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Crítica Um Espião e Meio | Se fosse nas Olímpiadas, ganharia medalha de bronze

As Olímpiadas de verão estão acontecendo e bombando no Rio de Janeiro. Milhares de atletas de todos os cantos do globo estão na cidade maravilhosa competindo pela tão sonhada medalha olímpica. Influenciado pelo espírito olímpico resolvi traçar um paralelo entre os jogos e o novo filme dos astros Dwayne “The Rock” Johnson e Kevin Hart: Um Espião e Meio. 

A dupla vem em busca da medalha de ouro na categoria Comédia, mas será que o esforço dos atletas, digo, dos atores vale o lugar mais alto do pódio? Vamos analisar o desempenho deles individualmente, em equipe, da sua comissão técnica, e, ao final, descobrir a resposta. 

Um Espião e Meio (Central Intelligence) conta a história de Bob Stone, personagem de Dwayne Johnson, um espião da CIA que, antes de se tornar um super agente secreto, sofria com bullying na época da escola por ser gordo. Gordo mesmo, daquele estilo que precisa de prótese Vovózona. Para resolver um novo caso, ele recorre a ajuda de daquele que considera seu único verdadeiro amigo do colegial – papel de Kevin Hart. 

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Com seu carisma natural, o qual conquistou milhões de fãs ao longo de sua carreira, The Rock trabalha o simples e o básico para interpretar o protagonista, ao seu melhor estilo brutamontes cômico. O ator se diverte no papel, investindo “pesado” na ideia de misturar os dois gêneros que o consagrou no cinema (comédia e ação), rindo até mesmo de si mesmo. 

Já Kevin Hart, apesar de uma boa sintonia e entrosamento com seu parceiro, não tem o mesmo magnetismo. Ele impõe uma preponderância corporal e de expressões em sua atuação, fato que particularmente me irrita em muitas passagens. Longe de ser um Chris Tucker dos ótimos A Hora do Rush, o qual era mestre nessa forma de atuação mais forçada, Hart exibe mais artificialidade do que naturalidade. 

O diretor Rawson Marshall Thurber, conhecido por outras comédias como Família do Bagulho e Com a bola toda, traz para Um Espião e Meio a vertente do bullying e suas consequências, e, em vários momentos flerta com piadas politicamente (in)corretas, tentando passar algum tipo de mensagem mais séria no longa. O vício das redes sociais é um exemplo, o qual é bastante explorado, rendendo uma ou duas gargalhadas. 

No conjunto da obra, Um Espião e Meio tem várias cenas engraçadas, e cativa com a química da dupla de comediantes, em especial de Dwayne Johnson. Várias participações especiais – do tipo “olha quem tá aí” – de outros atores e atrizes famosos também contribuem para dar um polimento especial no produto final, porém sem fugir do pipocão. 

Entre os filmes galhofeiros, grupo que carece de outras opções ultimamente, o longa consegue vantagem como um dos poucos atrativos do estilo em cartaz nessa competição, porém sem potência necessária para a disputa de ouro e prata. Se fosse nas Olímpiadas, Um Espião e Meio ganharia medalha de bronze na categoria comédia.

No ritmo das Olimpíadas: confira 10 filmes de esportes no Telecine Play

Neste exato momento, o Rio de Janeiro atrai a atenção de todo o mundo por um motivo muito simples: as Olimpíadas de 2016. Durante todo o dia, os amantes do esporte têm diversas competições para acompanhar – e, aproveitando esse momento, o Telecine Play destacou 10 filmes da sua plataforma.

Todos eles contam com histórias que envolvem alguma modalidade esportiva, como o boxe, atletismo, golfe, basquete e muito mais. Para saber mais sobre esses títulos, basta continua lendo esta notícia. Caso você queira acessar o Telecine Play, clique aqui.

Touro Indomável

O filme dirigido por Martin Scorsese mostra a trajetória do pugilista Jake LaMotta (Robert De Niro), conhecido como o Touro do Bronx. Ídolo dentro do ringue, o lutador sobe na carreira com a mesma rapidez com que sua vida particular se degrada. O irmão e empresário Joey, a mulher do atleta, Vickie, e todos que o cercam são afetados pelo comportamento autodestrutivo dele.

Rocky, Um Lutador

Rocky Balboa (Sylvester Stallone), lutador de boxe ainda desconhecido nos grandes ringues, ganha a grande chance de lutar contra o campeão mundial de pesos pesados Apollo Creed. Considerando a grande oportunidade de sua vida, Rocky passa a treinar com muita dedicação para conquistar a vitória.

Invencível

Durante a Segunda Guerra, o avião com o atleta e soldado Louis Zamperini (Jack O'Connell) cai no oceano por uma falha na turbina. Ele luta para se manter vivo tendo que enfrentar inúmeros riscos até ser capturado por japoneses. No campo de prisioneiros, Louis enfrentará os terrores do Sargento Watanabe.

Leia a crítica do filme Invencível.

O Melhor Jogo da História

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O filme conta a história real de Francis Ouimet, jovem de 20 anos que venceu o torneio US Open de Golfe, em 1913. Na ocasião, ele derrotou Harry Vardon, seu maior ídolo e um dos favoritos a ganhar a competição. Francis foi o mais jovem jogador a ganhar a competição até então.

Jogada Certa

Leslie Wright (Queen Latifah) conseguiu o emprego da sua vida: ser a fisioterapeuta de um astro de basquete. Excelente profissional, ela não só consegue devolvê-lo às quadras, como também mexer com seu coração. Mas, para conseguir conquistá-lo de vez, precisará afastar um único obstáculo: sua bela amiga Morgan.

Jogada Decisiva

Jake, há 15 anos na prisão pela morte da mulher, ganha a suspensão de sua pena com a condição de que convença seu filho, o melhor atleta da liga escolar americana de basquete, a escolher a universidade do estado como seu destino acadêmico.

McFarland dos EUA

Depois de perder o emprego como treinador de futebol, Jim White (Kevin Costner) se muda para uma pequena cidade da Califórnia. Lá, ele descobre alguns talentos do atletismo e tem a missão de transformar um grupo de jovens em campeões.

A Grande Vitória

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Criado pela mãe e pelo avô, Max Trombini teve uma infância humilde e complicada. Em Ubatuba, sua cidade natal, ele se envolveu em diversos problemas. Através do judô, Max consegue construir uma carreira, que o transforma em um dos principais técnicos do esporte.

Contra a Maré

Yann Kermadec tem a chance de realizar seu sonho ao substituir seu amigo em uma corrida de veleiros ao redor do mundo. Quando para em uma cidade para consertar um problema no painel, descobre que um adolescente entrou escondido no barco. Agora, ele pode ser desclassificado pela presença do menino.

Meninos de Kichute

Nos anos 70, Beto é um garoto que sonha em ser goleiro de futebol. Ele vive em uma cidade do interior e, para realizar seu sonho, terá que enfrentar o pai autoritário, que considera a competição um pecado. Mas Beto não vai desistir tão fácil e vai contar com a ajuda da sua vizinha, Dona Leonor.

Você tem outras sugestões de filmes emocionantes sobre esportes? Deixe seu comentário e compartilhe suas dicas com todos :)

Crítica do filme Sobre Café e Cigarros | Muita fumaça, pouco sabor

O pessoal da nossa redação adora um bom café, principalmente quando combinado com um filme de qualidade — não é por acaso que o nome do site é Café com Filme.

Curiosamente, há alguns projetos cinematográficos que são pautados sobre conversas em cafeterias e que apresentam o café como um elemento central. O filme “Sobre Café e Cigarros” entra nesta restrita lista, sendo elogiado por muita gente.

Como o título sugere, o filme trata desses dois produtos viciantes, os quais são características básicas para o desenvolvimento de 11 pequenas histórias. Com direção de Jim Jarmusch, esta obra é como uma compilação de curta-metragens que não se conectam de forma alguma, exceto pelo fato de que mostram personagens consumindo cafeína e nicotina.

Todo filmado em preto e branco, os esquetes abordam diálogos diversos, que tratam desde fatos cotidianos, até discussões sobre Abbott & Costello, as invenções de Nikola Tesla, a cidade de Paris na década de 1920, rock e outros tantos assuntos. O destaque para a obra fica por conta do elenco, que se destaca com Bill Murray, Iggy Pop, Tom Waits e Roberto Benigni.

Mais cigarro do que café

Levando em conta “Sobre Café e Cigarros” é uma composição de curta-metragens, seria bastante lógico avaliar cada trecho separadamente. Todavia, o diretor conseguiu uma sintonia entre os segmentos, criando uma obra conexa. Isso também nos permite fazer comentários abrangentes, sobre as ideias abordadas no todo.

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Com roteiros bem fracos, que geralmente não chegam a lugar algum, Jarmusch apenas cria estereótipos sobre pessoas que consomem café e cigarros, mas não entrega nada de surpreendente nas histórias. A criação de um curta de quase cinco minutos sem qualquer pauta para o desenvolvimento de uma conversa chega a beirar o ridículo.

Felizmente, entre tantas conversas, há uma ou outra que resultam em alguma frase memorável, ressaltando a possibilidade de diálogos inteligentes. Os cenários ajudam nos esquetes, mas a similaridade entre eles talvez não seja tão benéfica. Há elementos muito parecidos, tanto na composição quanto na disposição dos elementos.

Talvez, o diretor não goste muito de café e não teve sua criatividade aguçada para desenvolver melhor as tramas

O uso de famosos com seus nomes verdadeiros interpretando suas respectivas personalidades de estrelas de Hollywood também não agrega à construção dos diálogos, mas apenas serve para ressaltar a falta de propósito dos curtas. Tudo parece muito encenado e pouco convincente, deixando o desenvolvimento um pouco engessado.

Além dos roteiros pouco criativos, “Sobre Café e Cigarros” ainda sofre com a falta de fidelidade à temática. A cafeína e a nicotina estão presentes em boa parte dos esquetes, mas há casos em que isso não se faz evidente ou que simplesmente o diretor trocou o café por um chá. Pior é que só tem um ou outro caso em que vemos algum debate sobre esses produtos viciantes.

Experimental e um tanto sacal

Eu adoro produções experimentais, quando elas são divulgadas como tais e entregam o fator experimental. No caso de “Sobre Café e Cigarros”, a expectativa vai muito além de um simples trabalho decorrente de aulas de audiovisual, ainda mais levando em conta o diretor que tem carreira datada lá da década de 1980 e um elenco com grandes nomes.

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Acontece que há aqui uma grande discrepância entre expectativa e resultado apresentado para o espectador. Em uma analogia simples, seria mais ou menos como ir à cafeteria para saborear um delicioso café com grãos selecionados e acabar experimentando um café fraco e até gelado.

A simplicidade na direção não é uma característica que prejudica o resultado, mas a falta de inovação entrega um café fraco ao consumidor. Câmeras estáticas com enquadramentos simples focam bastante nos personagens, sendo que há poucas inserções de cenas com visão superior para mostrar as xícaras de café. Monotonia e falta de inovação são constantes.

Aliás, considerando o fator experimental, não faria mal testar outros ângulos. Aproveitar posicionamentos de câmera com maior destaque aos elementos centrais — e não somente aos diálogos vazios — certamente deixariam o filme mais apetitoso para mostrar a importância desses dois produtos e como eles impactam os personagens.

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Se “Sobre Café e Cigarros” fosse um projeto para conclusão de uma disciplina num curso superior, o resultado seria aceitável, mas levando em conta a comercialização da obra, o resultado fica aquém do esperado, sendo perceptível até erros de continuidade. A parte de arte não é ruim, mas, no geral, este é um café sem gosto e mal preparado.

Crítica do filme Negócio das Arábias | Tudo acontece, Babaganuche

O trailer de “Negócio das Arábias” – e também o título do filme – pode ter deixado você um tanto encucado com o rumo que essa história poderia tomar no cinema.

As poucas dicas do vídeo apenas nos informam que Alan Clay (Tom Hanks), um homem de negócios, foi para a Arábia Saudita na tentativa de arrumar sua vida financeira.

Acontece que, ao acompanhar a história mais de perto, percebemos que o roteiro vai muito além dessas questões. Na cidade de Jeddah, longe da realidade dos Estados Unidos, ele realiza várias tentativas para conseguir dinheiro, provar para sua filha que ele é um homem capaz e, talvez, realizar algo surpreendente em sua vida.

Só que o mundo neste mar de areia pode ser mais doido do que Clay imagina para uma viagem de negócios. Ele se depara com pessoas muito diferentes, bem como com ambições e peculiaridades que não imaginava. “Negócio das Arábias” é assim, um filme de pluralidade com roteiro inesperado e diversão pontual que mostra formas distintas de encarar a vida.

Bagunça com bom humor

O roteiro de “Negócio das Arábias” é bastante simples. A ideia vem do livro “Um Holograma para o Rei”, que trata justamente do tal negócio que o protagonista vai fazer com um dos líderes da região lá nas Arábias. A tradução do título para o português faz bastante sentido, uma vez que o nome do livro talvez ficasse um pouco confuso na divulgação do filme.

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Acontece que entre o argumento básico e a execução do longa-metragem há um mar de coisas. Alan Clay vai para o Oriente Médio com um objetivo bem simples. Todavia, conforme você pode ver no trailer, o rei não é uma pessoa muito acessível. A forma como isso é apresentado dá a entender que as coisas funcionam de uma maneira bem alternativa por lá.

Pessoas desinformadas, problemas de comunicação, limitações no ambiente de trabalho, areia, falta de recursos, lugares enormes, vestimentas, mais areia, calor absurdo, proibição de bebidas alcóolicas, costumes, locais públicos para execuções e areia que não acaba mais. Tudo isso contribui para deixar Clay um pouco irritado, cansado e desorientado neste mundão. As piadas, o ritmo do filme e a trilha, por outro lado, mostram que nem tudo é o fim do mundo.

Enfim, com as tantas dificuldades para encontrar o rei, o executivo de vendas resolve aproveitar o tempo vago para explorar o deserto. Ele conta com a ajuda de Yousef (Alexander Black) para fazer esse tour pelas arábias. O ator coadjuvante — ainda um novato em longa-metragens — interpreta um árabe bem engraçado e se mostra bem versátil para contracenar com Tom Hanks. As falas de um completam a do outro, o que garante dinamismo na trama.

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A presença de outros personagens como a doutora Zahra (Sarita Choudhury, que você talvez conheça de “Jogos Vorazes” ou da série “Homeland”) e da colega Hanne (Sidse Babett Knudsen) ajudam a diversificar a trama. O protagonista vai da areia à balada, da balada ao consultório médico, do consultório a um edifício em construção. É uma verdadeira salada-mista, mas as piadas pontuais acabam deixando o passeio pelas Arábias bem divertido.

Dê uma chance para o diferente

Tão importante quanto a trama principal é a construção de uma segunda temática dentro do filme. Apesar de mostrar um protagonista bastante exausto por conta dos problemas da vida pessoal, que não parecem ser facilmente resolvidos com a viagem para as Arábias, o longa faz questão de desenvolver algumas ideias em segundo plano que acabam sendo bem válidas e pouco comuns.

Tom Hanks mostra novamente seu talento, sendo o cara isolado no meio de um universo peculiar, que apresenta temas que podem deixar a plateia relutante

O roteiro aproveita vários cenários para desconstruir a visão que muitos têm do Oriente Médio. Com o foco nas grandezas da região, nos monumentos, nas peculiaridades do povo e em vários costumes que destoam do que acontece no Ocidente, o filme consegue passar uma visão muito otimista, sem deixar de pautar algumas regras e práticas um tanto questionáveis.

Alguns temas latentes centralizam nas limitações impostas às mulheres, que são submissas e sofrem muito diante de leis tão rígidas. São características incabíveis para muitos espectadores, ainda mais em sociedades como a nossa que tentam justamente obter a igualdade de direitos. A história ainda aborda outros problemas que são tapados com a peneira, como a questão da mão de obra filipina.

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A escolha de Tom Hanks para explorar esse mundo foi um passo na direção certa. O ator mostra novamente sua competência em levar um filme todo nas costas, sendo o cara isolado no meio de um universo bem peculiar. A bagunça para fazer o personagem passar por tantas situações bizarras talvez foi um pouco desnecessária, mas no fim, com o talento de Hanks, o título surpreende.

Apesar de deixar a plateia um tanto relutante sobre a cultura distinta, a obra de Tom Tykwer (“A Viagem” e “Sense 8”) é mais um convite do que uma crítica ao diferente. Com o exemplo de Alan Clay, o longa-metragem “Negócio das Arábias” mostra que é sempre importante correr atrás da felicidade, seja viajando, tentando novamente, aproveitando as pequenas coisas. Isso sim é o verdadeiro negócio, seja nas Arábias ou em qualquer lugar do mundo.

Crítica do filme Dois Caras Legais | Detetives, anos 70 e boas risadas

Estamos em Los Angeles, 1977. Um garoto de pijamas recolhe seu cachorro para dentro de casa e verifica se todos estão dormindo, para se esgueirar debaixo da cama de seu pai e dar uma folheada numa revista pornográfica.

Em instantes, somos surpreendidos por um carro desgovernado atravessando a sala de estar. O garoto corre para tentar entender o que aconteceu, apenas para encontrar a mesma atriz pornô da revista que ele acabou de ver. Nua, ensanguentada e com um carro carissimo em chamas, suas últimas palavras são "Gostou do meu carro, garotão"?

Essa abertura nos introduz perfeitamente a alguns dos principais temas do filme: indústria pornográfica, mortes, carros velozes, situações absurdas e mistério. “Dois Caras Legais”, é uim filme que não é exatamente sobre detetives particulares, de ação ou comédia, mas possui todos esses elementos utilizados nos momentos certos.

O roteiro foi escrito por Anthony Bagarozzi e Shane Black em 2001, esse último também responsável pela direção e que dirigiu anteriormente “Homem de Ferro 3”, além de roteiros de clássicos como a quadrilogia Máquina Mortífera.

Troca de identidades, poluição do ar, corrupção politíca e assassinatos obscuros permeiam a trama

Os “Dois Caras Legais” do título são apresentados aos poucos. A construção dos personagens é lenta, mas progressiva, até culminar na trama principal, então isso pode desagradar os mais impacientes. E eles estão longe de serem caras legais de fato.

Jackson Healey, interpretado por Russell Crowe, sempre excelente e com um esforço quase nulo para entrar em qualquer papel, agora velho e bem acima do peso ideal, o que torna o personagem ainda mais convincente. Healey é uma espécie de capanga, ganha a vida batendo com um soco inglês em qualquer um que precise de um aviso ou uma lição. Claro que ele recebe para isso, e seus clientes vão desde adolescentes com medo até pais preocupados com a segurança dos filhos.

Então somos apresentados a um detetive particular bêbado e incompetente, mas inexplicavelmente sortudo. Holland March (Ryan Gosling), que aceita procurar o marido de uma velhinha confusa, preocupada com o desaparecimento de seu marido desde seu funeral. Mesmo vendo claramente as cinzas do velho esposo sobre a lareira, ele aceita o dinheiro.

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Diversas situações inusitadas como essa são apresentadas, juntamente com locações de uma Los Angeles repleta de elementos fascinantes. Algumas dessas cenas tem um certo tom de absurdo, e mesmo assim são aceitáveis dentro do contexto geral. Certamente isso se deve ao excelente trabalho de direção e roteiro, que prende o espectador até a conclusão do mistério da trama.

Nostalgia, nudez, muito tiro e algumas risadas oportunas

Enfim, após essa introdução, a história é a seguinte: Amelia (Margaret Qualley), filha de uma funcionária do Departamento de Justiça dos Estados Unidos,  é sequestrada. Sua mãe, Judith Kuttner (Kim Basinger), decide contratar Jackson Healey (Russell Crowe) para investigar o caso.

O trabalho revela-se mais complicado do que o esperado e ele decide dividir a investigação com o atrapalhado Holland March (Ryan Gosling). Ambos descobrem que o caso e a morte da estrela pornô da cena inicial estão de alguma maneira relacionados. Eles então tentam desvendar uma conspiração chocante que atinge até os mais altos círculos do poder.

Vale destacar os outros personagens, como a filha de Holland, Holly (Angourie Rice), que além de ser uma ótima atriz mirim, tem um papel importante dentro do decorrer do caso, sendo diversas vezes uma detetive mais eficaz do que seu pai.

Kim Basinger como Judith Kuttner, quase irreconhecível, e que apesar de não ter tanto tempo em tela, ainda chama atenção pelo excelente trabalho. Poderia seguir citando cada personagem individualmente, mas o ponto é que as escolhas foram muito acertadas e todos colaboram para o conjunto da película ser atraente.

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O filme tem muitos acertos, mas está longe de ser perfeito. Todo o exagero extravagante dos anos 70 está presente, e se isso não for muito sua praia, vai te incomodar muito. A trama é interessante, mas o filme pode cansar pelo tempo de duração (1h 56min), que apesar de não ser tanto assim possui seu próprio ritmo. Além disso, cenas de nudez e armas de fogo sendo disparadas quase o tempo todo são comuns, mas são bem equilibradas com as situações inusitadas já citadas, que invariavelmente vão te fazer rir.

Dunkirk | Novo trailer legendado e sinopse

Do diretor Christopher Nolan (diretor de “Interestelar”, “A Origem” e da trilogia “Cavaleiro das Trevas”) chega o épico thriller de ação Dunkirk. À beira de uma crise, à beira da aniquilação, sobrevivência é vitória!

"Dunkirk" começa com centenas de milhares de tropas britânicas e aliadas cercadas por forças inimigas. Encurralados na praia e com o mar em suas costas, eles enfrentam uma situação impossível à medida que os inimigos se aproximam.