George Clooney - Café com Filme

Spin-off de Onze Homens e Um Segredo trará elenco exclusivamente feminino

A trilogia Onze, Doze e Treze Homens e sei lá quantos segredos se vão a essa altura do campeonato terá um spin-off com elenco de protagonistas exclusivamente feminino. Com estreia prevista para junho de 2018, o longa "Ocean's Eight" deve se chamar "Oito Mulheres e Um Segredo" no Brasil e reunirá um elenco porreta.

Olivia Munn, Cate Blanchett, Dakota Fanning, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Katie Holmes, Sandra Bullock, Sarah Paulson, Mindy Kaling e até mesmo Rihanna, Kim Kardashian West e Kylie Jenner são os principais nomes que vão comandar a produção, que deve inaugurar uma nova franquia. Até a modelo brasileira Adriana Lima deve fazer uma participação.

Gary Ross ("Jogos Vorazes", "Um Estado de Liberdade") assina a direção e também o roteiro, esse ao lado de Olivia Milch.

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O novo longa-metragem vai contar a história de Debbie Ocean (Sandra Bullock), que é irmã de Danny Ocean (George Clooney) e, como o irmão, tem no sangue o jeitinho para aplicar grandes golpes. O alvo da vez é o famoso baile Met Gala, um dos principais eventos daqueles bailes acontecem nos Estados Unidos sob o pretexto de arrecadar fundos mas que gente sabe que só rolam pras celebs exibirem seus vestidões.

Do elenco do Ocean's Eleven, por enquanto, só temos Matt Damon confirmado pra essa nova produção.

Estamos ansiosos? Estamos sim!

Cisne Negro, 500 Dias com Ela e muito mais: veja as últimas novidades da Netflix

Um dos filmes mais queridinhos dos últimos tempos acaba de entrar para o catálogo da Netflix, para quem ainda não teve oportunidade de ver. Estrelado por Natalie Portman – que levou um Oscar de Melhor Atriz pela película, “Cisne Negro” traz também Vincent Cassel, Mila Kunis e Winona Ryder, entre outros nomes importantes, e conta a história de Nina, uma bailarina novaiorquina em uma série de descobertas e desafios. 

Mas, além dessa belezura, outras excelentes produções para os mais diferentes gostos e estilos ingressaram na grade da Netflix. Separamos alguns sucessos e outros menos conhecidos, mas que a gente curte, como dicas para você!

(500) Dias com Ela

Comédia Romântica | 95 min

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Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) está em uma reunião com seu chefe, Vance (Clark Gregg), quando ele apresenta sua nova assistente, Summer Finn (Zooey Deschanel). Tom logo fica impressionado com sua beleza, o que faz com que tente, nas duas semanas seguintes, realizar algum tipo de contato. Sua grande chance surge quando seu melhor amigo o convida a ir em um karaokê, onde os colegas de trabalho costumam ir. Lá Tom encontra Summer. Eles também cantam e conversam sobre o amor, dando início a um relacionamento.

Capitão Phillips

Suspense/ Ação | 214 minutos

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Do diretor de "O Ultimato Bourne" e com Tom Hanks, ganhador do Oscar, no papel principal, Capitão Phillips conta o drama vivido pelo homem que comandava o MV Maersk Alabama. O filme baseado em fatos reais mostra como piratas somalis sequestraram o capitão e conseguiram assaltar um navio de cargo americano - fato inédito nos últimos 200 anos. 

Um Lugar Chamado Notting Hill 

Romance | 124 min

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Um encontro ao acaso entre o proprietário de uma livraria alternativa e uma estrela de Hollywood acaba se transformando em um improvável romance. Estrelado por uma das divas da vida real, Julia Roberts, e por um iniciante Hugh Grant.

Jogos de Poder 

Biografia/ Drama | 104 min 

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Olha aí se não são os dois de novo! Tom Hanks e Julia Roberts juntos em um romance cheio de tensão quando um congressista do Texas provoca uma série de eventos ao conspirar com um agente da CIA. O objetivo?  Ajudar rebeldes afegãos a combater os soviéticos. De brinde, tem Philip Seymour Hoffman, Emily Blunt e ela, a mulher do ano, Amy Adams. 

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Aventura | 118 min

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Primeiro filme da franquia que também só foi até aí - mentira, que tem também o Mar de Monstros e em 2017 parece que finalmente sai A Maldição do Titã -, "Percy Jackson e o Ladrão de Raios" nos introduz aos semideuses mais trapalhões dos tempos modernos: Percy (Logan Lerman) e Annabeth (Alexandra Daddario), além do centauro Grover (Brandon T. Jackson). Elenco belíssimo traz também Sean Bean como Zeus, Pierce Brosnan como Mr. Brunner, Rosario Dawson como Persephone e Uma Thurman como Medusa.

Batman & Robin

Ação/ Aventura | 124 min

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Sim, eles mesmo. A versão de Batman & Robin com George Clooney, Chris O'Donnel, Uma Thurman e Arnold Schwarzenegger agora pode ser vista pelo Netflix! Nela, o homem-morcego tem a ajuda de Robin e da BatGirl para defender Gotham das garras do Sr. Frio e da Hera Venenosa. De quebra, a Netflix também exibe agora "Batman Returns", que foi acrescentado ao catálogo na mesma leva desse último. 

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E aí, já escolheu qual vai ver primeiro? Confere lá na aba de Adicionados Recentemente e boa curtição!

Das telonas às telinhas | Confira algumas histórias de filmes que viraram séries

Primeiro foram 13 elaborados livros cuja história começou a ser contada no cinema. "Desventuras em Série", inspirado na história criada por Lemony Snicket, estreou no Brasil em 2005, trazendo apenas uma parte de todos os incidentes vividos pelos irmãos Baudelaire. E agora, 12 anos depois, mais uma vez essas linhas vão extrapolar as páginas e virar roteiro de audiovisual, por meio da nova série assinada pelo Netflix.

Mas, "A Series of Unfortunate Events" está longe de ser o primeiro roteiro a ganhar uma extensão por meio da televisão - ou do streaming, no caso. É claro, também, que alguns fizeram o caminho contrário: de série, viraram filmes, como é o caso de Prison Break, por exemplo. 

Pra comemorar esse lançamento, lembramos aqui algumas das adaptações mais recentes — e outras nem tanto — que estão entre as nossas favoritas.

Ash vs Evil Dead

Por Carlos Augusto Ferraro

"Ash vs Evil Dead" é tudo o que os fãs poderiam esperar de um seriado baseado na franquia Uma Noite Alucinante. O programa é uma espécie de continuação dos filmes, trazendo o retorno de Ash e sua interminável luta contra os terríveis deadites

O programa tem a mesma pegada dos filmes, misturando humor e terror, isso sem poupar nem uma gota de sangue. Ponto para a produção que entrega maquiagens e efeitos especiais de alta qualidade. 

Bruce Campbell segue perfeito como Ash, conferindo aquele jeito canastrão que criou uma amalgamação quase que inseparável entre ator e personagem. Também vale destacar os novatos Ray Santiago (Pablo) e Dana DeLorenzo (Kelly), além da bela Lucy Lawless (lembram da Xena, A Princesa Guerreira?) que completam o elenco principal com muita qualidade. 

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A razão de "Ash vs Evil Dead" funcionar tão bem é a maneira como o show expande a mitologia da franquia cinematográfica explorando novas narrativas e se aprofundando em elementos recorrentes da franquia, como o Necronomicon (o livro dos mortos).

Highlander

Por Carlos Augusto Ferraro

Tudo o que "Highlander: O Guerreiro Imortal" tinha de incrível foi sumariamente destruído com a chegada do segundo filme. O roteiro atrapalhado e as inventices da trama arruinaram a mística criada pelo clássico cult de 1986.

Porém, a magia do filme acabou ressuscitando em outra mídia. Pegando o gancho do que foi apresentado no primeiro filme e desconsiderando totalmente as atrocidades do segundo filme, a série aproveita as coisas que funcionavam na película - luta de espadas, magia e trilha sonora do Queen - e expande para algo muito maior. 

No filme, fomos apresentados a Connor MacLeod (Christopher Lambert), um guerreiro escocês que descobre ser imortal e deve lutar combater outros como ele, para não perder a cabeça na luta pelo prêmio final (mortalidade).

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No seriado, descobrirmos que Connor tem um primo, Duncan MacLeod que também é um Imortal, sendo que o programa acompanha a jornada de Duncan, conforme ele descobre mais sobre a mitologia dos Imortais e do Jogo (como é chamada a guerra entre Imortais em busca do prêmio final).

A série deu certo em vários aspectos e além de seis temporadas ainda rendeu dois spin-offs (um para a internet) dois filmes.

Os 12 Macacos

Por Lu Belin

Muitas possibilidades ficaram em aberto e perguntas seguiram sem resposta nas idas e vindas de James Cole pelo tempo e pelo mundo. É por isso que a galera do Netflix decidiu que a história de "Os 12 Macacos" precisava continuar - 20 anos depois da estreia internacional do filme estrelado por Bruce Willis

Na película dirigida por Terry Gilliam, Cole é um solitário viajante do tempo vindo do ano de 2035, de onde traz notícias de uma terra devastada. Ele chega ao passado com a missão de impedir alguns fatos que levaram à quase extinção da raça humana.

Chegando nos tempos atuais, ele encontra a dra. Cassandra Railly (ou Kathryn Railly, interpretada por Madeleine Stowe) que pode ajudá-lo, ainda que contra à vontade, a impedir que um terrível vírus seja espalhado e, para isso, encontrar o Exército dos 12 Macacos.

A adaptação do filme, que é até hoje muito bem avaliado, deixou muita gente decepcionada - embora eu particularmente ache suficientemente divertida. Com Aaron Stanford na pele de Cole e Amanda Schull no papel de Dra. Cassandra, a série expande a narrativa para contar um pouco mais sobre como é esse futuro, ao mesmo tempo em que explora os paradoxos temporais e amplia a capacidade de Cole de passear pelo passado.

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Dentro desse universo futurístico, novas rivalidades são criadas, novos grupos e facções. Outros personagens são introduzidos e antigos ganham novas e aprofundadas histórias, além de a própria capacidade de ir e vir pelos anos afora ser ampliada para muito mais viagens.

Stanford até poderia ter se dado bem no papel, mas convenhamos, não é fácil competir com ninguém menos que Bruce Willis, então acaba deixando a desejar nesse sentido. Alguns aspectos do roteiro e do próprio personagem ficam devendo, mas é uma adaptação divertida, embora não muito consistente.

A série começou recentemente e a Netflix soltou a segunda temporada não tem muito tempo. Agora é ver se engata já que a primeira vem sendo bem criticada. 

Buffy - A Caça-Vampiros

Por Lu Belin

Uma das personagens femininas mais inspiradoras, engraçadas, sexys e matadoras da história da televisão saiu, acreditem, de um filme. Muita gente não sabe, mas cinco anos antes da série ser concebida, em 1997, Buffy foi personagem de um filme, em 1992, que trazia o mesmo título: "Buffy - A Caça-Vamiros".

Intepretada por Kristy Swanson, no longa-metragem o roteirista Joss Whedon revela o início da história da estudante de ensino médio líder de torcida quando ela descobre que é muito mais do que uma menina comum. Uma série incrível que vem nos proporcionando gifs engraçados desde os anos 90

Ela na verdade herda uma força e uma habilidade incríveis de caçar vampiros - e toda a sorte de outras criaturas demoníacas. Na série, Buffy (Sarah Michelle Gellar) tem a ajuda dos amigos Xander (Nicholas Brendon) e Willow (Alyson Hannigan) e do professor Rupert Giles (Anthony Head) para enfrentar cada uma das mirabolantes criaturas que aparecem vindas de sei lá onde, enquanto lida com seus dilemas adolescentes e com seus amores - ou amor pelo vampiro Angel, que, por sinal também teve sua história contada em um spin-off.

O resultado é uma série meio dramática, meio suspense, meio adolescente, com uma composição extremamente trash, porém divertidíssima.

Um Drink no Inferno

Por Fábio Jordão

Robert Rodriguez é um cara que ganhou seu respeito lá na década de 1990 com filmes como “O Mariachi”, “A Balada do Pistoleiro” e, claro, “Um Drink no Inferno”. Esse último ganhou atenção especial na época e até hoje é considerado um grande título de terror.

Com o toque especial de Quentin Tarantino no roteiro (e como um dos protagonistas) e George Clooney no papel principal, o longa se destaca até hoje pelo tom excessivo de palavrões, ação, sangue e cenas divertidas. A produtora até tentou aproveitar o embalo para mais continuações cinematográficas, mas a mudança na produção causou grandes prejuízos.

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Quase duas décadas depois, o próprio Rodriguez resolveu voltar a este universo, entregando ao público uma história bastante similar com a do filme, mas recheada de efeitos especiais e com espaço para desenvolver muito melhor a história. Os irmãos Seth e Richie voltam a cometer crimes pesados e acabam presos no velho bar frequentado pelos vampiros. 

A série que recebe o mesmo título do longa original estreou no Netflix e chamou a atenção com um elenco competente, que inclui nomes como DJ Cotrona, Zane Holtz, Eiza González e Jesse Garcia. É interessante que muito do clima do filme foi mantido, então tanto fãs antigos quanto novos espectadores são bem-vindos neste universo de crimes, trevas e loucuras.

Westworld

Por Fábio Jordão

Muita gente que está acompanhando — ou que viu alguma coisa — da recente série da HBO sequer imagina que a obra de Jonathan Nolan e Lisa Joy é baseada em um filme homônimo lá de 1973. Pois é, apesar de tomar um rumo completamente diferente do longa-metragem de Michael Crichton, a série aproveita vários conceitos do título cinematográfico.

Na história de “Westworld – Onde Ninguém, Tem Alma”, somos levados para um futuro em que androides imitam perfeitamente os comportamentos e trejeitos dos seres humanos, servindo como anfitriões de um parque de diversões com vários cenários. Quer viver uma aventura no mundo medieval, na antiga roma ou no velho oeste? Tudo é possível neste lugar!

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A série da HBO pega a linha de um futuro pautado em tecnologias utópicas e joga o espectador para conhecer os perigos de um verdadeiro cenário de faroeste. Com um sistema repleto de possibilidades, esta obra televisiva mostra como é possível transformar uma ótima ideia (o roteiro do filme já era interessante) em algo meticuloso, emocionante e bastante intrigante.

Nesta série, o público é levado para dentro do parque, onde vai começar a compreender como funcionam as emoções humanas, um pouco do mundo robótico e também os perigos que residem no limite entre a ficção e a realidade. No elenco tem nomes como Anthony Hopkins, Ed Harris, Rodrigo Santoro, Ben Barnes e Evan Rachel Wood. Simplesmente, imperdível!

Um Drink no Inferno | Trailer oficial e sinopse

Seth (George Clooney) e Richard (Quentin Tarantino) são dois irmãos criminosos que constam na lista dos mais procurados nos Estados Unidos. Após sequestrar um pastor e sua família, a dupla resolve fugir da polícia seguindo caminho para o México.

Só que eles não imaginaivam que, depois de cruzar a fronteira, dariam de cara com uma casa noturna pra lá de sinistra. O local é um antro repleto de prostitutas, bandidos, caminhoneiros e até criaturas das trevas. Entrar pode ser moleza, mas será bem difícil sobreviver até o amanhecer.

Crítica do filme Jogo do Dinheiro | Quem tem medo do mercado financeiro?

A maneira como se organiza o mercado financeiro internacional, as cotações diferentes das mais diversas moedas estrangeiras, os valores de investimentos em ações de empresas de setores variados. Encontrar uma lógica de operação nesse universo da economia não é exatamente uma habilidade que está ao alcance de qualquer pessoa.

Em "Jogo do Dinheiro", o emaranhado e complexo universo das bolsas de valores é explorado a partir da construção de um programa de TV que se dedica a desmistificar Wall Street. Comandado por Patty Fenn (Julia Roberts) e apresentado por um homem que é considerado um verdadeiro “mago do dinheiro”, Lee Gates (George Clooney), a atração Money Monster se utiliza de uma linguagem simplificada e de recursos escrachados para tornar acessíveis os macetes do mercado financeiro.

Com a presença de dançarinas e performers, usando palavrões, sons de chacota e piadas de mau gosto, o personagem de Clooney faz especulações financeiras e dá dicas de investimentos para o público leigo. Quando uma das empresas recomendadas pelo protagonista tem suas ações subitamente desvalorizadas e os investidores perdem 800 bilhões de dólares, um dos atingidos pela queda, o entregador Kyle Budwell (Jack O’Connell) decide jogar a merda no ventilador invadir a emissora ao vivo durante a exibição do programa para escancarar a farsa que é o mercado financeiro.

Universos cruzados

Embora o mote de "Jogo do Dinheiro" seja explorar a duvidosa e ao mesmo tempo escrachadamente fraudulenta organização do mercado financeiro, o longa-metragem nos conduz simultaneamente por um outro mundo: aquele que está por trás das câmeras nos programas de televisão.

Primeiro grande trabalho da atriz Jodie Foster como diretora e roteirizado por Jamie Linden (Querido John) e Alan DiFiore (da série Grimm), o filme é resultado de um minucioso trabalho para mostrar fielmente ao público toda a estrutura de pessoal e equipamentos envolvida na produção de uma atração de TV.

Jogo do Dinheiro

Mas não apenas isso: o longa trabalha a maneira como o que é apresentado pela TV pode ser uma farsa e, ainda assim, influenciar diretamente na vida de milhares ou milhões de pessoas que confiam naquela informação, impactando inclusive o próprio mercado financeiro.

Bem construído, mas devagar

Para contar essa história, Jodie Foster aproveita bem a carta mais importante que tem na manga: essa duplinha lindíssima e de arrasar formada por George Clooney e Julia Roberts. Talentos inquestionáveis e com uma sintonia evidente, os atores carregam o filme nas costas. Particularmente, achei que a personagem de Roberts se destaca e rouba a cena. A atriz está muito confortável no papel – talvez seu melhor trabalho dos últimos anos.

Julia, inclusive, teve um cuidadoso background de pesquisa para desenvolver Patty Fenn, buscando a ajuda de produtoras de televisão e se dando o trabalho de aprender a comandar uma mesa técnica para representar com mais fidelidade a Patty.

O Jogo do Dinheiro

Por falar em técnica, um detalhe bacana sobre "Jogo do Dinheiro" é que as câmeras que aparecem no set de gravação de Money Monster não estão ali apenas de brincadeira. Elas foram de fato utilizadas na gravação de algumas cenas e os cinegrafistas que aparecem não são atores, são cinegrafistas de verdade. Todas as cenas gravadas no estúdio foram filmadas duas vezes: uma sob o ponto de vista dessas câmeras e outra vez com o ângulo das câmeras do cinema. Um trabalho super bem orquestrado.

Mas o que se ganha em qualidade técnica talvez se perca em andamento. O longa demora um pouco para engatar e, em diversos momentos, parece que se arrasta um pouco, não prende muito a atenção do público. O que falta é uma trilha sonora envolvente e melhor alinhada com os momentos de clímax do longa, que quase passam despercebidos. Como suspense, Jogo do Dinheiro não nos deixa sem ar, mas nos coloca para pensar sobre uma série de questões que nos afetam para além do roteiro de ficção.

Uma moral da história que já conhecemos bem

O ponto desta produção é: no jogo do dinheiro, um lado sempre sai perdendo, enquanto outro sempre sai ganhando. E isso cansa, não é justo, causa revolta e uma sensação de impotência. Tanto que o suposto vilão nos desperta uma empatia instantânea: Kyle poderia ser qualquer um de nós que apostou todas as suas economias em um investimento que deveria ser seguro. E perdeu.

O longa de Jodie Foster nos faz pensar um pouco sobre esta forma como o sistema financeiro se organiza e a total e completa falta de controle que temos sobre ele. Pense comigo: do dinheiro que você tem, quanto dele você tem, de fato? E eu nem estou falando de grandes fortunas. Pode ser só aquele restinho de salário que segue persistente na conta do banco depois que todas as contas do débito automático caíram.

Jogo do Dinheiro

É como se ele não existisse materialmente, mas somente no plano das ideias. Como o próprio longa-metragem coloca: são dígitos em um código criptografado de um jeito que você não entende em um servidor que você não sabe onde fica.

E "Jogo do Dinheiro" não é apenas sobre isso, mas sobre como esse mundo do qual não entendemos nos é “traduzido” por meios de comunicação como a TV que não necessariamente fala a verdade.

São questionamentos bem válidos, não são? Vale pensar, vale ver esse longa e curtir bons momentos no cinema. Mas o Ministério do Bom Senso adverte: o que não vale é sair por aí sequestrando apresentadores de televisão!