George Clooney - Café com Filme

Das telonas às telinhas | Confira algumas histórias de filmes que viraram séries

Primeiro foram 13 elaborados livros cuja história começou a ser contada no cinema. "Desventuras em Série", inspirado na história criada por Lemony Snicket, estreou no Brasil em 2005, trazendo apenas uma parte de todos os incidentes vividos pelos irmãos Baudelaire. E agora, 12 anos depois, mais uma vez essas linhas vão extrapolar as páginas e virar roteiro de audiovisual, por meio da nova série assinada pelo Netflix.

Mas, "A Series of Unfortunate Events" está longe de ser o primeiro roteiro a ganhar uma extensão por meio da televisão - ou do streaming, no caso. É claro, também, que alguns fizeram o caminho contrário: de série, viraram filmes, como é o caso de Prison Break, por exemplo. 

Pra comemorar esse lançamento, lembramos aqui algumas das adaptações mais recentes — e outras nem tanto — que estão entre as nossas favoritas.

Ash vs Evil Dead

Por Carlos Augusto Ferraro

"Ash vs Evil Dead" é tudo o que os fãs poderiam esperar de um seriado baseado na franquia Uma Noite Alucinante. O programa é uma espécie de continuação dos filmes, trazendo o retorno de Ash e sua interminável luta contra os terríveis deadites

O programa tem a mesma pegada dos filmes, misturando humor e terror, isso sem poupar nem uma gota de sangue. Ponto para a produção que entrega maquiagens e efeitos especiais de alta qualidade. 

Bruce Campbell segue perfeito como Ash, conferindo aquele jeito canastrão que criou uma amalgamação quase que inseparável entre ator e personagem. Também vale destacar os novatos Ray Santiago (Pablo) e Dana DeLorenzo (Kelly), além da bela Lucy Lawless (lembram da Xena, A Princesa Guerreira?) que completam o elenco principal com muita qualidade. 

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A razão de "Ash vs Evil Dead" funcionar tão bem é a maneira como o show expande a mitologia da franquia cinematográfica explorando novas narrativas e se aprofundando em elementos recorrentes da franquia, como o Necronomicon (o livro dos mortos).

Highlander

Por Carlos Augusto Ferraro

Tudo o que "Highlander: O Guerreiro Imortal" tinha de incrível foi sumariamente destruído com a chegada do segundo filme. O roteiro atrapalhado e as inventices da trama arruinaram a mística criada pelo clássico cult de 1986.

Porém, a magia do filme acabou ressuscitando em outra mídia. Pegando o gancho do que foi apresentado no primeiro filme e desconsiderando totalmente as atrocidades do segundo filme, a série aproveita as coisas que funcionavam na película - luta de espadas, magia e trilha sonora do Queen - e expande para algo muito maior. 

No filme, fomos apresentados a Connor MacLeod (Christopher Lambert), um guerreiro escocês que descobre ser imortal e deve lutar combater outros como ele, para não perder a cabeça na luta pelo prêmio final (mortalidade).

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No seriado, descobrirmos que Connor tem um primo, Duncan MacLeod que também é um Imortal, sendo que o programa acompanha a jornada de Duncan, conforme ele descobre mais sobre a mitologia dos Imortais e do Jogo (como é chamada a guerra entre Imortais em busca do prêmio final).

A série deu certo em vários aspectos e além de seis temporadas ainda rendeu dois spin-offs (um para a internet) dois filmes.

Os 12 Macacos

Por Lu Belin

Muitas possibilidades ficaram em aberto e perguntas seguiram sem resposta nas idas e vindas de James Cole pelo tempo e pelo mundo. É por isso que a galera do Netflix decidiu que a história de "Os 12 Macacos" precisava continuar - 20 anos depois da estreia internacional do filme estrelado por Bruce Willis

Na película dirigida por Terry Gilliam, Cole é um solitário viajante do tempo vindo do ano de 2035, de onde traz notícias de uma terra devastada. Ele chega ao passado com a missão de impedir alguns fatos que levaram à quase extinção da raça humana.

Chegando nos tempos atuais, ele encontra a dra. Cassandra Railly (ou Kathryn Railly, interpretada por Madeleine Stowe) que pode ajudá-lo, ainda que contra à vontade, a impedir que um terrível vírus seja espalhado e, para isso, encontrar o Exército dos 12 Macacos.

A adaptação do filme, que é até hoje muito bem avaliado, deixou muita gente decepcionada - embora eu particularmente ache suficientemente divertida. Com Aaron Stanford na pele de Cole e Amanda Schull no papel de Dra. Cassandra, a série expande a narrativa para contar um pouco mais sobre como é esse futuro, ao mesmo tempo em que explora os paradoxos temporais e amplia a capacidade de Cole de passear pelo passado.

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Dentro desse universo futurístico, novas rivalidades são criadas, novos grupos e facções. Outros personagens são introduzidos e antigos ganham novas e aprofundadas histórias, além de a própria capacidade de ir e vir pelos anos afora ser ampliada para muito mais viagens.

Stanford até poderia ter se dado bem no papel, mas convenhamos, não é fácil competir com ninguém menos que Bruce Willis, então acaba deixando a desejar nesse sentido. Alguns aspectos do roteiro e do próprio personagem ficam devendo, mas é uma adaptação divertida, embora não muito consistente.

A série começou recentemente e a Netflix soltou a segunda temporada não tem muito tempo. Agora é ver se engata já que a primeira vem sendo bem criticada. 

Buffy - A Caça-Vampiros

Por Lu Belin

Uma das personagens femininas mais inspiradoras, engraçadas, sexys e matadoras da história da televisão saiu, acreditem, de um filme. Muita gente não sabe, mas cinco anos antes da série ser concebida, em 1997, Buffy foi personagem de um filme, em 1992, que trazia o mesmo título: "Buffy - A Caça-Vamiros".

Intepretada por Kristy Swanson, no longa-metragem o roteirista Joss Whedon revela o início da história da estudante de ensino médio líder de torcida quando ela descobre que é muito mais do que uma menina comum. Uma série incrível que vem nos proporcionando gifs engraçados desde os anos 90

Ela na verdade herda uma força e uma habilidade incríveis de caçar vampiros - e toda a sorte de outras criaturas demoníacas. Na série, Buffy (Sarah Michelle Gellar) tem a ajuda dos amigos Xander (Nicholas Brendon) e Willow (Alyson Hannigan) e do professor Rupert Giles (Anthony Head) para enfrentar cada uma das mirabolantes criaturas que aparecem vindas de sei lá onde, enquanto lida com seus dilemas adolescentes e com seus amores - ou amor pelo vampiro Angel, que, por sinal também teve sua história contada em um spin-off.

O resultado é uma série meio dramática, meio suspense, meio adolescente, com uma composição extremamente trash, porém divertidíssima.

Um Drink no Inferno

Por Fábio Jordão

Robert Rodriguez é um cara que ganhou seu respeito lá na década de 1990 com filmes como “O Mariachi”, “A Balada do Pistoleiro” e, claro, “Um Drink no Inferno”. Esse último ganhou atenção especial na época e até hoje é considerado um grande título de terror.

Com o toque especial de Quentin Tarantino no roteiro (e como um dos protagonistas) e George Clooney no papel principal, o longa se destaca até hoje pelo tom excessivo de palavrões, ação, sangue e cenas divertidas. A produtora até tentou aproveitar o embalo para mais continuações cinematográficas, mas a mudança na produção causou grandes prejuízos.

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Quase duas décadas depois, o próprio Rodriguez resolveu voltar a este universo, entregando ao público uma história bastante similar com a do filme, mas recheada de efeitos especiais e com espaço para desenvolver muito melhor a história. Os irmãos Seth e Richie voltam a cometer crimes pesados e acabam presos no velho bar frequentado pelos vampiros. 

A série que recebe o mesmo título do longa original estreou no Netflix e chamou a atenção com um elenco competente, que inclui nomes como DJ Cotrona, Zane Holtz, Eiza González e Jesse Garcia. É interessante que muito do clima do filme foi mantido, então tanto fãs antigos quanto novos espectadores são bem-vindos neste universo de crimes, trevas e loucuras.

Westworld

Por Fábio Jordão

Muita gente que está acompanhando — ou que viu alguma coisa — da recente série da HBO sequer imagina que a obra de Jonathan Nolan e Lisa Joy é baseada em um filme homônimo lá de 1973. Pois é, apesar de tomar um rumo completamente diferente do longa-metragem de Michael Crichton, a série aproveita vários conceitos do título cinematográfico.

Na história de “Westworld – Onde Ninguém, Tem Alma”, somos levados para um futuro em que androides imitam perfeitamente os comportamentos e trejeitos dos seres humanos, servindo como anfitriões de um parque de diversões com vários cenários. Quer viver uma aventura no mundo medieval, na antiga roma ou no velho oeste? Tudo é possível neste lugar!

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A série da HBO pega a linha de um futuro pautado em tecnologias utópicas e joga o espectador para conhecer os perigos de um verdadeiro cenário de faroeste. Com um sistema repleto de possibilidades, esta obra televisiva mostra como é possível transformar uma ótima ideia (o roteiro do filme já era interessante) em algo meticuloso, emocionante e bastante intrigante.

Nesta série, o público é levado para dentro do parque, onde vai começar a compreender como funcionam as emoções humanas, um pouco do mundo robótico e também os perigos que residem no limite entre a ficção e a realidade. No elenco tem nomes como Anthony Hopkins, Ed Harris, Rodrigo Santoro, Ben Barnes e Evan Rachel Wood. Simplesmente, imperdível!

Um Drink no Inferno | Trailer oficial e sinopse

Seth (George Clooney) e Richard (Quentin Tarantino) são dois irmãos criminosos que constam na lista dos mais procurados nos Estados Unidos. Após sequestrar um pastor e sua família, a dupla resolve fugir da polícia seguindo caminho para o México.

Só que eles não imaginaivam que, depois de cruzar a fronteira, dariam de cara com uma casa noturna pra lá de sinistra. O local é um antro repleto de prostitutas, bandidos, caminhoneiros e até criaturas das trevas. Entrar pode ser moleza, mas será bem difícil sobreviver até o amanhecer.

Crítica do filme Jogo do Dinheiro | Quem tem medo do mercado financeiro?

A maneira como se organiza o mercado financeiro internacional, as cotações diferentes das mais diversas moedas estrangeiras, os valores de investimentos em ações de empresas de setores variados. Encontrar uma lógica de operação nesse universo da economia não é exatamente uma habilidade que está ao alcance de qualquer pessoa.

Em "Jogo do Dinheiro", o emaranhado e complexo universo das bolsas de valores é explorado a partir da construção de um programa de TV que se dedica a desmistificar Wall Street. Comandado por Patty Fenn (Julia Roberts) e apresentado por um homem que é considerado um verdadeiro “mago do dinheiro”, Lee Gates (George Clooney), a atração Money Monster se utiliza de uma linguagem simplificada e de recursos escrachados para tornar acessíveis os macetes do mercado financeiro.

Com a presença de dançarinas e performers, usando palavrões, sons de chacota e piadas de mau gosto, o personagem de Clooney faz especulações financeiras e dá dicas de investimentos para o público leigo. Quando uma das empresas recomendadas pelo protagonista tem suas ações subitamente desvalorizadas e os investidores perdem 800 bilhões de dólares, um dos atingidos pela queda, o entregador Kyle Budwell (Jack O’Connell) decide jogar a merda no ventilador invadir a emissora ao vivo durante a exibição do programa para escancarar a farsa que é o mercado financeiro.

Universos cruzados

Embora o mote de "Jogo do Dinheiro" seja explorar a duvidosa e ao mesmo tempo escrachadamente fraudulenta organização do mercado financeiro, o longa-metragem nos conduz simultaneamente por um outro mundo: aquele que está por trás das câmeras nos programas de televisão.

Primeiro grande trabalho da atriz Jodie Foster como diretora e roteirizado por Jamie Linden (Querido John) e Alan DiFiore (da série Grimm), o filme é resultado de um minucioso trabalho para mostrar fielmente ao público toda a estrutura de pessoal e equipamentos envolvida na produção de uma atração de TV.

Jogo do Dinheiro

Mas não apenas isso: o longa trabalha a maneira como o que é apresentado pela TV pode ser uma farsa e, ainda assim, influenciar diretamente na vida de milhares ou milhões de pessoas que confiam naquela informação, impactando inclusive o próprio mercado financeiro.

Bem construído, mas devagar

Para contar essa história, Jodie Foster aproveita bem a carta mais importante que tem na manga: essa duplinha lindíssima e de arrasar formada por George Clooney e Julia Roberts. Talentos inquestionáveis e com uma sintonia evidente, os atores carregam o filme nas costas. Particularmente, achei que a personagem de Roberts se destaca e rouba a cena. A atriz está muito confortável no papel – talvez seu melhor trabalho dos últimos anos.

Julia, inclusive, teve um cuidadoso background de pesquisa para desenvolver Patty Fenn, buscando a ajuda de produtoras de televisão e se dando o trabalho de aprender a comandar uma mesa técnica para representar com mais fidelidade a Patty.

O Jogo do Dinheiro

Por falar em técnica, um detalhe bacana sobre "Jogo do Dinheiro" é que as câmeras que aparecem no set de gravação de Money Monster não estão ali apenas de brincadeira. Elas foram de fato utilizadas na gravação de algumas cenas e os cinegrafistas que aparecem não são atores, são cinegrafistas de verdade. Todas as cenas gravadas no estúdio foram filmadas duas vezes: uma sob o ponto de vista dessas câmeras e outra vez com o ângulo das câmeras do cinema. Um trabalho super bem orquestrado.

Mas o que se ganha em qualidade técnica talvez se perca em andamento. O longa demora um pouco para engatar e, em diversos momentos, parece que se arrasta um pouco, não prende muito a atenção do público. O que falta é uma trilha sonora envolvente e melhor alinhada com os momentos de clímax do longa, que quase passam despercebidos. Como suspense, Jogo do Dinheiro não nos deixa sem ar, mas nos coloca para pensar sobre uma série de questões que nos afetam para além do roteiro de ficção.

Uma moral da história que já conhecemos bem

O ponto desta produção é: no jogo do dinheiro, um lado sempre sai perdendo, enquanto outro sempre sai ganhando. E isso cansa, não é justo, causa revolta e uma sensação de impotência. Tanto que o suposto vilão nos desperta uma empatia instantânea: Kyle poderia ser qualquer um de nós que apostou todas as suas economias em um investimento que deveria ser seguro. E perdeu.

O longa de Jodie Foster nos faz pensar um pouco sobre esta forma como o sistema financeiro se organiza e a total e completa falta de controle que temos sobre ele. Pense comigo: do dinheiro que você tem, quanto dele você tem, de fato? E eu nem estou falando de grandes fortunas. Pode ser só aquele restinho de salário que segue persistente na conta do banco depois que todas as contas do débito automático caíram.

Jogo do Dinheiro

É como se ele não existisse materialmente, mas somente no plano das ideias. Como o próprio longa-metragem coloca: são dígitos em um código criptografado de um jeito que você não entende em um servidor que você não sabe onde fica.

E "Jogo do Dinheiro" não é apenas sobre isso, mas sobre como esse mundo do qual não entendemos nos é “traduzido” por meios de comunicação como a TV que não necessariamente fala a verdade.

São questionamentos bem válidos, não são? Vale pensar, vale ver esse longa e curtir bons momentos no cinema. Mas o Ministério do Bom Senso adverte: o que não vale é sair por aí sequestrando apresentadores de televisão! 

Veja fotos e declarações do elenco de Jogo do Dinheiro

O próximo thriller estrelado por George Clooney e Julia Roberts estreia nessa quinta-feira (26/05) e a Sony liberou imagens desse longa que vem nos enchendo de curiosidade desde que foi anunciado. “Jogo do Dinheiro” (Money Monster) traz Clooney como Lee Gates, um apresentador de um programa da TV sobre finanças, e Julia Roberts como sua produtora, Patty.

No filme, ambos são colocados em uma situação extrema quando um investidor revoltado que perdeu tudo (Jack O'Connell) assume à força o controle do estúdio. Durante um tenso impasse transmitido para milhões de pessoas ao vivo na TV, Lee e Patty precisam trabalhar freneticamente contra o relógio para desvendar o mistério por trás de uma conspiração no centro dos atuais mercados globais dinâmicos de alta tecnologia.

Jogo do Dinheiro é o primeiro filme de maior projeção dirigido por Jodie Foster, que, como atriz, ficou conhecida por sucessos como O Silêncio dos Inocentes e O Quarto do Pânico. Como diretora, ela conduziu algumas produções menores e, recentemente, dirigiu episódios dos seriados da Netflix House of Cards e Orange is The New Black. Agora, com Jogo do Dinheiro, Jodie assume de vez seu lugar na cadeira de diretora, com uma história que quer divertir e também fazer o público pensar.

“Eu amo este filme, porque ele tem duas coisas que, às vezes, as pessoas pensam que são opostas. Uma delas é que ele é um thriller convencional que é emocionante, dinâmico, inteligente e, no entanto, ainda tem uma acessibilidade real. E por outro lado, e o que é a razão mais importante para irmos ao cinema, é que você se comove com uma história real. É incrivelmente relevante”, diz a diretora por intermédio da assessoria da Sony. 

Veja o que dizem os atores e produtores

“O mundo do dinheiro ficou fora de controle. Quando as coisas vão mal, você realmente não entende o que é que deu errado – e o cidadão comum se ferra", diz George Clooney, que estrela como o apresentador de um programa de notícias financeiras que fica cara-a-cara com um desses cidadãos comuns que está determinado a responsabilizar alguém, por qualquer meio que seja necessário.

“Jodie nunca alivia a pressão", afirma o produtor Daniel Dubiecki, que produz o filme com sua parceira, Lara Alameddine, e com Clooney e seu sócio, Grant Heslov. "Todo o filme se passa em tempo real enquanto este evento é transmitido ao vivo na televisão - é muito tenso”.

O Jogo do Dinheiro

Quem volta a contracenar com George Clooney é Julia Roberts, que interpreta Patty Fenn, a imperturbável e firme produtora de longa data do programa televisivo Jogo do Dinheiro. “Patty Fenn é uma uber produtora. Ela é polivalente como ninguém – ela é incrível", diz Foster. "Ela é quem dá as cartas no programa e fala no ouvido de Lee Gates para lhe dizer o qual é seu próximo passo. Lee Gates se tornou preguiçoso. Ele não decora suas falas. Ele diz tudo o que lhe vem à cabeça, e ela está lá para se certificar de que o programa transcorrerá sem problemas. Ela sabe como lidar com esse cara imprevisível”.

A amizade na vida real entre Roberts e Clooney contribuiu para a química na tela entre Fenn e Gates. "George Clooney e Julia Roberts se conhecem e cuidam um do outro, mutuamente, e tem numa química imediata e interessante que não teve nada a ver com o meu trabalho. Ela simplesmente existe", explica Foster. "Os dois se sentiam extremamente próximos um do outro. Eles têm essa intensidade, essa ligação e essa comunicação que é fruto dessa intimidade orgânica entre amigos”.

Produção em tempo real

Um fato curioso do filme é que alguns dos cinegrafistas do filme eram cinegrafistas de verdade na vida real. Outro, é que toda a parte que se passa no estúdio de TV foi filmada duas vezes: uma do ponto de vista das câmeras de TV, e depois novamente com as câmeras de cinema. “Nove páginas cheias de diálogos por dia”, conta Clooney. “Você filma tudo isso, e depois, filma tudo novamente para a outra câmera”.

“Toda a gravação de Jogo do Dinheiro foi inteiramente filmada em sequência cronológica, e isso representa quase a totalidade do filme”, afirma Foster. “Esses dois personagens se conhecem no primeiro dia de filmagem pela primeira vez e, à medida que cada cena subsequente se desenrola, eles mudam e sua relação evolui”.

A diretora também teve que incluir na equação toda a arte gráfica em 3D do programa Jogo do Dinheiro. “Contamos com cinco profissionais que criaram toda a arte gráfica. Nós conseguimos fazer com que tudo aquilo aparecesse na tela exatamente como ocorreria num programa de TV ao vivo”.

Curioso para saber mais sobre Jogo do Dinheiro? Confira o trailer! E não deixe de conferir as imagens que a Sony liberou, na galeria abaixo!

Crítica do filme Ave, César! | Piadas internas da indústria

É inegável que Ethan Coen e Joel Coen (também conhecidos como Irmãos Coen) são verdadeiros gênios da indústria cinematográfica. É possível que você não tenha visto nenhum filme deles (ou quem sabe você não curta o estilo), mas é inegável que o portfólio dessa dupla é de cair o queixo.

Com mais de trinta anos de experiência, alguns títulos de sucesso (incluindo aí a direção de “O Grande Lebowski” e o roteiro de “Ponte dos Espiões”) e mostrando versatilidade ao transitar entre vários cargos, os dois apresentam bagagem de sobra para mostrar a indústria ao mundo.

Este é justamente o objetivo em “Ave, César”, nova obra produzida, dirigida e roteirizada pelos Coen. Neste longa, acompanhamos a história do assistente de estúdio Eddie Manix (Josh Brolin), que se vê no meio de um problema sem tamanhos quando alguns malucos denominados apenas como "O Futuro" sequestram o astro de cinema Baird Whitlock (George Clooney).

Sem saber o que fazer e de onde arranjar o dinheiro solicitado para o resgate, ele resolve procurar a ajuda de alguns amigos inusitados da indústria, mas seu dia vai ser muito longo para tentar conseguir manter todos tranquilos sem que ninguém descubra a verdade. Com várias histórias paralelas, o filme tenta exibir um pouco da loucura dos estúdios para a plateia.

Um pouco da verdadeira Hollywood

Ver filmes no cinema é uma experiência maravilhosa e, muitas vezes, impressionante, se considerarmos o valor irrisório que pagamos para tal tipo de entretenimento. Se formos colocar na ponta do lápis, é de ficar boquiaberto que uma obra de tamanha qualidade e capricho (pensando aqui em filmes da mais alta qualidade) possa chegar de forma tão fácil até o público.

No entanto, a produção de um filme demanda dedicação, criatividade, dinheiro e, claro, paixão pela sétima arte. As pessoas que estão por trás nos bastidores sequer são reconhecidas pelo empenho que têm para com a obra. Não apenas no sentido da organização durante às gravações, mas falamos aqui também do rebolado necessário para lidar com as personalidades excêntricas do meio.

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O personagem de Josh Brolin vem justamente para mostrar como a indústria pode ser complicada e até cansativa. O filme “Ave, César!” mistura múltiplas histórias que retratam a produção de vários filmes que são gravados simultaneamente, retratando assim a versatilidade do assistente que precisa se desdobrar para satisfazer os atores, bem como ceder às vontades dos grandes nomes da indústria.

É legal que o filme não fica apenas dentro dos estúdios, mas expande os limites ao levar a história para o lado pessoal, comentando sobre outras possibilidades que alguns personagens poderiam ter fora de Hollywood, algo que, no entanto, nem sempre acontece, já que as pessoas que ali trabalham fazem tudo por paixão (não que o dinheiro não compense, porém poderia ser melhor).

Outra coisa legal do novo filme dos Coen é justamente perceber outras faces da indústria, que precisa maquiar a vida pessoal dos atores — para não haver escândalos — e diversificar (exigindo muito talento dos atores) para levar tanto inovação quanto clichês ao público. Os jornais também aparecem, cumprindo o papel de fofoqueiro, falando da vida imperfeita das celebridades.

Comédia para poucos

Toda essa abordagem interna das produções é algo que colabora para a construção da película. O filme se mostra interessante na maior parte do tempo, ainda mais porque mistura várias tramas e deixa o espectador curioso para saber como tudo isso vai acabar. Só que ele se arrasta bastante para contar os pormenores e interligar tudo.

O pior é que “Ave, César!” chega ao público como uma comédia, mas o estilo de humor aqui é pouco convencional. Em vez de ter cenas com piadas realmente hilárias, a película tenta arrancar algumas gargalhadas com dancinhas (e ótimos rebolados de Channing Tatum), situações bizarras e diálogos regados na base de uma zoeira mais controlada. É claro que é legal ver um Cowboy (Alden Ehrenreich) tentando encarnar um papel diferente, mas isso não é tão engraçado.

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Há sim alguns diálogos bem construídos e que acabam sendo tanto coerentes quanto divertidos — caso das discussões entre estúdio e religiosos, bem como das argumentações dos comunistas. Só que é um estilo de comédia diferente, que talvez agrade alguns poucos cinéfilos, mas que não faz o tipo do público que curte mais filmes escrachados.

Os atores até que colaboram legal para o desenvolvimento de filme, também temos que considerar que estamos falando de um time de peso né, com grandes nomes da cena hollywoodiana. Josh Brolin certamente é o pilar de todo o longa-metragem, fazendo as pontas e mantendo os diálogos sempre coerentes. Atores como George Clooney, Channing Tatum e Scarlett Johansson também são de suma importância, mas os papéis limitados impedem que eles se destaquem, ainda que quando estão em cena são muito competentes.

No fim, o novo dos Coen tenta abraçar o mundo e amarrar várias situações em uma história divertida, mas a falta de sintonia com o público limita a película a contar suas piadas para poucos. É a tal da piada interna, que pode até ter alguma graça, mas que não convence no todo. Vale mais para quem é cinéfilo mesmo...

Jogo do Dinheiro | Trailer legendado e sinopse

No suspense Jogo do Dinheiro, Lee Gates (George Clooney) é uma personalidade bombástica de TV que foi transformado no mago do dinheiro de Wall Street graças ao sucesso de seu programa financeiro. Mas depois de recomendar as ações de uma empresa de tecnologia que misteriosamente entram em colapso; um irado investidor (Jack O’Connell) toma como reféns Gates, sua equipe e sua astuta produtora Patty Fenn (Julia Roberts) durante uma transmissão ao vivo.

Com os desdobramentos transmitidos em tempo real, Gates e Fenn precisam encontrar uma maneira de se manterem vivos enquanto buscam desvendar a verdade por trás de um emaranhado de mentiras e muito dinheiro.