Peter Jackson - Café com Filme

Na velocidade da luz! Confira as estreias de 2016 que já estão na Netflix

Em breve será divulgada a lista de indicados ao Oscar 2017. Nessa época é que a gente se liga de quantos filmes incríveis estrearam - e quantos você queria ter visto, mas não conseguiu pegar a tempo no cinema.

Pra não ficar atrasado na hora de opinar no bolão de quem leva a estatueta de melhor filme e se preparar pra torcer pelo Di Caprio, ainda dá tempo de checar algumas das belezuras que passaram nas telonas neste ano turbulento, porém repleto de boas produções cinematográficas.

Uma grande aliada nessas horas é a Netflix, que foi super agilizada e já está exibindo diversos filmes que mal acabaram de sair de cartaz nas salas de cinema. Por isso, enquanto você espera pela nossa lista de favoritos do ano de 2016, relacionamos algumas das mais badaladas estreias dos últimos 12 meses que já podem ser vistas via streaming. Confira!

Os Oito Odiados

Estreia em 07 de janeiro

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É oitavo filme do diretor Quentin Tarantino, que estreia no Brasil no dia 7 de janeiro de 2016. O faroeste tem oito personagens: O Caçador de Recompensas (Samuel L. Jackson); O Carrasco (Kurt Russell); O Confederado (Bruce Dern); O Cowboy (Michael Madsen); O Mexicano (Demián Bichir); O Pequeno (Tim Roth); A Prisioneira (Jennifer Jason Leigh); e O Xerife (Walton Goggins). Em breve, novas informações.

Veja a crítica do filme Os Oito Odiados.

A Grande Aposta

Estreia em 04 de fevereiro

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Quatro pessoas de fora do mundo das altas finanças previram o colapso do crédito e a bolha imobiliária em meados dos anos 2000 resolvem prejudicar os grandes bancos pela falta de conhecimento e, claro, principalmente pela ganância. Basicamente, eles viram uma oportunidade no meio da crise que ninguém mais conseguiu enxergar.

Veja a crítica do filme A Grande Aposta 

Boneco do Mal

Estreia em 18 de fevereiro

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Quando a jovem Greta (Lauren Cohan) aceita um emprego como babá em uma pequena vila inglesa, ela não podia imaginar que o menino de oito anos do qual iria cuidar na verdade é um boneco que todos tratam como uma criança de verdade. E se Greta não fizer o mesmo, situações assustadoras e ameaçadoras podem acontecer.

Veja a crítica de Boneco do Mal.

Visões do Passado

Estreia em 03 de março

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Com a perda recente da sua filha Evie, de 12 anos, o psicólogo Peter Bower e sua esposa Carol mudam de volta para Melbourne - onde se conheceram - para começar a vida do zero. Um velho amigo e mentor de Peter, o Dr. Duncan Steward, começa a encaminhar pacientes de uma clínica psiquiátrica para ajudá-lo a voltar à rotina.

Incomodado pelas peculiaridades e histórias de seus pacientes, Peter investiga a fundo a história deles e descobre uma terrível coincidência interligando todos. Percebendo que ele está sendo perseguido pelo seu passado, Peter retorna à sua cidade natal para finalmente enfrentar um segredo que ele manteve por 23 anos.

Veja a crítica do filme Visões do Passado.

Little Boy – Além do Impossível

Estreia em 10 de março

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Um garoto fica devastado quando seu pai, que também é seu melhor amigo, é mandado para a Segunda Guerra Mundial. Acreditando que tem poderes especiais, o pequeno garoto faz de tudo para trazer seu pai de volta para casa.

Veja a crítica do filme Little Boy - Além do Impossível.

Memórias Secretas

Estreia em 12 de maio

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Zev (Christopher Plummer) é um judeu sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, que descobre o paradeiro do guarda nazista responsável pelo assassinato de sua família há 70 anos: ele vive na América com identidade falsa.

Apesar de todas as dificuldades, Zev decide fazer justiça com as próprias mãos que tremem com a idade avançada e embarca numa longa viagem com um surpreendente desfecho. Dirigido por Atom Egoyan, indicado ao Oscar de melhor direção e roteiro por O Doce Amanhã.

A Garota do Livro

Estreia em 26 de maio

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No mundo das editoras de Nova York, uma jovem responsável pela edição em uma grande empresa é forçada a confrontar um capítulo problemático de seu passado quando um autor famoso entra novamente em sua vida.

Veja a crítica do filme A Garota do Livro.

Raça

Estreia em 16 de junho 

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Baseado na incrível e verdadeira história de Jesse Owens. A jornada do legendário atleta que o leva ao palco mundial das Olimpíadas de 1936, onde ele enfrenta a visão da supremacia Ariana de Adolf Hitler. Raça é um filme envolvente, sobre coragem, determinação, tolerância, e amizade. Um drama inspirador sobre a luta de um homem para tornar-se uma lenda olímpica.

Veja a crítica do filme Raça.

Dois Caras Legais

Estreia em 21 de julho 

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Na Los Angeles dos anos 70, Amelia (Margaret Qualley), filha de uma funcionária do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (Kim Basinger) é sequestrada. Ela decide contratar Jackson Healy (Russell Crowe), detetive particular violento e ex-alcoólatra, para investigar o caso. 

O trabalho revela-se mais complicado do que o esperado e ele decide dividir a investigação com o atrapalhado Holland March (Ryan Gosling). Ambos descobrem que o caso e a morte de uma estrela pornô estão, de alguma maneira, relacionados. Eles então descobrem uma conspiração chocante que atinge até os mais altos círculos do poder.

Veja a crítica do filme Dois Caras Legais.

O Homem Que Conheceu O Infinito 

Estreia em 25 de agosto

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Inspirado em uma história real, conta a emocionante história da genialidade de Srinivāsa Aiyangār Rāmānujan, matemático indiano que, mesmo sem formação acadêmica, contribuiu definitivamente em diferentes áreas da Matemática.

Com roteiro e direção de Matt Brown, o longa é ambientado na Inglaterra, durante a Primeira Guerra Mundial. Após uma infância humilde, vivida em Madras, na Índia, Rāmānujan (Dev Patel, de Quem Quer Ser Um Milionário?) é admitido na Universidade de Cambridge e, com a ajuda de seu professor , G. H. Hardy (Jeremy Irons, vencedor do Oscar por O Reverso da Fortuna), consegue provar como conseguiu ver o infinito.

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Além dessas superdicas, outras produções desse ano também entraram no catálogo, como é o caso de "Marguerite", "Invasão a Londres". "O Maior Amor do Mundo", "Perfeita é a mãe", entre outros. Sabe de mais algum? Tem sugestões a acrescentar? É só comentar na notícia! ;)

Crítica Deathgasm | A estrada para o inferno é pavimentada com METAL!

Metalocalypse de carne e osso, ou a insólita fusão de “Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio” (1981) e “Isso é Spinal Tap” (1984); essas são formas bem simplistas de explicar o que é Deathgasm. A saga do headbanger Brodie contra as forças demoníacas que tentam destruir o mundo é sanguinolenta, bem humorada e tudo o que você poderia esperar de um terror sobrenatural metaleiro, seja lá o que isso signifique.

Trata-se da pedida perfeita para a nova geração de fãs do “cinetrash”. Para quem já está familiarizados com a pegada dos clássicos italianos de Mario Bava (As Três Máscaras do Terror), Dario Argento (Suspiria) e companhia, Deathgasm pode não parecer séptico o suficiente, mas lhes asseguro que a nojeira está bem representada.

O diretor Jason Lei Howden estréia do com pé direito. O neozelandês aposta em um estilo que nos remete diretamente ao seu conterrâneo Peter Jackson — em seus trabalhos iniciais como “Fome Animal” (1992) e “Trash - Náusea Total” (1987) — para entregar uma película à lá “O Dia da Besta” (1995). O filme brinca com estereótipos da cultura MetalHead e do gênero terror, para mostrar uma história esperta e muito divertida.

Headbanger

O cara mais underground que eu conheço é o Diabo!

Deathgasm abusa das piadas em torno da cultura metaleira e seus fiéis seguidores headbangers, porém, Deathgasm sabe muito bem o que faz e aproveita os estereótipos de maneira muito eficiente. Além disso, os fãs do bom e velho cinema gore não ficarão desapontados.

São litros e mais litros de sangue, gosma e uma sorte de outras asquerosidades que são esparramadas livremente ao longo de toda a película. Por sinal, os efeitos especiais merecem destaque.

Mesmo não se tratando de uma produção hollywoodiana com orçamento inchado, Deathgasm entrega maquiagens bem produzidas, baseadas em designs muito criativos. Méritos aqui para Jason Lei Howden, que apesar de estrear na direção já tem um currículo prolífico trabalhando com efeitos visuais em filmes como O Hobbit: Uma Jornada Inesperada e Vingadores: Era de Ultron.

Quem não tem cão...

Outro ponto positivo é a química do elenco. Mesmo que os atores individualmente não entreguem as performances de suas vidas, o grupo mostra grande afinidade na tela, o que certamente contribui muito para que o espectador crie empatia pelos personagens. Uma curiosidade é que o elenco conta com três veteranos da série Power Rangers; Milo Cawthorne (Power Rangers R.P.M), Kimberly Crossman (Power Rangers Samurai) e Kate Elliot (Power Rangers Samurai).

Também merecedora de elogios, a trilha sonora. Como era de se esperar, o filme conta com várias faixas do mais puro Metal, incluindo pérolas das bandas Emperor, Midnight, Nunslaughter e outros ícones do Death e Black Metal.

Porta de entrada para drogas mais pesadas...

Deathgasm é um daqueles poucos e excelentes filmes que produz uma amalgamação perfeita de humor e terror. Sem impor seu ritmo ao espectador e mais importante, sem forçar as piadas, Deathgasm atinge o nervo com golpes certeiros em cenas que se transformam em clássicos instantâneos. O que dizer do momento em que Brodie e Zakk se armam com brinquedos sexuais para atacar demônios ensandecidos, ou ainda da cena na qual Brodie aparece em Corpse Paint tomando sorvete no meio de um parque.

Deathgasm é um excelente exemplo do gore contemporâneo

Jason Lei Howden brinca com esses elementos e entrega um filme coerente. A história não é tão elaborada assim, mas não é exatamente esse o foco de um bom gore.

Na verdade, podemos dizer que Deathgasm é um “trash de luxo”, se o paradoxismo for permitido. A produção exala todos aqueles elementos pútridos que tanto caracterizam o gênero, ao mesmo tempo em que supera o estigma de imundice e entrega um filme de qualidade. Em suma, se você apreciar a “beleza” de Deathgasm, quem sabe já está na hora de explorar recônditos ainda mais obscuros do verdadeiro gore.

Lea T vem ao Brasil para o Festival de Cinema do Rio

Celebradíssima na comunidade LGBTT, a modelo Lea T vai pisar em terras brasileiras em outubro para participar – e ser homenageada – durante o Festival de Cinema do Rio. Lea T. receberá o "Prêmio Suzy Capó - Personalidade Felix do Ano", que premia personalidades de destaque e que faz alusão à atriz e produtora cultural Suzy Capó, atuante na temática LGBT, que morreu ano passado. 

O prêmio será entregue a Lea T junto com o "Prêmio Felix", que seleciona os melhores filmes de temática LGBT. O Festival acontece entre os dias 06 e 16 de outubro e incluir diversas mostras competitivas, experimentais e com temáticas variadas, além do Rio Market, uma área de negócios que engloba um completo panorama do mercado de audiovisual da América Latina.

Neste ano, a programação desta área será dividida em quatro mercados segmentados: RioMarket TV, RioMarket Film, RioMarket Fashion & Film e RioMarket Advertising.

Mostra competitiva de documentários

Diversas faces do país estão na Mostra Competitiva de Documentários da Première Brasil. Em 2016, os seis filmes que concorrem ao Troféu Redentor na categoria apresentam temas atuais como ecologia, sexualidade, fama, música, drogas e esporte. 

A trajetória da primeira geração de artistas travestis do Brasil é o fio condutor de "Divinas Divas", de Leandra Leal. O grupo, que se apresentava na década de 1970 em Cinelândia repleta de cinemas e teatros, volta a se reencontrar para uma apresentação. Nos bastidores, elas trazem à tona memórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época. 

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Qual o poder de um fenômeno midiático? Beyoncé inspira uma legião de super-fãs dispostos aos maiores sacrifícios para ver sua diva de perto. O documentário "Waiting for B". mostra dezenas de pessoas que acamparam em frente ao estádio Morumbi durante dois meses, fizeram rodízios para guardar lugares e enfrentaram sol e chuva por um lugar na primeira fila. 

A música também está presente em "Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos", documentário sobre a big band que marcou os bailes de Pernambuco e que ainda se apresenta até os dias de hoje em datas comemorativas. No filme de Sérgio Oliveira, um retrato do sertão contemporâneo.

O diretor baiano Sérgio Machado, que acompanhou a rivalidade entre os pugilistas Luciano "Todo Duro" Torres e Reginaldo "Holyfield" nos anos 1990, vai atrás da dupla e reconta suas histórias em "Luta do Século". De infâncias miseráveis aos sucesso dos ringues, como ambos perderam tudo depois do auge e como uma revanche, mais de duas décadas depois, pode trazer de volta o brilho dos anos de glória.

O esporte não evitou que Marco Archer optasse pela vida de traficante internacional. Preso com 13.5 kg de cocaína escondidos em sua asa delta, ele ficou preso por 11 anos na Indonésia, antes de ser fuzilado. Em "Curumim", de Marcos Prado, reflexões sobre suas escolhas, seus últimos meses no corredor da morte e a esperança de ser libertado.

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Depois da grande seca que acabou com os estoques de água nos reservatórios da região do sudeste, a documentarista Eliza Capai resolveu investigar as faraônicas obras de reservatórios na região da floresta Amazônica. No boat movie "O Jabuti' e a Anta, ela colheu depoimentos da população ribeirinha, os pescadores e os indígenas que habitam as margens do rios Xingu, Tapajós e Ene. 

Sobre o Festival do Rio

O Festival do Rio foi criado em 1999 a partir da junção entre a Mostra Banco Nacional e o Rio Cine Festival, eventos que faziam parte do calendário cultural da cidade desde os anos 1980. De lá para cá, o Festival de firmou como um dos mais importantes do mundo e destino obrigatório para os principais destaques cinematográficos do ano.

O evento é realizado pelo Cinema do Rio e pelo Cima - Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente, responsáveis pela produção do Festival, realização da Première Brasil e pelo RioMarket, maior mercado do audiovisual da América Latina.

Alguns dos nomes mais importantes do cinema mundial já passaram pelo Festival apresentando seus filmes. Foram diretores como Roman Polanski, Costa-Gavras, Tom Tykwer, Dario Argento, Leos Carax, Im Sang-soo, João Pedro Rodrigues, Masahiro Kobayashi, Louis Malle, Carlos Saura, John Waters, Peter Greenaway, Stephen Frears, François Ozon, Todd Solondz e os irmãos Paolo e Vittorio Taviani; além de atores como Jeanne Moureau, Samuel L. Jackson, Marisa Paredes, Jeremy Irons, Forest Whitaker, Kylie Minogue, Willem Dafoe, Charlotte Rampling, Ricardo Darín, Danny Glover, Harvey Keitel, Helen Mirren, Isabelle Huppert e Jane Birkin, entre muitos outros.

Crítica do filme Warcraft | Adaptação é grande prelúdio de acertos e erros

Lok'tar ogar, camarada*

Em órquico, Lok'tar ogar significa Vitória ou Morte. Essa é apenas uma das milhares de expressões que os mais de 12 milhões de players que jogam ou já passaram pelo mundo de Warcraft estão acostumados. Pensa só numa responsa para fazer um filme que faça jus ao nome do game para toda essa turma aí! 

E não é só isso. Podemos dizer que Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos veio como um recomeço para adaptações de todos os jogos para o cinema. É só pegar o histórico dos que já tentaram se aventurar para a outra mídia e ver do que eu estou falando. Diferente dos outros casos, a criadora Blizzard Enterteniment ficou responsável pela supervisão de todo o projeto, desde roteiro, elenco, produção e até a direção, escolhendo um verdadeiro fã da franquia e jogador nato, Duncan Jones, para comandar as câmeras.

A história busca adaptar o primeiro jogo da série, lá de 1994, intitulado Warcraft: Orcs & Humans, muito antes de ele se tornar o famoso mmorpg World of Warcraft. O esquema é esse aqui: os Orcs, que fazem parte da facção chamada Horda, moram no planeta Draenor. Esse planeta tá caindo aos pedaços, então eles têm a ideia de ir para outro mundo, chamado Azeroth, por meio de um portal mágico. 

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Só que, para abrir esse portal é necessário sacrificar milhares de vidas, por meio de magia negra. Logo, os primeiros Orcs que chegaram em Azeroth precisam capturar humanos para fazer o negócio funcionar. Mas nem todos os Orcs concordam com isso, e assim, os bonzinhos acabam se juntando com os Humanos, os quais fazem parte da facção chamada Aliança, para deter o mal no novo mundo. Legal, não é?  

Ou seja, todo um incrível universo fantástico, com seguidores em todos os cantos do planeta e com um dos games mais jogados nesta Terra, nada poderia dar errado, certo? Pois é. O filme de Warcraft não é de todo bem, mas também não é de todo mal. Abaixo eu explico direito o que deu e o que não deu certo. Cola comigo!

Um velho novo mundo-fantasia 

Antes de tudo, é necessário dizer que, mesmo tendo uma legião de fãs, é no cinema que Warcraft vai encontrar a sua “expansão” máxima. Falo isso no sentido de abrir a obra para públicos que não consomem os jogos eletrônicos. É um novo mundo a ser explorado nas telonas, porém um velho conhecido dos adoradores de histórias épicas, fantásticas, medieval e da Terra-Média. 

Não, Warcraft não é um Senhor dos Anéis, mas bebe muito (e se bebe) na fonte de sir J. R. R. Tolkien, tanto no livro em si, quanto na obra cinematográfica. Ali você vai encontrar Orcs, Anões, Elfos, Magos, Feiticeiros, Calabouços e Dragões. É importante dizer, porém, que esse filme não tem a pretensão de pegar o lugar da obra-mor de Tolkien ou da película de Peter Jackson; é justamente ao contrário. Warcraft funciona porque busca a sua própria identidade, mesmo com inspirações alheias. Ele vai te apresentar cidades, raças, línguas, feitiços e animais que partem diretamente do seu jogo, tornando a experiência para que tem ou já teve contato com a franquia muito prazerosa.    

Diversos mecanismos utilizados nessa adaptação comprovam as diferenças. Vale o destaque para a fotografia e opção de uma palheta de cores mais colorida, em comparação direta com O Senhor dos Anéis. Os bosques, florestas, cidades, e personagens exploram bem a diversidade de tons e coloração dos games, além de aspectos mais concretos, como armaduras e armas. A grandiloquência de design porém é diminuída proporcionamente para que faça sentido fora do mundo virtual. 

As duas raças principais apresentadas, Orcs e Humanos, também tem uma um relacionamento e química interessantes. Para o telespectador os dois lados falam uma mesma língua (inglês no caso, se você assistir legendado). Mas, quando se encontram e conversam em cena, há um recurso audiovisual que mostra que cada um possui língua própria, fato que enriquece o embate entre as duas facções.    

Falando em Orcs, outro grande ponto positivo é o uso de um incrível CGI. Cerca de 90% do filme foi produzido digitalmente, inclusive todos os personagens Orcs, por captura de movimento. O chefe do clã dos Lobos de Gelo e protagonista do lado da Horda, Durotan, exibe toda a qualidade e perfeição logo na introdução. Expressões faciais, músculos, movimentos e fala beiram o realismo, ostentando com justiça o mesmo selo de qualidade digital que a produtora Blizzard utiliza em seus jogos. 

A pressa é inimiga da perfeição

Se nos aspectos técnicos, Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos tira de letra, é nos atores, direção e corte que ele falha. Algo que realmente me irritou nesse longa foi a velocidade do roteiro e edição apressada. Cenas importantes que duram menos de um minuto, ou até mesmo passagens desnecessárias que não somam nada ao produto final. Mesmo que eu veja que isso não afeta diretamente a qualidade do roteiro, torna a experiência desagradável. O que parece é que o filme se torna um grande trailer cinematográfico do jogo – qualidade impecável, mas sem um aprofundamento emocional.

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Emoção também é algo que falta para os atores, no sentido de “falar” com o público. Em nenhum momento você se sente conectado emocionalmente com as personagens, fato que diminui o impacto dramático da história. Existem protagonistas que morrem e que você não sente nenhum tipo de sentimento, seja tristeza ou raiva por matarem o miserávi. Falta carisma também nas atuações dos atores Travis Fimmel, como o cavaleiro da Aliança Lothar, Ben Foster como o mago Medivh e até em Dominic Cooper, que apesar de ser bom ator, não convence como rei dos humanos. 

Engraçado que quem se sobressai na atuação é justamente o núcleo da captura de movimento, os Orcs feitos por Toby Kebbell (Durotan) e Rob Kazinsky (Orgrim), junto com a atriz Paula Patton, que faz a assassina meio-Orc, meio-Humana, Garona.

Protagonismo é um ponto a se levantar também. Mesmo tendo uma história bem balanceada – digamos que o filme é 55% horda, 45% aliança – ou que é bem interessante, é notável a falta de um herói de presença, uma imagem que realmente assuma a ponta na grande guerra. 

Parte 1 de...?

Mesmo entre acertos e erros, o primeiro filme de Warcraft se configura como um grande prelúdio, o qual termina cheio de pontas solta para dar continuação da sua guerra em filmes da sequência. 

Não se pode dizer, porém, que ele é um filme feito apenas para fãs. É natural que os jogadores dos games ou os que tiveram contado com a franquia por meio de livros, gibis ou outras mídias, tenham uma maior afinidade e curtam mais a película. Ela está lá por causa deles. Há alguns fan services sim, mas nada que distancie o longa do público de fora. 

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Quem nunca jogou ou não conheço o universo de Warcraft, não terá problemas em entender o que se passa. Mesmo não explicando a vida de cada um ou por que aquele personagem está fazendo ali, naquele momento, o filme dá uma diretriz básica e explicativa para quem está chegando no bonde agora. Isso também faz parte da mística estabelecida, e aquele gostinho de quero mais. 

Convenhamos, dificilmente há alguém aqui nunca tenha visto um Orc, Elfo, Mago, ou um... guerreiro montado num hipogrifo alado?! Meu ponto é: ninguém conhecia Darth Vader quando ele entrou na nave da Aliança Rebelde nas primeiras cenas de Star Wars. Só descobrimos a verdade sobre ele lá no segundo capítulo. 

Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos é uma história rica em demasia, a qual, mesmo não sendo um grande sucesso comercial de crítica ou bilheteria, tem todos os méritos para ter várias continuações. E que venham logo elas!

...

*Este crítico joga Warcraft desde 2007, e joga pela Horda! ;)

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Capitão América: Guerra Civil | Diferenças entre os quadrinhos e o filme

Em 2006, a Marvel Comics lançou um arco que envolve os maiores personagens em um evento mundial conhecido como Guerra Civil. Buscando fugir do velho tema “mocinho batendo nos bandidos”,  essa é uma história dramática, emocional e repleta de dilemas morais que se extendem por todas as publicações da época, dividindo os heróis em dois grupos.

Nenhum dos lados está totalmente certo, pois ambos tem argumentos válidos, seguindo ideologías diferentes. As soluções não parecem tão óbvias, e você não vai vibrar porque um dos lados venceu, mas chorar porque um deles teve que perder. E todos esses elementos tornam a história muito atraente.

Dez anos depois, "Capitão América: Guerra Civil" será baseado nessa mesma premissa. Mas como toda adaptação, possui elementos diferentes dos quadrinhos em que foram inspirados. E para quem quer saber mais sobre esse evento mas não tem paciência para ler todos os quadrinhos, apontaremos as principais diferenças desse filme que promete ser tão grandioso quanto a história original.

Recapitulando...

No primeiro filme do Homem de Ferro, Tony Stark revela sua identidade ao mundo, todos sabem que Steve Rogers se tornou o Capitão América e não é mistério para ninguém que Bruce Banner é o Hulk. Além disso, personagens como Viúva Negra e Gavião Arqueiro nem mesmo usam máscara! Então podemos concluir que as identidades secretas não são tão relevantes assim. Porém, heróis como Homem-Aranha e Demolidor, contam com esse segredo para proteger pessoas que amam.

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De qualquer forma, esse provavelmente não será o foco do filme, não existirá “A Lei de Registro de Super-Humanos”, cujo objetivo nos quadrinhos é acabar com as identidades secretas. O foco do filme é o “Tratado de Sokovia”, um documento que visa controlar as atividades dos Vingadores, mediante as leis das Nações Unidas.

Capitão América é contra o Tratado, pois em “Capitão América 2 - O Soldado Invernal”, Steve vê a organização secreta que ele mais confiava (S.H.I.E.L.D) ser destruída por dentro pela HYDRA, além de querer proteger seu velho amigo Bucky “Soldado Invernal” Barnes, entendendo que ele foi apenas mais uma vítima da HYDRA.

Por outro lado, Tony Stark ainda sente-se culpado e responsável por proteger o mundo após a falha tentativa de criar Ultron para essa tarefa, e entende que deve assumir a culpa de seus atos e evitar que eventos como esse aconteçam novamente. Vamos aos detalhes e diferenças:

O Incidente Inicial

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Nos quadrinhos, tudo começa quando um grupo de jovens heróis bem secundários conhecidos como Novos Guerreiros tentam prender um vilão muito acima do nível deles, chamado Nitro. Os Novos Guerreiros descobrem o esconderijo de Nitro e sua gangue, e decidem que é uma boa ideia tentar prendê-lo enquanto gravam um reality show, porque é isso que jovens fazem.

Nitro é perseguido por um dos integrantes e acaba utilizando seus poderes e gera uma enorme explosão a partir de seu próprio corpo, que se espalha por muitos quarteirões e mata 600 pessoas, incluindo os Novos Guerreiros. A população se revolta contra os super-heróis e força o governo a monitorar e treinar pessoas com superpoderes, para evitar que brincadeiras irresponsáveis como essa se repitam.

Como os Novos Guerreiros não existem no Universo Cinematográfico da Marvel, os eventos que culminam na Guerra Civil são iniciados pelos efeitos colaterais das missões da equipe Vingadores. Após a Batalha de Nova York e a destruição da nação Sokovia (visto em Vingadores 1 e 2, respectivamente), Thaddeus Ross é responsável por apresentar o Tratado de Sokovia aos heróis, gerando a primeira divisão de opiniões.

Personagens Envolvidos

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Nas HQs, o Registro afeta praticamente o mundo todo. Todos os super-humanos, inclusive vilões, precisam escolher de que lado ficar, mesmo que não participem ativamente da Guerra, e isso é explorado com mais detalhe nas edições individuais de cada herói.

No cinema, sabemos que apesar da quantidade impressionante de personagens em um só filme, nem se compara a infinitude dos quadrinhos. Vale apontar que por motivos de direitos autorais da Fox, o Quarteto Fantástico não está presente. Reed Richards, o Senhor Fantástico, possuí um papel bem significante na história, ficando ao lado de Tony Stark o tempo todo.

Não se sabe ainda se esse papel será substituído por Bruce Banner (Hulk), mas tudo indica que ele continuará desaparecido e fará ponta no próximo filme do “Thor: Ragnarok”. Thor está em Asgard e só aparece bem mais tarde, por isso é improvável que participe do filme.

Por que o Capitão América é contra?

Na história original, os motivos são mais claros. Rogers acredita que a escolha de manter a identidade secreta é um direito que cabe ao indivíduo e não ao governo, pois cada um tem seus motivos para escondê-la. Além disso, a S.H.I.E.L.D pretende perseguir e prender aqueles que escolhem não se registrar, e esperam que o Capitão lidere essa missão.

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Como o filme segue os eventos de O Soldado Invernal, vemos Bucky Barnes retornando. Ele sofreu uma lavagem cerebral que o transformou na máquina assassina que vimos no filme anterior, mas pelo que foi revelado até agora Bucky conseguiu recuperar pelo menos parcialmente seu controle e memórias, com ajuda do seu amigo Steve. Acontece que Bucky está foragido e sendo procurado por tudo que fez. Capitão América acredita que ele não deve ser responsabilizado por suas ações, já que estava sendo controlado pela HYDRA.

Escolha o seu lado

No filme, o time antiregistro é composto por Capitão América, Falcão, Soldado Invernal, Gavião Arqueiro, Feiticeira Escarlate e Homem-Formiga. A paixão do Capitão, Sharon Carter ou Agent 13, também está junto. O time pró-registro é formado por Homem de Ferro, Máquina de Combate, Viúva Negra, Visão e o novo herói que promete roubar a cena, Pantera Negra. Não podemos esquecer do Incrível Homem Aranha, que até então está do lado do Tony Stark.

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Nos quadrinhos, os grupos são basicamente os mesmos, só que com muitos outros integrantes. Algumas diferenças são Gavião Arqueiro e Feiticeira Escarlate, que não participam ativamente da Guerra, e Visão, que está do lado do Capitão. Além disso o Pantera Negra, regente da nação Wakanda, é contra o registro nos Estados Unidos, mas mantêm-se afastado da luta.

A Lei do Registro

Na história original, a nova lei é conhecida como “A Lei de Registro de Super-Heróis”, fomentada pela ativista Miriam Sharpe, uma furiosa e amargurada mãe que perdeu seu filho no incidente com os Novos Guerreiros. Ela aponta sua raiva e tristeza para Tony Stark, que se sente solidário e responsável em evitar que algo assim aconteça por um mau uso de superpoderes, o que reforça sua decisão próregistro.

Enquanto que no filme o Registro é substituido pelo “Tratado de Sokovia”, nomeado após o incidente na nação que sediou a batalha contra Ultron ao custo de diversas vidas inocentes. Possivelmente Tony se sente responsável por isso, principalmente por Ultron ser uma criação que saiu do controle. 

Quem apoia o Tratado?

A S.H.I.E.L.D. reforça a ideia da Lei de Registro nos quadrinhos, usando a imagem e inteligência  de heróis como Homem de Ferro e Senhor Fantástico. Apesar da organização ter acabado após os eventos de O Soldado Invernal, nota-se uma organização com cara de S.H.I.E.L.D. no quartel general dos Vingadores no final do último filme.

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Porém, em Guerra Civil, o Tratado de Sokovia é feito por um grupo governamental liderado pelo General Thadeus Ross, que havia aparecido anteriormente no filme de 2008 “O Incrível Hulk”. Ele é o pai de Betty Ross, por quem Bruce Banner era apaixonado, e um dos principais responsáveis pela transformação do gigante verde.

E onde estão os vilões?

Em determinado momento da Guerra Civil original, o governo resolve contratar os piores vilões capturados (exatamente como no Esquadrão Suícida da DC) para caçar os heróis que estão resistindo ao registro. É irônico ver os vilões terem a lei ao seu lado para acabar com seus inimigos mortais, e um herói em particular sofre um ataque brutal dos supervilões, e mesmo assim eles acabam se safando.

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Tudo indica que esse momento não será retratado nas telonas, por motivos diversos. Primeiramente o filme tem apenas duas horas pra contar uma história relativamente complexa, e o Universo Cinematográfico não possui vilões suficientes para isso. Temos os grandes vilões como Loki e Thanos, enquanto os que são do mesmo nível que os heróis estão quase todos mortos, como Caveira Vermelha e Whiplash. Contudo, sabe-se que o vilão Ossos Cruzados estará no filme, e podemos contar com a presença surpresa do Barão Zemo, ambos notórios inimigos do Capitão América.

O papel do Aranha

Juntando-se recentemente aos Vingadores nas HQs, e com isso ganhando uma armadura aranha maneira de Tony Stark, Peter Parker fica do lado próregistro. Tony convence Peter a se revelar publicamente em uma conferência de empresa, em uma tentativa desesperada de mostrar que os heróis próregistro estão fazendo a coisa certa.

O problema é que Peter mantém sua identidade secreta para proteger as pessoas que ama, como sua Tia May, Mary Jane e seu emprego no Clarim. E essa revelação muda sua vida completamente (para pior, claro), e enquanto a escala dos conflitos aumenta, Peter resolve passar para o lado do Capitão América.

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Nos cinemas, os direitos de imagem do cabeça de teia são da Sony, e para o delírio dos fãs, a Marvel conseguiu um acordo para usar o Aranha no filme. Devido essa limitação, ele não deve ter um papel tão vital assim (será?). E diferente dos quadrinhos, aqui o Aranha ainda é um adolescente, enquanto no original ele está mais velho e até já casou.

A Prisão

Reed Richards é conhecido por ser uma das mentes mais brilhantes dos quadrinhos, e é dele a ideia de construir uma prisão de segurança máxima para encarcerar os supervilões e heróis não registrados. Segurança máxima é um termo apropriado, já que a prisão é feita com tecnologia ultra futurística e se localiza em outra dimensão, conhecida como Zona Negativa.

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Como já foi apontado, Reed Richards é propriedade da Fox e não faz parte do Universo Marvel nos cinemas. Por essa razão, e por buscar algo mais pautado na realidade, a prisão é uma estrutura no meio do oceano.

Onde está o Thor?

O Deus do Trovão retorna a Asgard para impedir o Ragnarok, basicamente o fim do mundo da mitologia nórdica. Em sua ausência, Homem de Ferro precisava de alguém para ser a força bruta dos próregistro. Então as mentes geniais (Tony, Hank Pym, Reed) resolvem clonar o Thor e implantá-lo em um corpo ciborgue, para poder controlá-lo.

Dá tudo muito certo, a ciência prevalece e os três estão orgulhosos pelo excelente experimento, mas esquecem de inserir coisas insignificantes em um herói com poder divino, como ética e compaixão. Então o Thor clonado acaba matando um héroi do outro time.

Felizmente, a possibilidade de algo assim aparecer nos cinemas é praticamente nula.

Personagens mortos

Nos quadrinhos, os primeiros mortos são os Novos Guerreiros. E como já citado, o clone do Thor acaba matando um Vingador chamado Golias, cujo poder é crescer até ficar gigante. Outro personagem bem importante acaba assassinado, e como isso pode ser refletido no filme não citaremos o nome. Mentira, falaremos sim: é o próprio Capitão América.

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Rumores apontam para outras mortes nas telonas, desde Máquina de Combate, que aparece bastante ferido nos trailers, até Feiticeira Escarlate. Provavelmente o Capitão América também acabe sofrendo esse destino, pois o filme é dele e o desfecho seria apropriado. Porém, não se preocupe, pois Chris Evans assinou com a Marvel para mais dois filmes, então se ele morrer, de alguma forma ele volta.

E como a Guerra acaba?

Com o desenrolar da Guerra Civil, muitos heróis acabam se aliando ao Capitão América, principalmente pelas táticas abusivas dos que são próregistro. O lado do Capitão está prestes a vencer a Guerra, quando ele percebe todo o dano causado em Nova York pelas batalhas, e acaba se rendendo pelo bem da população.

Ele então é assassinado enquanto está sob custódia da S.H.I.E.L.D. Como Homem de Ferro vence a guerra, ele se torna o diretor da S.H.I.E.L.D. e implementa juntamente com seus aliados a “Iniciativa dos 50 Estados”, que coloca uma equipe de superheróis em cada um dos 50 estados dos Estados Unidos.

Como o Universo Cinematográfico é significativamente menor do que os quadrinhos, não podemos esperar nada tão grandioso quanto isso, embora os diretores prometam algo que irá causar um impacto massivo nos filmes, ainda maior do que a S.H.I.E.L.D. sendo desmantelada. Eles dizem que os espectadores devem esperar "um final muito dramático que parecerá controverso para muitas pessoas”.

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É fácil notar que as diferenças entre as duas mídias são enormes, mas ainda podemos esperar uma história excelente. Lembrando que sabemos só o que foi mostrado nos trailers e em entrevistas, então tudo o que foi dito aqui pode mudar. Quais são suas apostas e expectativas?

5 anos de Café com Filme | Uma longa jornada e muito café [promoção]

Esse não é nem de longe meu filme favorito, mas ainda está na lista. Para mim, o Hobbit: Uma Jornada Inseperada foi bem marcante, tanto o livro quanto o filme. Sempre adorei fantasia medieval, e possivelmente isso nem seria considerado um gênero se não fosse a extensa obra de Tolkien.

Após o tremendo sucesso da trilogia O Senhor dos Anéis nas telonas, a popularidade desse tipo de história aumentou exponencialmente e continua popular. Por isso mesmo Peter Jackson, diretor que transpôs as obras de Tolkien ao cinema, não poderia deixar passar a oportunidade de adaptar mais um livro.

Mas o erro foi querer transformar um livro em três. Claro, não foi uma escolha pessoal, mas isso estragou um pouco uma história excelente. Mas deixando o rancor de lado, a primeira parte de O Hobbit traz um frescor aos fãs da Terra Média, e até mesmo aos cineastas. Peter Jackson inovou com suas câmeras tecnológicas que capturam uma realidade ainda mais real do que seus olhos podem ver, tudo isso em 48 frames por segundo!

A história conta como o hobbit Bilbo Bolseiro parte, a pedido de seu amigo Gandalf, em uma aventura inusitada a com uma companhia de treze anões liderados pelo lendário guerreiro Thorin Escudo-de-Carvalho, para retomar o Reino de Erebor, terra dos anões que foi conquistada há muito tempo pelo dragão Smaug.

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E no decorrer dessa aventura é que Bilbo encontra o Um Anel, que estava em posse do famoso Gollum. Esse resumo não faz o menor jus a essa incrível história, e as sequências A Desolação de Smaug e a Batalha dos Cinco Exércitos só servem para vender mais ingressos, salvo pouquíssimas cenas.

De qualquer forma, o livro que inspirou essa história é excelente. É o tipo de livro que você começa a ler e não vai conseguir largar até terminar. E ao contrário da trilogia O Senhor dos Anéis, em que os mínimos detalhes são descritos para enriquecer a Terra Média, O Hobbit foi escrito para ser um livro infantil, então ele é narrado com um tom mais leve, humorístico e aventureiro.

E como não podia deixar de ser, vários detalhes interessantes foram deixados de lado na adaptação para o cinema, por isso recomendo e muito a todos os fãs que não tem paciência para ler nada muito longo ou complexo, O Hobbit.

Acredito que para quem não leu ainda, a trilogia O Hobbit pareceu boa o suficiente, mas como qualquer livro sempre será melhor que o filme (com a possível exceção de Clube da Luta), lendo você terá uma experiência mais rica.

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5 anos de Café com Filme

Esta postagem faz parte das celebrações pelos cinco anos do Café com Filme, comemorados no dia 29 de março de 2015. O Café completa meia década de vida e, por isso, vamos oferecer diversos prêmios aos nossos leitores, sempre relacionados às postagens especiais feitas pela equipe do site. A promoção começa hoje (05) e você tem até às 23h59 do dia 12 de abril para responder — ao enviar sua resposta, você afirma ter lido e concordado com os termos do regulamento:

Boa sorte!

O livro O Hobbit foi fornecido pela Livraria A Página para a realização deste concurso cultural.

Crítica de O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos | Mais bonito do que bom

Se você gosta da trilogia “O Senhor dos Anéis” — dos livros, dos filmes ou de todos eles — provavelmente ficou animado quando Peter Jackson anunciou sua adaptação cinematográfica de “O Hobbit”, outra obra clássica do escritor sul-africano J.R.R. Tolkien.

A princípio, Jackson transformaria a história infanto-juvenil de Tolkien em dois filmes, o que já soou um tanto caça-níquel e desnecessário, visto que a história era simples demais se comparada a “O Senhor dos Anéis” (uma trilogia literária e também no cinema). Todo mundo foi pego de surpresa quando o diretor anunciou que não dois, mas três filmes seriam feitos para contar a aventura de Bilbo Bolseiro ao lado de Thorin Escudo de Carvalho e mais 12 anões para matar o dragão Smaug e recuperar a Montanha Soliátria.

Finalmente chega ao fim essa trilogia um tanto quanto forçada e a palavra “desnecessária” pode ser a que melhor qualifica essa nova incursão de Jackson no universo tolkieniano. Tratando especificamente do último capítulo, “A Batalha dos Cinco Exércitos”, que é o objetivo desta análise, dá para resumir dizendo que ela se sai bem melhor do que o episódio anterior, “A Desolação de Smaug”, o que, convenhamos, não era nada difícil.

A enrolação diminuiu

Um dos grandes problemas a meu ver de todo esse projeto “O Hobbit” no cinema foi a famigerada “encheção de linguiça”, quer dizer, a grande quantidade de coisas expostas no filme de maneira arrastada e até mesmo injustificada do ponto de vista da história. Quando Jackson anunciou que tinha muitas horas gravadas e que poderiam ser feita uma nova trilogia, não deixou claro que muito dessa “gordura” registrada nas fitas seria completamente dispensável para a trama.

Grande exemplo disso é a presença da elfa Tauriel (Evangeline Lilly, do seriado “Lost”), personagem inexistente nos livros de Tolkien e criada exclusivamente para os filmes. Sua existência poderia ser justificada como simples parte da trama, que envolvem também os elfos em certa medida, se não fosse para criar um romance um tanto quanto bizarro com Killi, o anão, expondo uma forma bem inusitada de contestar a animosidade entre os dois povos. O lance entre os dois tem um desfecho trágico, o que — opinião minha — não contribui em nada para dar um viés mais dramático à história.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

Outro personagem, este existente no livro, que não faz sentido no desfecho da trama iniciada em 2012 é Alfrid (Ryan Gage, de “O Juiz”). Conselheiro de Esgaroth, ele fica deslocado na história e se todas as suas cenas fossem excluidas (ou se ele simplesmente tivesse sido mandado embora por seus concidadão nos primeiros cinco minutos do filme), não fariam a menor falta.

Entretanto, apesar de dois grandes exemplos de como Peter Jackson soube esticar a história de “O Hobbit”, “A Batalha dos Cinco Exércitos” não é tão cansativo e enrolado quanto “A Desolação de Smaug”. Desta vez, o filme passa mais corrido, até por focar mais nas batalhas do que em diálogos dispensáveis, e consegue envolver bem o espectador.

Mais bonito do que bom

O terceiro e derradeiro capítulo da trilogia “O Hobbit” melhorou em relação a seu antecessor, disso não há dúvidas. Além do mais, ele manteve o excelente aspecto visual já visto em todas as adaptações de Tolkien feitas por Peter Jackson: paisagens deslumbrantes, ambientação perfeita dos salões da Montanha Solitária, caracterização excepcional dos personagens (anões, elfos, humanos, orcs e magos), além das ótimas sequências de ação, todas no alto nível já conhecido do diretor quando este se aventura pela Terra-Média.

Mas, mais uma vez, apenas apelo estético não faz de um filme bem feito um grande filme. Se “Uma Jornada Inesperada”, o primeiro dos três filmes, conseguiu cativar muita gente, até mesmo alguns descrentes de que uma trilogia seria uma boa ideia como eu, o mesmo não se pode dizer dos capítulos seguintes. As coisas boas da última parte, como a loucura de Thorin pelo tesouro, a lealdade dos anões, as cenas de combate e até mesmo o gancho feito com os acontecimentos de “O Senhor dos Anéis” (algo inexistente na obra de Tolkien), não sustentam a obra e acaba deixando os fãs com um gosto amargo na boca.

UCI Cinemas exibe maratona de filmes da trilogia “O Hobbit” em dezembro

Os fãs da saga “O Hobbit” já podem comprar antecipadamente os ingressos para a maratona de filmes que será exibida na rede UCI Cinemas. Os três longas – “Uma Jornada Inesperada”, “A Desolação de Smaug” e “A Batalha dos 5 Exércitos”, estarão em cartaz nos cinemas da rede nos dias 8, 9 e 10 de dezembro, respectivamente. Em Curitiba (PR), os espectadores podem acompanhar as sessões nas salas do UCI Estação e UCI Palladium.

A maratona de “O Hobbit” é uma ação de divulgação para a estreia da última parte da trilogia, o longa “A Batalha dos 5 Exércitos”, que chega aos cinemas brasileiros no dia 11 de dezembro. A série de três filmes é de fantasia épica e de aventura dirigido, coescrito e produzido por Peter Jackson e baseado no livro The Hobbit de J. R. R. Tolkien, publicado em 1937.

Os ingressos para a maratona dos filmes “O Hobbit” já estão à venda na UCI, e podem ser adquiridos no site da rede (www.ucicinemas.com.br), nos caixas de autoatendimento e nos balcões de atendimento dos cinemas.
 
SERVIÇO
UCI Estação
Rua Sete de Setembro, 2775/ loja C-01
Rebouças – Curitiba – Paraná
CEP: 80230-010
Telefones: (41) 3595-5555/ (41) 3595-5550
 
UCI Palladium
Av. Presidente Kennedy, 4121/ Loja 4001
Portão – Curitiba – Paraná
CEP: 80610-905
Telefone: (41) 3208-3344

Novo trailer de O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos com batalhas alucinantes

A Warner liberou mais um trailer de "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos", e todo o vacilo que o Peter Jackson cometeu em "O Hobbit: A Desolação de Smaug", com certeza será compensada na parte final da trilogia!

"O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" nos mostra a conclusão épica das aventuras do querido hobbit Bilbo Bolseiro, do anão Thorin Escudo de Carvalho e toda a Companhia dos Anões. Após reconquistar sua terra natal do Dragão Smaug, os anões liberaram a fúria de uma criatura mortal e maligna no mundo.

Smaug queima tudo em seu caminho, e a Cidade do Lago está totalmente indefesa. Obcecado pelo seu tesouro recém recuperado, Thorin sacrifica sua amizade e honra em troca da riqueza, deixando a razão de lado e levando o Bilbo para um perigo inimaginável.

Mas existem coisas ainda mais perigosas. O grande inimigo Sauron mandou quatro legiões de Orcs para atacar furtivamente a Montanha Solitária, mas apenas o mago Gandalf sabe disso. Enquanto as trevas convergem, as raças de Anões, Elfos e Homens devem deixar suas diferenças de lado para não serem destruídos.

O Hobbit Bilbo se vê no meio desse conflito, lutando por sua vida e as vidas de seus amigos na épica batalha dos Cinco Exércitos, e o futuro da Terra-Média está na balança.

O trailer mostra todos os exércitos com milhões de soldados, armaduras brilhosas, e vários personagens do Senhor dos Anéis em batalhas impressionantes. Falta pouco mais de um mês para a estreia, e a expectativa vai continuar aumentando até lá.

Vídeo mostra o making-off de Smaug em “O Hobbit”

Se você chegou a assistir o segundo capítulo da saga “O Hobbit”, com certeza reparou no enorme dragão cheio das moedas de ouro que aparece mais para o final, o famoso Smaug. A voz desse bichão ficou a encargo de Benedict Cumberbatch, ator que interpreta Sherlock Holmes, entre outros personagens que são bem inteligentes e especiais e legais.

A novidade disso tudo é o simples fato de que a Warner Bros divulgou um vídeo através do YouTube – sim, este que você confere logo acima –, mostrando o making-off do segundo filme. O ator está interpretando a parte em que o pequeno hobbit entra pela primeira vez no tesouro de Smaug e o dragão o percebe pelo cheiro.

Podemos ver uma infinidade de sensores para captar os movimentos do rosto de Benedict. Sobre isso, Peter Jackson explica que o dragão falar foi um ponto positivo, pois eles puderam utilizar a personalidade do ser para criá-lo. Por este mesmo motivo, os produtores procuraram por um ator que não só fizesse a voz do bichão, mas que desse uma personalidade e fizesse algo interessante, chegando ao nome do intérprete de Holmes.

Louco, né?