Julianne Moore - Café com Filme

Magnólia | Trailer oficial e sinopse

O cenário é San Fernando Valley, na Califórnia, próximo à Rua Magnólia. Nesta região, nove pessoas têm suas vidas cruzadas por meio de um programa televisivo. O show em questão coloca crianças para desafiar adultos em situações comuns nesse tipo de atração.

Numa história incomum, contudo, somos apresentados a vários desconhecidos, incluindo um homem à beira da morte, uma jovem esposa, um enfermeiro, um filho perdido, um policial apaixonado, um menino gênio, um rapaz que era um prodígio, o apresentador do programa e uma filha afastada de seus pais. São histórias inimagináveis que se cruzam por um acaso do destino.

Melhores do ano | Os filmes tops de 2016 que você precisa ver — ou rever

Que ano, hein?! Você talvez não tenha reparado, mas 2016 foi repleto de boas novidades nas salas de cinema do Brasil. Tivemos muitos blockbusters e filmes alternativos que nos fizeram dar ainda mais valor para estilos diferentes de arte.

O ano começou com sucessos como “Spotlight – Segredos Revelados”, “Os Oito Odiados”, “O Bom Dinossauro”, “Steve Jobs”, “Creed: Nascido para Lutar”, “Carol”, “Peanuts, O Filme”, “O Regresso”, “A Grande Aposta”, “O Filho de Saul”, “A Garota Dinamarquesa”, “Brooklyn”, “O Quarto de Jack” e “Trumbo: Lista Negra”.

Achou muita coisa? Não conseguiu ver nem metade desses? Então, saiba que todos esses filmes chegaram aqui nos primeiros dois meses, sendo que muitos até apareceram no Oscar e alguns até levaram estatuetas para casa! Só que não para por aí... No decorrer do ano, tivemos dezenas de outros filmes excelentes.

Bom, para você que perdeu os filmes mais legais, nossa equipe separou dicas com alguns títulos empolgantes (alguns blockbusters), emocionantes (para reflexões profundas) e diferentes (incluindo obras do cinema europeu e pouco comuns). É claro que não dá para citar todos os filmes do ano, então contamos com sua ajuda para dar sugestões nos comentários.

A Conexão Francesa

por Fábio Jordão

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Nossa lista começa com uma obra francesa que estreou lá em março. Baseado em uma história real, “A Conexão Francesa” é um filmão de ação que mostra a jornada do juiz Pierre Michel (Jean Dujardin) para desmembrar uma quadrilha de traficantes.

Com uma pegada mais realista, você confere como este homem da justiça, usando de meios legais, caçou o grupo criminoso comandado por Gartan Zampa (Gilles Lellouche), que expandiu os negócios para fora do país, no esquema que recebeu o nome de Conexão Francesa.

A trama com reviravoltas tem um dinamismo intenso, que foge dos clichês de filmes de Hollywood. Nada de cenas com um homem só detonando um exército ou dando piruetas. Aqui, a violência é retratada de perto e choca pelo tom de realidade. Um filme muito bem produzido, executado e pouco fantasiado. Imperdível!

A Chegada

por Carlos Augusto Ferraro

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Denis Villeneuve já era um de meus diretores favoritos e com "A Chegada" ele realmente mostra todo seu talento. O filme é um forte concorrente para algumas categorias do Oscar 2017, certamente estará na corrida com indicações para melhor atriz (Amy Adams) e possivelmente melhores efeitos especiais, fotografia, direção e roteiro adaptado.

Sem sombra de dúvida, o destaque é a atuação de Amy Adams, que está sensacional na pele de uma linguista que serve de “mediadora / tradutora” quando alienígenas chegam à Terra. Sua atuação aproveita todas as nuances da trama, que transita de maneira livre e inteligente entre a ficção científica e o drama.

O diretor Denis Villeneuve constrói um filme preciso, no qual todas as partes se encaixam perfeitamente, uma complementando a outra.

Amor por Direito

por Lu Belin

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Durante esse ano, tivemos uma avalanche de produções dedicadas a mostrar a perspectiva de grupos minoritários o subalternos: populaçao LGBTT, população negra, mulheres.  "Amor por Direito" é um filme que merece estar nesta lista porque representa com grande dignidade esse movimento importante do cinema em 2016.

O longa-metragem retrata a história real de um dos primeiros casais homoafetivos a enfrentarem na justiça e na categoria profissional a luta por reconhecimento de seu relacionamento. Laurel Hester, uma policial da cidade de New Jersey, conhece a jovem borracheira Stacie Andree, e ambas engatam em um namoro, rumando para morar juntas.

O problema é que os Estados Unidos, embora já aceitem casamentos entre pessoas do mesmo sexo, não reconhecem ainda a união no que diz respeito repasse de benefícios sociais. Então, quando Laurel descobre que possui uma doença grave, ambas entram em uma disputa contra a toda a organização policial vigente para permitir que Stacie fique com sua pensão, como cônjuge.

Bem construído em termos de narrativa e roteiro, o longa-metragem aborda a temática com sensibilidade e precisão, sem enrolação nem sensacionalismos, de forma emocionante a ponto de levar o público às lágrimas. E tudo isso com o bônus da atuação brilhante de Julianne Moore e Ellen Page como casal.

Deadpool

por João Gabriel de Souza

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Bom, serei sincero. Deadpool não é um filme maravilhoso e que você precisa muito assistir. Tem enredo clichê e produção meia boca, mas, calma, vou explicar meus motivos para escolher esse como um dos meus favoritos de 2016.

Deadpool não superou minhas expectativas, mas as atingiu. Foi o primeiro filme que conseguiu passar para as telonas a alma de um personagem tirado dos quadrinhos, tornando assim um filme fiel ao das HQs do anti-herói tagarela.

O longa não teve grande orçamento e só foi feito para agradar os tantos fãs. Apesar de a história não ser espetacular, o filme traz piadas sujas (até mesmo satirizando a Fox, que produziu o filme) e violência gratuita, que proporciona muita diversão, garante boas risadas e mostra cenas que a gente nunca esperar ver num filme de herói.

O que brilha aqui é a atuação de Ryan Reynolds, o qual encarnou o espírito do anti-herói e atuou sem medo, tanto no filme em si quanto nas campanhas publicitárias que, convenhamos, serviram como uma extensão do que foi apresentado na telona.

Invasão Zumbi

por Carlos Augusto Ferraro

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"Invasão Zumbi" chegou ao Brasil no apagar das luzes de 2016, mas já vinha fazendo barulho pelo resto do mundo, onde já havia estreado algum tempo atrás. O título é uma bela surpresa do oriente. Como fã de filmes de zumbi, não poderia deixar o lançamento passar em branco, e me deparei com algo muito melhor do que o esperado.

O título acerta em diferentes níveis e se estabelece como um dos grandes do gênero. O ritmo acelerado, como um trem bala, e o ambiente claustrofóbico ajudam a contar mais de uma história no mesmo filme.

Sim, no cerne, "Invasão Zumbi" é sobre a sobrevivência em meio a um apocalipse zumbi, mas o roteiro estratificado traz uma das mais enternecedoras histórias de família, além de explorar a velha luta de classes, bem como a fragilidade psicológica das pessoas quando expostas a cenários tão extremos. "Invasão Zumbi" pega elementos que funcionam, mesmo que mal explorados, de "Guerra Mundial Z" e os aplica em uma dinâmica à la "Expresso do Amanhã" com muito sucesso.

Kubo e as Cordas Mágicas

por João Gabriel de Souza

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A animação conta a história de um garotinho chamado Kubo que mora com sua mãe numa cidade litorânea. Seu pai está perdido, e sua mãe, após sofrer um acidente de barco, se encontra muito doente. Alertado sobre os perigos da noite, Kubo parte em uma aventura para encontrar três peças da armadura de seu pai.

Digo desde o início da minha argumentação que, a meu ver, esta é a melhor animação do ano. Produzido pela Laika — famosa por Coraline e Paranorman — o longa conquista pelo visual. Todo em stop-motion muito bem trabalhado, a animação cumpre com maestria as técnicas do cinema, fornecendo uma experiência cinematográfica brilhante.

Além da parte visual fascinante, “Kubo e as Cordas Mágicas” traz uma história profunda cheia de reflexão. O enredo é repleto de interpretação com uma mostra fiel da mitologia japonesa. A trilha sonora funciona quase como uma personagem principal, que leva o espectador a se emocionar facilmente. Um filme para rever várias vezes!

O Homem nas Trevas

por Lu Belin

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Um dos melhores suspenses recentes, "O Homem nas Trevas" consegue deixar o público sem ar do começo ao fim, com sequências insanas de perseguição, de escuridão e de necessidade de ficar extremamente em silêncio.

O roteiro relata o dia em que três jovens decidem invadir a casa de um homem cego que supostamente teria uma grande quantidade de dinheiro escondida no porão de casa. Afinal, que perigo uma pessoa que não enxerga pode oferecer, não é mesmo? Mas é aí que eles se enganam. O morador sabe muito mais do que se defender à altura, e acaba se tornando mais perseguidor do que vítima, quando desliga as luzes de casa e inicia uma caçada para encurralar os invasores.

Do diretor Fede Alvarez, o longa é bem amarradinho na maior parte do tempo e traz algumas revelações surpreendentes  e instigantes, que fazem com que o público fique tão tenso quanto os próprios protagonistas e queira saber logo o que vai acontecer em seguida. O suspense do ano!

Star Trek: Sem Fronteiras

por Fábio Jordão

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O universo de Jornada nas Estrelas completou meio século em 2016, ano em que a Paramount Pictures resolveu levar a saga cinematográfica para um novo patamar. Apesar de o reboot lá de 2009 ter sido bem acertado, levou um tempo para vermos uma história original e ousada nas telonas.

Com um roteiro mais livre, a trama de “Sem Fronteiras” chega com novos personagens, naves e planetas. Só isso já seria motivo de celebração, mas a produção ainda desenvolve bem os protagonistas e traz uma ação conjunta sintonizada, o que leva a uma conexão profunda com o cerne de Star Trek.

De fato, o ritmo aqui é mais ousado, mas ele ainda é permeado por cenas inteligentes, com muito espaço para explorar o desconhecido. Se o seu negócio é uma boa ficção espacial ou se você, assim como eu, é um grande fã da turma de Spock e Kirk, “Star Trek: Sem Fronteiras” tem de ser visitado várias vezes.

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É claro que esses são apenas alguns dos tantos filmes excelentes deste ano, então gostaríamos que você também ajudasse com sua opinião nos comentários. Para você, quais foram os longas mais emocionantes de 2016?

O Plano de Maggie | Trailer legendado e sinopse

O plano de Maggie (Greta Gerwig) era ter um filho sozinha. Só que esse projeto acabou sendo alterado quando ela se apaixonou por John (Ethan Hawke), um cara que terminou seu relacionamento com a exuberante Georgette (Julianne Moore) para ficar com ela.

Acontece que, três anos depois e já com uma filha, Maggie se vê num dilema: o que você faz quando você suspeita que seu marido e a ex-esposa dele são realmente perfeitos um para o outro?

HBO divulga programação do mês de junho de 2016

A HBO já liberou as novidades para o mês de junho e a programação está cheia de sucessos do cinema e produções para todos os gostos. Os filmes vão ao ar sempre aos sábados, às 22 horas.

É importante notar que as estreias acontecem no canal principal, mas há reprises programados nos demais canais do pacote, muitos com áudio em português e em horários bem convidativos. Além disso, você também poderá conferir os filmes diretamente pelo aplicativo HBO GO. Agora, vamos aos filmes.

Para Sempre Alice

O destaque do mês de junho vai para um dos dramas mais bonitos (e sofridos) de todos os tempos: "Para Sempre Alice", que traz a diva Julianne Moore no elenco.

Para Sempre Alice

Em Para Sempre Alice (Still Alice), a Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma renomada professora de Linguística que, aos poucos, começa a esquecer algumas palavras e perder-se pelas ruas de Manhattan. Preocupada com a situação, ela procura um médico e é diagnosticada com Alzheimer. A doença vai colocar à prova todos da família. A atriz Julianne Moore recebeu o Oscar® de Melhor Atriz por sua interpretação no filme. A estreia é no dia 25 de junho.

Leia a crítica do filme Para Sempre Alice.

Terceira Pessoa

Outro destaque é o longa Terceira Pessoa (Third Person), que estreia no dia 11 de junho e apresenta três histórias de amor em diferentes cidades. Em Paris, Michael é um escritor veterano que tem uma relação complicada com sua amante Anna.

Terceira Pessoa

Em Nova York, Julia é uma mãe traumatizada, após perder a guarda do filho para o ex-marido. A fim de reverter a situação, ela conta com a ajuda da advogada Theresa em uma batalha judicial. Em Roma, o empresário Scott conhece a misteriosa cigana Monica e logo se encanta por ela.

A Mulher de Preto 2: Anjo da Morte

O primeiro a estrear, no entanto, é A Mulher de Preto 2: Anjo Da Morte (The Woman in Black 2: Angel of Death) estreia no dia 4 de junho. O filme se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando um bombardeio destrói a cidade de Londres, deixando os moradores desabrigados.

Para se proteger da guerra e encontrar abrigo, a professora Eve (Phoebe Fox) e algumas crianças se refugiam em uma casa abandonada e distante da civilização. No entanto, uma série de acontecimentos estranhos começam a aterrorizar os novos hóspedes.

Leia a crítica do filme A Mulher de Preto 2.

Hotel Transilvânia 2

Para a criançada, a animação Hotel Transilvânia 2 (Hotel Transylvania 2) estreia no dia 18 de junho. Depois do casamento, a vampira Mavis e o mortal Jonathan dão à luz um bebê, o pequeno Dennis. Após a chegada do novo habitante, o vovô Drácula e seus amigos fazem de tudo para provar que o garoto é um vampiro e mantê-los no hotel.

Hotel Transilvania 2

Leia a crítica do filme Hotel Transilvânia 2.

Guerras Alheias

Já o dia 13 de junho é a data de estreia do documentário Guerras Alheias (Guerras Ajenas), uma produção original da HBO que retrata a situação da Colômbia na década de 1990, período no qual se intensifica a chamada “guerra contra as drogas”.

Na época, a violência e o terrorismo imposto pelos cartéis de drogas levaram o governo colombiano a assinar com os Estados Unidos o Plano Colômbia, um audacioso plano composto por apoio militar e logístico para deter a falência do Estado.

Então, recapitulando as datas de estreia:

04/06: A Mulher de Preto 2: Anjo Da Morte

11/06: Terceira Pessoa 

13/06: Guerras Alheias

18/06: Hotel Transilvânia 2

25/06: Para Sempre Alice

Estreias do canal MAX

O canal MAX também reservou novidades para o mês de junho. O primeiro documentário brasileiro exclusivo para esse “braço” da HBO é “Dorina – Olhar para o Mundo”, que estreia no dia 21 de junho, às 23 horas, com audiodescrição.

Produzido pela Girafa Filmes, Dezenove Som e Imagem e Mil Folhas, o longa-metragem apresenta a trajetória de Dorina Nowill, mulher extraordinária que desenvolveu um trabalho pioneiro de inclusão social dos deficientes visuais no Brasil e no mundo. Dorina ficou conhecida pelo seu poder de transformação, tanto no âmbito pessoal como na esfera social e política.

O canal MAX também apresenta no mês de junho os filmes Gerontofilia (Gerontophilia), Ludwig Segundo (Ludwig II), O Casamento Gay em Julgamento (The Case Against), Irmãos Desastre (Skeleton Twins), Café da Manhã em Plutão (Breakfast on Pluto), O Amor É Estranho (Love is Strange) e Tom na Fazenda (Tom à la Ferme).

Crítica do filme Amor por Direito | A triste luta pela igualdade

Filmes biográficos estão em alta, afinal as pessoas buscam muita inspiração em pessoas de verdade que vivenciaram experiências fantásticas, revolucionaram o mundo ou simplesmente tiveram grande importância para uma determinada causa. No caso de “Amor por Direito”, vemos uma história que consegue reunir quatro gêneros para o debate de algumas pautas de grande importância.

Temos aqui uma biografia cinematográfica que começa falando da policial de New Jersey Laurel Hester (Julianne Moore), da sua dedicação à carreira, passando pela fase romântica, em que conhece sua amada Stacie Andree (Ellen Page), até chegar a um drama de proporções absurdas que coloca em debate tanto a fragilidade de uma pessoa com uma doença terminal quanto a problemática da igualdade para casais homossexuais.

Para muitos, a abordagem do filme talvez não seja lá grande coisa, afinal muitos países já declararam a legalidade do casamento homossexual. Acontece que estamos em 2016 e, como você já bem deve saber, há um número infindável de casos de homofobia, que geralmente envolvem violência, preconceito, ódio e outras coisas absurdas que mostram como estamos estagnados.

Então, como mudar esse cenário? Oras, fazendo um filme com excelentes atrizes como Julianne Moore e Ellen Page para mostrar como esse tipo de visão retrógrada só prejudica pessoas inocentes que apenas querem viver suas vidas sem fazer mal a ninguém. Vamos falar um pouco sobre essas problemáticas e a produção.

Passando a mensagem de forma clara

Essa questão de direitos parece simples, afinal não se trata de pedir algo absurdo ou privilégios. O filme, inclusive, vem justamente para bater na tecla da igualdade. Casais como Stacie e Laurel existem em todos os lugares do mundo. São apenas pessoas querendo amor, sucesso, alegria e respeito. O mais curioso é perceber que, assim como no filme, as pessoas na vida real só recebem valores invertidos. Qual a necessidade disso?

Poderia ser sua colega, sua prima, sua amiga, sua irmã ou apenas uma pessoa conhecida. Na verdade, mesmo que fosse um desconhecido, você há de convir que não importa quem seja o envolvido na situação, a falta de empatia e respeito para com o próximo se mostra algo totalmente desnecessário. No cinema, a plateia se emociona e chora, mas o longa esclarece que isso é algo comum na vida real.

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Eis aqui o trunfo do filme, retratar que não existe sentido nessa homofobia, ainda mais na questão da politicagem, que nega direitos a cidadãos que pagam seus impostos, vivem sem incomodar ninguém e só querem um pouco de compaixão (pra não dizer apenas o que é justo).

Curioso é perceber também os motivos dados por terceiros para se opor a tal causa. Os colegas de Laurel não fazem questão alguma de dar apoio, mas não apresentam argumentos para tratar uma pessoa tão querida com descaso e uma falta de compaixão sem cabimento. É triste e não é só ficção.

Dedicação para elevar o realismo

Bom, falando da produção como um todo, é mais do que justo enaltecer primeiramente a perfeita sintonia de Julianne Moore e Ellen Page. As duas formam um casal convincente, algo perceptível tanto no início do romance quanto no amor exibido no desenrolar da trama. Page parece um pouco mais participava, mas Moore é mais expressiva e dedicada, até por conta do caso delicado de Laurel.

A maquiagem (ou a falta dela) também incrementa na construção da trama. Julianne Moore se mostra incrivelmente bela e realista sem precisar de quilos de pó e cores no rosto. Isso contribui tanto para a construção do personagem quanto para enaltecer os problemas da doença e do drama vivido por Laurel.

É legal que mesmo coadjuvantes apresentam pontos de vistas que agregam algo ao debate aqui e, certamente, a presença dos atores Michael Shannon e Steve Carell são de suma importância para o desenvolvimento desses personagens que também são comuns na luta da causa. Um deles (Shannon) é o amigo que apoia, que se mostra relutante, mas ainda importante. Outro (Carell) partilha da luta, ainda que se mostre focado em outras questões. Os dois atores se mostram dedicados e muito convincentes e até acrescentam toques de comédia à película.

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Para dar dramaticidade, a produção se apoia muito na fotografia, que apresenta um tom mais verídico e ainda exala delicadeza. Cenas marcantes são apresentadas para ressaltar o romance de Laurel e Stacie, com direito a paisagens belíssimas pensadas para evidenciar a parte apaixonante do relacionamento das duas. Belas sequências na praia, na casa e em outros cenários colaboram muito para enriquecer a parte visual da película.

Algo muito interessante no desenvolvimento de  “Amor por Direito” é perceber que a obra evita o uso de trilhas comerciais. A musicalidade comandada pelo mestre Hans Zimmer e por Johnny Marr é duma sensibilidade ímpar e dá toques sutis aos momentos mais dramáticos. Apesar disso, o tema da Miley Cyrus também merece aplausos, porque caiu como uma luva e se encaixa perfeitamente para uma reflexão.

Um detalhe que talvez incomode aos mais atentos é a falta de continuidade ao caso policial investigado por Laurel no começo da trama. Contudo, o roteiro deixa essa parte de lado, uma vez que só faria sentido insistir em tal assunto se a protagonista continuasse envolvida na situação. Depois, o filme até dá alguma pincelada no caso, só pra não deixar ponta solta, o que é muito bom do ponto de vista de construção.

Quer algumas dicas para curtir este filmão? Primeiro, vá a um cinema confortável, com telona e boa qualidade de som. Não se esqueça de levar lenços, pois você vai precisar. Ah, claro, e também leve o coração aberto, pois você vai amar e se emocionar.

Amor por Direito | Trailer legendado e sinopse

A policial de New Jersey Laurel Hester (Julianne Moore) e a mecânica Stacie Andree (Ellen Page) estão em um relacionamento sério. O mundo delas desmorona quando Laurel é diagnosticada com uma doença terminal. Como sinal de amor, ela quer que Stacie receba os benefícios da pensão da polícia após a sua morte, só que as autoridades se recusam a reconhecer o relacionamento das duas.