Stan Lee - Café com Filme

Crítica do filme Livre | Ir longe para encontrar a si mesmo

Incursões no meio da natureza selvagem (ou nem tanto) têm o poder de causar uma série de reflexões em quem as realiza. Seja para alcançar paz de espírito, expiar algum momento ruim da vida ou apenas para experimentar o contato com o natural — ou tudo isso junto —, o fato é que os resultados podem ser bem positivos.

Em “Livre”, o que vemos é uma adaptação de uma história real de Cheryl Strayed (Reese Witherspoon), que resolve fazer a Trilha do Pacífico, que cruza a pé os EUA ao longo de toda costa do oceano Pacífico. A jornada vem como tentativa de “pagar os pecados” após a então jovem mulher passar por uma série de problemas em sua vida. A somatória de coisas erradas em sua vida a joga em uma espiral autodestrutiva que quase dá fim à sua vida e a todas as suas relações.

Além de uma fotografia excelente, esbanjando paisagens da costa oeste dos EUA, o grande destaque da película está na atuação impecável de Witherspoon, mais famosa por atuar em comédias. O resultado geral é uma obra reflexiva e muito bem realizada também do ponto de vista técnico.

Em busca de um eu melhor

A jornada de Strayed é o fio condutor de todo o filme, que já começa com ela em certa altura da trilha, com os pés feridos e perdendo um pé de seu par de botas. Aos poucos, a história apresenta diversos fatos ao espectador, sempre em doses homeopáticas, digamos assim, intercalando presente e passado com bastante competência.

Esse tipo de montagem, que mistura tempos cronológicos diferentes dentro do filme, correm o risco de se perder e deixar a história confusa ou mesmo cansativa. Entretanto, não é o caso de “Livre”, baseado no livro de Strayed, roteirizado por  Nick Hornby (“Alta Fidelidade”) e muito bem dirigido e montado por Jean-Marc Vallée (“Clube de Compras Dallas”).

Livre

Assim como em “Clube de Compras Dallas”, Vallée volta a trabalhar com uma espécie de incursão para dentro da alma humana. Se no filme que consagrou Matthew McConaughey o diretor deu vida a um homem que se refez diante de AIDS, em “Livre”, a protagonista passa por um processo de desconstrução e reconstrução semelhante, porém por outros motivos.

Reese Witherspoon está, provavelmente, em uma de suas melhores atuações — e não se espantem se pintar uma indicação ao Oscar. Ela leva ao extremo a experiência que beira o extrassensorial de Strayed diante das inúmeras coisas com as quais ela cruza: perigos, medos, belezas naturais, pessoas legais e uma espécie de animalização da transformação pela qual ela passou.

O roteiro consegue transparecer perfeitamente as sensações da protagonista, da angústia de ver sua vida escorrendo pelos dedos sem saber ao certo o momento quando isso começou ao êxtase final, aquele suspiro profundo que parece reconectar corpo e alma. O conjunto entre uma ótima atuação, excelente direção e montagem impecável criam um clima perfeito para a reflexão vivida no filme.

Homem-Formiga | Novo trailer legendado e sinopse

A próxima evolução do Universo Cinemático Marvel traz um fundador dos Vingadores para a telona pela primeira vez com Homem-Formiga (Ant-Man) dos Estúdios Marvel. Armado com a surpreendente habilidade de encolher em tamanho, mas aumentar sua força, o ladrão mestre Scott Lang deve aceitar seu herói interior e ajudar seu mentor, o Dr. Hank Pym, a proteger o segredo por trás de seu especular traje de Homem-Formiga de uma nova geração de grandes ameaças. Enfrentando obstáculos que parecem ser insuperáveis, Pym e Lang precisam planejar e levar a cabo um roubo que salvará o mundo.

Homem-Formiga (Ant-Man) da Marvel é estrelado por Paul Rudd como Scott Lang, apelido Homem-Formiga; Evangeline Lilly como Hope Van Dyne; Corey Stoll como Darren Cross, apelido Yellowjacket; Bobby Cannavale como Paxton; Michael Peña como Luis; Judy Greer como Maggie; Tip “Ti” Harris como Dave; David Dastmalchian como Kurt; Wood Harris como Gale; Jordi Mollà como Castillo; e Michael Douglas como Hank Pym.

Peyton Reed dirige Homem-Formiga (Ant-Man) da Marvel com produção de Kevin Feige, e Louis D’Esposito, Alan Fine, Victoria Alonso, Michael Grillo, Edgar Wright e Stan Lee como produtores executivos. Homem-Formiga (Ant-Man) da Marvel é uma aventura com muita tensão que será lançada em 16 de julho de 2015.

Crítica do filme Operação Big Hero | Mais Disney do que Marvel por enquanto

Embora não me considere entusiasta dos filmes de super-herói, faço parte do grupo dos desconfiados quanto à união da Disney com a Marvel. Por isso acho óbvio reconhecer que o grande desafio de "Operação Big Hero" é ser a primeira animação que resulta dessa mistura. 

A estreia está prevista para o próximo dia 25 de dezembro (há até um videozinho especial de natal) e o trailer é fantástico, pois seleciona as mais divertidas cenas protagonizadas por um herói totalmente deslocado dos padrões idealizados pelas HQs. O próprio Stan Lee comenta a oportunidade de trabalhar com os estúdios Disney, da qual se declarou fã desde a infância.

Essa comédia de ação e aventura conta a história do inteligente Hiro Hamada, de apenas 13 anos. Com a idade de quem sofre os sintomas típicos da puberdade, somados a indiferença e a falta de motivação, o menino é viciado em projetar robôs para lutas clandestinas. Mas após ser flagrado pela polícia em uma dessas competições, seu irmão o convence de que existem atividades mais promissoras para se dedicar e o convida para trabalhar num laboratório onde são fabricadas incríveis tecnologias.

Entre elas o simpático Baymax, um robô que poderia ser colchão de ar, um puff ou sei lá, um balão qualquer! Aparentemente tudo menos um valentão preparado para fazer justiça e enfrentar perigosos vilões. Além do carisma e o perfil atrapalhado, sua vocação é cuidar da saúde das pessoas e cumprir os objetivos terapêuticos para os quais foi programado desde o princípio.

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Todo tipo de enfermidade foi catalogada e inserida num chip que guia seu funcionamento. Com uma rápida escaneada sobre o corpo do paciente, Baymax faz o diagnóstico, sugere medicamentos e hábitos para uma vida saudável. Seu jeito atencioso é cativante, de modo que identificamos nele tudo aquilo que um bom médico deveria ser. Exceto quando a bateria chega ao fim prejudicando seu funcionamento e provocando sintomas de embriaguez, na passagem que considero a mais cômica do filme.

Chamo a atenção para como o robô é tratado como um simples robô, pois a ideia não foi elaborar um sistema com inteligência artificial e sentimentos. Portanto, todo o afeto que os personagens sentem por ele está direcionado àquilo que Tadashi, o irmão de Hiro, programou e deixou para o mundo.

História simples, porém mal contada...

A trama se desenvolve, os vilões aparecem e junto com eles vêm as tragédias. Exatamente nesse quesito que o filme deixa a desejar: a história é de fácil compreensão, mas se arrasta em diálogos ruins e é contada de modo forçosamente melodramático. Senti até uma frustração com o desperdício das características dos personagens, que teriam condições de serem melhor exploradas se o ritmo do enredo fosse tratado com cuidado.

Ainda assim, o filme consegue divertir com cenas repletas de ação e que me trouxeram expectativa quanto a possibilidade de controlar esse elenco em algum jogo multiplayer para consoles de última geração. Terreno fértil também para o lucro das fábricas de brinquedos.

Outro ponto negativo são as dublagens brasileiras reproduzindo falas péssimas em vozes forçadas que soam sempre inadequadas. É como se ao agradar o público infantil fosse necessária certa dose de idiotização e o apresentador Marcos Mion, assim como os atores Robson Nunes e Fiorella Mattheis são alguns dos famosos encarregados dessa tarefa. Mas não acredito que o resultado péssimo tenha relação somente com o talento dessas pessoas, já que o problema se repete em outras animações e o recente Boxtrolls é exemplo disso.

 

Ao Infinito e Além: Disney/Pixar anuncia Toy Story 4 para 2017

Quase duas décadas depois que o Estúdio Pixar Animation criou o primeiro longa-metragem de animação gráfica Toy Story, o estúdio revelou ter planos para Toy Story 4 da Disney•Pixar, uma aventura que leva o público de volta ao mundo dos personagens marcantes do estúdio.

John Lasseter, diretor do original Toy Story e de Toy Story 2, será o diretor do filme, que abre um novo capítulo na vida de Woody, Buzz Lightyear e da turma de Toy Story. A história foi criada por Lasseter, Andrew Stanton, Pete Docter e Lee Unkrich, os contadores de história que são a força por trás dos três filmes Toy Story.

“Nós adoramos esses personagens; eles são como se fossem da família para nós”, diz Lasseter. “Nós não queremos fazer nada com eles que não esteja à altura ou supere o que já foi feito. Toy Story 3 terminou a história de Woody e Buzz com Andy de forma tão perfeita que, por muito tempo, nós nem sequer falamos sobre fazer outro filme Toy Story. Mas quando Andrew, Pete, Lee e eu tivemos essa nova ideia, eu não consegui mais parar de pensar nisso. Foi muito empolgante para mim, eu sabia que tínhamos que fazer este filme — e eu queria dirigi-lo.”

A equipe de redatores composta por Rashida Jones e Will McCormack (Celeste e Jesse Para Sempre) entrou para o projeto e o veterano da Pixar Galyn Susman (Toy Story DE TERROR, da ABC e Toy Story that Time Forgot) é o produtor.

O filme será lançado em  2017.

Ex_Machina: as máquinas também querem sobreviver [veja o trailer]

Em ficções nas quais robôs são os vilões, sempre rola muita pancadaria pelo simples fato de que essas máquinas são mais resistentes e fortes do que os humanos. Contudo, a produção “Ex_Machina” está por vir e parece ser bastante diferente daquilo que estamos acostumados a ver sobre robôs nos cinemas.

De acordo com o trailer que você pode conferir logo acima, dois engenheiros brilhantes estão instalados em um laboratório remoto e de alta tecnologia – e que, para ajudar no climão de medo e suspense, é isolado no meio de uma mata, é claro. Lá, eles estão desenvolvendo um robô com um cérebro artificial altamente avançado.

Por conta dessa tecnologia, a robô (sim, ela aparentemente é uma mulher) começa a simular sentimentos, inclusive flertando com um de seus criadores. A treta começa quando uma nova máquina, ainda mais desenvolvida, começa a ser produzida. A partir daí, a primeira versão começa uma batalha emocional e física para sobreviver e não ser descartada!

A produção conta com Alex Garland como roteirista e também com os atores Dohmnall Gleeson, Alicia Vikander, Sonoya Mizuno e Oscar Isaac. A história chega aos cinemas em breve e promete ser um terror psicológico de qualidade.

Crítica do filme A Lenda de Oz | Animação fraca voltada só ao público infantil

É importante notar que "A Lenda de Oz" é um filme feito especialmente para as crianças, e apenas pra elas. Porém, o título original é "Legends of Oz: Dorothy's Return", o que já indica que a história já é uma continuação ou ainda está pela metade. Só que isso pode ser complicado para as crianças que não conhecem a famosa história de Dorothy.

O filme estadunidense-indiano é baseado no livro homônimo de Roger Stanton Baum, e conta com a dublagem da atriz e cantora Lea Michele, da famosa série musical Glee, que empresta a voz a protagonista Dorothy.

Na versão dublada, o filme tem a voz da cantora Manu Gavassi, como Dorothy, e do ator Rodrigo Lombardi, como o vilão Bufão. Então obviamente, o filme é cheio de cantoria, do jeito que os pequenos adoram. (Let it go, let it go!!! )

Essa é uma cotinuação não oficial da história exibida em O Mágico de Oz, de 1939. Em "A Lenda de Oz" vemos Dorothy Gale (Lea Michele) retornando para um Kansas devastado. Então ela acha um novo jeito de voltar para a Terra de Oz e descobre que seus velhos amigos Espantalho (Dan Aykroyd), Homem de Lata (Kelsey Grammer), Leão Covarde (Jim Belushi) e todo o resto da Terra de Oz estão em grande perigo.

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Nessa nova aventura por Oz ela conhece novos amigos, como um soldado feito de marshmallow chamado Marshal Mallow (Hugh Dancy), uma princesa que é uma boneca de porcelana (Megan Hilty), uma árvore anciã que se chama Tugg (Patrick Stewart), e uma grande coruja gorda chamada Wiser/Sabichão (Oliver Platt). Com a ajuda de seus novos amigos, ela luta contra um malvado Bobo da Corte (Martin Short) que quer controlar Oz transformando pessoas importantes em marionetes.

A animação feita pelo Prana Animation Studios é realmente simples, lembrando muito mais uma série de televisão do que um filme. As expressões são bastante limitadas, e os movimentos parecem robóticos em alguns personagens. A parte 3D que naturalmente é dispensável, se mostra ainda mais irrelevante aqui.

Outra coisa que pode incomodar os mais atentos é a aleatoriedade das canções, em determinados momentos é estranho perceber sobre o que eles estão cantando, mas os temas vão desde o amor e a importância do trabalho até se entupir de doces. Além disso, em alguns momentos os sons não condizem com as ações dos personagens ou o ambiente, mas tudo bem, é só uma animação.

Sem conhecer a história original, o filme se torna mais superficial e confuso ainda, pois a apresentação e desenvolvimento dos personagens mais icônicos são praticamente nulas. O filme não é terrível, mas está longe da diversão esperada pelas crianças quando vão assistir uma animação no cinema. É um bom filme para deixar passando no DVD para elas se distraírem, mas certamente não vale o ingresso.