Cher - Café com Filme

Sem Rastros | Trailer legendado e sinopse

Will e sua filha adolescente, Tom, viveram felizes e indetectados pelas autoridades durante anos em uma vasta reserva na fronteira de Portland, nos EUA. Após um encontro inesperado, eles são retirados do acampamento e colocados sob a responsabilidade do serviço social. Will e Tom tentam retornar ao mundo selvagem enquanto são forçados a lidar com desejos conflitantes.

Verão de 84 | Trailer legendado e sinopse

Um grupo de adolescentes desconfia que seu vizinho policial é na verdade um serial killer e decide passar o verão investigando e juntando provas, mas conforme eles se aproximam de descobrir a verdade as coisas ficam extremamente perigosas.

Critica do filme Millennium: A Garota na Teia de Aranha | Bug do Millennium

A série literária “Millennium” conseguiu, ao longo da última década, vender mais de 80 milhões de cópias ao redor do globo. A trilogia original, escrita pelo falecido escritor sueco Stieg Larsson, rendeu uma série de filmes em sua terra natal — que ajudaram a mostrar o talento da sueca Noomi Rapace para o mundo — bem como uma refilmagem estadunidense comandada pelo brilhante, David Fincher.

Mesmo com algumas diferenças, as duas adaptações conseguiram fazer um belo trabalho em trazer todo o clima de tensão dos livros. Na verdade, um dos pontos mais interessantes das adaptações é como tanto na versão sueca como na hollywoodiana, a cadência narrativa e o clima de mistério são análogos, focando na investigação e desenvolvimento dos personagens. Vale destacar que a refilmagem de David Fincher foi indicado para cinco estatuetas do Oscar 2012, faturando o prêmio de melhor edição.

Apesar de a Sony ter planejado as continuações para a Millennium: Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (2012), os projetos nunca saíram do papel. Enquanto isso, no reino da 6ª arte, lá nos idos de 2013, o escritor David Lagercrantz foi incumbido pela editora Norstedts de escrever uma continuação da Trilogia Millennium de Stieg Larsson. Batizado no Brasil como A Garota na Teia de Aranha (Det som inte dödar oss) o quarto romance da série Millennium, promoveu o retorno da dupla Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist.

Percebendo a volta do interesse do público, a Sony resolveu retomar o projeto diretamente da quarta  parte, A Garota na Teia de Aranha, deixando para trás o diretor David Fincher e os atores Rooney Mara ( Lisbeth Salander) e Daniel Craig (Mikael Blomkvist). Sob a tutela de Fede Alvarez, responsável pelo ótimo O Homem nas Trevas, e com um elenco revigorado — encabeçado por Claire Foy (O Primeiro Homem) — a nova adaptação é um misto curioso de continuação e reboot (recomeço) da série, se distanciando das outras iterações e tentando criar um estilo próprio.

Grande é a teia que tecemos, quando aos outros enganamos

Como dito anteriormente, o filme se inspira no quarto livro da franquia Millennium, o primeiro de David Lagercrantz, que assumiu a linha após a morte do criador Stieg Larsson. Por conta disso, é inevitável a estranheza quanto ao cenário, pois assume-se que espectador está minimamente familiarizado com os personagens e temas da série. 

Sem perder tempo, Fede Alvarez coloca nos dentro do duro mundo de Lisbeth Salander. Após os eventos da trilogia original — que não recebem sequer um “flashback” para benefício dos espectadores mais deslocados — Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason) seguiu escrevendo para a revista Millennium, na qual publicou várias reportagens sobre o Lisbeth Salander (Claire Foy) e seu passado sombrio. 

A hacker ficou conhecida como uma espécie de anti-heroína, que ataca homens corruptos e misóginos. Apesar da fama repentina, ela consegue se manter distante da mídia até que contatada por Balder (Stephen Merchant), um programador que pede que Lisbeth recupere uma de suas criações o Firefall — um projeto governamental capaz de assegurar o controle os arsenais nucleares de qualquer nação.

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Lisbeth, temendo que o programa caia nas mãos erradas, aceita a missão e consegue extrair o programa dos servidores da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos. Entretanto, um grupo de criminosos conhecidos como Aranhas, também estão interessados no sistema, sendo que os mesmos também possuem uma conexão muito próxima a Lisbeth.

Como esperado em qualquer tecno-thriller temos uma boa dose de digitação acelerada em telas múltiplas. A trama, que não traz nada de original, se desenvolve razoavelmente bem, introduzindo algumas curvas morais e dilemas éticos. Entretanto, tudo parece muito distante do estilo taciturno estabelecido tanto na trilogia original como na refilmagem de David Fincher.

A investigação ainda acontece, mas de uma maneira muito mais acelerada. A escolha de Fede Alvarez pela ação em detrimento do suspense pode afastar fãs das histórias originais, ao mesmo tempo em que deixa claro seu intento em criar algo diferente.

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O beijo da mulher-aranha

Claire Foy é o maior destaque do filme, não apenas por ser o nome mais famoso do elenco — seguida talvez por Sylvia Hoeks (Blade Runner 2049) — mas por entregar uma interpretação sólida.  A atriz — que ganhou fama com o seriado The Crown, mas que já vinha mostrando seu talento em filmes como Distúrbio, Uma Razão para Viver e do recente O Primeiro Homem — consegue emular o estilo de suas predecessoras, as igualmente excelente Rooney Mara e Noomi Rapace.

Elementos quintessenciais como a fluidez de gênero e sexualidade são evidenciadas por movimentos sutis e pela própria caracterização andrógina de Claire Foy. Se alguns podem questionar o sotaque da atriz, pouco se pode criticar quanto a forma como ela entrega as falas. Com um talento especial ela consegue se apropriar da personagem ao mesmo tempo em que faz referência ao estilo daquelas que a antecederam, seja no tom de voz ou até mesmo na forma como segura um cigarro.

Todavia há uma disparidade entre a Lisbeth de Claire Foy e a Lisbeth imaginada por Alvarez. Claire Foy faz um belo trabalho em trazer para telas o simulacro esperado pelos fãs da série, entretanto, “A Garota na Teia de Aranha” é uma nova visão da série Millennium e fica claro como o diretor tentou imprimir seu estilo, inserindo muito mais ação do que nas iterações anteriores. Assim a atuação de Foy acaba destoando um pouco do cenário, haja vista que ela traz muito da essência taciturna dos originais e não parece abracar totalmente o estilo “Jason Bourne” da nova Lisbeth.

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Porque aranhas não ficam presas nas próprias teias?

Millennium: A Garota na Teia de Aranha é um bom thriller policial, repleto de ação, mistério e algumas reviravoltas interessantes. Fede Alvarez entrega um trabalho interessante, mesmo que menos criativo do que O Homem nas Trevas, enquanto Claire Foy domina a película como a hacker-vingadora-feminista-pansexual Lisbeth Salander.

O grande ponto, negativo ou não, é a dissonância de A Garota na Teia de Aranha com o resto da franquia. Nos livros, nas adaptações suecas e na refilmagem estadunidense, fica evidente o tom sóbrio da narrativa e dos personagens. No entanto, em A Garota na Teia da Aranha temos algo totalmente diferente, com uma Lisbeth mais ativa, um Blomkvist que beira a inutilidade, e uma história megalomaníaca que se espelha em um episódio da franquia 007.

Fede Alvarez entrega um bom filme, que não tem nada a ver com a franquia Millennium!

As mudanças abalam a apreciação do filme como uma nova edição da série Millennium, mas ajudam a entregar um filme ágil que possui uma identidade própria e que abre muitos caminhos para o futuro da personagem. A pergunta que fica é se esse distanciamento todo é algo bom ou ruim? 

Santiago, Italia | Trailer legendado e sinopse

Novo filme do aclamado diretor italiano Nanni Moretti, SANTIAGO, ITÁLIA, destaca o papel da embaixada italiana durante o golpe militar que derrubou o presidente Allende e instituiu uma violenta ditadura no Chile. Muitos opositores buscaram abrigo no local e conseguiram com isso asilo na Itália. O filme traz inúmeras cenas de arquivo e entrevistas de diversos dos personagens desta história, de todos os lados.

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald | A magia de uma franquia gigante

Essa crítica é livre de spoilers e o filme será muito melhor se você não souber nada sobre ele, além é claro de ter lido todos os livros e visto todos os “Harry Potter”  e “Animais Fantásticos e Onde Habitam”. Se você já assistiu, evite contar publicamente sobre os segredos da trama.

A segunda parte de uma franquia sempre traz diversos desafios. O charme do primeiro filme precisa ser reproduzido enquanto uma nova história é contada. E quando o filme é o segundo de uma série de cinco, a dificuldade aumenta consideravelmente. Esse é possivelmente o maior problema de “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”, ser uma história inacabada e incompleta no meio de um mundo fantástico repleto de magia.

É preciso contar uma história que se insira em um contexto maior e preencher com momentos feitos para agradar os fãs de forma balanceada, e infelizmente não foi dessa vez que isso aconteceu. Novamente David Yates assume a direção e quem assina o roteiro é ninguém menos que a autora J. K. Rowling, responsável por criar todo o mundo de Harry Potter, mas que como roteirista é uma ótima escritora de livros.

Menos animais, mais crimes

O filme começa imediatamente após os eventos do primeiro filme, onde o sinistro mago das trevas Gellert Grindelwald (Johnny Depp) foi capturado pelo MACUSA (Congresso Mágico dos Estados Unidos da América) com a ajuda de Newt Scamander (Eddie Redmayne). Contudo, cumprindo sua promessa, Grindelwald fugiu da prisão e passou a reunir seguidores que, na maioria dos casos, desconheciam suas verdadeiras intenções: criar magos de sangue puro para dominar todos os seres não mágicos.

Na tentativa de frustrar os planos de Grindelwald, Albus Dumbledore (Jude Law) recruta seu ex-aluno Newt Scamander, que concorda em ajudá-lo, sem saber dos perigos que enfrentará pelo caminho. Tina (Katherine Waterston), Queenie (Alison Sudol) e Jacob (Dan Fogler) voltam para se aventurar pela Europa, enquanto dois lados se enfrentam, à medida que o amor e a lealdade são postos à prova, até mesmo entre amigos e familiares, em um mundo de bruxaria cada vez mais dividido.

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Assim como “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” marcou uma mudança de tom na franquia, em “Crimes de Grindelwald” tudo é muito mais sombrio. O filme todo é mágico, os efeitos especiais são fascinantes e impecáveis, assim como o design de roupas, locações e principalmente as criaturas fantásticas.

Porém, se em “Animais Fantásticos e Onde Habitam” eles eram parte central da trama, aqui eles são meramente um artifício para demonstrar efeitos especiais ou vender bonecos. O foco é voltado totalmente para o desenvolvimento dos personagens, o que não é necessariamente ruim, mas destoa totalmente do que o primeiro filme propõe.

Como ser um trouxa no mundo mágico

Não entenda mal, eu adorei o filme e tenho certeza que será um sucesso entre os fãs. Mas ao sair do cinema e voltar para a realidade, você com certeza vai se questionar sobre o sentido de tudo. Mas fazendo uma respectiva, é apenas um monte de ideias jogadas na tela, algumas até desnecessárias.

Um bom exemplo é Nagini (Claudia Kim), a Maledictus destinada a se transformar permanentemente em uma cobra, algo que foi revelado durante um trailer. O fato dela mais tarde se tornar o animal de estimação de Voldemort é bastante relevante, porém durante o filme ela simplesmente está ao lado de Credence (Ezra Miller), fazendo nada.

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Quanto ao tão aguardado papel de Jude Law como o jovem Dumbledore. Seu relacionamento com Grindelwald é sugerido de forma tão sutil que talvez até passe despercebido. Pessoalmente achei que apesar de Law não aparecer tanto durante o filme, Dumbledore continua sendo uma figura bastante respeitável e poderosa, com certeza veremos mais demonstrações de sabedoria e poder nos próximos filmes, mas aqui a sensação de insaciedade permanece.

E é nesse ponto que eu gostaria de chegar. É claro que todo fanservice é agradável, mas no final a sensação é que não havia uma história ali, apenas momentos que serão explorados em um dos próximos filmes, tornando “Os Crimes de Grindelwald” apenas uma prévia para algo que ainda não existe. O roteiro se perde em diversas tramas confusas e desnecessárias, com personagens demais e nenhuma profundidade.

Rowling é uma excelente escritora, mas a diferença de livros para o cinema é gritante. Ela tende a adicionar muito mais do que o filme precisa, detalhes, monólogos cansativos e cenas sem graça, algo que poderia ser facilmente solucionado com um co-roteirista ou até mesmo um editor para guiá-la até o produto final. A esperança é que isso aconteça nos próximos capítulos.

Só magia top

O principal problema do primeiro filme era a falta de desenvolvimento dos personagens, focando mais nas criaturas. Esse problema foi revertido de forma bem eficaz, já que agora tudo gira em torno de relacionamentos e confrontos familiares.

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Redmayne continua impressionante como Scamander. Sua incapacidade de olhar nos olhos de alguém por mais que alguns segundos, sua doçura cativante e empatia com qualquer criatura transborda em todos os momentos. O problema é que colocam esse ser tímido e esquisito no meio de um confronto épico e ele precisa decidir de que lado vai ficar, tomando partido ativamente para mudar o mundo ao invés de esperar que outras pessoas façam isso por ele.

Dumbledore diz que admira Newt porque ele não procura poder, mas que “simplesmente pergunta-se, essa é a coisa certa a se fazer?”. Newt não vem de uma linhagem poderosa ou é o protagonista de uma profecia antiga, seu superpoder é simplesmente sua bússola moral, sendo um perfeito herói do ponto de vista narrativo. Redmayne retrata magistralmente todo o conflito de Scamander, seus olhos brilham e ele fica em paz enquanto está perto de uma criatura mágica, mas parece melancólico enquanto precisa fazer coisas mais mundanas e sérias.

Conhecemos também a relação de Newt com seu irmão Theseus Scamander (Callum Turner), um auror que representa tudo que ele não gostaria de ser, além de Leta LeStrange (Zoe Kravitz) a moça do retrato que Newt carregava e todos os motivos que levaram Leta e Newt não ficarem juntos.

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O retorno de Jacob e Queenie deixam de ser apenas o alívio cômico para dar lugar a questionamentos a respeito do que é seguro e moral em relacionamentos amorosos. Tina continua sendo uma Auror de respeito e a tensão entre ela e Newt é um contraponto perfeito a Jacob e Queenie. Gostaria de explorar mais sobre esses assuntos, mas é melhor você assistir.

Credence Barebone, o Obscurial do primeiro filme não tem muito desenvolvimento, passando a maior parte do tempo emburrado e tentando descobrir quem ele é realmente, mas sem muito sucesso. Por outro lado, Grindelwald (Johnny Depp) é instantaneamente cativante como vilão, tanto por seu histórico fora das telas quanto por seu jeito e aparência bizarros. Particularmente acho Grindelwald um vilão muito mais interessante que Voldemort (Ralph Fiennes), um ponto positivo é que não se parece com nenhum dos já característicos personagens de Depp.

Seu crime foi amar demais?

J.K. Rowling adiciona milhares de referências ao universo bruxo que todos conhecem e amam, versões mais novas de personagens consagradas (algumas até contradizendo materiais anteriores) e expande a magia para além dos muros da escola. Porém os problemas de narrativa atrapalham um pouco o encanto, apesar de todas as reviravoltas que a história conta. 

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Os Crimes de Grindelwald te convidam a investir novamente em personagens que talvez sejam realmente incríveis em filmes futuros, mas que por enquanto são apenas ideias colocadas alternadamente em cenas magníficas e tediosas. É bastante ambíguo sim, assim como os supracitados crimes, você vai ser convidado a amar ou odiar o longa, sem chance para ficar em cima do muro.

Batismo de Sangue | Trailer oficial e sinopse

São Paulo, fim dos anos 60. O convento dos frades dominicanos torna-se uma trincheira de resistência à ditadura militar que governa o Brasil. Movidos por ideais cristãos, os freis Tito (Caio Blat), Betto (Daniel de Oliveira), Oswaldo (Ângelo Antônio), Fernando (Léo Quintão) e Ivo (Odilon Esteves) passam a apoiar o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Marighella (Marku Ribas). Eles logo passam a ser vigiados pela polícia e posteriormente são presos, passando por terríveis torturas.