Omar Sy - Café com Filme

Crítica do filme Boneco do Mal | Boneco vazio não para em pé

A maioria de nós está acostumada a ver Lauren Cohan no papel da destemida e determinada Maggie, de The Walking Dead. Em "Boneco do Mal", ela dá vida a uma igualmente corajosa personagem, a norte-americana Brenda, que chega ao Reino Unido para trabalhar como babá para uma família de milionários.

Tudo dentro da normalidade, até que ela percebe com incredulidade que cruzou o oceano para cuidar de um boneco, que é tratado pelos pais como um humano.

Logo no começo do filme, descobrimos que o Brahms (James Russel) de carne e osso morreu duas décadas atrás, quando tinha oito anos, em um incêndio. Como não conseguiram superar a perda, seus pais, os Heelshire (Jim Norton e Diana Hardcastle), criam um boneco de cerâmica que representa o menino, com um rigorosa rotina para ser seguida.

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Mesmo com essa revelação, Brenda decide ficar na casa, já que simultaneamente aos fatos do filme, precisa lidar com questões pessoais e seus motivos reais para sair dos Estados Unidos e buscar uma nova vida no Reino Unido.

Direto da cartilha

Todo filme de terror é, no fundo, um amontoado de clichês. Têm certas coisas que se repetem em cada um deles, mas que, quando bem usadas, podem fazer toda a diferença para a manutenção do clima de tensão e suspense. O problema é que só os elementos estarem ali não é suficiente.

Um piano, uma noite escura, trovoadas, escuridão rompida por um solitário ponto luminoso,c coisas estranhas que acontecem durante o banho, um espelho que reflete (ou não) coisas que não deveria refletir... "Boneco do Mal" segue a cartilha direitinho e traz tudo isso e muito mais para a tela. Se o resultado é uma boa composição? Não exatamente.

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Não se trata de um filme ruim, mas da reunião legalzinha de alguns bons elementos com outros nem tanto. O plot não se sustenta, no máximo cambaleia se segurando em alguns aspectos. E a primeira questão que você se coloca é: é sério mesmo que Brenda vai ficar na casa mesmo sabendo que a criança da qual deveria cuidar na verdade não existe? E, ainda que esteja intrigada, é sério que ela não se deu conta que está em um cenário de filme de terror?

Sim, são perguntas normais em várias produções do gênero, mas estamos em pleno 2016, então é normal esperar alguma novidade nesse sentido.

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Conforme o roteiro vai e desenrolando, algumas dessas questões recebem respostas e você entende os motivos da moçoila, mas vai um bom tanto de enrolação até chegar nesse ponto.

Corpo bom

Caso esteja intrigado com o andamento da história e persista para ver onde a coisa toda vai dar, você vai perceber que "Boneco do Mal" tem uma sustentação legal em aspectos como a trilha sonora e a iluminação.

Os cenários são típicos de um filme de terror mesmo. Uma casa enorme e vazia, isolada de tudo. Campos lindos e verdes, espaços internos chiquérrimos. Tudo em tons pasteis, tons de cinza, marrom e preto. Uma bela fotografia, pra contar uma história bem mais ou menos.

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Outro ponto positivo que contribui com o clima de tensão é o jogo de silêncio e volume, que traz os sons perfeitos nas horas exatas em que você precisa sentir medo. Nesse ponto, o longa-metragem dirigido por William Brent Bell não fica devendo não. Tudo é conduzido com bastante primor, resultando em boas cenas, apesar das mesmas demorarem a chegar.

Assim, embora o roteiro de Stacey Menear ser um pouco lento no gatilho, "Boneco do Mal" consegue convencer por conta desses aspecos mais técnicos e até surpreender em seu desfecho, que foge um pouco do esperado.

Uma boa pedida para fãs de terror e suspense que quiserem se distrair, e uma escolha satisfatória para consumidores iniciantes desse gênero tomarem alguns sustos.

Tempestade de Areia | Trailer oficial e sinopse

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Das telonas às telinhas | Confira algumas histórias de filmes que viraram séries

Primeiro foram 13 elaborados livros cuja história começou a ser contada no cinema. "Desventuras em Série", inspirado na história criada por Lemony Snicket, estreou no Brasil em 2005, trazendo apenas uma parte de todos os incidentes vividos pelos irmãos Baudelaire. E agora, 12 anos depois, mais uma vez essas linhas vão extrapolar as páginas e virar roteiro de audiovisual, por meio da nova série assinada pelo Netflix.

Mas, "A Series of Unfortunate Events" está longe de ser o primeiro roteiro a ganhar uma extensão por meio da televisão - ou do streaming, no caso. É claro, também, que alguns fizeram o caminho contrário: de série, viraram filmes, como é o caso de Prison Break, por exemplo. 

Pra comemorar esse lançamento, lembramos aqui algumas das adaptações mais recentes — e outras nem tanto — que estão entre as nossas favoritas.

Ash vs Evil Dead

Por Carlos Augusto Ferraro

"Ash vs Evil Dead" é tudo o que os fãs poderiam esperar de um seriado baseado na franquia Uma Noite Alucinante. O programa é uma espécie de continuação dos filmes, trazendo o retorno de Ash e sua interminável luta contra os terríveis deadites

O programa tem a mesma pegada dos filmes, misturando humor e terror, isso sem poupar nem uma gota de sangue. Ponto para a produção que entrega maquiagens e efeitos especiais de alta qualidade. 

Bruce Campbell segue perfeito como Ash, conferindo aquele jeito canastrão que criou uma amalgamação quase que inseparável entre ator e personagem. Também vale destacar os novatos Ray Santiago (Pablo) e Dana DeLorenzo (Kelly), além da bela Lucy Lawless (lembram da Xena, A Princesa Guerreira?) que completam o elenco principal com muita qualidade. 

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A razão de "Ash vs Evil Dead" funcionar tão bem é a maneira como o show expande a mitologia da franquia cinematográfica explorando novas narrativas e se aprofundando em elementos recorrentes da franquia, como o Necronomicon (o livro dos mortos).

Highlander

Por Carlos Augusto Ferraro

Tudo o que "Highlander: O Guerreiro Imortal" tinha de incrível foi sumariamente destruído com a chegada do segundo filme. O roteiro atrapalhado e as inventices da trama arruinaram a mística criada pelo clássico cult de 1986.

Porém, a magia do filme acabou ressuscitando em outra mídia. Pegando o gancho do que foi apresentado no primeiro filme e desconsiderando totalmente as atrocidades do segundo filme, a série aproveita as coisas que funcionavam na película - luta de espadas, magia e trilha sonora do Queen - e expande para algo muito maior. 

No filme, fomos apresentados a Connor MacLeod (Christopher Lambert), um guerreiro escocês que descobre ser imortal e deve lutar combater outros como ele, para não perder a cabeça na luta pelo prêmio final (mortalidade).

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No seriado, descobrirmos que Connor tem um primo, Duncan MacLeod que também é um Imortal, sendo que o programa acompanha a jornada de Duncan, conforme ele descobre mais sobre a mitologia dos Imortais e do Jogo (como é chamada a guerra entre Imortais em busca do prêmio final).

A série deu certo em vários aspectos e além de seis temporadas ainda rendeu dois spin-offs (um para a internet) dois filmes.

Os 12 Macacos

Por Lu Belin

Muitas possibilidades ficaram em aberto e perguntas seguiram sem resposta nas idas e vindas de James Cole pelo tempo e pelo mundo. É por isso que a galera do Netflix decidiu que a história de "Os 12 Macacos" precisava continuar - 20 anos depois da estreia internacional do filme estrelado por Bruce Willis

Na película dirigida por Terry Gilliam, Cole é um solitário viajante do tempo vindo do ano de 2035, de onde traz notícias de uma terra devastada. Ele chega ao passado com a missão de impedir alguns fatos que levaram à quase extinção da raça humana.

Chegando nos tempos atuais, ele encontra a dra. Cassandra Railly (ou Kathryn Railly, interpretada por Madeleine Stowe) que pode ajudá-lo, ainda que contra à vontade, a impedir que um terrível vírus seja espalhado e, para isso, encontrar o Exército dos 12 Macacos.

A adaptação do filme, que é até hoje muito bem avaliado, deixou muita gente decepcionada - embora eu particularmente ache suficientemente divertida. Com Aaron Stanford na pele de Cole e Amanda Schull no papel de Dra. Cassandra, a série expande a narrativa para contar um pouco mais sobre como é esse futuro, ao mesmo tempo em que explora os paradoxos temporais e amplia a capacidade de Cole de passear pelo passado.

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Dentro desse universo futurístico, novas rivalidades são criadas, novos grupos e facções. Outros personagens são introduzidos e antigos ganham novas e aprofundadas histórias, além de a própria capacidade de ir e vir pelos anos afora ser ampliada para muito mais viagens.

Stanford até poderia ter se dado bem no papel, mas convenhamos, não é fácil competir com ninguém menos que Bruce Willis, então acaba deixando a desejar nesse sentido. Alguns aspectos do roteiro e do próprio personagem ficam devendo, mas é uma adaptação divertida, embora não muito consistente.

A série começou recentemente e a Netflix soltou a segunda temporada não tem muito tempo. Agora é ver se engata já que a primeira vem sendo bem criticada. 

Buffy - A Caça-Vampiros

Por Lu Belin

Uma das personagens femininas mais inspiradoras, engraçadas, sexys e matadoras da história da televisão saiu, acreditem, de um filme. Muita gente não sabe, mas cinco anos antes da série ser concebida, em 1997, Buffy foi personagem de um filme, em 1992, que trazia o mesmo título: "Buffy - A Caça-Vamiros".

Intepretada por Kristy Swanson, no longa-metragem o roteirista Joss Whedon revela o início da história da estudante de ensino médio líder de torcida quando ela descobre que é muito mais do que uma menina comum. Uma série incrível que vem nos proporcionando gifs engraçados desde os anos 90

Ela na verdade herda uma força e uma habilidade incríveis de caçar vampiros - e toda a sorte de outras criaturas demoníacas. Na série, Buffy (Sarah Michelle Gellar) tem a ajuda dos amigos Xander (Nicholas Brendon) e Willow (Alyson Hannigan) e do professor Rupert Giles (Anthony Head) para enfrentar cada uma das mirabolantes criaturas que aparecem vindas de sei lá onde, enquanto lida com seus dilemas adolescentes e com seus amores - ou amor pelo vampiro Angel, que, por sinal também teve sua história contada em um spin-off.

O resultado é uma série meio dramática, meio suspense, meio adolescente, com uma composição extremamente trash, porém divertidíssima.

Um Drink no Inferno

Por Fábio Jordão

Robert Rodriguez é um cara que ganhou seu respeito lá na década de 1990 com filmes como “O Mariachi”, “A Balada do Pistoleiro” e, claro, “Um Drink no Inferno”. Esse último ganhou atenção especial na época e até hoje é considerado um grande título de terror.

Com o toque especial de Quentin Tarantino no roteiro (e como um dos protagonistas) e George Clooney no papel principal, o longa se destaca até hoje pelo tom excessivo de palavrões, ação, sangue e cenas divertidas. A produtora até tentou aproveitar o embalo para mais continuações cinematográficas, mas a mudança na produção causou grandes prejuízos.

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Quase duas décadas depois, o próprio Rodriguez resolveu voltar a este universo, entregando ao público uma história bastante similar com a do filme, mas recheada de efeitos especiais e com espaço para desenvolver muito melhor a história. Os irmãos Seth e Richie voltam a cometer crimes pesados e acabam presos no velho bar frequentado pelos vampiros. 

A série que recebe o mesmo título do longa original estreou no Netflix e chamou a atenção com um elenco competente, que inclui nomes como DJ Cotrona, Zane Holtz, Eiza González e Jesse Garcia. É interessante que muito do clima do filme foi mantido, então tanto fãs antigos quanto novos espectadores são bem-vindos neste universo de crimes, trevas e loucuras.

Westworld

Por Fábio Jordão

Muita gente que está acompanhando — ou que viu alguma coisa — da recente série da HBO sequer imagina que a obra de Jonathan Nolan e Lisa Joy é baseada em um filme homônimo lá de 1973. Pois é, apesar de tomar um rumo completamente diferente do longa-metragem de Michael Crichton, a série aproveita vários conceitos do título cinematográfico.

Na história de “Westworld – Onde Ninguém, Tem Alma”, somos levados para um futuro em que androides imitam perfeitamente os comportamentos e trejeitos dos seres humanos, servindo como anfitriões de um parque de diversões com vários cenários. Quer viver uma aventura no mundo medieval, na antiga roma ou no velho oeste? Tudo é possível neste lugar!

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A série da HBO pega a linha de um futuro pautado em tecnologias utópicas e joga o espectador para conhecer os perigos de um verdadeiro cenário de faroeste. Com um sistema repleto de possibilidades, esta obra televisiva mostra como é possível transformar uma ótima ideia (o roteiro do filme já era interessante) em algo meticuloso, emocionante e bastante intrigante.

Nesta série, o público é levado para dentro do parque, onde vai começar a compreender como funcionam as emoções humanas, um pouco do mundo robótico e também os perigos que residem no limite entre a ficção e a realidade. No elenco tem nomes como Anthony Hopkins, Ed Harris, Rodrigo Santoro, Ben Barnes e Evan Rachel Wood. Simplesmente, imperdível!

Highlander: O Guerreiro Imortal | Trailer original e sinopse

Connor MacLeod (Christopher Lambert), um jovem guerreiro escocês do século XVI, descobre que faz parte de um grupo místico de seres Imortais e que deve tomar parte em uma disputa épica pela cabeça dos outros Imortais, sendo que o prêmio final é a própria mortalidade.