Ellen Page - Café com Filme

Crítica do filme No Escuro da Floresta | Até que ponto vai a burrice humana?

Navegar pelo catálogo do Netflix é sempre uma aventura. Muitas vezes, zapeamos por longas horas as categorias e não encontramos nada; noutras, damos de cara com Ellen Page e Evan Rachel Wood na imagem de um filme misterioso sobre um futuro apocalíptico.

Não se trata de um filme de zumbis ou de uma história mirabolante que motivaria o pânico global. O argumento central de “No Escuro da Floresta” é uma queda de energia elétrica que afetou várias regiões nos Estados Unidos, bem como a escassez de combustível e de suprimentos.

Neste cenário, conhecemos as irmãs Nell (Ellen Page) e Eva (Evan Rachel Wood), e seu pai Robert (Callum Keith Rennie). Eles vivem numa casa isolada no meio da floresta, mas totalmente conectados ao mundo com tecnologias que detonam o avanço no tempo.

Após um evento inesperado, as duas irmãs ficam vivendo no local e terão de se virar sem energia elétrica. O que pode dar de errado? Muita coisa. Qualquer situação tem potencial para desdobrar em uma ocasião perigosa; assim como a tomada de decisões no roteiro pode descambar para rumos indesejados e duvidosos. Vamos adentrar à floresta e falar mais disso.

Apocalipse pautado no drama

Se após ver o trailer de “No Escuro da Floresta”, você não pensou duas vezes e correu dar o play pra conferir a história assustadora do filme, há grandes chances de você ter ficado um tanto embasbacado com a guinada no rumo que as coisas tomam no roteiro — se você ainda não o fez, é provável que você vai ficar boquiaberto com o andar da carruagem.

A gente já tem ideias pré-concebidas quanto a títulos apocalípticos, e sempre esperamos cenas de tensão e susto, em tramas que geralmente apelam para o lado mais desesperado do ser humano. Talvez por conta da abordagem diferenciada é que a trama deste longa-metragem acaba soando um tanto bizarra.

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Em vez de mostrar o caos causado pela falta de energia (que é um argumento que dá pano pra manga) ou o medo das protagonistas frente às situações tensas, o filme dirigido e roteirizado por Patricia Rozema foca muito mais no drama entre as duas. Basicamente, é um filme sobre cotidiano em tempos difíceis, então pode esperar por diálogos pautados em bobeiras.

É claro que não está proibido fazer filme dramático com tema apocalíptico de fundo, porém o foco alternativo no tom do script aqui pode soar esquisito. Além disso, não é nem questão do tema mais amplo do roteiro, mas sim das circunstâncias apresentadas. Não há substância para levar a história adiante, pois os dramas são muito fracos — e é cada decisão que as personagens tomam que você vai se perguntar: “Onde é que isso vai parar?”

A briga entre o tédio e a tensão

Se por um lado a história fica entediante pela falta de ocasiões mais tensas, por outro o cenário escolhido — da floresta misteriosa cheia de possibilidades para momentos angustiantes — é ideal para deixar o espectador ansioso para saber o que vai acontecer. Cada cena tem elementos propícios para um desdobramento que poderia surpreender — pena que isso raramente acontece.

Na mesma proporção de bizarrice do desenvolvimento do roteiro, há uma pegada tecnológica totalmente desnecessária. Não há nada que justifique a introdução de determinados elementos futuristas no filme e a impressão que fica é que a idealizadora do filme não deu conta de elaborar o universo proposto sem o auxílio dessas ferramentas.

Além de todos esses pormenores, ainda temos a falta de embasamento para questões fundamentais do filme, então não espere descobrir como a humanidade chegou nesse estágio. A utilização de personagens pouco relevantes também mostra a falta de coerência na construção do roteiro, o que, novamente, deixa o espectador cada vez mais frustrado.

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E, no meio disso tudo, temos duas boas atrizes que ficam perdidas no escuro da floresta. Ellen Page (com sua tradicional camisa xadrez e carinha de sempre) e Evan Rachel Wood (agora menos robótica do que vimos em Westworld) se empenham para guiar a trama, mas as incoerências acabam fazendo as duas trabalharem incansavelmente sem chegar a lugar algum.

Os recursos sonoros do filme também merecem destaque, ainda que aconteça de termos problemas de incoerência entre o tom da trilha — que pende para o suspense — e o tom da imagem, que apela para um cenário misterioso, mas que apresenta apenas situações sem grandes surpresas.

Enfim, “No Escuro da Floresta” é um filme que poderia dar muito certo, mas que no fim fica patinando no mesmo lugar e chega a um fim bem revoltante. Fica a lição para aprendermos um pouco sobre a burrice humana diante de situações extremas — e também de como um roteiro com argumento promissor pode dar muito errado. Veja por sua conta e risco!

Crítica do filme Super | As pessoas ficam ridículas quando choram

Tem uma certa lenda que diz que pra ser convidado pela Marvel Studios, o diretor precisa ter feito algo muito legal antes.

E se o Edgar Wright (Homem Formiga) tinha "Scott Pilgrim", A trilogia do Cornetto e Spaced, e os Irmãos Russo (Capitão América: Soldado Invernal e Capitão América: Guerra Civil) tinham episódios fantásticos das soberbas Community e Arrested Development… Com certeza James Gunn ("Guardiões da Galáxia") chamou atenção por: "Super".

“Alguns de seus filhos são escolhidos”

“Certeza que foi Super? Será que não foi Scoby-doo?” - Certeza. E vou te dizer o porquê.

Antes vamos pra história. Que vendo assim parece ser muito simples (e de fato é):

Depois de ter tido sua esposa Sarah (Liv Tyler) “roubada” por um perigoso traficante de drogas chamado Jacques (Kevin Bacon), o nada heróico e simples fritador de hambúrguer Frank (Rainn Wilson) tem uma espécie de epifania cósmica/sagrada e decide fazer algo que faça sua patética vida valer a pena: Ele se torna um “super herói”. Lógico que é ridículo, ele não tem nenhum super poder e nenhum treinamento. A única coisa que Frank tem é boa vontade e muita fé de que vai conseguir resgatar sua esposa desse jeito.

Mas antes de ir direto para o chefão, Frank, agora o herói mascarado: Crimson Bolt, sai pelas ruas combatendo o mal do dia-a-dia só pra entrar no clima. E nessa ele conhece sua leal parceira: Libby (Ellen Page) fã número um de Crimson Bolt.

Então é um filme de comédia?

Então, não.

Super pode ser tudo, menos um filme fácil que você olha e fala: “É só mais uma comédia” ou “é só mais um filme de herói wannabe”. E é isso que diferencia ele do seu irmão gêmeo mais bonito e melhor sucedido: Kick Ass. Super tem algumas camadas muito profundas, feias e desconfortáveis para se desvendar.

Vamos lá: O mundo é um lugar podre e as pessoas são doentes.

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Pois é, essa é a vibe que o filme te apresenta o tempo todo. É agonizante a atmosfera que cerca os personagens. É um mundo muito feio, as pessoas todas são grossas e coisas dão erradas com pessoas boas ao mesmo tempo em que coisas boas acontecem com pessoas ruins (Atmosfera que lembra muito: “Anti herói americano”). Você consegue entender a motivação de Frank. Você consegue se identificar com ele várias vezes! Algumas das atitudes dele são extremas e exageradas? São. Mas que atire a primeira pedra quem nunca teve vontade de acertar a cabeça daquela pessoa que fura filas com uma chave inglesa…

Seja você a mudança que você quer ver no mundo.

Essa é a mensagem mais legal do filme. Todo mundo vê injustiças acontecendo o tempo todo. E não estou falando de super vilões mascarados que criam armas que podem destruir todo o estado do Texas. Falo de pessoas que não dão dão o lugar para idosos e mulheres grávidas nos ônibus, ou sei lá… Pessoas que ficam conversando no cinema durante o filme. E essa é a mensagem que Crimson Bolt quer passar para você, de um jeito aparvalhado e caricato (e cometendo alguns crimes federais pelo caminho).

É o retrato do homem comum cansado. É o famoso “herói que existe dentro de cada um de nós”. Até mesmo eles são falhos e até mesmo eles podem ser verdadeiros idiotas

“Você não fura filas! Você não vende drogas! Você não molesta crianças! Você não lucra com o sofrimento alheio! As regras foram criadas há muito tempo atrás e não mudaram!”

Mas nossa, então é um filme de drama?

Então, também não!

Muitas vezes o filme é bem bobo. Rainn Wilson é pra lá de careteiro e seus movimentos de luta são no melhor estilo “Jack Black”, e isso tudo adicionado com vários elementos de quadrinhos e muitas piadas incrustadas nos ácidos diálogos tornam o filme uma grande comédia em grandes partes. Mas eu como disse antes, não se engane. Não é filme de chamar a galera pra todo mundo assistir (digo isso por experiência própria). O filme te dá mais mal-estar do que gargalhadas.

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O alívio cômico (apesar do jeito bobo de Rainn Wilson) fica por conta de Ellen Page, com certeza a personagem mais solar do filme todo. Os melhores diálogos do filme são com ela.

E vale lembrar também da parte heróico-religiosa do filme (sim, tem de tudo nesse negócio). Um herói de TV chamado “Holy-Avenger” interpretado por Nathan Fillion, rende as cenas mais absurdas e ridículas do longa.

Um filme autoral de James Gunn

A criatividade de James Gunn fica evidente em todas as cenas. Responsável pela direção e roteiro, o jovem diretor não se limita e joga tudo o que quer na tela. Desde uma cena bizarra com tentáculos até resoluções muito corajosas e ‘fora do lugar comum’ de roteiro.

Acaba que Super vira um filme muito espaçoso onde cabe um pouco de tudo, um pouco de ação, comédia, drama, tédio, ridículo, tristeza, quadrinhos, religião e até um certo romance meio às avessas.

A mente inventiva de Gunn é incansável, mas é fácil de acompanhar. E ele brinca com ela em Super, seu pequeno projeto em que ele não tem pudor algum. Por isso é tão legal, e por isso que foi esse filme que chamou a atenção da Marvel e deu pra ele um grupo de heróis que tem um guaxinim falante e uma árvore de 2 metros que anda. E não poderiam ter escolhido melhor.

Super vai te deixar pensativo, vai te deixar enojado, inspirado, emocionado, entediado e vai te fazer rir e quem sabe até chorar (eu chorei, mas eu sou chorão). Ele vai te alcançar. Em algum lugar ali dentro da sua alma. E talvez você odeie isso.

Assista por sua conta e risco… De qualquer forma: CALA A BOCA, CRIME!

Dia Internacional contra a Homofobia: da realidade ao roteiro

 O Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia é celebrado hoje mesmo em 17 de maio e comemora a retirada da homossexualidade da lista de doenças mentais pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora seja um fato que a homossexualidade saiu da lista de doenças em 1990, é ao longo do tempo que a tolerância em relação à diversidade sexual vem se tornando uma realidade, principalmente por causa dos exemplos dados por pessoas reais e por personagens da ficção.

A televisão é um instrumento fundamental para criar conscientização e sensibilizar as pessoas sobre diversos temas. Por isso, selecionamos alguns filmes que trazem a temática da diversidade sexual e do combate à homofobia e que merecem ser vistos nessa e em qualquer data!

Amor por Direito

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A policial de New Jersey Laurel Hester (Julianne Moore) e a mecânica Stacie Andree (Ellen Page) estão em um relacionamento sério. O mundo delas desmorona quando Laurel é diagnosticada com uma doença terminal. Como sinal de amor, ela quer que Stacie receba os benefícios da pensão da polícia após a sua morte, só que as autoridades se recusam a reconhecer o relacionamento das duas.

Confira a crítica do filme aqui!

Clube de Compras Dallas

Vencedor de dois prêmios na edição de 2014 do Globo de Ouro - melhor ator para Matthew McConaughey e melhor ator coadjuvante para Jared Leto - o drama "Clube de Compras Dallas" (Dallas Buyers Club) já tem trailer oficial com legendas em português.

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Dirigido por Jean-Marc Vallée, o longa ainda conta com participação da atriz Jennifer Garner e é baseado na história real do eletricista texano Ron Woodroof. Após ser diagnosticado com o vírus da AIDS, na década de 1980, Woodroof entra em uma batalha contra a indústria farmacêutica e os próprios médicos e passa a contrabandear drogas ilegais do México para concluir seu tratamento.

Confira a crítica do filme aqui!

Carol

A jovem Therese Belivet (Rooney Mara) tem um emprego entediante na seção de brinquedos de uma loja de departamentos. Um dia, ela conhece a elegante Carol Aird (Cate Blanchett), uma cliente que busca um presente de Natal para a sua filha.

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Carol, que está se divorciando de Harge (Kyle Chandler), também não está contente com a sua vida. As duas se aproximam cada vez mais e, quando Harge a impede de passar o Natal com a filha, Carol convida Therese a fazer uma viagem pelos Estados Unidos.

"Carol" foi inclusive escolhido pela comunidade LGBT como o melhor filme da categoria, no ano passado!

O casamento Gay em Julgamento

Um documentário que acompanha o processo para anular a Proposição 8 da Califórnia, que acabou com o direito de casais do mesmo sexo se casarem.

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O documentário mostra o grande esforço dos demandantes e advogados que lutam pelo matrimônio igualitário.

O Segredo de Brokeback Mountain

Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal) são dois cowboys que se conhecem ocasionalmente em um trabalho de pastoreio na Montanha Brokeback. Nesta situação, os dois acabam se envolvendo sexualmente; uma experiência que marca a vida dos dois para sempre. O filme retrata como os dois levam tal segredo para frente, mostrando encontros às escuras e retratando a paixão que ainda está no coração dos cowboys.

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Além desses títulos que a gente escolheu, quem também preparou uma relação de produções muito interessantes foi a HBO!  a HBO selecionou alguns filmes e documentários que abordam questões sociais e emocionais que são enfrentadas pela população LGBT. Dá uma olhada!

A Prayer for Uganda

O documentário da Vice “A Prayer for Uganda” (“Uma Prece para a Uganda”, em tradução livre), exibido pela HBO, é uma das produções audiovisuais mais realistas sobre a situação de uma população homossexual submetida a condições de extrema intolerância e violência, e que teme pela própria vida todos os dias.

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Em 2014, o presidente da Uganda sancionou uma lei anti-homossexualidade que estabelecia a pena de morte para quem cometia “reincidência” no “delito da homossexualidade”. Devido à pressão internacional, a pena foi transformada em prisão perpétua. O ódio semeado por grupos religiosos extremistas se soma à impunidade e à violência de uma sociedade civil bárbara, tendo como resultado estupros sistemáticos de lésbicas e violências físicas toleradas contra homens gays.

The Normal Heart

Um filme feito para TV, mas que deveria ter chegado aos cinemas, pela importância de sua temâtica e brilhante atuação dos protagonistas. Com Mark Ruffalo, Matt Bomer, Julia Roberts e Jim Parsons no elenco, conta a história de uma das mais intensas partes da história da luta LGBTT.

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Durante o início da crise da AIDS em Nova York, nos anos 80, ativistas LGBT e seus aliados precisaram travar uma verdadeira batalha para expor a verdade sobre a epidemia. O drama original HBO apresenta a luta dessas pessoas contra o ódio e o preconceito que dominava a cidade.

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Juno | Trailer legendado e sinopse

Juno estrela Ellen Page como a personagem-título, uma adolescente que engravida por acidente de Bleeker (Michael Cera), seu colega de classe. Com a ajuda de sua melhor amiga gostosa Leah (Olivia Thirlby), Juno acha os pais 'perfeitos' para seu filho: Mark e Vanessa (Jason Bateman e Jennifer Garner), um casal rico ansioso para adotar. Por sorte, Juno tem o apoio total de seus pais (JK Simmons e Allison Janney) enquanto toma decisões difíceis, flerta com a vida adulta e acaba por descobrir o seu lugar.