Gregorio Duvivier - Café com Filme

Nas Ondas da Fé | Trailer oficial e sinopse

Hickson (Marcelo Adnet) é um homem de fé que se vira como pode para pagar os boletos no fim do mês. De técnico de informática a locutor de carro de telemensagem, não tem nada que Hickson não tope fazer. E foi exatamente assim que ele conquistou um emprego em uma rádio evangélica. Com talento, dedicação e um empurrãozinho de Jéssika (Letícia Lima), sua esposa, ele vai descobrir que nem mesmo o céu é limite!

Especial de Natal Porta dos Fundos: Teocracia em Vertigem | Trailer e sinopse

“Podemos nos tornar um Hindu melhor, um Muçulmano melhor, um Católico melhor." (Madre Teresa de Calcutá) “Meu apelo por uma revolução espiritual não é um apelo por uma revolução religiosa.” (Dalai Lama) "Separar dele não posso, porque ia escandalizar o nome de Deus." (Flordelis) Muitas são as frases que marcaram como a humanidade interpreta a religião através do tempo, mas agora chegou a hora de entender o lado verdadeiro da história. Sem tomar partidos ou cair em ideologias. Jesus sofreu golpe? Queriam a hemorroida de Barrabás? Os apóstolos realmente estocaram vento? Só sabemos de uma coisa: o julgamento final chegou, a teocracia está em vertigem e ninguém vai ganhar, vai todo mundo perder! E quem perder vai ganhar perdendo.

Podecrer! | Trailer oficial e sinopse

Rio de Janeiro, 1981, ano de formatura no Colégio São Jorge. Um grupo de amigos vive as aventuras, romances e tormentos que fazem parte da vida de qualquer jovem ao longo do último ano do colegial.

A nova aluna Carol, filha de exilados políticos, acaba de retornar ao Brasil e é logo bem recebida pelas inseparáveis amigas Melissa e Silvinha, que a apresentam ao resto da turma: os meninos João, Tavico, PP e Marquinho, que integram a banda de rock mais conhecida do colégio; e também as suas oponentes, as ricas "patricinhas" Ana Claudia e Duda, que as desafiam em todos os sentidos: nos esportes e, sobretudo, nas azarações.

João, um garoto sonhador e sensível, ganha de cara a simpatia da doce e inteligente Carol. Apesar da mútua atração, eles passam por seguidos desencontros, devido principalmente aos charmes perturbadores de Ana Cláudia -- a menina mais bonita do colégio. O ano vai passando entre festas, praia, surf, namoros e a inevitável preocupação com o vestibular e o futuro. Enquanto isso, a atrevida Melissa precisa se desdobrar para administrar incólume o triângulo amoroso que mantém com os aloprados PP e Marquinho, sem que um saiba do outro. Silvinha sofre o desencanto de ver seu ex-namorado Tavico se aproximar da socialite Duda e, inesperadamente, ele se afasta dos amigos e decide largar a banda.Carol, que sonha se tornar cineasta, registra com sua câmera Super 8 o cotidiano do colégio através de depoimentos dos alunos, cada um com suas filosofias, devaneios, ideologias e particularidades.

As badernas, zombarias, traquinagens e atividades ilícitas são sempre censuradas pelo rigoroso mas ludibriável inspetor Fleury. O final do ano letivo está próximo, o vestibular se aproxima e várias questões permanecem sem solução. João e Carol vão ficar juntos? Melissa vai escolher PP ou Marquinho? A banda seguirá em frente sem Tavico?

Crítica do filme A Vida Invisível | As solidões cotidianas das mulheres

Não existe outra forma de escrever sobre “A Vida Invisível” sem deixar claro sob que perspectiva se fala. Então, desta vez peço licença para este texto em primeira pessoa e devo apontar desde já que - atenção, leitor! - esta crítica contém alguns spoilers.

Dirigido por Karim Aïnouz e com roteiro adaptado por ele próprio e por Murilo Hauser e Inés Bortagaray a partir da obra de Martha Batalha, “A Vida Invisível” foi o filme selecionado para representar o Brasil no Oscar 2020, embora não tenha entrado na lista de finalistas.

Diferente da versão literária, que se chama “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” e que conta a história da protagonista a partir de sua própria e única perspectiva, a película abre também um outro o olhar, o da irmã de Eurídice, Guida.

Até então, muito próximas e inseparáveis, as duas irmãs se afastam quando, apaixonada por um marinheiro grego que está de passagem pelo Rio de Janeiro, Guida (Julia Stockler) decide, num impulso, embarcar no navio e ir embora com ele para a Grécia. A viagem não sai como planejado e ela acaba voltando ao Brasil, grávida e sozinha, mas é expulsa de casa pelo pai, um português conservador que acha que a filha está arruinada.

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Com o pai rechaçando a memória da irmã e agora casada com Antenor (Gregório Duvivier), um homem tão tradicionalista quanto seu progenitor, Eurídice (Carol Duarte) luta sozinha para não deixar morrer seu sonho de ser uma grande pianista. Sozinhas na família, mas com o apoio de outras mulheres, elas seguem seus caminhos tendo apenas a si próprias e a memória da outra onde buscar forças para lidar com as agruras que suas novas vidas lhes trazem.

Performar a solitude

Sensível aos detalhes e à complexidade da solidão feminina - especialmente daquela que acomete as mães e esposas das famílias tradicionais - “A Vida Invisível” consegue lançar luz sobre uma a parte da vida das mulheres que costuma ficar nas sombras. É nos bastidores de uma festa de casamento, de um parto, de um simples jantar em família que estão os sinais da pesadíssima carga mental feminina. É nos refúgios dos banheiros femininos e nos ombros de outras mulheres que elas encontram a força para enfrentar desafios que, em tantas vezes, elas sequer queriam.

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Eurídice Gusmão é a sua mãe, sua tia, sua avó e tantas outras mulheres que se anularam ou continuam se anulando para viver a vida que foi ditada para elas por outras pessoas - em geral, homens. E é preciso muita sensibilidade no olhar para conseguir retratar tudo isso em algumas horas de filme, uma tarefa que “A Vida Invisível” realiza muito bem, graças, em boa parte, ao talento das duas atrizes principais, Carol Duarte e Julia Stocker.

A tristeza e frustração estampadas no rosto de Eurídice, a dor e o abandono refletidos nos olhos de Guida, disfarçados com sorrisos quando a vida assim demanda, são grandes méritos das atrizes, que entregam suas personagens impecavelmente mesmo nas cenas mais impossíveis de fazer. Dispensa comentários também a participação de Fernanda Montenegro, responsável por arrancar as lágrimas dos espectadores que, até a cena final do filme ainda não haviam chorado. A diva do cinema e da televisão brasileira não é quem é à toa.

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O problema é o Antenor

Embora o filme de Aïnouz seja essencialmente sobre as mulheres, outro personagem que merece atenção é o do marido de Eurídice, Antenor, que representa muito bem toda uma geração de homens, pais de família respeitáveis que não hesitariam em sacrificar a alma das mulheres pela estabilidade do clã.

À parte o fato de que nunca mais vou conseguir assistir nenhum vídeo do Porta dos Fundos sem sentir raiva do Gregório Duvivier, é justo dizer que a atuação dele em uma peça que não é de humor, fora da zona de conforto do comediante, não é exatamente um fracasso.

Embora oscile entre exagerada e aceitável, a performance de Duvivier faz pensar que ele talvez seja um daqueles artistas cujo trabalho está tão atrelado a apenas um gênero, que fica difícil para o espectador separar o que é personalidade e característica pessoal do que é atuação.

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De qualquer forma, fica muito clara a intenção de Ainouz ao escalar justamente o humorista de Porta dos Fundos para este papel. Ainda assim, não estou totalmente convencida de que o alívio cômico que ele tenta trazer para o filme funciona, de fato. Está mais para um desespero cômico. Algumas das participações de Duvivier provocam risos forçados de canto de boca, quando o espectador ri, mas de nervoso.

No entanto, nem mesmo a tentativa de arrancar risadas a partir do personagem consegue retirar dele o peso da responsabilidade pela infelicidade de tantas mulheres. Antenor representa a única persona cuja satisfação parece importar nas histórias das famílias tradicionais, mas o que sustenta essa lógica, na verdade, são as tantas Anas, Zélias e Filomenas. A primeira, por meio da autoanulação, as duas últimas, pelo suporte que fornecem às outras mulheres.

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É uma pena que a película não consiga aprofundar a história destas personagens, passando brevemente por cada uma. Seria interessantíssimo conhecer também a vida invisível de pessoas como Filomena (Bárbara Santos), a mulher negra de periferia que conseguiu, a duras penas, uma casa para morar, e que, sozinha, é o grande pilar de sustentação para tantas outras mães.

É ela quem fica com os filhos e filhas das vizinhas para que estas consigam trabalhar, é ela quem fornece o suporte de que as outras tanto precisam para seguir em frente. Conheço algumas filomenas na vida, e arrisco dizer que se encontram ainda mais fundo nas sombras do que minhas Eurídices e Guidas.

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Ao nos obrigar a prestar atenção nas lutas pessoais de tantas mulheres, nas pequenas anulações cotidianas que sofrem e em como tudo isso nos transforma, diariamente, “A Vida Invisível” poderia muito bem ser um grande viral feminista para nos deixar com ódio dos homens narra o cotidiano de um país inteiro em muito mais do que uma geração.

Embora se passe nos anos 50, ele é o retrato imperfeito de muitas famílias até hoje, imperdível para nos ajudar a olhar com mais empatia para as mulheres ao nosso redor. Elas não são invisíveis. Às vezes, apenas não queremos ver.

“A Vida Invisível” é o filme selecionado para representar o Brasil no Oscar 2020

Nesta semana, a Academia Brasileira de Cinema divulgou o grande escolhido para representar o Brasil nas premiações do Oscar do próximo ano. Entre doze filmes habilitados, o corpo acadêmico acabou decidindo por nomear “A Vida Invisível” como o representante brasileiro para o evento.

Vale notar que a decisão da Academia Brasileira de Cinema não significa de fato uma vaga no Oscar. A partir de agora, o sétimo longa-metragem do diretor Karim Aïnouz concorrerá com outros títulos internacionais, de modo que apenas alguns serão de fato selecionados para aparecer na premiação. O resultado será divulgado pela Academia Americana no dia 13 de janeiro de 2020.

Vale notar que “A Vida Invisível” concorria previamente com títulos aclamados em diversos festivais, incluindo “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, “Los Silencios”, de Beatriz Seigner, “Espero Tua (Re)Volta”, de Eliza Capa, e “A Voz do Silêncio”, de André Ristum — só para nomear alguns dos títulos.

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Os especialistas que decidiram nosso representante foram: Anna Muylaert, David Schürmann, Zelito Viana, Sara Silveira, Vania Catani, Walter Carvalho, Mikael de Albuquerque, Amir Labaki e Ilda Santiago.

“A Vida Invisível” ganha visibilidade

A produção “A Vida Invisível” traz no elenco Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavia Gusmão e Fernanda Montenegro – como atriz convidada.

O filme será lançado antecipadamente nas telas do Nordeste no dia 19 de setembro, enquanto estreia nas outras regiões do país no dia 31 de outubro. O diretor dedica a indicação a todas as mulheres e às trabalhadoras e trabalhadores do audiovisual brasileiro. 

“É uma alegria incomensurável. É uma realização não só para o filme em si, mas para todas as mulheres do mundo, para os trabalhadores e trabalhadoras do audiovisual e para o país como um todo. É uma honra estar junto com outros filmes tão importantes que celebram esse momento singular do cinema brasileiro. Espero que possamos fazer jus a essa indicação e representar o Brasil na lista final da premiação”, comemora Aïnouz. 

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Vale mencionar que o longa-metragem tem conquistado prêmios nos principais festivais do mundo, incluindo o Grand Prix da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes (algo inédito na história do cinema brasileiro), além de prêmios do público de Melhor Filme e do júri de Melhor Fotografia, no Festival de Cinema de Lima; e o CineCoPro Award, no Festival de Munique.

“Isso demonstra que a cultura cinematográfica brasileira, num momento como esse, nos credencia como artistas e cidadãos. Karim merece”, exalta Fernanda Montenegro.

Livre adaptação do romance de Martha Batalha, “A Vida Invisível” é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã Pola Pandora, braço de produção da The Match Factory, além da Sony Pictures (que distribui o filme junto com a Vitrine Filmes), Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual), e conta com o financiamento do fundo alemão Medienboard Berlin Brandenburg e do Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine.