T.J. Miller - Café com Filme

O Maior Amor do Mundo | Trailer legendado e sinopse

O Maior Amor do Mundo é a mais nova comédia de Garry Marshall ( Uma Linda Mulher , Idas e Vindas do Amor ). Contando com um elenco estelar que reúne Jennifer Aniston, Kate Hudson e Julia Roberts, além de Jason Sudeikis, o filme é uma celebração de mães de todos os tipos, onde quer que estejam. A história conta o que acontece quando três gerações de mães e filhas se reencontram nos dias que antecedem o Dia das Mães, com muitas risadas, lágrimas e, claro, muito amor de mãe.

Crítica do filme Trainspotting | Escolha ver este filme

O filme Trainspotting – Sem Limites chegou aos cinemas em fevereiro de 1996 e desde então não para de colecionar novos fãs. O clássico dirigido por Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário) e inspirado no não menos ácido e insano livro de Irvine Welsh conta a história de um grupo de jovens escoceses em busca da forma mais hedonista de vida possível na capital do país, Edimburgo.

O vazio existencial da turma é preenchido por heroína, e aí já começa um dos pontos mais altos do filme. Durante toda a trama, com roteiro de John Hodge, fica evidente que esta é uma obra sobre escolhas. Os dilemas, as durezas e os enroscos da vida estão aí, mas como fugir deles? Afogando-se no consumismo desenfreado e na suposta segurança que uma vida estável traz ou se entregando aos prazeres da droga, mandando o “sucesso” às favas? Qual caminho escolher?

A direção de Boyle só não é mais impecável do que a personalidade dada aos personagens, especialmente Mark Renton (interpretado por Ewan McGregor), Daniel “Spud” Murphy (Ewen Bremner), Simon “Sick Boy” Williamson (Jonny Lee Miller) e Fracis “Franco” Begbie (Robert Carlyle). O roteiro, a direção e a atuação dos quatro consegue capturar perfeitamente o espírito de suas contrapartes literárias, servindo de combustível para sustentar a trama até o final.

Trainspotting

Diferente do livro de Welsh — que faz uma ponta no filme —, a adaptação cinematográfica acaba dando maior protagonismo para Mark Renton, o que não é problema algum. Pelo contrário, nós vemos a história pelos seus olhos, recurso que ajuda a criar um fio condutor para a trama. Mesmo assim, eventos particulares dos demais personagens são casados de forma magistral, aderindo elementos que vão resultar no grande filme que é Trainspotting.

Conjunto de obra-prima

Nem só de um bom roteiro, uma boa direção e uma boa atuação vive uma obra-prima, logo, não possível deixar de destacar que Trainspotting traz uma das trilhas sonoras mais marcantes dos anos 90, responsável por dar um fôlego na música eletrônica e ajudar a abrir caminho para o sucesso de inúmeros artistas do gênero. A insanidade do filme ganha um ritmo alucinante com a trilha sonora.

Trainspotting foi um filme de baixo orçamento, custando 1,5 milhão de libras esterlinas. O dinheiro curto, que fez com que muitas cenas fossem feitas em uma única tomada, garantiu um aspecto visual bem interessante ao filme, um aspecto meio grunge, meio punk que combina perfeitamente bem com a proposta da história, mas sem ficar tosco ou mal feito.

'Eu escolhi não escolher uma vida'

“Eu escolhi não escolher uma vida. Eu escolhi outra coisa. E o motivo? Não há motivo. Quem precisa de motivos quando se tem heroína?”, pergunta Mark Renton. Esse desprezo pelo que parece mais correto e aceitável na vida de um cidadão digno, desprezo que mora no cerne da obra (tanto no livro de Welsh quanto na adaptação de Boyle), é o ponto mais extremo da história.

É essa contraposição, aparentemente sem sentido, que faz de Trainspotting um história que perdura até hoje, 20 anos depois. Tudo isso como resposta às angústias de um mundo pós-Guerra Fria, de utopias supostamente assassinadas e de possibilidades aparentemente remotas. Nesse contexto, escolher a “vida”, como se ela fosse uma receita de bolo a ser seguida, é que parece ser um enorme desperdício.

Trainspotting - Sem limites | Trailer e sinopse

Este filme de Danny Boyle segue as desventuras de jovens rapazes em Edimburgo tentando encontrar o seu caminho em meio a desemprego, relações sem sentido e vício em drogas. Alguns deles são bem-sucedidos, enquanto outros, não, sem nenhuma esperança. Baseado no romance de Irvine Welsh, Trainspotting mistura areia com poesia, resultando em um filme de verdades duras e graça surpreendente.

Conheça os vencedores do Oscar 2016

A cerimônia de entrega do 88º Oscar agitou Hollywood neste domingo (28/02) com uma avalanche de premiações para "Mad Max: Estrada da Fúria". O longa dirigido por George Miller levou a maior parte das categorias técnicas - Figurino, Maquiagem & Cabelo, Montagem, Mixagem de Som, Edição de Som e Design de Produção -, mas ficou pra trás nas categorias principais. 

Quem levou a estatueta de Melhor Filme, no entanto, foi o longa Spotlight, surpreendendo muita gente e deixando para trás o grande favorito "O Regresso", que faturou Melhor Fotografia, Melhor Diretor, para Alejandro G. Iñarritu, e Melhor Ator, para Leonardo Di Caprio - finalmente!  

Confira a lista completa de vencedores do Oscar 2016!

Melhor Filme

"O Regresso"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"A Grande Aposta"

"Ponte dos Espiões"

"Brooklyn"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Quarto de Jack"

Spotlight - Melhor Filme

Melhor Diretor

Adam McKay, "A Grande Aposta"

George Miller, "Mad Max: Estrada da Fúria"

Lenny Abrahamson, "O Quarto de Jack"

Tom McCarthy, "Spotlight - Segredos Revelados"

Melhor Ator

Leonardo DiCaprio - Finalmente Melhor Ator

Bryan Cranston, "Trumbo – Lista Negra"

Eddie Redmayne, "A Garota Dinamarquesa"

Michael Fassbender, "Steve Jobs"

Matt Damon, "Perdido em Marte"

Melhor Atriz

Cate Blanchett - "Carol"

Jennifer Lawrence - "Joy: O Nome do Sucesso"

Charlotte Rampling - "45 Anos"

Saoirse Ronan - "Brooklyn"

Melhor Roteiro Original

"Ponte dos Espiões"

"Ex-Machina: Instinto Artificial"

"Divertida Mente"

"Straight Outta Comptom – A História de N.W.A."

Melhor Roteiro Adaptado

A Grande Aposta

"Brooklyn"

"Carol"

"Perdido em Marte"

"O Quarto de Jack"

Melhor Ator Coadjuvante

Christian Bale - "A Grande Aposta"

Tom Hardy - "O Regresso"

Mark Ruffalo - "Spotlight - Segredos Revelados"

Sylvester Stallone - "Creed: Nascido Para Lutar"

Melhor Atriz Coadjuvante

Jennifer Jason Leigh - "Os Oito Odiados"

Rooney Mara - "Carol"

Rachel McAdams - "Spotlight"

Kate Winslet - "Steve Jobs"

Alicia Vikander

Melhor Figurino

"Carol" - Sandy Powell

"Cinderela" - Sandy Powell

"A Garota Dinamarquesa" - Paco Delgado

"O Regresso" - Jacqueline West

Melhor Maquiagem & Cabelo

"The 100-Year-Old Man Who Climbed out the Window and Disappeared" Love Larson e Eva von Bahr

"O Regresso" Siân Grigg, Duncan Jarman e Robert Pandini

Mad Max: Estrada da Fúria - Melhor Maquiagem & Cabelo

Melhor Filme Estrangeiro

O Abraço da Serpente" (Colômbia)

"Cinco Graças" (França)

"Theeb" (Jordânia)

"A War" (Dinamarca) 

Melhor Curta-metragem

  • "Stutterer"

"Ave Maria"

"Day One"

"Everything Will Be Okay (Alles Wird Gut)"

"Shok"

Melhor Documentário Curta-metragem

  • "A Girl in the River: The Price of Forgiveness"

"Body Team 12"

"Chau, beyond the Lines"

"Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah"

"Last Day of Freedom"

Montagem

Mad Max: Estrada da Fúria - Melhor Montagem

"A Grande Aposta"

"O Regresso"

"Spotlight - Segredos Revelados"

"Star Wars - O Despertar da Força"

 

Melhor Mixagem de Som

"Ponte dos Espiões"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Star Wars - O Despertar da Força"

Melhor Edição de Som

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Sicário: Terra de Ninguém"

"Star Wars - O Despertar da Força"

Melhores Efeitos Visuais

Ex-Machina

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Star Wars - O Despertar da Força

Melhor Animação

"Anomalisa"

"O Menino e o Mundo"

"Shaun, o Carneiro"

"As Memórias de Marnie"

Melhor Curta de Animação

  • "Bear Story"

"World of Tomorrow"

"Prologue"

"We Can't Live Without Cosmos"

"Os Heróis de Sanjay"

Melhor Design de Produção

"Ponte dos Espiões"

"A Garota Dinamarquesa"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

Melhor Fotografia

O Regresso - Melhor Fotografia

"Carol"

"Os Oito Odiados"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Sicário: Terra de Ninguém"

Melhor Documentário

"Cartel Land"

"The Look of Silence"

"O Que Aconteceu, Miss Simone?"

"Winter on Fire"

Melhor Canção Original

"Earned It", de "Cinquenta Tons de Cinza" (Abel Tesfaye/Ahmad Balshe/Jason Daheala/Stephan Moccio)

"Manta Ray", de "A Corrida contra a Extinção" (J. Ralph/Antony Hegarty)

"Simple Song #3", de "Juventude" (David Lang)

"Til It Happens To You", de "The Hunting Ground" (Diane Warren/Lady Gaga) 

Melhor Trilha Sonora

"Ponte dos Espiões" Thomas Newman

"Carol" Carter Burwell

"Sicário: Terra de Ninguém" Jóhann Jóhannsson

"Star Wars - O Despertar da Força" John Williams

Crítica do filme As Sufragistas | As mulheres que mudaram nossas vidas

Responda rápido: quem foram as responsáveis pela implantação do voto feminino no Brasil? A menos que você seja formado em História ou seja uma feminista militante, duvido que você saiba responder a essa pergunta sem procurar no Google.

A história insiste em ignorar ou, ao menos, ofuscar as mulheres que a construíram. É por isso que filmes como “As Sufragistas” são tão importantes: para nos lembrar de quem foram essas mulheres incríveis que contribuíram tanto para o alcance dos direitos que temos hoje. 

Produzido sob a direção de Sarah Gavron e com roteiro de Abi Morgan, o longa retrata os bastidores do movimento sufragista no Reino Unido a partir da história de cinco mulheres que tiveram papeis fundamentais na militância – três delas personagens ficcionais inspirados em mulheres que participaram do movimento e duas delas reais.

As Sufragistas

A protagonista é Maud Watts (Carey Mulligan), uma trabalhadora de 24 anos que praticamente nasceu dentro da lavanderia na qual atua até que os fatos do filme comecem. É nessa mesma lavanderia que ela conhece Violet Miller (Anne Marie Duff), sua principal influência sufragista, a qual a leva até Edith Ellyn (Helena Bonham Carter, a odiada Bellatrix Lestrange, de Harry Potter).

Já inserida no movimento, ela tem acesso a duas personagens que de fato existiram: Emily Wilding Davison (interpretada por Natalie Press) e Emmeline Pankhurst (participação da Meryl Streep), nomes fundamentais para a conquista do voto feminino no Reino Unido.

Elenco de peso

Pensando em qualidade técnica e produção, o ponto alto deste longa-metragem britânico é o elenco. Com tantos nomes conhecidos e admirados internacionalmente, é até difícil de acreditar que o filme tenha ficado em cartaz por tão pouco tempo e em tão poucos cinemas por aqui. 

E nem tanto pela Carrey Mulligan, que vai muito bem como protagonista, mas não é tão conhecida. Pensando mais em Helena Bonham Carter e Meryl Streep, mesmo, que são nomes que normalmente chamam bastante a atenção. 

As Sufragistas

O ponto é que todas elas, além de Brendan Gleeson (o Olho Tonto, da saga Harry Potter), no papel do Inspetor Arthur Steed, fazem um ótimo trabalho ao dar vida para as sufragistas inglesas. 

Embora não seja excepcional neste sentido, o filme tem uma boa caracterização e figurino, é bem ambientado e retrata de maneira satisfatória os espaços onde a história se desenvolve. Não são, no entanto, os aspectos técnicos que mais se destacam nessa produção. 

O roteiro é o que mais faz “As Sufragistas” valer a pena, especialmente para quem se interessa pelas causas feministas. Abi Morgan – que, por sinal, já tem no currículo trabalhos que focam em mulheres fortes, como é o caso de "A Dama de Ferro – realiza um belo trabalho de adaptação da história real das mulheres que lutaram por direitos políticos.

“We don’t want to be law breakers, we want to be law makers”

É até um pouco estranho pensar que os fatos retratados em "As Sufragistas" aconteceram nos primeiros anos do século XX. Imaginem: há pouco mais de cem anos, as mulheres não podiam opinar politicamente. Parece algo de outro mundo, né? Pensar, por exemplo, que as mulheres que iam às ruas para lutar por direitos eram consideradas arruaceiras e dramáticas e que ser sufragistas era quase um xingamento. Soa familiar, isso, feministas?

Você pode inclusive clicar aqui e conhecer um pouco mais sobre as histórias das mulheres que inspiraram as personagens do filme "As Sufragistas" e as histórias reais de Emily Wilding Davison e Emmeline Pankhurst - que foram presas 9 e 13 vezes, respectivamente, por militarem pelo direito ao voto feminino.

O fato é que o voto feminino não caiu do céu e “As Sufragistas” consegue cativar o público ao relatar todo o sofrimento e sacrifício envolvido nessa conquista. Ao contar os fatos históricos a partir do ponto de vista de Maud Watts, o longa é quase um “sair da caverna” – um sentimento bastante familiar para tantas mulheres quando se deram conta pela primeira vez que podiam se chamar de feministas.

As Sufragistas

A protagonista não é uma militante. Maud é só uma mulher que está seguindo seu pesado caminho entre uma exaustiva jornada de trabalho de muitas horas por dia, a criação do filho e o cuidado com o marido, tudo isso ganhando uma miséria e sofrendo todo tipo de abuso e assédio até mesmo em seu ambiente de trabalho. 

Em um estalar de dedos, ela percebe o quanto tudo isso está errado e algo precisa ser feito a respeito. E quando isso acontece, não há mais como voltar atrás. Assim, contar a história a partir da perspectiva dela e não focar nas disputas legais para implementação do direito ao voto, em si, é uma das grandes sacadas de “As Sufragistas”. 

O filme sofreu diversas críticas por ignorar completamente a militância das sufragistas negras, como se a luta pelo direito ao voto feminino fosse protagonizada apenas por mulheres brancas. De fato, isso é completamente ignorado, nenhuma das mulheres do elenco é negra. Culpa da produção e também da sociedade de maneira geral, que ignora a participação negra em grande parte dos relatos históricos.  

As Sufragistas

Por falar em representação, chama a atenção também a relação com a questão de classe. Os abusos, a humilhação, o assédio, o combo jornada de trabalho enorme + salários baixos e muito injustos. Tudo isso era sofrido pelas mulheres da época – e ainda é até hoje, em tantos casos. Foram essas mulheres que foram às ruas para tentar mudar a realidade, muitas vezes sacrificando sua vida pessoal, suas famílias, e é justíssimo que elas sejam reconhecidas, não apenas de classe média e da nobreza.

Para quem é mulher e feminista, é difícil assistir a este filme e não experimentar uma sequência de sentimentos de revolta, tristeza, raiva e vontade de sair espalhando o feminismo por aí. Para quem não se envolve com o feminismo, também vale a pena ver o filme para entender um pouco mais sobre a importância que teve, e ainda tem, a luta feminista por direitos políticos para as mulheres. Por isso, "As Sufragistas" é altamente recomendado!

Crítica do filme Deadpool | Ultraviolência, humor autodepreciativo e chimichangas

Se você conseguiu convencer sua namorada a assistir Deadpool com o argumento de que o filme se trata de um romance, parabéns (ou não, pois talvez ela não seja tão esperta. Sério, ela não viu toda a propaganda e sei lá, o trailer?!). Porém, a realidade não está tão longe disso, já que acompanhamos a trajetória de Wade Wilson, ex-integrante de forças especiais do Exército que vira um mercenário de coração mole. Após um de seus serviços, ele conhece Vanessa Carlysle (Morena Baccarin) se apaixonam perdidamente e vivem um romance lindo, ainda que levemente lunático.

Mas seus planos amorosos de casar e serem felizes para sempre acabam destruídos quando Wade descobre que tem câncer terminal. Em uma tentativa desesperada de se curar, Wade se voluntaria para um programa que força os genes mutantes a se manifestarem, mas por ser experimental pode causar efeitos colaterais.

No caso de Wade, ele foi curado de tudo, ganhando um fator de cura que permite até mesmo fazer membros amputados crescerem novamente, basicamente o mesmo poder do Wolverine. Em paralelo, ele adquire o aspecto de um maracujá de gaveta, a junção da transa raivosa entre um abacate velho e um novo ou a parte de dentro da bunda de alguém. Obviamente ele desiste de voltar para seu amor e parte em busca de vingança contra o responsável por sua dor. Falando assim, parece um roteiro clichê e sem graça, mas é aí que o brilho do filme se revela.

Deadpool só foi produzido porque essa animação de teste vazou e gerou diversos rumores pela internet, agradando muito os fãs:

Os escritores Rhett Reese, Paul Wernick e o diretor Tim Miller são suspeitos de terem vazado, além de Ryan Reynolds (que interpreta/vive Deadpool), que recentemente admitiu que tem 70% de certeza que não foi ele. O que importa é que isso abriu as portas para os executivos da Fox aprovarem o projeto, e juntamente com todo o marketing genial do filme, teve a aprovação do famigerado estúdio e finalmente um filme decente foi produzido com um dos personagens que estão sobre os direitos da Fox.

E por ser um trabalho feito por fãs e para os fãs, o conjunto todo ficou muito bom. O filme é recheado de referências ao mundo pop, aos vacilos do passado da Fox (Deadpool sem boca? Ninguém consegue explicar isso até hoje), a própria carreira e fracassos de Ryan Reynolds, e conta com a participação de dois X-Men, talvez não tão populares assim mas foi o que deu pra bancar que foram muito bem utilizados.

Ryan Reynolds está em todas as cenas, afinal é um filme solo de Deadpool. Ele encarna totalmente o papel e não tem medo de se autodepreciar e de zoar qualquer coisa, a graça e diferencial do filme está em grande parte nisso. O filme teve classificação indicativa de 18 anos (16 no Brasil), então a violência característica desse personagem está muito bem representada. Muito sangue, amputações e mortes violentissimas são constantes do filme, mas o humor ácido é o que realmente prende a atenção.

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Outro fator que pode parecer estranho para quem não conhece o Deadpool dos quadrinhos é que ele possui o peculiar poder de “quebrar a quarta barreira”. Isso significa que ele sabe que é um personagem de quadrinhos, consegue ler os balões de fala e até interagir com os quadros que estruturam a revista, e isso é divertido porque não faz sentido algum. Já no filme, ele interage com a câmera e com os espectadores, o que não é necessariamente genial mas ainda assim é interessante dentro do contexto geral de “filmes de heróis”, além de soltar frases sobre linhas de tempo paralelas e chamar os personagens pelos nomes dos atores que os interpreta.

Aliás, vale ressaltar que Deadpool não é um herói, mas também não é um vilão. É o que todo mundo adora chamar de “antiherói”. Ele não vai salvar o mundo ou prender os bandidos, a menos que seja apenas pela zoeira. É um mercenário que segue os próprios interesses e mata todo mundo que está em seu caminho enquanto tira sarro dos outros, todos esse fatores colaboram muito para tornar esse personagem interessante.

Apesar do orçamento limitado, os produtores conseguiram encaixar o cromado X-Men Colossus (Stefan Kapicic), feito inteiramente em computação gráfica e com sotaque carregado, já que o personagem é originalmente russo, e a jovem Negasonic Teenage Warhead (que tem o codinome mais maneiro de todos e isso é indiscutível), interpretada pela novata Brianna Hildebrand. Ambos complementam a história, sobretudo durante as cenas de luta, e os efeitos de seus poderes mutantes são surpreendentemente bons, assim como todos os efeitos do filme, desde a roupa (não animada) e expressões da máscara, até os membros decepados e sangue jorrando.

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No final, você vai querer comparar Deadpool com outros filmes baseados em heróis e vai acabar esbarrando em Guardiões da Galáxia. Uma trilha sonora boa, muitas piadas e ação, além de personagens carismáticos. Mas ao contrário desse, é uma história de origem como todas as outras, mas que não parece tão relevante dentro do contexto geral. É claro que é um começo e um gigantesco salto para futuras produções, e torço muito para ver o que virá a seguir, com a Fox aprovando um orçamento melhor sem tirar a liberdade criativa que motivou esse filme e o destacou de todas as produções Fox/Marvel.

Enfim, vale lembrar novamente que não é um filme para crianças, é violento, tem cenas de sexo e palavrões do começo ao fim. Se você entender todas as referências e gostar do gênero "quadrinhos", não vai se decepcionar.