Festival de Cinema Europeu 2017 homenageia as mulheres no cinema

Em homenagem às diretoras de filmes europeus, a 13ºedição do Festival de Cinema Europeu de 2017 começa hoje (11/05) na Cinemateca de Curitiba. Do dia 11/05 a 21/05, o evento irá abordar filmes europeus dirigidos por mulheres e / ou com abordagens de questões femininas e de igualdade de gênero.

A temática "Mulheres em Cena" além de promove um debate sobre a importância de um espaço de expressão, visibilidade e reflexão da mulher dentro da sétima arte, diversificou a sua grande de programação, que conta com 15 filmes de 15 nacionalides diferentes.  

A abertura do evento  fica por conta da diretora alemã Margarethe von Trotta com o filme “Hannah Arendt”, que conta a história da filósofa no período em que morou nos Estados Unidos na década de 50. Após fim da Segunda Guerrra Mundial,  Hanna Arendt (Barbara Sukowa) é chamada  a cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann para a The New Yorker.

Ela viaja até Israel, e na volta escreve todas as suas impressões e o que aconteceu, e a revista separa tudo em 5 artigos. Só que aí começa o verdadeiro drama de Hannah: Ela mostra nos artigos que nem todos que praticaram os crimes de guerra eram monstros, e relata também o envolvimento de alguns judeus que ajudaram na matança dos seus iguais. A sociedade se volta contra.

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Outro filme que é destaque no Festival é "Paveela Ckeen - A Cigana" do fotógrafo Perry Ogden. O longa  é um retrato íntimo de Winnie, uma resiliente e espirituosa jovem membro da comunidade dos viajantes, e sua família que vivem em um trailer dilapidado no lado da estrada em uma área industrializada desolada de Dublin. O filme apresenta um relato inabalável de uma comunidade marginalizada, vivendo em extrema pobreza em uma então próspera Irlanda.

 O filme revelou-se um sucesso notável, ganhando o prêmio de “Melhor Filme” no Film Fleadh Galway, no Festival de Cinema de Londres e nos Prêmios de Cinema e Televisão Irlandeses, além de um notável Prêmio de Direitos Humanos no Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires.

O Festival  faz parte das atividades da Semana da Europa, organizada pela EUNIC - Associação dos Institutos Culturais Oficiais da União Européia. O Festival é gratuito e vai até dia 21 de maio.

Confira a programação completa:

  • Quinta feira - 11/05
    19h - HANNAH ARENDT-  Drama/biografia, 100 mins. Indicação: 12 anos.
  • Sexta feira - 12/05
    18h - MARIE KRØYER de Bille August. (Dinamarca, 2012, drama/romance, 103 mins. Indicação: livre)
    20h - A EXCÊNTRICA FAMÍLIA DE ANTÔNIA de MarleenGorris, (Antonia, Reino dos Países Baixos, 1995, comédia dramática, 102 mins, livre).
  • Sábado - 13/05
    18h - NOSSA ESTRANGEIRA de Sarah Bouyain. (NotreEtrangère, França, 2010, drama, livre)
    20h - AQUELES QUE FORAM SONHADOS de Ruth Beckermann. (Die Geträumten, Áustria, 2016, drama/documentário, 89 min, livre).
  • Domingo - 14/05
    18h - O MENINO NA PONTE de Petros Charalambous. (Boy on the Bridge, Chipre, 2016, drama, 85 mins, 12 anos).
    20h - MAMÃE E OUTRAS FIGURAÇAS DA FAMÍLIA de Ibolya Fekete. (Anyámés más futóbolondok a családból, Hungria, 2015, drama, 108 min, 12 anos)
  • Terça Feira - 16/05
    18h - TIGRES NA CIDADE de Juraj Krasnohorský. (Tigre v meste, Eslováquia, 2012, comédia/drama, 100 min, 16 anos).
  • Quarta feira - 17/05
    20h - BELLEVILLE BABY de Mia Engberg. (Bellevile Baby, Suécia, 2013, drama, 75 min, 15 anos).
  • Quinta feira - 18/05
    18h - O CAMINHO DE HALIMA de ArsenAntonOstojić. (Haliminput, Croácia, 2012, ficção/drama, 93 min, livre).
  • Sexta feira - 19/05
    20h - PÂNICO de Barbara Zemljič. (Panika, Eslovênia, 2013, drama/comédia, 103 min, 15 anos).
  • Sábado - 20/05
    18h - PAVEELACKEEN – A CIGANA de Perry Ogden. (PaveeLackeen – The Traveller Girl, Irlanda, 2005, drama, 88 min, 15 anos).
    20h - DE SUA JANELA À MINHA de  Paula Ortiz. (De tu ventana a lamía, Espanha, 2011, drama, 107min, livre).
  • Domingo -21/05
    18h - O PRIMEIRO CARGO de GiorgiaCecere. (Il Primo Incarico, Itália, 2011, drama, 90 min, livre)
    20h - AMÁLIA – O FILME de Carlos Coelho da Silva (Amália – O Filme, Portugal, 2008, drama/biografia, 127 min, 12 anos).

Inscrições abertas para a Mostra do Filme Livre 2017

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Quer participar da ação Cineclubes Livres da 16ª edição da Mostra do Filme Livre, pois as inscrições já estão abertas e o melhor de tudo é que é gratis e sem seleção. O processo começou dia 25 de abril e vai até o dia 22 de maio de 2017.

Para quem não conhece, o Cineclubes Livres é a maior ação em rede de cineclubes do Brasil, que leva filmes livres para diversas cidades de todas as regiões do país.

As inscrições são gratuitas e todos cineclubes inscritos terão direito a exibir de duas das quatro sessões oferecidas pela 16ª MFL. Isso significa que se você se inscreveu inscreveu já está dentro.

Podem participar CINECLUBES realizados por Cinemas, Coletivos, Pontos de Cultura, Institutos Federais, Universidades, Faculdades, Escolas, Teatros, Museus, Bibliotecas, Sindicatos, unidades do Sistema S, Associações, Cooperativas, OSCIPs, espaços culturais, outras instituições quaisquer e indivíduos ou pessoas jurídicas que realizam atividades ligadas ao cinema.

Os filmes presentes em cada sessão e a arte gráfica da Mostra serão enviados única e exclusivamente pela internet. Os participantes deverão exibir os filmes entre os meses de julho e agosto de 2016.

Para inscrever seu Cineclube basta ler e concordar com o regulamento.

Confira aqui as sessões e filmes disponíveis para os cineclubes.

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“Como Nossos Pais” divulga cartaz especial para o Festival de Berlin

O mais novo filme da diretora brasileira Laís Bodanzky (Bicho de Sete Cabeças) foi selecionado para a mostra Panorama, do Festival de Cinema de Berlin, que acontece entre 09 e 19 de fevereiro de 2017. 

A mostra alemã é uma das mais reconhecidas internacionalmente e, em sua 67º edição, deve novamente levar à capital do país cineastas e profissionais de cinema do mundo todo. 

Para participar desse conceituado evento, a equipe de “Como Nossos Pais” preparou uma versão internacional do cartaz do filme, que lá fora vem sendo chamado de “Just Like Our Parents”.

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Distribuído no Brasil pela Imovision com produção da Produção da Gullane Entretenimento e da Buriti Filmes, o filme é roteirizado pela própria Laís ao lado de Luiz Bolognesi. Quem estrela o longa-metragem é a maravilhosa Maria Ribeiro, no papel de Rosa, uma mulher dividida em seus muitos papéis: mãe, filha, profissional e esposa. 

Rosa se cobra por ter que dar conta de todas as suas obrigações, mas descobre que não consegue e também que a vida é cheia de surpresas, principalmente, as vindas de sua própria mãe. Também fazem parte do elenco Clarisse Abujamra, Paulinho Vilhena, Felipe Rocha, Sophia Valverde, Jorge Mautner e Annalara Prates.

Como Nossos Pais” não tem data de estreia prevista para o Brasil, mas deve chegar às telonas ainda no primeiro semestre de 2017. Acesse a galeria para conferir o cartaz internacional e outras imagens do filme!

Jovens do Complexo de Favelas da Maré compõem o Júri Jovem do Curta Cinema 2016

Por meio de um processo de seleção aberto a jovens participantes de projetos de comunicação popular do Complexo de Favelas da Maré, o Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Festival Curta Cinema – constitui pela 9ª vez um júri composto por jovens, que concederá prêmios na categoria de Melhor Filme Nacional e Internacional, nas respectivas competições.

O Júri Jovem no Curta Cinema é uma ideia pioneira em um festival brasileiro, desenvolvida desde 2007, e propõe a interação entre jovens, preferencialmente estudantes da rede de ensino da cidade do Rio de Janeiro, o Festival e o curta-metragem.

Seis jovens foram selecionados para vivenciar um processo de imersão na atual produção de curtas-metragens cariocas, nacionais e internacionais, acompanhados de bate-papo e reflexões. 

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  • Thaís Cavalcante da Silva, colaboradora voluntária do Jornal Comunitário O Cidadão;
  • Suzane Santos de Souza, sócia na Produtora Amarévê, integrante do Coletivo Meninas Black Power e articuladora no Ocupa Escola;
  • Lethícia Barcelos Domingos, realizadora do Favela 3D, projeto de conclusão da ESPOCC; 
  • Karina Donarina, realizadora nas Produtoras Amarévê e Na Favela;
  • Eloi Leones, Jornalista de dados no projeto de comunicação popular Data Labe;
  • Cassio Inácio da Silva, idealizador do Amarévê, Portal de Comunicação para Jovens da Maré. 

Após o Festival, estes jovens participarão também da FLUPP 2016, preparando a programação de uma das sessões do Cine Petrobras e de um debate que acontecerá na Cidade de Deus, no dia 12 de novembro.

Cineasta Dea Ferraz exibe "Câmara de Espelhos" em Recife

Premiada em importantes festivais na América Latina, com os títulos “Sete Corações” (2015) e “Alumia” (2009), Dea Ferraz exibe “Câmara de Espelhos” pela primeira vez no Recife, após grande repercussão no último Festival de Brasília.

A exibição do longa acontecerá em Mostra Especial do Janela Internacional de Cinema do Recife, no Cinema São Luiz, na segunda-feira (31), às 19h35. Na sequência, haverá debate com a diretora do filme. Na quinta-feira (3), Dea Ferraz também participará da mesa "Um cinema tomado por mulheres", a partir das 16h, no hall do São Luiz.

Construída dentro de uma caixa preta, a obra recorta o discurso masculino banal do dia a dia e expõe as violências sutis às quais são submetidas a mulher e sua imagem espelhada pela sociedade. Primeiro longa-documentário autoral de Dea Ferraz, a película é produzida pela Parêa Filmes, Ateliê Produções e Alumia Conteúdo em associação com a Janela Projetos por meio de incentivo do Funcultura/Governo de Pernambuco e recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) da Ancine e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Qual a imagem social da mulher? Como o mundo constrói a identidade feminina? Quem é a  mulher num mundo historicamente patriarcal e machista? Partindo dessas premissas e dialogando fortemente como o momento sócio-político brasileiro, “Câmara de Espelhos” joga luz nos discursos subliminares das rodas masculinas e reposiciona a violência implícita que as palavras carregam. Depois de “Sete Corações” (2015), o novo longa-documentário da diretora recifense Dea Ferraz é o que ela considera sua obra mais autoral até aqui.

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Resultado de uma pesquisa sobre os filmes-dispositivo e a tradição da linguagem documental, “Câmara de Espelhos” nasce de um anseio pessoal da realizadora: questionar lugares de violência e invisibilidade nos quais as mulheres vivem diante do consumo de imagens, inclusive delas mesmas.

Funcionando por meio de um dispositivo específico, a de uma caixa preta mal acabada com regras e modus operandi constantes, o longa-documentário propõe a reflexão a partir de uma imagem-símbolo que desvela sentidos, falas e microespaços de poder."‘Câmara de Espelhos’, para mim, é a possibilidade de jogar luz nesse discurso subliminar, aparentemente banal, que parece invisível e que tantas vezes deixamos passar porque ‘não é tão grave’, como dizem alguns. Com o filme, tento dizer é gravíssimo", afirma Dea Ferraz, que divide o roteiro com a montadora Joana Collier.

Convidados a participar de um “jogo” em que, espontaneamente, emitem suas opiniões e reflexões dentro de uma sala de estar rodeada por uma caixa preta, ao todo 14 homens, divididos em dois grupos, participam como voluntários de uma conversa informal que remete a uma mesa de bar tipicamente masculina, também com suas regras, formatos e discursos pré-estabelecidos.

"‘Câmara de Espelhos’, para mim, é a possibilidade de jogar luz nesse discurso subliminar, aparentemente banal, que parece invisível e que tantas vezes deixamos passar porque ‘não é tão grave’, como dizem alguns. Com o filme, tento dizer é gravíssimo"

A partir da relação “personagem-personagem”, sem a participação efetiva da diretora e mediante apenas a instrução sonora, os homens interagem entre si e comentam a exibição de vídeos sobre os mais diversos temas, desde aborto, passando por sexo e casamento até violência. Graças ao aspecto aberto do dispositivo, o doc. trouxe nuances e expectativas inesperadas. “Não há nenhum contato dos homens com a direção.

E o fato de termos as câmeras "escondidas" - eles não sabiam a posição específica de cada câmera, mas sabiam que estavam sendo filmados - causou um deslocamento de atuação que gosto muito. Eles atuam entre si, uns para os outros, mais do que para as câmeras objetivamente”, antecipa Dea. “Não imaginei que o documentário seria tão violento. Na verdade, imaginava que seria difícil trazer à tona esse discurso naturalizado do machismo para dentro de uma sala cheia de câmeras e com o consentimento dos personagens, mas o que vi e vivi foi muito mais forte do que poderia imaginar”, conta.

40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo vai até o dia 02 de novembro

Começa hoje e vai até o dia 2 de novembro a 40ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Durante duas semanas, serão exibidos 322 títulos em 35 endereços, entre cinemas, espaços culturais e museus espalhados pela capital paulista, incluindo projeções gratuitas e ao ar livre.

A seleção faz um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial tem produzido, além de apresentar tendências, temáticas, narrativas e estéticas. A 40ª Mostra é composta por seis seções: Homenagens, Apresentações Especiais, Foco Polônia, Competição Novos Diretores, Mostra Brasil e Perspectiva Internacional.

Vejam que simpática a vinheta de divulgação da mostra:

Além da exibição de filmes e dos encontros e debates com diretores, cineastas, críticos e profissionais da área de cinema, a 40ª Mostra também traz em sua programação o lançamento de livros.

Nesta edição, quatro títulos serão lançados: “O Cinema de Meus Olhos”, de Vinicius de Moraes —o poeta também é celebrado pelo evento com a exibição Vinicius de Moraes –; “Um Rapaz de Família”; “Cinema Japonês - Filmes. Histórias. Diretores”, de João Lanari Bo; “Pai País, Mãe Pátria”, de José Carlos Avellar, que será homenageado dentro da Sessão ABC na Mostra no dia 24/10 —; e a obra coletiva “100 Melhores Filmes Brasileiros”.

Veja os filmes e diretores desta edição, bem como notícias, trailers e listas no site da 40ª Mostra. É possível adquirir ingressos individuais ou comprar os pacotes para o evento todo.

“Fogo no Mar” abre o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba

Seis mostras de cinema, dois panoramas e uma retrospectiva em homenagem a Hector Babenco com filmes em 35mm. O Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba em 2016 acontecerá na próxima semana, entre os dias 20 e 28 de outubro, e passará por quatro salas da cidade trazendo novidades do cinema nacional e internacional gratuitamente ou a preços irrisórios.

Quatro espaços farão a exibição dos filmes do Festival: o Espaço Itaú De Cinema Shopping Crystal, o Cine Guarani (Portão Cultural), a Cinemateca de Curitiba e o Paço da Liberdade SESC Paraná. 

Para abrir a semana de eventos, a organização do festival programou uma sessão exclusiva do premiado documentário "Fogo no Mar", dirigido pelo italiano Gianfranco Rosi. A sessão de abertura será realizada no dia 20 de outubro de 2016, às 20h, no Espaço Itaú de Cinema - Shopping Crystal. E mais, os ingressos serão baratíssimos: R$ 2 (meia) e R$ 4 (inteira).

O documentário conta a história das imigrações que estão marcando a Europa nos últimos anos e mostra a vida de algumas pessoas diretamente influenciadas pelos processos migratórios.

Outro destaque é o Panorama, dividido em Mundial e Brasil. O internacional vai levar às salas de cinema desde produções como “The Land of The Enlightened”, filmado nos países Afeganistão, Bélgica, Irlanda e Holanda, que conta a história de um grupo de crianças afegãs cava buracos em antigas minas soviéticas e vendem os explosivos para outras crianças que trabalham na mina Lappis Lazulli, até o espanhol “Timecode”, longa-metragem que retrata Diego e Luna, que trabalham numa empresa de segurança em turnos diferentes, mas cujos caminhos começam a se cruzar.

No Panorama Brasil, por sua vez, traz longas metragens de diferentes gêneros e projeções. O destaque da programação nacional vai para o documentário "Cinema Novo", de Eryk Rocha, premiado no Festival de Cannes.

Homenagem a Hector Babenco

Além de exibir longas e curtas-metragens, o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba homenageia em 2016 o cineasta argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco.

Falecido em julho deste ano, o diretor marcou o cinema nacional ao conduzir algumas das obras nacionais que conseguiram mais projeção internacional.

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Na sessão Retrospectiva, serão apresentados novamente cinco títulos do artista: “Brincando nos Campos do Senhor”, “Ironweed”, “O beijo da Mulher Aranha”, “O rei da noite”, “Pixote, a lei do mais fraco”.

Confira o guia com a programação completa.

Lea T vem ao Brasil para o Festival de Cinema do Rio

Celebradíssima na comunidade LGBTT, a modelo Lea T vai pisar em terras brasileiras em outubro para participar – e ser homenageada – durante o Festival de Cinema do Rio. Lea T. receberá o "Prêmio Suzy Capó - Personalidade Felix do Ano", que premia personalidades de destaque e que faz alusão à atriz e produtora cultural Suzy Capó, atuante na temática LGBT, que morreu ano passado. 

O prêmio será entregue a Lea T junto com o "Prêmio Felix", que seleciona os melhores filmes de temática LGBT. O Festival acontece entre os dias 06 e 16 de outubro e incluir diversas mostras competitivas, experimentais e com temáticas variadas, além do Rio Market, uma área de negócios que engloba um completo panorama do mercado de audiovisual da América Latina.

Neste ano, a programação desta área será dividida em quatro mercados segmentados: RioMarket TV, RioMarket Film, RioMarket Fashion & Film e RioMarket Advertising.

Mostra competitiva de documentários

Diversas faces do país estão na Mostra Competitiva de Documentários da Première Brasil. Em 2016, os seis filmes que concorrem ao Troféu Redentor na categoria apresentam temas atuais como ecologia, sexualidade, fama, música, drogas e esporte. 

A trajetória da primeira geração de artistas travestis do Brasil é o fio condutor de "Divinas Divas", de Leandra Leal. O grupo, que se apresentava na década de 1970 em Cinelândia repleta de cinemas e teatros, volta a se reencontrar para uma apresentação. Nos bastidores, elas trazem à tona memórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época. 

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Qual o poder de um fenômeno midiático? Beyoncé inspira uma legião de super-fãs dispostos aos maiores sacrifícios para ver sua diva de perto. O documentário "Waiting for B". mostra dezenas de pessoas que acamparam em frente ao estádio Morumbi durante dois meses, fizeram rodízios para guardar lugares e enfrentaram sol e chuva por um lugar na primeira fila. 

A música também está presente em "Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos", documentário sobre a big band que marcou os bailes de Pernambuco e que ainda se apresenta até os dias de hoje em datas comemorativas. No filme de Sérgio Oliveira, um retrato do sertão contemporâneo.

O diretor baiano Sérgio Machado, que acompanhou a rivalidade entre os pugilistas Luciano "Todo Duro" Torres e Reginaldo "Holyfield" nos anos 1990, vai atrás da dupla e reconta suas histórias em "Luta do Século". De infâncias miseráveis aos sucesso dos ringues, como ambos perderam tudo depois do auge e como uma revanche, mais de duas décadas depois, pode trazer de volta o brilho dos anos de glória.

O esporte não evitou que Marco Archer optasse pela vida de traficante internacional. Preso com 13.5 kg de cocaína escondidos em sua asa delta, ele ficou preso por 11 anos na Indonésia, antes de ser fuzilado. Em "Curumim", de Marcos Prado, reflexões sobre suas escolhas, seus últimos meses no corredor da morte e a esperança de ser libertado.

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Depois da grande seca que acabou com os estoques de água nos reservatórios da região do sudeste, a documentarista Eliza Capai resolveu investigar as faraônicas obras de reservatórios na região da floresta Amazônica. No boat movie "O Jabuti' e a Anta, ela colheu depoimentos da população ribeirinha, os pescadores e os indígenas que habitam as margens do rios Xingu, Tapajós e Ene. 

Sobre o Festival do Rio

O Festival do Rio foi criado em 1999 a partir da junção entre a Mostra Banco Nacional e o Rio Cine Festival, eventos que faziam parte do calendário cultural da cidade desde os anos 1980. De lá para cá, o Festival de firmou como um dos mais importantes do mundo e destino obrigatório para os principais destaques cinematográficos do ano.

O evento é realizado pelo Cinema do Rio e pelo Cima - Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente, responsáveis pela produção do Festival, realização da Première Brasil e pelo RioMarket, maior mercado do audiovisual da América Latina.

Alguns dos nomes mais importantes do cinema mundial já passaram pelo Festival apresentando seus filmes. Foram diretores como Roman Polanski, Costa-Gavras, Tom Tykwer, Dario Argento, Leos Carax, Im Sang-soo, João Pedro Rodrigues, Masahiro Kobayashi, Louis Malle, Carlos Saura, John Waters, Peter Greenaway, Stephen Frears, François Ozon, Todd Solondz e os irmãos Paolo e Vittorio Taviani; além de atores como Jeanne Moureau, Samuel L. Jackson, Marisa Paredes, Jeremy Irons, Forest Whitaker, Kylie Minogue, Willem Dafoe, Charlotte Rampling, Ricardo Darín, Danny Glover, Harvey Keitel, Helen Mirren, Isabelle Huppert e Jane Birkin, entre muitos outros.

Documentário de Sérgio Oliveira recorta um Sertão globalizado

O diretor Sergio Oliveira e a roteirista Renata Pinheiro, parceiros em vários trabalhos recentes como o elogiado longa “Amor, Plástico e Barulho” (2013) e os premiados curtas “Superbarroco” (2008) e “Praça Walt Disney” (2011), fazem estreia mundial do documentário “Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos” na mostra competitiva Première Brasil, do Festival do Rio 2016, em outubro.

O filme, que só entra em circuito comercial no País em 2017, segue a linha experimental da dupla pernambucana e desmistifica a ideia de um Sertão puro, colocando-o no global mediante o registro, em tom fabular, da cultura contemporânea liderada pela cinquentenária orquestra de baile Super Oara, de Arcoverde (PE), em contraste com o chamado “progresso” na região nordestina.

No documentário, duas crianças jogam um minigame de som 8-bit, enquanto retroescavadeiras de uma empreiteira trabalham em uma grande obra. Em Arcoverde, cidade a 250km do Recife, o cruzamento de ruídos eletrônicos com o barulho de máquinas anunciam um novo Sertão, impulsionado pela promessa do progresso da modernidade. No entanto, a globalização sertaneja já era uma realidade cultural há pelo menos meio século.

Retrado de um sertão globalizado e de paisagem mítica transformada

É a partir do mote musical que o inédito documentário “Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos” (PE, 79 min, 2016) reflete outras questões sobre o atual momento do Brasil, em particular do Nordeste. Reconhecidos pela verve experimental de seus filmes, Sergio Oliveira e Renata Pinheiro repetem a parceria desta vez, propondo um corte estético ainda mais arrojado e desafiador em torno desse aspecto.

Concorrente da mostra competitiva Premiére Brasil, do Festival do Rio 2016, de 6 a 16 de outubro, no Rio de Janeiro, o filme pernambucano extrai, como ponto de partida, a incrível história da Orquestra Super Oara, fundada em 1958 pelo músico Egerton Verçosa, mais conhecido como o maestro Beto – uma orquestra de baile que sempre se dedicou ao repertório internacional, sobretudo americanizado e canções românticas. No decorrer das filmagens no local, a matéria-prima acabou por revelar um contexto mais amplo.

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“Fiquei intrigado com o nome dessa orquestra, uma abreviação que ainda tem o ‘super’ na frente. Isso já dá a ideia de um Sertão globalizado existente, de alguma maneira, há muito tempo”, conta o diretor Sergio Oliveira. “Mas esse pontapé inicial é uma das curiosidades dentro de um Sertão pouco conhecido, no qual uma classe média se insere em uma cultura diferente, que nos fazem repensar a pureza cultural que erroneamente se atribuiu ao Nordeste”, complementa.

Longe de fazer uma pesquisa meramente musical ou etnográfica, “Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos” realiza um recorte contemporâneo sobre o Sertão nordestino, enfatizando a transformação da paisagem e suas contradições. Filmado por dois anos e meio (entre 2013 e 2015), em Arcoverde, no Sertão pernambucano, o doc. mostra, em tom fabular, o contraste social de uma cidade tomada por jumentos e motos nas ruas, enquanto a orquestra anima festas de debutantes. A construção lenta – quase parada – de obras como a Transnordestina e a Transposição do Rio São Francisco também é tematizada.

“Nas filmagens, ficamos estupefatos com a quantidade de animais nas ruas. São muitos deles, jumentos, burros, galinhas, cachorros...O documentário foi evoluindo de uma maneira que não poderíamos tirar isso de jeito algum. Percebemos que a moto é o novo jumento. E o jumento somos nós. O jumento é quem não está nessa festa, é o símbolo de resistência”, observa o diretor Sergio.

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 A experimentação estética adquire um novo potencial com o tom fabular, que se manifesta através da câmera que acompanha o jumento. Personagem condutor do filme, e também um imigrante à margem da dita prosperidade econômica, ele observa a realidade mais que o homem que o escraviza e, nesse processo de personificação, acaba por interagir em danças e andanças por uma cidade já desmistificada.

A música é outro elemento importante no documentário, funcionando como um ponto de ligação entre o homem e o jumento. Músicas como “New York, New York”, hino na voz de Frank Sinatra; “Smooth Criminal”, de Michael Jackson; “La Vie em Rose”, canção famosa com Édith Paif; e “A Morte do Cisne”, de Tcchaicovsky, compõem a trilha sonora de ar cosmopolita no Sertão. Manifestações populares como o bumba-meu-boi e a participação do grupo Reizado de Caraíbas também participam do longa.   

Produzido pela Aroma Filmes, “Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos” conta com patrocínio do Programa Petrobras Cultural e incentivo do Funcultura/Governo de Pernambuco. 

“Aquarius” é o único filme brasileiro no Festival de Toronto

Entre os dias 08 e 18 deste mês, a capital do Canadá está recebendo o Toronto International Film Festival (TIFF), que neste ano exibe nada mais, nada menos do que 397 filmes. Realizado desde 1976, o evento é conhecido como o “festival de festivais”, pois reúne filmes exibidos previamente em outras seleções cinematográficas. 

A única produção brasileira a entrar na lista desta edição é “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, que também esteve na lista dos possíveis representantes brasileiros no Oscar 2017 e que também fez parte do Festival de Cannes. O TIFF fez inclusive uma entrevista com a atriz Sônia Braga.

O longa-metragem nacional integra a mostra “Contemporary World Cinema” [Cinema Mundial Contemporâneo], que reúne histórias e perspectivas peculiares sobre as mais diferentes questões, bem como produções sensíveis e olhares humanos sobre questões do cotidiano. 

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Esta é, no entanto, apenas uma das mostras do TIFF, que também apresenta uma seção de descobertas, festival de rua com exibição dos filmes do festival, além de apresentações, exibição e seleção de curtas-metragens, além de bailes de gala.

A mostra "Next Wave" (Próxima Onda) apresenta produções experimentais, enquanto a "Midnight Madness" traz sessões à meia-noite com filmes de terror, suspense, ação e fantasia. Foi inclusive em uma dessas sessões da madrugada que o festival exibiu nesta terça-feira (13) o filme “Grave”, da diretora francesa Julia Ducournau, que levou algumas das pessoas da plateia a desmaiarem. 

Confira a lista completa de filmes exibidos no festival no site do TIFF.