Tom Hardy - Café com Filme

Conheça os vencedores do Oscar 2016

A cerimônia de entrega do 88º Oscar agitou Hollywood neste domingo (28/02) com uma avalanche de premiações para "Mad Max: Estrada da Fúria". O longa dirigido por George Miller levou a maior parte das categorias técnicas - Figurino, Maquiagem & Cabelo, Montagem, Mixagem de Som, Edição de Som e Design de Produção -, mas ficou pra trás nas categorias principais. 

Quem levou a estatueta de Melhor Filme, no entanto, foi o longa Spotlight, surpreendendo muita gente e deixando para trás o grande favorito "O Regresso", que faturou Melhor Fotografia, Melhor Diretor, para Alejandro G. Iñarritu, e Melhor Ator, para Leonardo Di Caprio - finalmente!  

Confira a lista completa de vencedores do Oscar 2016!

Melhor Filme

"O Regresso"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"A Grande Aposta"

"Ponte dos Espiões"

"Brooklyn"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Quarto de Jack"

Spotlight - Melhor Filme

Melhor Diretor

Adam McKay, "A Grande Aposta"

George Miller, "Mad Max: Estrada da Fúria"

Lenny Abrahamson, "O Quarto de Jack"

Tom McCarthy, "Spotlight - Segredos Revelados"

Melhor Ator

Leonardo DiCaprio - Finalmente Melhor Ator

Bryan Cranston, "Trumbo – Lista Negra"

Eddie Redmayne, "A Garota Dinamarquesa"

Michael Fassbender, "Steve Jobs"

Matt Damon, "Perdido em Marte"

Melhor Atriz

Cate Blanchett - "Carol"

Jennifer Lawrence - "Joy: O Nome do Sucesso"

Charlotte Rampling - "45 Anos"

Saoirse Ronan - "Brooklyn"

Melhor Roteiro Original

"Ponte dos Espiões"

"Ex-Machina: Instinto Artificial"

"Divertida Mente"

"Straight Outta Comptom – A História de N.W.A."

Melhor Roteiro Adaptado

A Grande Aposta

"Brooklyn"

"Carol"

"Perdido em Marte"

"O Quarto de Jack"

Melhor Ator Coadjuvante

Christian Bale - "A Grande Aposta"

Tom Hardy - "O Regresso"

Mark Ruffalo - "Spotlight - Segredos Revelados"

Sylvester Stallone - "Creed: Nascido Para Lutar"

Melhor Atriz Coadjuvante

Jennifer Jason Leigh - "Os Oito Odiados"

Rooney Mara - "Carol"

Rachel McAdams - "Spotlight"

Kate Winslet - "Steve Jobs"

Alicia Vikander

Melhor Figurino

"Carol" - Sandy Powell

"Cinderela" - Sandy Powell

"A Garota Dinamarquesa" - Paco Delgado

"O Regresso" - Jacqueline West

Melhor Maquiagem & Cabelo

"The 100-Year-Old Man Who Climbed out the Window and Disappeared" Love Larson e Eva von Bahr

"O Regresso" Siân Grigg, Duncan Jarman e Robert Pandini

Mad Max: Estrada da Fúria - Melhor Maquiagem & Cabelo

Melhor Filme Estrangeiro

O Abraço da Serpente" (Colômbia)

"Cinco Graças" (França)

"Theeb" (Jordânia)

"A War" (Dinamarca) 

Melhor Curta-metragem

  • "Stutterer"

"Ave Maria"

"Day One"

"Everything Will Be Okay (Alles Wird Gut)"

"Shok"

Melhor Documentário Curta-metragem

  • "A Girl in the River: The Price of Forgiveness"

"Body Team 12"

"Chau, beyond the Lines"

"Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah"

"Last Day of Freedom"

Montagem

Mad Max: Estrada da Fúria - Melhor Montagem

"A Grande Aposta"

"O Regresso"

"Spotlight - Segredos Revelados"

"Star Wars - O Despertar da Força"

 

Melhor Mixagem de Som

"Ponte dos Espiões"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Star Wars - O Despertar da Força"

Melhor Edição de Som

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Sicário: Terra de Ninguém"

"Star Wars - O Despertar da Força"

Melhores Efeitos Visuais

Ex-Machina

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Star Wars - O Despertar da Força

Melhor Animação

"Anomalisa"

"O Menino e o Mundo"

"Shaun, o Carneiro"

"As Memórias de Marnie"

Melhor Curta de Animação

  • "Bear Story"

"World of Tomorrow"

"Prologue"

"We Can't Live Without Cosmos"

"Os Heróis de Sanjay"

Melhor Design de Produção

"Ponte dos Espiões"

"A Garota Dinamarquesa"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

Melhor Fotografia

O Regresso - Melhor Fotografia

"Carol"

"Os Oito Odiados"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Sicário: Terra de Ninguém"

Melhor Documentário

"Cartel Land"

"The Look of Silence"

"O Que Aconteceu, Miss Simone?"

"Winter on Fire"

Melhor Canção Original

"Earned It", de "Cinquenta Tons de Cinza" (Abel Tesfaye/Ahmad Balshe/Jason Daheala/Stephan Moccio)

"Manta Ray", de "A Corrida contra a Extinção" (J. Ralph/Antony Hegarty)

"Simple Song #3", de "Juventude" (David Lang)

"Til It Happens To You", de "The Hunting Ground" (Diane Warren/Lady Gaga) 

Melhor Trilha Sonora

"Ponte dos Espiões" Thomas Newman

"Carol" Carter Burwell

"Sicário: Terra de Ninguém" Jóhann Jóhannsson

"Star Wars - O Despertar da Força" John Williams

Oscar 2016: Críticas dos indicados a melhor filme e as apostas do Café

"Nossa, o Oscar já é nesse domingo e eu ainda nem vi os filme tudo". Calma, não se desespere, caro leitor, o Café com Filme está aqui para te ajudar! Nossa equipe assistiu a todos os filmes das principais categorias e vai te dar nesse especial uma montão de informação sobre cada um deles, pra você fazer bonito quando for conversar com a galera na segunda-feira. Abaixo você encontra um resumo dos oito indicados a melhor filme, com links diretos para as críticas na íntegra. 

Além disso temos algumas apostas dos nossos editores nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Original e Melhor Roteiro Adaptado. 

Para conferir a lista completa com todas as categorias e se preparar para o domingo a noite, clique aqui. E se você quiser conferir a cobertura com nossos comentários na apresentação, siga o Café com Filme nas redes sociais!

Indicados a Melhor Filme de 2016

1) Mad Max - Estrada da Fúria 

 

Do clímax ao desfecho não tem como se decepcionar. Novos personagens surgem para mostrar que a resistência contra o sistema parte das mulheres que se mantiveram fortes, das jovens até as mais idosas. É tiro porrada e bomba para mostrar que sexo frágil é uma ova! Leia aqui a crítica completa.

2) O Regresso 

O Regresso é um filme de caráter xamânico. Iñárritu invoca audiovisualmente os quatro elementos e os espíritos das florestas para compor todo o desenrolar de seu longa. Água, fogo, terra e ar estão sempre presentes nas cenas e passagens de câmera, como se fossem um grande coadjuvante. Seja nas fagulhas queimando no vazio da noite ou na pitada do cachimbo, os aspectos naturais compõem diretamente a bela fotografia e o enredo da trama, ajudando a dar ritmo e movimento necessário para um longa de mais de duas horas e meia de duração. Leia aqui a crítica completa.

3) O Quarto de Jack

Jack é um menino de 5 anos que é cuidado por sua amada e devota mãe (Brie Larson) — que ele carinhosamente chama de Ma. Como toda boa mãe, ela se dedica em manter Jack feliz e seguro, cuidando dele com bondade e amor, e fazendo coisas típicas como brincar e contar histórias. O quarto é o lugar onde os dois vivem. É um ambiente de 10 m², onde eles estão presos. Apesar da situação complicada, Ma criou um universo para Jack dentro deste quarto. Aos poucos, Jack vai crescendo e sua curiosidade aumenta e, ao mesmo tempo, Ma arquiteta alguma forma de escapar deste local hostil. Leia aqui a crítica completa.

4) Spotlight - Segredos Revelados

 

Baseado na investigação verídica da equipe Spotlight, um grupo de jornalistas do Boston Globe especializados em escândalos, que revelou ao mundo o esquema global de molestação infantil e de acobertamento pela arquidiocese católica, o filme vem para tratar como se deu todo esse processo e como tal sujeira estava enraizada na igreja. Essa história inusitada roubou as manchetes lá em meados de 2002, mas somente agora o mundo tem a chance de acompanhar o caso em uma adaptação cinematográfica que retrata em detalhes boa parte dos acontecimentos. Leia aqui a crítica completa.

5) A Grande Aposta 

 

A Grande Aposta é, por sinal, muito bem dirigido e roteirizado. Adam McKay (Homem Formiga, Saturday Night Live), consegue conduzir tudo com muito bom humor e os textos, diálogos e a composição do filme são muito bem organizados e executados. Não é fácil falar sobre um assunto como a bolha imobiliária, convenhamos. Assim, o filme tinha tudo pra ser muito chato, mas não é. Se fosse mal roteirizado, nem o elenco milionário salvaria A Grande Aposta. Assim, talvez a fórmula de sucesso dessa produção seja uma pegada que muito tem de Onze Homens e Um Segredo – e todos os outros homens e os outros segredos. Leia aqui a crítica completa.

6) Ponte dos Espiões

 

Durante a Guerra Fria, a corrida armamentista entre as superpotências fez com que novas forças surgissem nos serviços de espionagem, e passou-se a investir pesado na coleta de informações de novas tecnologias em que o adversário pudesse ter desenvolvido. Tá, então é um filme de guerra? Sim e não. Sim, porque se passa no contexto de guerra e não, pois a história não é só focada nisso, e quase inexiste qualquer cena de ação explosiva (sorry para quem gosta de espionagem-ação, mas não fica triste, o Spectre tá aí!). Leia aqui a crítica completa.

7) Brooklyn

 

Impressionantes 125 nominações para prêmios nacionais e internacionais, entre elas três indicações ao Oscar – Melhor filme, Melhor Roteiro e Melhor Atriz, para Saoirse Ronan. Com essas credenciais, é de se esperar que "Brooklyn" seja uma produção no mínimo interessante. E é. No meu caso, foi preciso ver duas vezes esse longa dirigido por John Crowley para que eu conseguisse de fato enxergar a beleza do filme. Na primeira tentativa, achei o desenvolvimento muito lento, mas na segunda gostei bem mais e o ritmo não me incomodou nem um pouco. Leia aqui a crítica completa. 

8) Perdido em Marte

 

Para começar a lista de acertos de “Perdido em Marte”, o roteiro é bem fechado. Apesar de um começo um pouco corrido (mas que explica bem o contexto), percebemos bem o início da história, a construção da problemática, todo o percurso para resolver esse problema e a conclusão da história. Assim, o filme tem nexo e conteúdo, diferente de lançamentos deste ano – sim, estou falando de você, “Quarteto Fantástico”. Mesmo se tratando de uma história levemente futurista, o filme tem um aspecto bem pé no chão. Não temos celulares transparentes, sistemas operacionais que transcendem a existência ou qualquer outra coisa que afaste o filme da nossa realidade. Com isso, fica fácil torcer pelo personagem de Damon e, por consequência, fica mais fácil gostar do que é contado. Leia aqui a crítica completa.

Apostas do Café com Filme

Fábio Jordan

Melhor filme: Ponte dos Espiões

A escolha de "melhor filme" é algo muito relativo, já que depende tanto do repertório do espectador quanto da sintonia com o conteúdo apresentado. É complicado escolher entre tantos filmes de alta qualidade, mas "Ponte dos Espiões" foi um dos filmes que mais me cativou. Spielberg acertou a mão e o roteiro, bem como todos os detalhes da produção foram projetados com cautela. Uma trama envolvente e com ótimas atuações.

Melhor diretor: Alejandro G. Iñárritu

Novamente, a competição é dura, mas o senhor Iñárritu conseguiu me surpreender novamente. O trabalho do cineasta neste filme foi magistral, talvez porque ele também foi co-roteirista e, assim, conseguiu transportar todas as ideias brilhantes da história para a telona com cenas espetaculares. O diretor dança em meio as florestas e rios, deixando a plateia atenta a tudo que está sendo apresentado.

Melhor ator: Leonardo DiCaprio

"O Regresso" é um filme espetacular em todos os sentidos, mas a obra só ganha vida mesmo pelos esforços de DiCaprio. Outros indicados também fizeram grandes performances, mas DiCaprio foi visceral em seu papel. Sem precisar falar muito, mas mostrando todo seu domínio corporal, o astro simplesmente rouba as cenas e faz acontecer. É um dos melhores papeis da carreira dele!

Ps.: se Jacob Tremblay (de O Quarto de Jack) estivesse concorrendo, talvez minha escolha seria diferente.

Melhor atriz: Brie Larson

Falando em "Quarto de Jack", o filme só ganha dramaticidade graças ao bom trabalho de Brie Larson. A atriz consegue passar toda a angústia e tristeza de uma experiência traumática. Talvez, ela só não ganha tanto destaque por haver uma divisão bem definida no roteiro com Tremblay. 

Melhor ator coadjuvante: Mark Rylance

Tom Hanks é o guia de "Ponte dos Espiões", mas o filme fica ainda mais completo com a presença marcante de Mark Rylance. O ator dá uma de tímido em boa parte da trama e consegue até arrancar algumas risadas com diálogos e expressões sutis. Confesso que fiquei em dúvida entre Rylance e Hardy, mas ainda fico com o parceiro de Hanks.

Melhor atriz coadjuvante: Alicia Vikander

Eis aqui uma grande surpresa. O filme "A Garota Dinamarquesa" é espetacular e certamente Eddie Redmayne caiu muito bem no papel principal, mas Vikander rouba todas as cenas em que os dois estão participando. Talvez o roteiro tenha alguma tendência nesse sentido, mas, de qualquer forma, a performance da atriz é simplesmente absurda.

Melhor roteiro original: Ponte dos Espiões

Eu gosto de histórias complexas. Admito que "Spotlight" ficou entre meus favoritos, mas "Ponte dos Espiões" se mostrou mais amarrado e bem orientado, ainda mais por ser um filme histórico com muitos detalhes. As cenas tensas certamente colaboraram nesse sentido para minha escolha. Um ótimo trabalho de Matt Charman e dos irmãos Coen.

Melhor roteiro adaptado: A Grande Aposta

Eu já disse que gosto de histórias complexas? Pois é, gosto mesmo, mas algo tão complexo como "A Grande Aposta" não seria tão legal sem uma boa pincelada de humor e simplificação. Adam McKay (que também é diretor) e Charles Randolph conseguiram bolar um roteiro inteligente e divertido com uma trama bem atraente. Aposto minhas fichas!

Lu Belin

Melhor filme: O Regresso

Pelo conjunto. Particularmente, não foi meu preferido, mas o filme é uma inegável composição bem orquestrada de atuação, direção, fotografia e trilha sonora que deixa poucas chances para a concorrência.

Melhor diretor: Alejandro G. Iñárritu

Bem, se o filme é bem orquestrado, tem que ter um maestro por trás disso, né! O Iñarritu foi realmente brilhante pra conduzir a coisa toda.

Melhor ator: Leonardo DiCaprio

É um misto de aposta com torcida. Dessa vez ele mereceu, tadinho.

Melhor atriz: Brie Larson

Difícil, hein? Não achei que nenhuma das atrizes saiu em disparada na frente das outras. Minha aposta vai para a Brie Larson, porque gostei demais da atuação dela em O Quarto de Jack.

Melhor ator coadjuvante: Sylvester Stallone

Acho que o Oscar vai seguir a linha das outras premiações, nessa categoria. O Stallone está sensacional em Creed, um dos melhores trabalhos da carreira dele. Fora a importância do cara para o cinema.

Melhor atriz coadjuvante: Alicia Vikander

Não tem muito o que pensar, né? Alicia Vikander! Está maravilhosa em A Garota Dinamarquesa, tanto que rouba a cena da própria protagonista Lili.

Melhor roteiro original: Ponte dos Espiões

Tem bem a cara de filme de Oscar. Tem uma temática relevante e a narrativa é bem construída. Minha torcida vai pra Spotlight, no entanto.

Melhor roteiro adaptado: A Grande Aposta

Foi indicado em poucas categorias, mas é um filme bem bacana. E achei que o roteiro é a parte mais legal desse longa, que na verdade foi um boa surpresa.

Edelson Werlish

 Melhor filme: Spotlight

Porque, mesmo acreditando que O Regresso seja maior e mais completo no conjunto cinematográfico, Spotlight é o filme que merece ser premiado por lidar com diversas questão de importância no contexto atual, seja por sua história baseada em fatos reais, ou pela forma que aborda em seu roteiro passagens da evolução do jornalismo e das consequências do 11 de setembro. 

Melhor diretor: Alejandro González Iñárritu

O diretor mostra como nunca a qualidade de seu trabalho, nos mínimos detalhes, em O Regresso. Não é prepotente falar que sua gerência técnica beira a perfeição no filme, que une todas as categorias do audiovisual de forma harmônica e empolgante. 

Melhor ator: Leonardo DiCaprio

Parece ser unânime que este ano Leo vai ganhar o Oscar, do mesmo modo que é unânime que este não deveria ser o papel pelo qual o ator deveria ser premiado. Sem tirar o mérito de seu trabalho em O Regresso, mas outros, como O Lobo de Wall Street, foram bem mais merecidos.Porém, como a Acadêmia trabalha com a compensação, já está na hora de dar o homenzinho dourado para DiCaprio. 

Melhor atriz: Brie Larson

Mesmo com deslizes no roteiro, a emocionante história de O Quarto de Jack se sobressai com a atuação de seus interpretes. A atriz consegue passar toda a carga emotiva da mãe que precisa aprender a ser mãe, e emocionar todos nós ao mesmo tempo. 

Melhor ator coadjuvante: Sylvester Stallone

40 anos separaram o primeiro Rocky de Creed. Stallone foi indicado a melhor ator no primeiro filme da franquia, e agora te a chance e o mérito de coroar todo seu legado com o Oscar de coadjuvante. Totalmente merecido, visto que o ator consegue passar com maestria o cinturão para a próxima geração. 

Melhor atriz coadjuvante: Kate Winslet

O Globo de ouro já foi um dos indicativos para a premiação da atriz, que está incrível em sua performance em Steve Jobs. Além disso, seria um dos ápices da premiação ter Jack & Rose cada um com um Oscar na mão. 

Melhor roteiro original: Spotlight

As mesmas razões porque ele deve levar melhor filme: uma história bem escrita e que tem importância no contexto atual, mexendo com um assunto muito delicado. 

Melhor roteiro adaptado: A Grande Aposta

Uma adaptação da crise imobiliária norte-americana contada de uma forma tragicômica. Novamente entra na premiação por ser um assunto de importância na atualiadade. 

Douglas Ciriaco

Melhor filme: O Regresso

É a minha aposta porque é o mais grandioso dos concorrentes. É um filme completo, com excelentes atuações, ótima fotografia, figurino impecável e direção ainda mais aprimorada do Iñarritú. Acredito que a estatueta fica entre ele e “Spotlight”.

Melhor diretor: Alejandro González Iñárritu
Pela precisão da direção de “O Regresso”, acho difícil o Iñarritú não repetir o feito do ano passado e levar o Oscar para casa como melhor diretor.

Melhor ator: Desta vez vai: Leonardo DiCaprio

Teve a melhor atuação entre os concorrentes, com um trabalho de atuação baseado quase que exclusivamente nas expressões faciais, pouca fala. Se ele levar a estatueta, fica devendo também algumas cervejas para o Iñarritú.

Melhor atriz: A Jennifer Lawrence

Foi bem em “Joy” e é favorita, mas acho que Brie Larson merece mais. Ela conduz um papel difícil em um filme tenso, dramático, triste, um combo perfeito pro Oscar.

Melhor ator coadjuvante: Tom Hardy

Esta é a categoria mais bem representada, na minha opinião, com atuações realmente impecáveis e sem favoritos. Minha aposta é Tom Hardy, mas ficaria feliz também se o Mark Ruffalo levasse.

Melhor atriz coadjuvante: Alicia Vikander

Tinha uma grande expectativa em torno de “A Garota Dinamarquesa”, mas saí do cinema um pouco frustrado. O filme é bom, a história é comovente, mas eu esperava um pouco mais. A grande atuação do filme é a de Alicia Vikander, minha aposta como atriz coadjuvante.

Melhor roteiro original: Spotlight

É um filme redondinho, longo na medida certa e muito bem conduzido. A história é contada de forma leve e é a minha aposta para roteiro original.

Melhor roteiro adaptado: A Grande Aposta

É um filme para levar o Oscar de melhor filme e melhor direção, porém, acredito que a disputa acirrada deste ano deixa o filme longe de ambas as estatuetas. Mas acredito que leva como melhor roteiro adaptado.

Crítica do filme O Regresso | A ferocidade dos homens é mais forte que a patada de um urso

O Regresso é um gélido sofrer errante, em que a busca por vingança é o motor de sobrevivência na natureza selvagem.

Dirigido pelo oscarizado Alejandro González Iñárritu, e escrito pelo cineasta em parceria com Mark L. Smith, o longa é baseado no romance homônimo de Michael Punke. Ele é inspirado na história real do explorador norte-americano Hugh Glass, em 1823, o qual após ser atacado por um urso, é deixado para morrer por seus companheiros nas terras frias do velho oeste estadunidense. 

Glass, interpretado por Leonardo DiCaprio, é o fruto da mistura do homem branco, que luta contra os seus demônios internos, e os pele vermelha, adoradores da mãe-terra. Essa dualidade conduz a trama interna da personagem que segue o caminho sem volta da vendetta. Alejandro G. Iñárritu sabe contar essa história, tanto em técnica quanto em arranjo. O diretor mexicano emula os planos-sequências que marcaram Birdman e os enquadramentos de expressões fechadas de Babel para contar uma história marcada de empolgantes cenas de ação e passagens pelo limiar da vida e morte.  

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O Regresso é um filme de caráter xamânico. Iñárritu invoca audiovisualmente os quatro elementos e os espíritos das florestas para compor todo o desenrolar de seu longa. Água, fogo, terra e ar estão sempre presentes nas cenas e passagens de câmera, como se fossem um grande coadjuvante. Seja nas fagulhas queimando no vazio da noite ou na pitada do cachimbo, os aspectos naturais compõem diretamente a bela fotografia e o enredo da trama, ajudando a dar ritmo e movimento necessário para um longa de mais de duas horas e meia de duração.

É interessante notar também a imersão criada pelo diretor para trazer o público para dentro da história. Ele utiliza as possibilidades das lentes da câmera de modos pontuais, seja com flare lens, na qual a luz do sol reflete no vidro da mesma, ou nos suspiros e correntezas das cachoeiras que vão de encontro a tela. Soma-se a essas práticas de filmagem a batida cadenciada da trilha sonora e edição de som oportuna. 

Nas atuações, Leonardo DiCaprio encarna com sinceridade toda a desgraça e dor proveniente do roteiro. Com meia dúzia de falas, Leo produz uma atuação totalmente física, aparada em sangramentos do seu corpo e gemidos de desespero – um martírio sem fim. O personagem de Tom Hardy, ao melhor estilo Bane de O Cavaleiro das Trevas Ressurge versão caipira, por sua vez, é o inimigo e contraste direto de Hugh Glass. Ele assume todas as falas e guia a vilania ao longo das nevascas do filme. 

Não se pode negar, porém, que o ponto alto de O Regresso, é justamente o embate do protagonista com o imenso urso cinzento. O malho apresentado no primeiro ato é impactante, seja para a premiação de DiCaprio nos festivais de cinema ou nos memes da internet. 

O duelo entre homem e animal reflete toda a essência e moral da proposta dramática. A luta de sobrevivência contra o “Balu raivoso” é uma alusão ao contexto do romance. Porque enquanto alguns lutam para proteger seus filhos e filhotes, outros lutam por dinheiro e ganância. Ou seja, o nêmesis maior não é a peleja por subsistência na natureza fria, mas sim o mal daqueles que ali ficam suas bandeiras. 

Mesmo não tendo uma proposta tão ousada quanto Birdman, O Regresso é uma simples história com méritos para o comando de seu diretor, com grandes chances à estatueta de ouro em diversas categorias. Na corrida para o Oscar de melhor ator, em épocas em que a Academia valoriza tanto atuações corpóreas, Leonardo DiCaprio salta na frente, mesmo não sendo seu melhor trabalho. 

Lista de indicados ao Oscar 2016 é dominada por "Mad Max" e "O Regresso"

Nesta quinta-feira, foi divulgada a lista de indicados ao Oscar! A "novidade" dessa edição é o fato de que o diretor Alejandro González Iñárritu (de Birdman) voltou a aparecer como uma das grandes indicações do ano - agora, com o filme "O Regresso", que tem Leonardo DiCaprio como protagonista. Entre todas as nominações, estão: Melhor Ator, Ator Coadjuvante, Fotografia e Figurino.

Outra produção que se destacou neste ano foi "Mad Max: Estrada da Fúria" (de George Miller) - algo um tanto quanto raro para um filme de ação. Entre as indicações desse filmaço, estão Melhor Diretor, Melhor Filme, Efeitos Visuais, Figurino, entre outros. Dessa maneira, há grandes chances de que o Louco Max e sua turma abocanhem algumas estatuetas.

Abaixo, você confere a lista completa.

Melhor Filme

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"A Grande Aposta"

"Ponte dos Espiões"

"Brooklyn"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"O Quarto de Jack"

"Spotlight – Segredos Revelados"

Melhor Direção

Adam McKay, "A Grande Aposta"

George Miller, "Mad Max: Estrada da Fúria"

Alejandro G. Iñarritu, "O Regresso"

Lenny Abrahamson, "O Quarto de Jack"

Tom McCarthy, "Spotlight - Segredos Revelados"

Melhor Ator

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Bryan Cranston, "Trumbo – Lista Negra"

Leonardo DiCaprio, "O Regresso"

Eddie Redmayne, "A Garota Dinamarquesa"

Michael Fassbender, "Steve Jobs"

Matt Damon, "Perdido em Marte"

Ator Coadjuvante

Christian Bale, "A Grande Aposta"

Tom Hardy, "O Regresso"

Mark Ruffalo, "Spotlight - Segredos Revelados"

Mark Rylance, "Ponte dos Espiões"

Sylvester Stallone, "Creed: Nascido Para Lutar"

Melhor Atriz

jen e5235

Cate Blanchett, "Carol"

Brie Larson, "O Quarto de Jack"

Jennifer Lawrence, "Joy: O Nome do Sucesso"

Charlotte Rampling, "45 Anos"

Saoirse Ronan, "Brooklyn"

Atriz Coadjuvante

Jennifer Jason Leigh, "Os Oito Odiados"

Rooney Mara, "Carol"

Rachel McAdams, "Spotlight"

Alicia Vikander "A Garota Dinamarquesa"

Kate Winslet, "Steve Jobs"

Roteiro Original

NWA 89f82

"Ponte dos Espiões"

"Ex-Machina: Instinto Artificial"

"Divertida Mente"

"Spotlight - Segredos Revelados"

"Straight Outta Comptom – A História de N.W.A."

Roteiro Adaptado

"A Grande Aposta"

"Brooklyn"

"Carol"

"Perdido em Marte"

"O Quarto de Jack"

Documentário

"Amy"

"Cartel Land"

"The Look of Silence"

"O Que Aconteceu, Miss Simone?"

"Winter on Fire"

Documentário de Curta-MEtragem

"Body Team 12"

"Chau, beyond the Lines"

"Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah"

"A Girl in the River: The Price of Forgiveness"

"Last Day of Freedom"

Montagem

STAR WARS d89e4

"A Grande Aposta"

"Mad Max: Estrada de Fúria"

"O Regresso"

"Spotlight - Segredos Revelados"

"Star Wars - O Despertar da Força"

Maquiagem e Cabelo

"Mad Max: Estrada da Fúria" Lesley Vanderwalt, Elka Wardega e Damian Martin

"The 100-Year-Old Man Who Climbed out the Window and Disappeared" Love Larson e Eva von Bahr

"O Regresso" Siân Grigg, Duncan Jarman e Robert Pandini

Trilha Original

8 od 0225d

"Ponte dos Espiões" Thomas Newman

"Carol" Carter Burwell

"Os Oito Odiados" Ennio Morricone

"Sicário: Terra de Ninguém" Jóhann Jóhannsson

"Star Wars - O Despertar da Força" John Williams

Design de Produção

"Ponte dos Espiões"

"A Garota Dinamarquesa"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

Curtas

"Ave Maria"

"Day One"

"Everything Will Be Okay (Alles Wird Gut)"

"Shok"

"Stutterer"

Animação

menino mundo cc463

"Anomalisa"

"O Menino e o Mundo"

"Divertida Mente"

"Shaun, o Carneiro"

"As Memórias de Marnie"

Curta de Animação

"Bear Story"

"World of Tomorrow"

"Prologue"

"We Can't Live Without Cosmos"

"Os Heróis de Sanjay"

Filme Estrangeiro

serpente 11d46

"O Abraço da Serpente" (Colômbia)

"Cinco Graças" (França)

"O Filho de Saul" (Hungria)

"Theeb" (Jordânia)

"A War" (Dinamarca)

Fotografia

"Carol"

"Os Oito Odiados"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Sicário: Terra de Ninguém"

"O Regresso"

Figurino

mad max a1d80

"Carol" - Sandy Powell

"Cinderela" - Sandy Powell

"A Garota Dinamarquesa" - Paco Delgado

"Mad Max: Estrada da Fúria" - Jenny Beavan

"O Regresso" - Jacqueline West

Canção Original

"Earned It", de "Cinquenta Tons de Cinza" (Abel Tesfaye/Ahmad Balshe/Jason Daheala/Stephan Moccio)

"Manta Ray", de "A Corrida contra a Extinção" (J. Ralph/Antony Hegarty)

"Simple Song #3", de "Juventude" (David Lang)

"Til It Happens To You", de "The Hunting Ground" (Diane Warren/Lady Gaga)

"Writing's On The Wall", de "007 Contra SPECTRE" (Jimmy Napes/Sam Smith)

Efeitos Visuais

"Ex-Machina: Instinto Artificial"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Star Wars - O Despertar da Força"

Edição de Som

marte c5995

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Sicário: Terra de Ninguém"

"Star Wars - O Despertar da Força"

Mixagem de Som

"Ponte dos Espiões"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Star Wars - O Despertar da Força"

O Regresso | Trailer legendado e sinopse

Inspirado em fatos reais, O Regresso é uma experiência cinematográfica imersiva e visceral que capta a épica aventura de um homem por sobrevivência e o extraordinário poder do espírito humano. Em uma expedição pelo desconhecido deserto americano, o lendário explorador Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) é brutalmente atacado por um urso e deixado como morto pelos membros de sua própria equipe de caça.

Em uma luta para sobreviver, Glass resiste à dor inimaginável, bem como à traição de seu confidente, John Fitzgerald (Tom Hardy). Guiado pela força de vontade e pelo amor de sua família, Glass deve navegar um inverno brutal em uma incessante busca por sobrevivência e redenção. O Regresso é dirigido e co-escrito pelo renomado cineasta, vencedor do Oscar, Alejandro González Iñárritu (Birdman, Babel).

Crítica do filme Locke | Fazer a coisa certa nem sempre é fácil

Ao longo de nossas vidas, somos ensinados a fazer o que é certo. Quer dizer, esse negócio de certo e errado é uma coisa de convenção, então, na verdade, somos induzidos a seguir a cartilha ditada pela sociedade, que geralmente é repassada de pais para filhos.

Ter boas maneiras, estudar, trabalhar, fazer amizades, comprar um carro, encontrar um par, trabalhar ainda mais, comprar uma casa, casar, manter as aparências, estudar um pouco mais, ter filhos, evoluir na carreira, ser fiel, educar os filhos, ser cordial.

Enfim, isso tudo é apenas uma parte pequena dos objetivos traçados por muitas pessoas. Levamos muitos - e longos - anos para chegar em um estágio da vida, no qual alcançamos parte de nossa meta, mas basta um simples erro para acabar com tudo.

Ivan Locke (Tom Hardy) é um cara que seguiu essas regras direitinho, sendo dedicado a sua família e tendo uma boa carreira como engenheiro civil. Entretanto, tudo pode virar do avesso após uma simples ligação em um dos momentos mais importantes de sua vida.

Uma longa viagem

Em “Locke”, você senta no banco do carona e acompanha, ao longo de quase noventa minutos, uma viagem que o levará a repensar várias atitudes de sua vida. Com longos diálogos realizados somente através de chamadas telefônicas, podemos conhecer um pouco da vida de Ivan Locke. É tipo aqueles programas de televisão que o apresentador diz: "Você liga e fala qualquer coisa com o palhaço mais sensual do Brasil".

Aliás, é bom comentar logo de cara que o filme se passa dentro do carro, com apenas algumas cenas externas mostrando o veículo trafegando por uma rodovia repleta de mais carros. É bom deixar bem avisado, pois muita gente pode acabar se decepcionando com essa proposta diferente.

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Particularmente, eu achei essa ideia bem interessante, pois montamos toda a história do personagem apenas no imaginativo. Uma ligação completa a outra e, aos poucos, isso vai mexendo mais com o personagem.

Para desenvolver a trama e envolver o expectador, a interpretação de Tom Hardy é mais do que fundamental - e ele faz isso com maestria. Sério, ver ele falando sozinho e discutindo com o fantasma do falecido pai é algo impressionante. Não é por acaso que ele tem ganhado cada vez mais destaque em Hollywood.

Através das reações que ele tem ao volante, do tom de voz amedrontado ou até apreensivo, das expressões faciais preocupantes e dramáticas, o ator consegue passar os sentimentos de um homem que cometeu um pequeno deslize, mas que busca fazer a coisa certa para tentar continuar a vida e deixar tudo certo para todos ao seu redor.

Decisões que mudam vidas

Como diria a “lei de Murphy”: se uma coisa pode dar errada, ela vai dar errada. Ivan Locke pôde perceber isso da pior forma possível e sem ter meios de lutar contra o destino - nem tudo dá pra fazer pelo telefone e cada ligação pode ser pior do que a anterior. Basta um único deslize para estragar o trabalho de décadas. E tudo isso nos faz refletir muito.

A grande sacada reside justamente nessa indagação sobre as decisões que tomamos e de que forma isso nos impacta. A situação de Locke talvez seja exagerada, por conta da corrente de coisas erradas, mas não precisamos divagar muito para ver como temos uma visão limitada das coisas e que talvez não fosse diferente se fosse conosco.

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A sequência de ligações e cenas bem executadas por Hardy são acompanhadas de uma trilha sonora que coloca o público para pensar. Às vezes, não temos muito tempo para respirar, pois as notícias ruins são bombardeadas na tela, mas se já é complicado para quem vê, certamente é muito mais tenso para quem passa por tudo isso.

O longa dirigido por Steven Knight tem uma premissa interessante no que diz respeito à construção da trama, já que opta por um tipo de comunicação inusitado. É bom ver essa mídia fugindo do comum, afinal, se podemos nos emocionar através de um diálogo ou de uma ligação na vida real, qual seria o empecilho para esse tipo de coisa num filme?

Possivelmente, “Locke” não é um filme para todos, principalmente por pecar no fator surpresa. O roteiro se desenvolve bem e consegue passar algumas reflexões, mas quem espera uma reviravolta talvez se decepcione. Ainda bem que o roteirista foi piedoso, pois o pobre Ivan sofre demais em pouco mais de uma hora.

Locke” está disponível no Netflix :)

Locke | Trailer oficial e sinopse

Ivan Locke (Tom Hardy) é um homem dedicado a sua família e ao seu trabalho. Entretanto, sua vida pode mudar completamente quando ele recebe uma simples ligação telefônica. Agora, dirigindo de uma cidade até outra, ele vai ter que enfrentar uma situação complicada e assumir suas responsabilidades na tentativa de corrigir um deslize do passado.

Crítica do filme Crimes Ocultos | O paraíso que só existe por meio da censura

No dia 9 do mês passado foi comemorado na Rússia o aniversário de setenta anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha Nazista e a repercussão foi grande nos principais veículos de comunicação. Exceto os de algumas nações alarmadas com as tensões na fronteira com a Ucrânia, representantes de diversos países estiveram presentes no evento que contou com um grandioso desfile com mais de dezesseis mil soldados na Praça Vermelha.

Foi nesse contexto que estreou o filme Crimes Ocultos, sendo imediatamente censurado pelas autoridades russas que o consideram uma distorção da história daquele país. Para o ministro da cultura da Rússia, Vladimir Medinsky, o longa retrata os cidadãos soviéticos como "fisica e moralmente subumanos, uma massa sangrenta de orcs e ghouls".

Independente do nosso posicionamento no espectro político, a verdade sobre tudo que se passou na URSS é algo que dificilmente conheceremos com exatidão. Das poucas informações a que temos acesso, é possível ter a noção de como os direitos do povo russo eram violados pelas políticas autoritárias implementadas durante o período em que Josef Stálin liderou o país. Não bastava que a estratégia fosse apenas a de reforçar o antagonismo com o sistema capitalista do ponto de vista econômico, mas havia todo um monitoramento da rotina dos cidadãos nas diferentes funções que exerciam.

É com objetivo de denunciar os abusos desse período que a literatura de Tom Rob Smith foi parar nas telonas sob a responsabilidade de Daniel Espinosa. Baseado no livro “Child 44”, o filme mostra um pouco da vida difícil do agente da KGB, Leo Demidov, ao investigar uma série de horríveis assassinatos e quem assume o papel desse protagonista é o ator Tom Hardy, marcando o ano de 2015 com o privilégio de participar das mais importantes produções, como Mad Max: Estrada da Fúria.

Leo é encarregado da investigação de diversos assassinatos que misteriosamente acontecem no país que, segundo suas lideranças, é o verdadeiro paraíso. Segundo a lógica de Stálin, assassinatos existiriam somente dentro do sistema capitalista e seriam inconcebíveis pelo modo de vida socialista. Com esse tipo de visão, não só as manifestações artísticas ou midiáticas, mas todo tipo de investigação policial sofria com a censura que delimitava o que era compatível ou não com a realidade de um mundo pós-revolucionário.

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A rotina desse investigador começa a apresentar constantes conflitos entre o que se vê e o que se acredita, de modo que sua vida pessoal acaba sendo atingida pela pressão exercida pelas patentes mais altas da organização estatal de que faz parte. Leo é obrigado a conviver com a ocultação dos detalhes da morte do filho de seu amigo e ao mesmo tempo suportar a dor da perseguição à sua esposa, Raisa Demidova (Noomi Rapace).

O enredo se desenvolve de modo bem fluido, com uma dinâmica continuidade sem qualquer cena que sirva apenas de enrolação. É fascinante para os interessados em filmes históricos, com temática que envolve a Segunda Guerra Mundial e a condição do lado oriental durante o período que costumamos chamar de Guerra Fria.

Apesar de filmado em Praga, na República Tcheca, os cenários são personalizados com detalhes que nos fazem imaginar o cotidiano do povo russo naquela época. As cores de toda paisagem, sempre muito frias e acinzentadas, combinam com os figurinos de modo que, só de imaginar, rola até um friozinho na sala de cinema.

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Existem variadas cenas de espionagem e perseguições, que empolgam bastante e nos enchem de ansiedade e expectativa para que os casos sejam resolvidos imediatamente. Não há como assistir sem se posicionar, sem se imaginar naquele contexto e sem concordar que, de fato, todo período histórico necessita de uma profunda reflexão. 

Diante das maiores dificuldades para fazer aquilo que é certo em defesa de seu próprio povo, Leo é o herói em contradição, que individualmente se coloca contra todo aparato estatal e a crença que possui sobre aquilo que é justo. É frustrante saber que em 2015 o povo russo está privado de conhecer essa obra de arte, pois diferente do que dizem as autoridades, Crimes Ocultos não ridiculariza os fatos e não serve como recurso panfletário. 

Com a censura atual, faz-se o que é previsto: a antiga estratégia de regimes que se perdem na vaidade e que se corrompem cada vez mais naufragados em tanto abuso de poder. História conhecida no oriente, no ocidente, em qualquer sistema e em qualquer tempo...

Opinião | Mad Max e a Redenção dos Invisíveis

Se eu tivesse que escolher outro nome para o quarto filme da saga Mad Max, a película seria batizada de “A Redenção dos Fodidos”. Isso porque o filme está repleto de simbologias que nos mostram que a História é escrita pelos povos inauditos e invisíveis para o poder.

Pessoalmente, acho sensacional que Max Rockatansky (Tom Hardy), talvez o personagem mais associados ao machão tradicional de toda a história do cinema, tenha se tornado coadjuvante na luta da Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) e seu grupo de mulheres para destruir um tirano machista. Na quarta vez em que o gênio australiano George Miller roteirizou e dirigiu uma aventura de sua principal criação até hoje, ele resolveu colocar Max engrossando as fileiras de uma luta de libertação feminina.

Leia a crítica de Mad Max: Estrada da Fúria

Um deslocamento essencial para os dias em que vivemos, fazer de Max um aliado de Furiosa, mesmo que tudo tenha sido, inicialmente, apenas o resultado das circustâncias, é uma dica, o sintoma de uma reflexão mais do que necessária para todo e qualquer homem nos dias de hoje — e, claro, também nos que virão adiante.

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Miller carregou a obra de simbologia, do começo ao fim. A angulação da câmera, as tomadas, as perspectivas pelas quais o espectador vê a obra, tudo vira discurso. Quando Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne) entra no cofre onde deveriam estar suas esposas, ele encontra apenas a parteira armada com uma escopeta. Neste momento, o espectador assume a posição do vilão, e as palavras da mulher, clamando ali o direito que cada mulher tem sobre seu próprio corpo e seu próprio destino, são direcionadas à plateia.

Adiante, quando Esplêndida (Rosie Huntington-Whiteley) entrega a mangueira d'água para Max, o enquadramento dado por Miller relaciona o ventre da moça com a água que escorre da mangueira. Semente, fertilização, fruto, futuro, esperança... Várias referências às antigas deusas dos povos nômades, aquelas apagadas da memória da humanidade pelo patriarcado.

Do micro ao macrocosmo

Em “Estrada da Fúria”, temos um microcosmo daquilo que se tornou o mundo. O planeta voltou a ser gigantesco quando o mundo de cada um dos agrupamentos humanos que se arrastam pela superfície se tornou pequeno no pós-apocalipse. A devastidão daquele pedaço do planeta reúne um pequeno exemplo de tudo aquilo que viramos.

A população desolada em busca de dias melhores (e mais molhados) tem sua esperança capturada por um tirano, que cria um exército de malucos dispostos a morrer por seu líder, acreditando que o amanhã lhes será doce no além-mundo. Nessa circunstância, Max e Nux (Nicholas Hoult), um ex-camicaze que adere à luta das mulheres após ser acolhido por Capable (Riley Keough), tornam-se aliados primeiro na sobrevivência do grupo e, depois, na destruição completa de Immortan Joe e de tudo o que ele representa.

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Mais uma vez, Miller recorre à simbologia para politizar o discurso: mulheres e homens combatem juntos o patriarcado. Por fim, o retorno do grupo triunfante à Cidadela carrega ainda mais signos: um bando de invisíveis, amputados e amputadas, gordos e gordas, deslocados da ordem, enfim, fodidos de todas as horas, festejam seu lampejo de esperança.

Max, um guerreiro solitário que aprendeu que estar ao lado das mulheres fazia parte da sua busca por redenção, perde-se em meio à multidão. Ao centro, as mulheres são celebradas pela vitória sobre o vilão. Duas bandeiras, uma vermelha e uma preta, presas atrás do veículo que o grupo chega dirigindo à Cidadela, dão cores anarquistas ao respiro de liberdade que todos ali experimentam. O povo está no poder.

Cinema: confira as estreias de 14 de maio

O final de semana está chegando e aqui estão todas as estreias do circuito comercial de cinema no Brasil. O grande destaque desta semana fica para “Mad Max: Estrada da Fúria”, que marca o retorno do cineasta australiano George Miller à franquia que o consagrou.

Quarto filme da série, o novo “Mad Max” traz Tom Hardy (“Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”) no papel principal, originalmente ocupado por Mel Gibson (“Os Mercenários 3”).

Confira agora a lista completa de novidades desta quinta-feira, 14 de maio:

Divã a 2

Eduarda e Marcos vivem um casamento desgastado e, ao longo de suas sessões de terapia, chegam à conclusão de que devem se separar. Eduarda se envolve com Léo, um novo amor, mas fica dividida quando Marcos, cansado da vida de solteiro, se reaproxima dela.

Los Hermanos: Esse é Só o Começo do Fim da Nossa Vida

"Los Hermanos" (1999), "Bloco do Eu Sozinho" (2001), "Ventura" (2003), "4" (2005). Em 2007, com dez anos de carreira e quatro álbuns de estúdio, a banda formada nos corredores da PUC-Rio decide parar. Mas volta em 2012 para uma série de shows pelo Brasil, para delírio dos fãs.

Mad Max: Estrada da Fúria

Uma história apocalíptica que se passa nos confins do planeta, em um deserto onde a humanidade está desmoronando, e todos os humanos estão lutando loucamente pelas necessidades mais básicas da vida. Neste mundo, há dois rebeldes fugitivos que talvez consigam restaurar a ordem.

Max (Tom Hardy), um homem de ação e de poucas palavras, que busca paz para sua mente seguindo a perda de sua mulher e filho no acerto de contas do caos. E Furiosa (Charlize Theron), uma mulher de ação que acredita que seu caminho para a sobrevivência só pode ser trilhado se ela cruzar o deserto e voltar para sua terra natal.

Metanóia

Eduardo (Caique Oliveira) é mais um em meio aos milhares de usuários regulares e dependentes do crack. Criado na periferia de São Paulo, a boa educação oferecida por sua mãe, Solange, não o impediu de ficar preso no mundo das drogas. Ele fica perdido em meio à autodestruição, enquanto Solange tenta desesperadamente salvar o filho do vício.