinho, de Gustavo Pizzi; e Ferrugem, de Aly Muritiba, que aborda as implicações da disseminação indesejada de um vídeo privado na internet.
Em Gramado, assim como faz nos principais festivais de cinema do país, o Canal Brasil entregará o “Prêmio Canal Brasil de Curtas”. Criado em 1998, o prêmio tem como objetivo incentivar a produção, a exibição e a divulgação de curtas-metragens. Um júri composto por jornalistas e críticos de cinema vai escolher o melhor filme em competição, que, além de ser exibido na TV, recebe o Troféu Canal Brasil e R$ 15 mil.
A cerimônia de premiação, que acontece no sábado, dia 25, será transmitida ao vivo pelo Canal Brasil – e simultaneamente no Canal Brasil Play, Facebook, Twitter e Youtube do canal –, com apresentação de Simone Zuccolotto e comentários de Roger Lerina e Luiz Zanin, direto do Palácio dos Festivais. A repórter Maria Clara Senra trará também informações direto do tapete vermelho. Além disso, de segunda (dia 20) a sexta (dia 24), o canal vai noticiar os principais acontecimentos do festival, em boletins diários do “Cinejornal”.
Simone Zuccoloto e Maria Clara Senra também entrarão ao vivo no Facebook, a qualquer momento, trazendo os principais acontecimentos dos últimos dias evento. E na quarta-feira, dia 29, vai ao ar um boletim especial do “Cinejornal”, que divulga os vencedores do festival.