45º Festival de Gramado celebra Dira Paes e homenageia atores latinos

Começa hoje, 17, e vai até o dia 26 de agosto a 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado, um dos mais importantes eventos da área do Brasil. Com uma programação dedicada a destacar o melhor da mais recente safra de realizadores veteranos e de novos profissionais que despontam no cenário audiovisual brasileiro e latinoamericano, Gramado promete fazer uma festa à altura de seus 45 anos.

A pessoa escolhida para ser homenageada com o Troféu Oscarito nesta edição comemorativa foi a paraense Dira Paes, atriz com 33 anos de carreira e mais de 40 filmes no currículo. Em Gramado, Dira levou o Kikito em 2003, como melhor atriz coadjuvante, pelo longa “Noite de São João”, e em 2011, como melhor atriz, pelo curta “Ribeirinhos do Asfalto”.

Também prestando homenagem a um de seus grandes amigos e incentivadores, o Festival celebra a carreira do cineasta gaúcho Otto Guerra com o troféu Eduardo Abelin, distinção entregue a diretores, cineastas e entidades do cinema nacional.

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Há mais de quatro décadas fazendo carreira no cinema de animação, Otto esteve pela primeira vez no Festival em 1984 com "O Natal do Burrinho", que lhe rendeu o prêmio de melhor filme na Mostra Gaúcha de Curtas. Desde então, teve seus trabalhos premiados em outras seis edições do evento. "Esse tipo de legitimação, quando pessoas da área reconhecem o teu trabalho, dá um significado, um propósito", conta o homenageado.

Já o Kikito de Cristal, dedicado a expoentes do cinema latino-americano, será entregue à atriz argentina Soledad Villamil. Seu maior hit veio em 2009, quando atuou em “O Segredo dos Seus Olhos”, célebre longa argentino vencedor do Oscar de filme estrangeiro, mas sua relação com o cinema começou ainda no início da década de 1990.

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Soledad já havia trabalhado com o diretor Juan José Campanella em outro reconhecido filme argentino: “O Mesmo Amor, a Mesma Chuva”, de 1999, exibido no 28º Festival de Cinema de Gramado. Como atriz, a homenageada também acumula trabalhos no teatro e na televisão argentina.

Por fim, o Troféu Cidade de Gramado será entregue ao ator Antônio Pitanga. A estreia no cinema aconteceu em 1960, com “Bahia de Todos os Santos”, e, desde lá, o ator já participou de mais de 50 produções em uma prolífera e dedicada carreira ao cinema nacional.

A convivência com grandes diretores do Cinema Novo também despertou a vontade de dirigir filmes, concretizada em 1978, com “Na Boca do Mundo”. Presença constante no Festival de Cinema de Gramado, seja como concorrente, jurado, convidado ou simplesmente espectador do evento serrano, o baiano terá sua carreira celebrada com o troféu Cidade de Gramado, que também marca a sua longa relação com a cidade e o evento.

Mostras e atividades

Na mostra competitiva, o festival traz em 2017 longas-metragens brasileiros inéditos, em primeira mão no circuito nacional, depois de terem passado por festivais como Berlim e Cannes. O festival também fará a primeira exibição do primeiro filme Original Netflix produzido no Brasil, o drama “O Matador”.

Para o curador Rubens Ewald Filho, a múltipla e inédita seleção representa uma excelente resposta a um desafio que a curadoria tenta, a cada ano, mostrar ser possível superar: “Para algumas pessoas, às vezes pouco interessa se o cinema brasileiro vai bem como um todo. Elas querem saber é se ele vai bem em Gramado. Dessa forma, nossa missão é sempre renovar o Festival na medida em que ele se torne uma lenda também para novas gerações. Por tudo isso, o Festival está sempre em vias de transformação, crescendo e se modificando, mas sempre sem perder as características que o tornaram tão querido”.

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O momento também é de celebração para o cinema latino-americano, já que, em 2017, são comemorados os 25 anos da internacionalização do Festival. Segundo a curadora Eva Piwowarski, há muito o que se comemorar em relação ao cinema latino ao longo desse tempo: “Quando Gramado se internacionalizou, eram poucos os festivais de cinema, sobretudo os eventos voltados ao cinema latino, cuja produção também era muito mais tímida. Hoje já falamos de uma indústria cinematográfica verdadeiramente latina, onde praticamente todos os países estão produzindo. É fantástico que isso esteja acontecendo”.

Em meio a essa celebração, um recorde já dá a tônica para a mostra estrangeira de 2017: superando os números da última edição, são dez os países representados na competição, reforçando os fortes laços criados entre as cinematografias latinas em suas coproduções.

Cinema gaúcho em curta-metragem

Tradicional incentivo do Festival de Cinema de Gramado à mais recente safra do cinema realizado no Rio Grande do Sul, a Mostra Gaúcha de Curtas está novamente garantida através do acordo com a Assembleia Legislativa do Estado. Foram 125 produções inscritas, um recorde na categoria.

Os 14 filmes da mostra foram selecionados pela comissão escolhida em parceria com as entidades do cinema gaúcho. Integraram a comissão: Conrado Heoli, crítico de cinema; Denise Marchi, cineasta; Pâmela Haubert, cineasta; Tailor Diniz, escritor; e Thiago Köche, cineasta.

Filme de abertura: “João, o Maestro”

Abrindo a programação de longas do 45º Festival de Cinema de Gramado, “João, o Maestro”, do diretor Mauro Lima (“Tim Maia”, “Meu Nome Não é Johnny”), será exibido hors-concours no dia 18 de agosto. Estrelado por Alexandre Nero, o filme é baseado na vida do pianista brasileiro João Carlos Martins, um dos poucos músicos a gravar a obra completa de Bach. Os atores Rodrigo Pandolfo, Alinne Moraes e Caco Ciocler também fazem parte do elenco.

Canadá, o país convidado de honra

Em uma iniciativa inédita, o Festival de Cinema de Gramado apresenta o Canadá como país convidado de honra. Além da presença do consulado e de uma delegação que acompanhará de perto a programação do evento, o Canadá também trará para Gramado sua expertise na produção audiovisual com seminários e workshops ministrados por prestigiadas instituições de ensino do país.

O cronograma de atividades já está sendo definido pela embaixada do Canadá no Brasil junto à Gramadotur. O convite para ser o país convidado de honra do Festival de Cinema de Gramado vem em um momento festivo para o Canadá, uma vez que, em 2017, é comemorado o sesquicentenário do país.

Gramado Film Market: Conexões

Propiciando um ambiente para estreitamento de relações e criação de novos contatos, o 45º Festival de Cinema apresenta o Gramado Film Market: Conexões, direcionado a profissionais e universitários do segmento audiovisual.

Painéis temáticos e oficinas focados na ampliação de segmentos, visão de expertises, futuro, incentivo a coproduções, novos negócios e network farão parte da programação. O Gramado Film Market: Conexões acontecerá nos dias 24 e 25 de agosto.

Filmes em Competição

Longas-metragens brasileiros

  • “A Fera na Selva” (RJ), de Paulo Betti, Eliane Giardini e Lauro Escorel
  • As Duas Irenes” (SP/GO), de Fábio Meira
  • “Bio” (RS), de Carlos Gerbase
  • Como Nossos Pais” (SP), de Laís Bodanzky
  • O Matador” (PE), de Marcelo Galvão
  • “Não Devore Meu Coração!” (RJ), de Felipe Bragança
  • “Pela Janela” (Brasil/Argentina), de Caroline Leone

Longas-metragens estrangeiros

  • “Los Niños” (Chile/Colômbia/Holanda/França), de Maite Alberdi
  • “Pinamar” (Argentina), de Federico Godfrid
  • “El Sereno” (Uruguai), de Oscar Estévez & Joaquín Mauad
  • “Sinfonía para Ana” (Argentina), de Virna Molina e Ernesto Ardito
  • “El Sonido de las Cosas” (Costa Rica), de Ariel Escalante
  • “La Ultima Tarde” (Peru), de Joel Calero
  • “X500” (Colômbia/Canadá/México), de Juan Andrés Arango

Curtas-metragens brasileiros

  • “#feique” (RJ), de Alexandre Mandarino
  • “A Gis” (SP), de Thiago Carvalhaes
  • “Cabelo Bom” (RJ), de Swahili Vidal
  • “Caminho dos Gigantes” (SP), de Alois Di Leo
  • “Mãe dos Monstros” (RS), de Julia Zanin de Paula
  • “Médico de Monstro” (SP), de Gustavo Teixeira
  • “O Espírito do Bosque” (SP), de Carla Saavedra Brychcy
  • “O Quebra-cabeça de Sara” (RJ), de Allan Ribeiro
  • “O Violeiro Fantasma” (GO), de Wesley Rodrigues
  • “Objeto/Sujeito” (SP), de Bruno Autran
  • “Postergados” (SP), de Carolina Markowicz
  • “Sal” (SP), de Diego Freitas
  • “Tailor” (RJ), de Calí dos Anjos
  • “Telentrega” (RS), de Roberto Burd

Festival Internacional sobre Deficiência apresenta 32 filmes em três capitais

32 filmes de 20 países integram a programação da 8º edição do “Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência” que chega ao Rio de Janeiro (de 16 a 28 de agosto), Brasília (5 a 17 de setembro) e São Paulo (20 de setembro a 1º de outubro) nas unidades do Centro Cultural do Banco do Brasil.

Além da exibição audiovisual, serão realizados quatro debates com os seguintes temas: A visão e os sentidos da arte; Corpo e movimento; Tecnologia assistiva de ponta e Amor e relacionamento. Com entrada gratuita, o evento tem realização do Centro Cultural do Banco do Brasil, patrocínio do Banco do Brasil e do Ministério da Cultura e produção da Lavoro Produções. 

Os documentários trazem histórias protagonizadas por pessoas com diversas deficiências, como síndrome de Down, autismo, paralisia cerebral, atrofia muscular espinhal, deficiência física, visual, auditiva e intelectual. Além de produções brasileiras, foram selecionados trabalhos de outros 19 países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Suíça, Itália, Espanha, Polônia, Bulgária, Finlândia, Espanha, Turquia, Ucrânia, Tailândia, Alemanha, Rússia, Índia, Myanmar e Letônia.

Entre as produções destacam-se “Eu sou Jeeja”, sobre a indiana Jeeja Ghosh, líder ativista pelos direitos dos que têm paralisia cerebral na Índia; “ 50 X Rio”, filme italiano que conta a história de Alex Zanardi, ex-campeão de fórmula Indy que se preparou para os Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro e, “Dois Mundos”, obra polonesa que mostra a família de Laura, garota de 12 anos que tem pais surdos.

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Os curadores Lara Pozzobon e Gustavo Acioli acreditam que o evento cumpre duas funções: “ao mesmo tempo em que nos leva a refletir sobre aspectos fundamentais da vida em sociedade e do autoconhecimento, também nos faz refletir sobre o nosso país, por meio da comparação com as mais diversas culturas e sociedades representadas na nossa seleção. Tal comparação é sempre reveladora, principalmente quando descobrimos que somos mais avançados no que pensávamos que éramos atrasados, e mais atrasados no que pensávamos que éramos avançados”.

"Em 2003, quando o CCBB exibiu a primeira edição do Assim Vivemos, as discussões sobre o tema eram muito reduzidas. Ainda há muito trabalho a ser feito, mas acreditamos que o cinema, seja pelo filme de ficção ou pelo documentário, tem sido uma grande ferramenta de conscientização e o festival tem contribuído bastante ao transportar o público para as mais diversas realidades e situações que envolvem a questão da deficiência.” reflete Fabio Cunha, gerente geral do CCBB Rio.

"Acreditamos que o cinema, seja pelo filme de ficção ou pelo documentário, tem sido uma grande ferramenta de conscientização e o festival tem contribuído bastante ao transportar o público para as mais diversas realidades e situações que envolvem a questão da deficiência.”  

Realizado a cada dois anos, o festival se mantém como o principal evento que celebra a inclusão cultural no Brasil. Ao primeiro, realizado em 2003 no Rio de Janeiro e em Brasília, seguiram-se edições inéditas em 2005, 2007, 2009, 2011, 2013 e 2015. Desde 2009, São Paulo também abriga o festival.

Em 2010 e 2012, foram feitas itinerâncias em outras cidades, como Belo Horizonte, Porto Alegre, Pelotas e Santa Cruz do Sul, ampliando seu alcance e possibilitando que mais pessoas conhecessem o projeto e, através dos filmes, histórias de vida inspiradoras e altamente transformadoras.

Comprometido com a promoção de acessibilidade para todos os públicos, o festival oferece audiodescrição em todas as sessões e catálogos em Braille para pessoas com deficiência visual; e legendas LSE nos filmes e interpretação em LIBRAS nos debates para as pessoas com deficiência auditiva.

Os portadores de deficiência física também contam com garantia de acessibilidade, uma vez que o Centro Cultural Banco do Brasil tem sua arquitetura concebida para o acesso de pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes.

Lista dos filmes

Uma Vida com Asperger - Duração: 4’

Diretor: Jaime Ekkens - EUA

Consciência do Autismo - Duração: 5’

Diretor: Rebecca James – Reino Unido

Conectados: um filme sobre pessoas com autismo - Duração: 60’

Diretor: Sonia Suvagau – Canadá

Ordem do Woody! - Duração: 16’

Diretor: Seth Kramer, Daniel A. Miller & Jeremy Newberger - EUA 

Como Se Eu Estivesse Voando - Duração: 56’

Diretor: Babu J. Aryankalayil - EUA 

Vida e Atrofia - Duração: 24’

Diretor: Gareth Burghes – EUA

Virando Super-Humano - Duração: 52’

Diretor: Wain Fimeri – Austrália

 Bucéfalo - Duração: 34’

Diretor: Damien Marti, Chloé Seyssel - Suíça

50 x Rio - Duração: 36'

Diretor: Francesco Mansutti – Itália

A lista dos filmes participantes  e a programação completa está disponível no site: www.assimvivemos.com.br

Serviço:

8º edição do festival “Assim Vivemos - Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência”

CCBB – Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília

Rio de Janeiro: 16 a 28 de agosto – CCBB – Rua Primeiro de Março, 66 - Centro

Entrada gratuita

Outras informações: www.assimvivemos.com.br

Mostra de Cinema Mexicano traz sucessos latinos para Curitiba

A Caixa Cultural recebe, entre 12 e 16 de julho de 2017, a Mostra Cinema Mexicano Contemporâneo. Serão 14 longas e 3 curtas-metragens reunidos em cinco dias de programação repleta de muita latinidade.

A mostra de cinema representa desde cineasta com longa trajetória no cinema, como Arturo Ripstein e Julián Hernández, ou ainda novas promessas, como Pablo Delgado e Ricardo Silva, passando por autores premiados nos principais festivais internacionais, como Enrique Rivero.

Dentre os 17 títulos, estão presentes os mais variados gêneros. A mostra abarca tanto filmes que fizeram um grande sucesso pela crítica em todo o mundo, como filmes que encontraram bastante repercussão no México. Em comum, as obras apresentam, segundo a organização que está à frente do evento, reflexões críticas sobre o comportamento e a política atualmente no México.

Confira a programação completa!

12 de julho (quarta-feira)

16h - Nunca Morrer (Mai morire, 2012), de Enrique Rivero, 84 min.

18h30 - Te Prometo Anarquia (Te Prometo Anarquía, 2015), de Julio Hernández Cordón, 88 min.

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Bate papo com o diretor Julio Hernández Cordón após a sessão.

13 de julho (quinta-feira)

16h - H20mx (H20mx, 2014), de José Cohen e Lorenzo Hagerman, 82 min

18h - O Modelo de Pickman (El Modelo de Pickman, 2014), de Páblo Ángeles Zuman, 10 min.

18h - Navalhada (Navajazo, 2014), de Ricardo Silva, 75 min.

20h - Eu Sou a Felicidade Deste Mundo (Yo Soy la Felicidad de Este Mundo, 2013), de Julián Hernández, 122 min.

14 de julho (sexta-feira)

16h - Manhã Psicotrópica (Mañana Psicotrópica, 2015), de Alejandro Aldrete, 90 min.

18h - Verão de Golias (Verano de Goliat, 2010), de Nicolás Peredas, 76 min.

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19h30 - Debate “Cinema mexicano contemporâneo e aproximações com a América Latina”, com Rafael Urban, Solange Stecz, Julio Hernández Cordón e Mateus Nagime.

15 de julho (sábado)

16h - Nuvens Flutuantes (Nuves Flotantes, 2014), de Julián Hernández, 14 min.

16h - Carmim Tropical (Carmim Tropical, 2014), de Rigoberto Pérezcano, 80 min.

18h - A Vida Depois (La Vida Después, 2013), de David Pablos, 90 min.

20h - As Razões do Coração (Las Razones del Corazón, 2011), de Arturo Ripstein, 119 min.

16 de julho (domingo)

16h - Banho de Vida (Baño de Vida, 2016), de Dalia Reyes, 69 min.

18h - Ramona (Ramona, 2014), de Giovanna Zacharías, 10 min.

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18h - As Lágrimas (Las Lágrimas, 2013), de Pablo Delgado, 64 min.

20h - O Bom Cristão (El Buen Cristiano, 2016), de Izabel Acevedo, 120 min.

Todos os filmes serão exibidos na Caixa Cultural em Curitiba, na Rua Conselheiro Laurindo nº 280, Centro. Informações estão disponíveis pelo telefone (41) 2118-5114 ou no site da Mostra Cinema Mexicano Contemporâneo.

Anima Mundi celebra 25 anos no centenário da animação brasileira

Com uma programação especialíssima, convidados internacionais de peso e a retomada de suas aguardadas oficinas, o festival que qualifica o curta vencedor para a disputa pelo Oscar® apresenta em julho, no Rio e em São Paulo, 470 filmes de 45 países.

Nas sessões oficiais são 345 produções de 45 países, entre elas 70 nacionais. Contando com as mostras especiais e retrospectivas, o número chega a 470 títulos. Realizado desde 1993 pelos animadores Aída Queiroz, Cesar Coelho, Léa Zagury e Marcos Magalhães, o Anima Mundi é a principal plataforma de fomento à animação do país e responsável pela formação de toda uma geração de realizadores e de um público apaixonado, que todo ano lota salas de cinema e espaços do Rio e de São Paulo para assistir a curtas e longas adultos e infantis, dos mais variados temas, técnicas e origens.

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Consagrado como um dos mais importantes festivais internacionais de animação, o Anima Mundi 2017 aporta no Rio de Janeiro de 14 a 23 de julho e, em São Paulo, de 26 a 30 de julho. No Rio, vai ocupar o Centro, no Cine Odeon - Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, Espaço Cultural BNDES, Centro Cultural Justiça Federal, Cinemateca do MAM, Centro Cultural dos Correios e Centro Cultural do Banco do Brasil, que abrigou a primeira edição do Anima Mundi.

Em São Paulo, será realizado na Caixa Belas Artes, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural São Paulo, Cinemateca Brasileira e chega também às salas do Circuito Spcine, localizadas em todas as regiões de São Paulo.

Mostras do festival

As mostras competitivas reúnem 182 produções nas categorias Curta (82 títulos), Curta Infantil (49), Longa-Metragem (4), Longa-Metragem Infantil (3), Galeria (20 filmes experimentais) e Portfólio (24 filmes publicitários ou feitos sob encomenda). O Anima Mundi é qualificado pela Academy of Motion Pictures Arts and Sciences (Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA) e o curta vencedor do Grande Prêmio Anima Mundi é selecionado para a disputa do Oscar®. O festival realiza cerimônias de premiação no Rio e em São Paulo.

As mostras não-competitivas são Panorama (curtas internacionais que apresentam diversas tendências dentro da animação), Animação em Curso (trabalhos finais das melhores escolas de animação do mundo), Olho Neles! (curtas nacionais que merecem atenção) e Futuro Animador (filmes que utilizam as linguagens da animação para experiências educativas).

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A programação do Anima Mundi traz também palestras e bate-papos para profissionais, amadores e amantes da animação, além do Estúdio Aberto, com as tradicionais oficinas. Crianças e adultos poderão experimentar como é criar imagens animadas como as exibidas nas sessões do festival. Nesta edição, as técnicas apresentadas são pixilation e zootrópio.

Entre os destaques da edição 2017 estão as Sessões Petrobras, patrocinadora do Anima Mundi desde 1977, apresentando os filmes que foram premiados nos 25 anos do festival; uma retrospectiva dos cem anos da animação brasileira; além do Foco Canadá, que contempla uma mostra com quatro sessões especiais incluindo produções do National Film Board para crianças e adultos e um documentário sobre o célebre Norman McLaren.

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A exposição interativa Flora, do artista multimídia alemão Philipp Artus, apresenta animações experimentais que exploram as manifestações da vida através dos movimentos, criando formas que se assemelham à aparência de plantas. O público pode controlar interativamente a animação com um touchpad, e assim projetar novos padrões. No Rio, Flora estará na Casa França Brasil e em São Paulo, no Centro Cultural São Paulo  (CCSP).

Para as crianças

São três longas infantis na programação deste ano: Barkley, de Li-Wei Chiu (Taiwan); The Oddsockeaters, de Galina Miklínová (República Tcheca/Eslováquia); e Pixi Post and the Gift-Bringers, de Gorka Sesma (Espanha). Além de 49 curtas-metragens de todos os cantos do planeta, haverá a exibição de episódios inéditos da segunda temporada da série de animação Irmão do Jorel, do Cartoon Network, com participação do criador, Juliano Enrico.

Em São Paulo, o Anima Mundi traz também o pré-lançamento do longa Lino, com o making of da animação da Fox Films que estreia em setembro no Brasil. O filme narra as agruras de um azarado animador de festas e conta com as vozes dos atores Selton Mello, Paolla Oliveira e Dira Paes.

Para o público adulto

Os aguardados longas-metragens são Pequeños Heroes (Venezuela), sobre três crianças que ajudam Simon Bolívar em sua luta pela liberdade, com direção de Juan Pablo Buscarini (um dos produtores do sucesso do cinema argentino Um Conto Chinês); Ethel and Ernest, de Roger Mainwood (Reino Unido/Luxemburgo), desenhado a mão e dirigido por Roger Mainwood, que faz um retrato íntimo do estilo de vida londrino de seus pais; e o delicado Window Horses, de Ann Marie Fleming (Canadá), que conta a história de uma jovem poetisa canadense com pais chineses e persas que viaja até o Irã para se apresentar em um festival de poesia.

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Do Brasil, serão exibidos curtas esperados como Sob o Véu da Vida Oceânica, de Quico Meirelles; Em Crise, de Amir Admoni; Mundo de Wander, de Lisandro Santos; Finito, de Mauricio Bartok Ruiz, entre muitos outros.

Papos Animados

Além da exibição dos filmes, o Anima Mundi promove os ‘Papos Animados’, que reúnem conversas com grandes diretores de animação do Brasil e do mundo. Neste ano, entre os convidados, está o holandês Michael Dudok, vencedor do Oscar de melhor curta de animação pelo filme Father and Daughter, em 2001. Além da estatueta, ele acumula um prêmio César para melhor curta-metragem de animação e uma indicação ao Oscar, com The Monk and the Fish (1994).

Dudok, vencedor do prêmio de melhor longa do Anima Mundi 2016, no Rio e em SP, também foi indicado, no mesmo ano, ao Oscar por The Red Turtle. Robert Valley, indicado ao Oscar pelo filme Pear Cider and Cigarretes (2017), apresenta sua marcante linguagem de HQ e videoclipes de bandas como Gorillaz e Metallica.

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Também estarão presentes o diretor uruguaio Walter Tournier, premiado em diversos países com os filmes  El jefe y el Carpintero, Caribbean Christmas, A pesar de Todo, entre outros; o búlgaro Theodore Ushev, que teve seu filme Blind Vaysha premiado como melhor roteiro da edição de 2016 no Anima Mundi e, em 2017, foi indicado ao Oscar de melhor curta de animação; e o brasileiro Guilherme Alvernaz, filho do animador Ruy Perotti – um dos pioneiros da animação nacional – e sócio na produtora Oca Filmes, que participa do papo “Família Perotti – três gerações de animadores”, que reúne pai e filho, além do irmão, Bruno Avila Barbosa.

Maratona Animada SENAI

O Anima Mundi, em parceria com o SENAI, lança um desafio criativo para um grupo de animadores previamente inscritos. Eles precisam desenvolver um curta-metragem em sete dias contendo tema e elemento obrigatório escolhido pelo festival.

As produções vão ser avaliadas por um júri técnico nos quesitos animação, roteiro, arte, edição e som. Os três filmes finalistas serão exibidos no encerramento do Anima Mundi. A equipe vencedora ganhará R$ 5 mil, além de bolsas de estudo para cursos de animação do SENAI.

Circuito SPcine

Nesta edição, o Anima Mundi chega também às salas do Circuito Spcine através da maior rede de salas públicas de cinema do Brasil. O Festival estará presente nas salas SPcine Olindo, SPcine Roberto Santos, SPcine Cidade Tiradentes e nos CEUs.

Serão exibidas cerca de 50 produções de diversos países como Rússia, Alemanha, Hungria, Brasil, Lituânia, Irlanda e Israel.
Além de tudo isso, o festival inclui ainda uma série de outras atividades paralelas com passagens por outras cidades, mesas redonas e muito mais. Acesse a programação completa do Anima Mundi .

Os desafios do cinema independente | Entrevista com diretor Eduardo Colgan

Um tiro foi suficiente para Eduardo Colgan, diretor paranaense, dar luz, câmera e ação ao curta “A Rua Muda” que estreou no Festival Olhar de Cinema 2017 e aborda a violência policial em lugares públicos nas grandes cidades.  O filme conta a história de quatro amigos que presenciaram o disparo de um tiro em uma das ruas mais movimentadas na noite de Curitiba. 

Baseado em fatos reais, a autocrítica e a identificação com o telespectador são pontos chaves para prender atenção durante todo o curta de Colgan. Afinal, quem nunca presenciou uma ação de violência pelas ruas da sua cidade? O filme é uma crítica as diferentes classes sociais presente em uma única rua: Rua Riachuello no bairro São Francisco. 

O diretor mais uma vez levou produções paranaenses às telas de festivais nacionais e internacionais. Em 2013, o curta "Vitória" ganhou prêmio de Melhor Atriz com Camila Hubner no Festival Kinoarte de Cinema e também participou da segunda edição do Festival Olhar de Cinema. Seu curta "Quatro e Fíntchy" participou da 15º Mostra de Filme Livre no Rio de Janeiro em 2015.

Na sua quarta produção, Eduardo Colgan conta para nossa equipe como é colocar em prática uma produção independente sem incentivo. Também comenta um pouco mais sobre o mistério do curta "A Rua Muda". Confira:

O filme “A Rua Muda” é uma autocrítica. Como foi feita a montagem de misturar a ficção com eventos reais que você presenciou?

Por um momento eu e meus amigos iríamos atuar, mas não ia ser legal. Então, chamei alguns amigos que não presenciaram o evento da abordagem da polícia e que já atuaram em outros curtas. Depois de personificar os personagens, o filme ficou com outra cara.  No decorrer do filme houve várias mudanças, por exemplo: um personagem participou de uma cena que não era dele, e a cena das fotos que foi feita sem roteiros, eram realmente os personagens reagindo a fotos reais deles.

Estes momentos de intimidade criaram uma conexão com o telespectador no qual ele consegue se ver dentro da história e se relacionar. 

A primeira cena do filme, que são os personagens reagindo à imagem da câmera, também foi um momento chave entre a ficção e o evento real. 

Em alguns momentos, a polícia está presente nas filmagens. Como foram realizadas as cenas?

O vídeo foi um amigo meu que gravou, mas o filme é mais ficcional como realmente aconteceu. O áudio é roteirizado, em algumas cenas coloquei sonoras para recriar o confronto. Em relação à polícia que apareceu em cena com os atores, foi coincidência, eles estavam saindo da balada e a cavalaria apareceu na hora. E outro momento é quando eles estão correndo e o carro da polícia surge na rua. Foi sorte! A gente gravou as cenas muito antes do programa Balada Protegida do prefeito Rafael Greca entrar em operação. 

Boa parte do público que estava presente hoje já presenciou uma ação de violência em lugares públicos, como é retratado no filme. Essa identificação ajuda a consolidar o cinema independente?   

A identificação é necessária para qualquer filme ser bom. Ter uma real intenção, propósito e os atores sendo reais e verdadeiros é necessário para qualquer filme, não somente no cinema independente, embora seja mais presente. Quando o diretor tem um projeto que deseja muito colocar em prática, o filme vira parte da alma dele, o que é diferente, às vezes, de uma produção hollywoodiana que contrata roteirista, ou compra o roteiro. O esquema de produção fica mais separado. E nos filmes independentes, o filme faz papel de filho para os diretores, uma criatura que ele pariu depois de anos de trabalho. Mesmo se o roteiro vier de outra pessoa, você fica tanto tempo trabalhando e tentando fazer o filme estrear que cria uma conexão quase física.

O único jeito de fazer filme aqui no Brasil é a vontade do coletivo

Em relação o financiamento do filme, uma parte foi feito por apoio. Como é criar um filme sem ter incentivo e com pouco recursos financeiros?

Há o seu lado bom! Você vê que as pessoas estão participando porque elas realmente acreditam na ideia ou querem debater e achar uma resposta. Os nossos apoios foram práticos: figurino disponibilizado por Fermín Cacarecos e a trilha sonora por Onça Disco, menos a música de abertura que pedimos autorização para usar. O resto foi do próprio bolso. A temática do filme que critica a estrutura urbana da Prefeitura de Curitiba e da Guarda Municipal não iria passar em um edital. É triste! E devido ao poucos recursos há poucos enquadramentos, mas faz parte. Se você tem limitações, é preciso aprender a lidar com elas para que o produto final converse com todo o filme, não adianta mascarar a falta de recursos. 

Como você enxerga o cenário cinematográfico de Curitiba?

Desde que começou o curso de Cinema na Faculdade de Artes do Paraná (FAP), aumentou o número de pessoas que ingressaram na área audiovisual. Ao mesmo tempo, teve uma popularização de câmeras digitais e smartphones. O vídeo é um elemento presente na vida de todo mundo, independente de quem faz cinema ou não, todo mundo é ligado com o audiovisual o dia inteiro. Então, sim, aumentou a vontade de fazer vídeos e amigos se ajudando para dar forma a eles, embora os editais estejam cada vez mais escassos - o edital estadual saiu pela última vez há quatro anos atrás. Alguns recursos que são comuns em outros países, a gente não tem essa base, então o único jeito de fazer filme aqui é a vontade do coletivo. A situação atual é boa, mas há muito material que poderia estar chegando em mais lugares com mais força e mais potência

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Assista ao curta-metragem no Festival Olhar de Cinema, em Curitiba.

VI Olhar de Cinema reúne longas e curtas em Curitiba

Começa nesta quarta-feira (07/06/2017) a sexta edição do Olhar de Cinema. O evento, que reúne dezenas de filmes com diferentes nacionalidades, vai até o dia 15 com mostras diversificadas e premiação em diferentes categorias.

A abertura do Olhar de Cinema será feita às 20h30 do dia 07 de junho, no Espaço Itaú de Cinema, com a exibição do longa "La Familia", dirigido por Gustavo Rondón, e gravado na Venezuela, no Chile e na Noruega.

Durante os demais dias, será possível conferir títulos como “A Canção do Asfalto” (Brasil), “La Tierra Aún se Mueve” (México) e “Dao khanong” (Tailândia). A lista completa de participantes está disponível no site do Olhar de Cinema

O longa-metragem de encerramento da mostra é o filme "Baronesa", dirigido por Juliana Antunes, e será exibido às 21h do dia 14 de junho, no Espaço Itaú. Na data, a cerimônia de premiação ocorre na Sala 3 do cinema.

Os ingressos para todas as sessões do festival custam R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia entrada) e podem ser adquiridos nos locais de exibição dos filmes.

Premiações

A agenda de premiações inclui uma Mostra Competitiva na categoria Longa-Metragem, com entrega do Prêmio Olhar de Melhor Filme, do Prêmio Especial do Júri, da Prêmio de Contribuição Artística – que pode ser dado para roteiro, direção, atuação, composição de trilha sonora original, montagem, direção do fotografia, direção de arte ou edição de som – e o Prêmio do Público.

Também é escolhido o Melhor Curta-metragem e são entregues o Prêmio Olhares Brasil – Melhor longa-metragem brasileiro das mostras Competitiva, Outros Olhares e Novos Olhares, Prêmio de Melhor Filme da mostra Novos Olhares, o Prêmio de Melhor Filme da mostra Outros Olhares (Longa e Curta).

Na ocasião, a Abraccine também faz a divulgação do Prêmio da Crítica de Melhor longa-metragem da mostra Competitiva e a AVEC-PR laureia o Melhor curta-metragem da mostra Mirada Paranaense.

Acesse o site do festival ou curta a fanpage do Olhar de Cinema para obter mais informações: https://www.facebook.com/olhardecinema.