Lucy Barreto, Presidente da Comissão Especial de Seleção, acaba de anunciar que “O Grande Circo Místico”, longa-metragem de Cacá Diegues e distribuído pela H2O Filmes, é o escolhido para concorrer a uma vaga entre os cinco indicados ao prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira do Oscar 2019.
O comunicado aconteceu após uma reunião da Comissão Especial de Seleção, formada por membros indicados pela Academia Brasileira de Cinema: Lucy Barreto (presidente), Bárbara Paz, Flavio Ramos Tambellini, Jeferson De, Hsu Chien Hsin, Katia Adler e Claudia Da Natividade (efetivos). Estavam presentes também Frederico Maia Mascarenhas, Secretário do Audiovisual, e Jorge Peregrino, Presidente da Academia Brasileira de Cinema.
Vale lembrar que esta notícia não significa que o filme vai, de fato, estar entre os concorrentes na famosa premiação de filmes. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (The Academy) vai anunciar a lista com todos os indicados ao Oscar 2019 em 22 de janeiro e a cerimônia de premiação será realizada dia 24 de fevereiro, em Los Angeles (EUA).
"Ferrugem", de Aly Muritiba, foi eleito pelos jurados do 46º Festival de Cinema de Gramado o Melhor Filme de longa-metragem brasileiro dessa edição. A produção paranaense levou ainda os Kikitos de Melhor Roteiro (Jessica Candal e Aly Muritiba) e Melhor Desenho de Som (Alexandre Rogoski, por Ferrugem). "A Cidade Dos Piratas", de Otto Guerra, recebeu menção honrosa "por colocar questões atuais no formato de humor não domesticado".
Entre os longas estrangeiros, o filme paraguaio "Las Herederas" saiu consagrado, com quatro dos seis Kikitos em disputa: além de Melhor Filme, Marcelo Martinessi foi eleito o Melhor Diretor e ganhou também o prêmio de Melhor Roteiro. O Kikito de Melhor Atriz ficou com o trio de protagonistas da película, que aborda o amor entre mulheres na terceira idade: Ana Brum, Margarita Irun e Ana Ivanova. "Las Herederas" também foi o favorito do público do 46º Festival de Cinema de Gramado.
Já o prêmio Especial do Júri foi para "Averno", de Marcos Loayza, "pela sua ousadia em contar uma história que se inspira na mitologia própria da Bolívia, mas distanciada dos modelos cinematográficos tradicionais".
Entre os filmes de curta-metragem brasileiros, vitória da animação "Guaxuma", de Nara Normande. O júri ainda concedeu um prêmio especial para "Estamos todos aqui", "pela coragem e pertinência de retratar cinematograficamente temas de grande relevância social, num ato criativo de imersão e de digna resistência".
Nessa competição, os jurados também justificaram a escolha de Maria Tugira Cardoso como a melhor atriz. Ela, na verdade, é a personagem do documentário "Catadora de gente", mas os avaliadores de Gramado entenderam que "pela força de seu carisma singular, história de vida e por entender que o protagonismo no documentário está como para a atuação na ficção", a recicladora merecia o Kikito. Ainda entre os curtas, o Prêmio Canal Brasil ficou com "Nova Iorque", de Leo Tabosa.
O júri da crítica presente no 46º Festival de Cinema de Gramado também elegeu os três melhores filmes na opinião de seus integrantes. Entre os longas, "Benzinho", de Gustavo Pizzi se destacou em razão do "domínio do ritmo, dos pequenos detalhes do cotidiano e do retrato terno dos laços familiares aliados à simplicidade de sua narrativa e à força do elenco".
Também recaiu sobre "Las Herederas", de Marcelo Martinessi, a escolha da crítica: "pela delicadeza ao destacar personagens de uma faixa de idade pouco retratada através da sexualidade, assim como seus espaços em nossa sociedade como também seu impressionante conjunto de atuações".
Por fim, o melhor filme em curta-metragem brasileiro na opinião da crítica foi "Torre", de Nádia Mangolini. A justificativa foi o "uso inventivo da técnica animação" e também "pelo respeito aos personagens e suas memórias, e pela reflexão de um período traumático da nossa história". A produção levou também o troféu do Juri Popular.
Veja quem foram os vencedores do 46º Festival de Cinema de Gramado
Curta-metragem brasileiro
Melhor Desenho de Som: Fábio Carneiro Leão, por Aquarela Melhor Trilha Musical: Manoel do Norte, por A Retirada Para Um Coração Bruto Melhor Direção de Arte: Pedro Franz e Rafael Coutinho, por Torre Melhor Montagem: Thiago Kistenmacker, por Aquarela Melhor Fotografia: Beto Martins, por Nova Iorque Melhor Roteiro: Marco Antônio Pereira, por A Retirada Para Um Coração Bruto Melhor Ator: Manoel do Norte, por A Retirada Para Um Coração Bruto Melhor Atriz: Maria Tugira Cardoso, por Catadora de Gente Prêmio Especial do Júri: Estamos todos aqui, de Chico Santos e Rafael Mellim Prêmio Canal Brasil de Curtas: Nova Iorque, de Leo Tabosa Melhor Filme do Júri Popular: Torre, de Nádia Mangolini Melhor Direção: Fábio Rodrigo, por Kairo Melhor Filme: Guaxuma, de Nara Normande
Longas estrangeiros
Melhor Fotografia: Nelson Waisntein, por Averno Melhor Roteiro: Marcelo Martinessi, por Las Herederas Melhor Ator: Nestor Guzzini, por Mi Mundial Melhor Atriz: Ana Brum, Margarita Irun e Ana Ivanova, por Las Herederas Prêmio Especial do Júri: Averno, de Marcos Loayza Melhor Filme do Júri Popular: Las Herederas, de Marcelo Martinessi Melhor Direção: Marcelo Martinessi, por Las Herederas Melhor Filme: Las Herederas, de Marcelo Martinessi
Longas brasileiros
Melhor Desenho de Som: Alexandre Rogoski, por Ferrugem Melhor Trilha Musical: Max De Castro e Wilson Simoninha, Por Simonal Melhor Direção de Arte: Yurika Yamazaki, por Simonal Melhor Montagem: Gustavo Giani, por A Voz Do Silêncio Melhor Ator Coadjuvante: Ricardo Gelli, por 10 Segundos Para Vencer Melhor Atriz Coadjuvante: Adriana Esteves, por Benzinho Melhor Fotografia: Pablo Baião, por Simonal Melhor Roteiro: Jessica Candal e Aly Muritiba, Por Ferrugem Melhor Ator: Osmar Prado, por 10 Segundos Para Vencer Melhor Atriz: Karine Telles, por Benzinho Menção Honrosa: A Cidade Dos Piratas, de Otto Guerra Melhor filme do Júri Popular: Benzinho, de Gustavo Pizzi Melhor Direção: André Ristum, por A Voz Do Silêncio Melhor Filme: Ferrugem, de Aly Muritiba
Prêmios da Crítica
Melhor filme em curta-metragem brasileiro: Torre Melhor filme em longa-metragem estrangeiro: Las Herederas Melhor filme em longa-metragem brasileiro: Benzinho
Às vésperas de completar 20 anos no ar, no dia 18 de setembro, o Canal Brasil está presente em diversas frentes no 46º Festival de Cinema de Gramado e o diretor geral, Paulo Mendonça, esteve na cidade para receber uma homenagem especial do evento pelo papel fundamental na história do cinema nacional. Além de ser o principal difusor de filmes brasileiros na televisão (que ocupam 70% da grade), o canal se destaca no fomento da produção audiovisual, com o Prêmio Canal Brasil de Curtas e na produção e coprodução de longas-metragens - que já somam mais de 300 títulos, dos mais variados gêneros, dos filmes de arte e documentários às cinebiografias e campeões de bilheteria.
Em 2018, três coproduções do canal estão na mostra competitiva do Festival de Gramado: 10 Segundos Para Vencer, de José Alvarenga Jr, cinebiografia do bicampeão mundial de boxe Eder Jofre; o drama familiar Benzinho, de Gustavo Pizzi; e Ferrugem, de Aly Muritiba, que aborda as implicações da disseminação indesejada de um vídeo privado na internet.
Em Gramado, assim como faz nos principais festivais de cinema do país, o Canal Brasil entregará o “Prêmio Canal Brasil de Curtas”. Criado em 1998, o prêmio tem como objetivo incentivar a produção, a exibição e a divulgação de curtas-metragens. Um júri composto por jornalistas e críticos de cinema vai escolher o melhor filme em competição, que, além de ser exibido na TV, recebe o Troféu Canal Brasil e R$ 15 mil.
A cerimônia de premiação, que acontece no sábado, dia 25, será transmitida ao vivo pelo Canal Brasil – e simultaneamente no Canal Brasil Play, Facebook, Twitter e Youtube do canal –, com apresentação de Simone Zuccolotto e comentários de Roger Lerina e Luiz Zanin, direto do Palácio dos Festivais. A repórter Maria Clara Senra trará também informações direto do tapete vermelho. Além disso, de segunda (dia 20) a sexta (dia 24), o canal vai noticiar os principais acontecimentos do festival, em boletins diários do “Cinejornal”.
Simone Zuccoloto e Maria Clara Senra também entrarão ao vivo no Facebook, a qualquer momento, trazendo os principais acontecimentos dos últimos dias evento. E na quarta-feira, dia 29, vai ao ar um boletim especial do “Cinejornal”, que divulga os vencedores do festival.
Indicado ao Oscar de Melhor Documentário em Longa-Metragem, "Visages, Villages", da diretora francesa Agnès Varda recebeu neste sábado (03/03) o Spirit Awards na mesma categoria.
Maior premiação do cinema independente norte-americando, o Spirit Awards reconheceu o valor do filme que a Academia não enxergou no mesmo nível, dando o prêmio de Melhor Documentário para "Ícaro"
"Visages, Villages" é dirigido por Agnès Varda e o artista plástico JR. Com 89 anos, Agnès é considerada a pessoa mais velha a disputar a estatueta. No ano passado, ela recebeu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra.
Único nome feminino por trás da Nouvelle Vague e uma das mais importantes cineastas da história do cinema, Agnès Varda desenvolveu seu trabalho com igual interesse e força pela ficção e pelo documentário, por questões políticas, sociais e feministas, assim como por temas e reflexões pessoais.
Nascida em Bruxelas, na Bélgica, em 1928, a Segunda Guerra Mundial fez sua família mudar-se para o sul da França. Em Paris, estudou história da arte e fotografia e em pouco tempo começou a trabalhar com cinema com a ajuda de Alain Resnais.
Seu primeiro trabalho, La Pointe Courte, já indicava o cinema que iria desenvolver. Em 1962, fez um de seus mais importantes longas-metragens, Cléo das 5 às 7. Seu longa seguinte, As Duas Faces da Felicidade (1965), vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim, foca uma família perfeita à primeira vista, não fosse o patriarca um homem infiel, apesar de feliz no casamento.
No final da década de 1960, Varda e seu marido, o também cineasta Jacques Demy, mudaram-se para Los Angeles, durante a efervescência da contracultura nos Estados Unidos. De volta à Europa, passou os anos 70 e 80 entre documentários, ficções, curtas e longas-metragens, em um dos períodos mais criativos e de maior produção em sua carreira.
Dessa época são filmes como Daguerreótipos (1976), retrato silencioso do cotidiano da rua Daguerre, na capital francesa; Uma Canta, a Outra Não(1977); Os Renegados (1985), vencedor do Leão de Ouro e do Prêmio da Crítica no Festival de Veneza; além de Jane B. por Agnès V. (1988), dedicado e protagonizado pela musa do cinema francês Jane Birkin.
A morte de Jacques Demy em 1990 rendeu duas homenagens dirigidas por ela: Jacquot de Nantes (1991), e O Universo de Jacques Demy (1995). Também em 1995 estreou As Cento e Uma Noites. Na década seguinte, os documentários ganharam outra dimensão em sua filmografia. Com uma abordagem reflexiva, memorialística e irreverente, Varda se colocou como personagem e voz ativa nos filmes.
Após um breve hiato no cinema, Varda retorna às telas com Visages, Villages, feito em parceria com o artista visual francês JR, em que fazem uma viagem de caminhão por pelo interior da França, convidando pessoas a serem fotografadas e a segui-los. O filme foi vencedor do Olho de Ouro no Festival de Cannes.
Em sua extensa e premiada trajetória, recebeu prêmios pela relevância de sua carreira em festivais como Cannes, Locarno e San Sebastián. Em outubro de 2017, Varda foi homenageada pela 41ª. Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, com retrospectiva de seus mais importantes filmes e com o Prêmio Humanidade.
Agnès Varda e JR têm coisas em comum: sua paixão por imagens e, mais particularmente, o questionamento sobre os lugares onde elas são mostradas e a maneira como são compartilhadas e expostas. Agnès escolheu o cinema. JR escolheu criar galerias fotográficas ao ar livre.
Quando os dois se conheceram, em 2015, imediatamente quiseram trabalhar juntos — fazer um filme percorrendo o belo interior da França. Em encontros aleatórios ou planos pré-concebidos, eles partem em direção a outras pessoas e as convidam a segui-los em sua viagem no caminhão fotográfico de JR.
Celembrando o melhor do cinema de 2017, a 71.ª cerimônia do British Academy Film Awards (o BAFTA 2018) foi realizada ontem, dia 18 de fevereiro, no Royal Albert Hall, em Londres, e acirrou a briga para o Oscar 2018. Apesar do favoritismo absoluto de A Forma da Água — filme com o maior numero de indicações, doze no total —, Três Anúncios para um Crime foi o grande vencedor da noite, faturando cinco categorias: melhor filme, melhor filme britânico, melhor atriz, ator coadjuvante e roteiro original.
Sem perder o fôlego, Guillermo del Toro foi escolhido como o melhor diretor, enquanto o romance Me Chame pelo seu Nome venceu como melhor roteiro adaptado. A festa também confirmou a homenagem ao diretor Ridley Scott, recipiente do BAFTA Fellowship (ou Academy Fellowship), honraria que celebra o conjunto da obra de grandes nomes da indústria audiovisual.
A Forma da Água, dirigido e produzido por Guillermo del Toro, ganha ainda mais força na corrida dos Oscars 2018. Com 13 indicações, o filme do diretor mexicano segue faturando premios na Award Season. Dessa vez foi o Sindicato de Produtores de Hollywood e o Sindicato de Diretores que agraciaram a produção com o prêmio de melhor filme e melhor diretor.
A festa do Producers Guild Awards (PGA) 2018 — prêmio do sindicato dos produtores — aconteceu dia 20 de janeiro e também elegeu Viva: A Vida é Uma Festa como a melhor animmação do ano. Esta foi a 29ª Edição do PGA e vale destacar que nos últimos dez anos, oito vezes o vencedor na categoria de Melhor Filme no PGA também ganhou como melhor longa-metragem no Prêmio da Academia.
The Newspaperman: The Life and Times of Ben Bradlee
Na reta final da Award Season, Guillermo del Toro e sua obra mais recente, A Forma da Água, também foram agraciados na 70º Directors Guild of America (DGA), o sindicato dos diretores de cinema e televisão. Além de consolidar del Toro como favorito aos Oscars de Melhor Diretor e Melhor Filme, o DGA 2018 também escolheu Jordan Peele como melhor diretor de cinema estreante com o filme Corra!