Eva Green - Café com Filme

A Maldição dos Esquecidos | Trailer legendado e sinopse

Os irmãos Angela (Florence Pugh) e Jackson (Ben Lloyd-Hughes) formam uma lucrativa parceria aplicando golpes como "caça-fantasmas". Explorando o sofrimento e vulnerabilidade dos enlutados, a dupla convence seus alvos de que Angela tem a capacidade de contatar os mortos.

Parece ser um golpe simples, até que a Sra. Green (Celia Imrie) convoca a dupla para sua casa — o orfanato que já foi palco de uma série de assassinatos de garotas — e Angela fica cada vez menos certa do que é real ou não. Os falsos investigadores paranormais são obrigados a encarar a realidade conforme são confrontados pelos horrores do lugar e seu passado aterrorizante.

Homem ao Mar | Trailer legendado e sinopse

Kate (Anna Faris) é uma trabalhadora que luta para sustentar três crianças, mas acaba sendo injustamente demitida pelo milionário e egoísta Leonardo (Eugenio Derbez). Porém, a rotina do ricaço muda completamente quando acorda sem amnésia após um acidente. Como forma de vingança, Kate decide fingir que é sua esposa e colocar Leonardo para trabalhar, pela primeira vez em sua vida.

Os Outros Caras | Trailer legendado e sinopse

Tudo o que os policiais Terry Hoitz (Mark Wahlberg) e Allen Gamble (Will Ferrell) gostariam era virar policiais famosos e queridos como Highsmith (Samuel L. Jackson) e Chis Danson (Dwayne Johnson), mas entre a vontade e a possibilidade de virarem os os melhores tiras da cidade existe uma grande diferença que eles vão acabar descobrindo.

Dumbo (2019) | Novo trailer legendado e sinopse

Holt Farrier, um veterano de guerra e ex-estrela de circo, é encubido pelo dono do circo, Max Medici, para cuidar de um elefante recém-nascido com orelhas fora do padrão. As orelhas do elefante é risada para o circo que já está lutando com a falência. Até que os filhos de Holt descobrem que Dumbo pode voar! A artista aérea Colette Marchant e o empresário VA Vandevere se dirigem para fazer o Dumbo, o elefante voador, uma estrela.

Crítica do filme A Grande Jogada | O que disse machista?

Grandes fãs de pôquer que acompanham os tabloides internacionais possivelmente ouviram falar algo sobre uma mulher chamada Molly Bloom, que roubou as manchetes lá em 2013 ao ser acusada — e presa — por lavagem de dinheiro e operação ilegal de jogos de azar.

A história de Molly e seu incrível jogo de pôquer que conquistou famosos de Hollywood e os grandes investidores de Wall Street começou mesmo quase dez anos antes, quando ela deixou de ser garçonete e entrou no ramo da jogatina ao ajudar um ricaço do segmento.

Agora, cavando mais a fundo, esta incrível mulher teve seus primeiros momentos de sucesso ainda jovem, quando era uma promissora esquiadora que buscava medalhas em jogos olímpicos. De desportista a top nas mesas de pôquer, o filme “A Grande Jogada” nos leva a conhecer os detalhes da carreira de Molly.

Pois é, e a história acima pode parecer mesmo o roteiro de um filme, mas é na verdade uma história real, que foi baseada no livro da própria Molly Bloom. No longa-metragem, acompanhamos em detalhes toda a trajetória de sucesso de Molly em meio a um ninho de homens asquerosos que pensavam ter o poder e, eventualmente, caíram do cavalo.

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Com a astúcia de Aaron Sorkin (roteirista de “O Homem que Mudou o Jogo”, “A Rede Social” e “Steve Jobs”), podemos — quase — compreender cada passo da jovem princesa do pôquer, que demonstra total controle da narrativa de sua vida e do filme. É claro que ela conta com vários trunfos, principalmente uma ajudinha de um advogado supimpa.

Para você que não pretende mergulhar no restante da crítica, já antecipo que “A Grande Jogada” não é um filme imprescindível para sua vida, mas ele tem algumas cartas na manga e se sai bem no quesito entretenimento, principalmente quando pensamos que isso aconteceu de verdade. Talvez tenha dois dedinhos de whisky na história, mas é uma boa pedida.

Difícil como um jogo de pôquer entre poderosos

O foco principal de “A Grande Jogada” é a vida da própria Molly Bloom, mas é inevitável que uma parte gigantesca do roteiro seja focada nas mesas de carteado. Assim, a narrativa, ainda que interessante e devidamente diluída em doses de piadas e explicações simplificadas, gira em torno de termos específicos do pôquer.

Até aí, zero problemas, já que temos outros filmes que lidam com jogatinas e se explicam de alguma forma. Aqui funciona parecido e você só não vai entender nada se não der a devida atenção a cada palavra da protagonista — e ela fala muito —, porém as jogadas sequenciais, somada a rapidez na narração e aos tantos nomes é o que complica o meio de campo.

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O script, ainda que bem montado, fica em rodeios entre o presente e o passado, fazendo analogias e se alongando com os pensamentos de Molly. Funciona super bem para explicar os pormenores da história e deixar tudo muito engraçado, só que a partida fica um tanto cansativa quando não vemos ligações mais claras e coerentes com a atualidade.

Com uma pegada que mistura toda essa questão temporal, voltando lá na infância da protagonista, até a repercussão dos fatos em quem ela se tornou, o filme pode ser um bocado entediante para quem não estiver concentrado ou mesmo dificultoso pelo linguajar polido e acelerado. Apesar difícil, há várias cartadas animadoras até chegar ao fim do jogo.

Delicioso como o sabor da vitória sobre os canalhas

Pode ser que “A Grande Jogada” seja um filme longo e cansativo para algumas pessoas, mas as recompensas para o público são gratificantes. Graças à protagonista brilhante em suas falas e com um tom de humor esplêndido, o roteiro deixa a monotonia de lado e se revela inovador a cada novo diálogo. Não é raro conseguir ver um soco de empoderamento e uma voadora acompanhada de um “O que disse machista?”.

A escolha de Jessica Chastain para o papel principal, aliás, foi algo pensado para conquistar o público já nos primeiros instantes. Não é nem preciso entrar nos detalhes da voz charmosa e da beleza ímpar da atriz, porém cada olhar imponente e a presença entre os tantos marmanjos mostra que este é um filme para revelar o poder de uma mulher de grandes ambições.

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Além disso, os planos muito bem arquitetados de Molly Bloom mostram outro lado ainda mais divertido de observar: a ruína de milionários que pensam estar se divertindo, mas que estão apenas cavando suas próprias covas. É justamente na derrocada de estereótipos e nos comparativos mais esdrúxulos que o filme se mostra ainda mais saboroso.

Completa com perfeição a história dois homens que são importantíssimos: Idris Elba e Kevin Costner. Um é apresentado como um modelo em todos os sentidos, outro é o contraponto que pode ser o estopim para inúmeros desdobramentos do roteiro. É muito legal ver um filme flertando com tantas pautas e ainda entregando boas surpresas.

No fim da partida, “A Grande Jogada” é como um Royal Straight Flush (a melhor mão possível numa partida de pôquer) na cara dos magnatas. As jogadas ousadas de Molly Bloom chegam num momento importante para reforçar o empoderamento feminino. Não é um filme obrigatório para o cinema, mas é claro que tudo fica ainda mais lindo na telona. Recomendo!

Crítica do filme O Que te Faz Mais Forte | Um retrato realista de coragem

Já faz algum tempo que o terrorismo virou uma pauta recorrente no cinema. Seja pelas dores causadas ao patriotismo americano ou às vítimas, a temática é bem-vinda para debater a violência empregada em tais atos, o sofrimento infligido aos envolvidos e a comoção gerada em torno de tais brutalidades.

Estas foram algumas das pautas que viraram notícia por vários dias em meados de 2013, quando um terrorista causou danos irreparáveis durante a Maratona de Boston. Agora, o capítulo trágico é resgatado na biografia de Jeff Bauman, que ganha vida nas telonas com o roteiro de John Pollono e a direção de David Gordon Green (de “Especialista em Crise”).

O jovem Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal) vive uma vida comum, dividindo seu tempo entre o trabalho, os jogos do Red Sox e a busca pela reconquista do coração de sua ex-namorada, Erin (Tatiana Maslany). É numa dessas tentativas de chamar a atenção da garota que ele decide acompanhar a maratona de perto, situação em que acabou perdendo as duas pernas na explosão.

Em poucos instantes, o jovem de apenas 27 anos vê sua rotina mudar do comum para o inusitado. Além dos desafios infindáveis para tentar superar o ocorrido, Jeff Bauman vê que tal episódio o transformou num herói, um ícone para a população que precisava de alguém forte que jamais se dobraria às barbáries do terrorismo.

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Indicado em várias premiações e com duas estatuetas concedidas aos trabalhos excepcionais dos protagonistas, o filme conquistou o mundo com seu drama acentuado e cenas chocantes. Apesar do patriotismo reforçado, o longa “O Que te Faz Mais Forte” tem boas pautas a serem debatidas e um realismo impressionante na representação da coragem do ser humano.

Muito além do clichê

Retratos sobre pessoas que têm suas condições físicas debilitadas por inúmeras razões são comuns, mas é também muito corriqueiro que alguns desses filmes caíam em velhas ciladas na dramatização excessiva, em que vemos os personagens secundários e outros figurantes se desdobrarem para fortalecer o protagonista num tempo de dificuldade.

Baseado em fatos, a história de “O Que te Faz Mais Forte” foca nas adversidades, mas busca retratar muito mais o drama do próprio Jeff Bauman. Aqui, somos levados a acompanhar sua perseverança tanto para lidar com sua nova condição quanto com os dramas e a fama. O filme revela o lado depressivo, angustiante e muito do desgaste repassado a todos os envolvidos.

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É justamente por isso que Gyllenhaal se sobressai nesta obra, pois ele é desafiado a repassar toda a dramaticidade da situação, seja através de expressões aguçadas ou mesmo das limitações na movimentação durante as cenas. O ator vai do drama extremo ao sarcasmo em poucos instantes, enfrenta multidões e também se mostra preparado para confrontar seus dilemas diários.

A atriz Tatiana Maslany também não faz por menos, pois dá mais do que o suporte básico e toma a frente em inúmeras situações. Ela é quem comanda muitas das cenas, uma vez que o protagonista se vê acuado diante de tanto pavor, medo e depressão. Responsável por guiar seu companheiro, a personagem aqui aumenta muito a amplitude do drama proposto na história.

É claro que o restante do elenco também se faz importante, principalmente os pais de Bauman, que escancaram inúmeros pontos pouco comuns em filmes do gênero, como a questão do despreparo, da exigência por assistência e outros tópicos que devem ser trazidos ao debate. Graças ao trabalho coletivo, a história ganha força aos poucos e conquista pelo tom diferenciado no drama.

Uma produção forte em suas raízes

Roteiro é um quesito importantíssimo na maioria dos filmes, mas a produção aqui é colaborativa em inúmeros aspectos, já que parte do choque na plateia se dá na exibição das cenas mais fortes, seja no próprio ataque na maratona ou nas situações seguintes, em que vemos closes das pernas amputadas de Jeff Bauman.

Aliás, é difícil não observar tantos ângulos do personagem e não se perguntar como a equipe de efeitos especiais e maquiagem conseguiram tal façanha. Bom, só por curiosidade, em entrevista ao site Express, Donald Mowat (responsável pela maquiagem) comentou que a mágica acontece muito mais na maquiagem do que nos efeitos.

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Muitas cenas são com truques de câmera, em que as pernas ficam escondidas, mas aí depende muito do talento do artista para recriar a parte amputada. Em outros casos, o ator usou calças verdes e teve tais áreas sobrepostas com efeitos de computador. É imprescindível observar que tais representações mostradas sem piedade chocam fortemente e deixam cada diálogo ainda mais doloroso. Aliás, é importante notar que este é um filme só para os mais fortes.

Outra grande dificuldade perceptível aqui é a direção, que se destaca em cenários muito apertados, como um banheiro minúsculo, uma casa com corredores bem apertados, um elevador ou um carro. Tal abordagem amplia a sensação das dificuldades e mostra o empenho do diretor em detalhar os pormenores de alguém que passa por uma tragédia.

Enfim, apesar de não conseguir uma vaga no Oscar, o filme “O Que te Faz Mais Forte” merece uma vaga na sua agenda. Pode ser um filme com temática já desgastada, mas o novo olhar proposto aqui revela que ainda temos muito que debater e aprender com pessoas corajosas. Pegue seu lencinho e se prepare para uma história devastadora.