Cher - Café com Filme

A Mulher Mais Odiada dos Estados Unidos | Trailer legendado e sinopse

Um filme biográfico baseado nos crimes ao redor de Madalyn Murray O'Hair, fundadora da organização "Ateístas da América" e pioneira em polêmicas nacionais. “A Mulher Mais Odiada dos Estados Unidos” mostra a ascensão, desaparecimento e queda de uma figura complexa que foi vilã para alguns e heroína para outros.

Telecine Play divulga filmes para ver no Dia Internacional da Mulher

O 08 de Março inspirou o Telecine Play a listar algumas produções, dentro do catálogo com mais de 1500 títulos, em homenagem às mulheres - para inspirá-las, emocioná-las e diverti-las hoje ou a qualquer momento.

E tem filmes para todos os gostos: filmes com temáticas históricas e ligadas ao feminismo, filmes com mulheres como protagonistas, produções que mostram diferentes lados e nuances de como é ser mulher ao longo da história.

Veja as sugestões do Telecine Play!

As Sufragistas

Quando as mulheres ainda não tinham direito a voto no Reino Unido, no início do século 20, um grupo feminista decide quebrar vitrines e queimar objetos pela cidade para que suas vozes sejam ouvidas. A trabalhadora Maud se junta a elas e acaba sofrendo graves consequências na luta por direitos.

Aqui no Café tem crítica de “As Sufragistas”, confira!

Frozen: Uma Aventura Congelante

A produção da Disney mostrou ao mundo que o amor verdadeiro não precisa ser o do príncipe. No filme, a destemida princesa Anna precisa salvar o reino de um inverno eterno causado pelos poderes da irmã, a rainha Elsa.

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Com a ajuda do homem da montanha Kristoff, a rena Sven e o adorável boneco de neve Olaf, ela embarca em uma jornada épica para encontrar Elsa.

Grande Menina, Pequena Mulher

Molly vive sem responsabilidade nenhuma com a herança de seu pai, que foi uma grande estrela do rock. Quando seu contador rouba todo seu dinheiro, ela se vê obrigada a arrumar um emprego. Ela consegue ser babá da menina Ray (Dakota Fanning), que, apesar de ter apenas oito anos de idade, tem muito a ensinar.

Joy - O Nome do Sucesso

O filme que rendeu o Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar de Atriz em 2016 para Jennifer Lawrence, é inspirado na história de vida de Joy Mangano, uma das maiores inventoras dos Estados Unidos.

Desde criança, ela sempre gostou de inventar coisas. Adulta, ela precisa lidar com a responsabilidade de ser mãe solo em uma família disfuncional. Ao criar um esfregão autolimpante, a jovem vislumbra o sucesso que a nova invenção pode lhe proporcionar.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Joy - O Nome do Sucesso

Que Horas Ela Volta?

Protagonizado por Regina Casé e dirigido por Anna Muylaert, o filme traz à tona a delicada relação entre domésticas e empregadores no Brasil. O abismo entre ricos e pobres é pano de fundo da história da pernambucana Val, que deixa a filha no Nordeste para tentar ganhar a vida em São Paulo trabalhando numa casa de família.

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Anos depois, sua filha, Jéssica, chega à capital paulista para prestar vestibular. Mas o comportamento libertário da jovem estremece as relações entre Val e seus patrões.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Que Horas Ela Volta?

Cisne Negro

A jovem e inocente Nina (Natalie Portman) é escalada para o papel principal em "O Lago dos Cisnes". Para interpretá-lo corretamente, ela terá que enfrentar grandes desafios que vão desde a exaustão física, passando pela disputa de egos, até esbarrar nos limites da sanidade mental.

Por sua atuação no filme, Natalie Portman foi consagrada com o Oscar de Atriz. O longa-metragem conta ainda com a participação marcante de Mila Kunis

Uma Repórter em Apuros

Jornalista em Nova York, Kim foi enviada pelo seu chefe para ser correspondente do canal no Afeganistão. Lá, ela precisa aprender a lidar com a diferente cultura do local e com o perigo diário da cobertura da guerra.

O filme é uma adaptação do livro de mémorias The Taliban Shuffle, de 2011, sobre a experiência vivida pela jornalista Kim Barker naquele país.

A Garota Dinamarquesa

O filme é inspirado na história real do pintor dinamarquês Einar Mogens Wegen, que vivia em Copenhagen, na década de 20, ao lado da mulher, a também artista plástica Gerda Wegener. O relacionamento amoroso entre os dois evolui, enquanto Einar se descobre como mulher, até submeter-se a uma pioneira e arriscada cirurgia de mudança de sexo e tornar-se definitivamente Lili Elbe.

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Aclamado pelas performances de Eddie Redmayne e Alicia Vikander, ambos indicados ao Oscar de Melhor Ator e Melhor Atriz, respectivamente - Alicia inclusive levou a estatueta, merecidíssima, pois roubou a cena!

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme A Garota Dinamarquesa

A Série Divergente: Convergente

O terceiro filme da série mostra que a heroína Tris, vivida por Shailene Woodley, não se enquadra em nenhuma facção e é uma divergente potencialmente perigosa.

Após depois de derrubar o governo totalitário de Jeanine Matthews, ele recebe uma reveladora mensagem dos fundadores e, ao lado de Quatro, Cale, Peter, Christina e Tori, precisa sair de Chicago para descobrir o que existe do outro lado dos muros que circundam a cidade. Por lá, o grupo se depara uma nova sociedade.

Zootopia: Essa Cidade É O Bicho

Para as meninas, a mensagem de emponderamento chega através da coelhinha Judy, que desde pequena sonhava ir para Zootopia e se tornar uma policial.

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Quando consegue, ela percebe que ser a primeira coelha na Polícia não vai ser nada fácil. Para mostrar que é capaz e solucionar um caso que pode afetar toda a cidade, Judy precisará se unir a Nick, uma raposa vigarista.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Zootopia: Essa Cidade é o Bicho

Grace de Mônaco

O filme desfaz o conto de fadas em torno das princesas ao mostrar os bastidores da vida de Grace Kelly depois que se casou, em 1956, com o príncipe de Mônaco, Rainier III.

O que começou como um conto de fadas foi se transformando e, depois de cinco anos, ela se sente aprisionada no palácio. Quando surge a oportunidade de voltar a atuar nos EUA, precisa escolher qual caminho seguir.

Grandes Olhos

A história real da pintora Margaret Keane. Conhecida por pintar crianças com olhos grandes, a artista plástica teve que enfrentar o próprio marido na Justiça, porque ele se apresentava publicamente como o autor dos quadros feitos por ela.

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Dirigido por Tim Burton, "Grandes Olhos" é estrelado por Amy Adams e Christoph Waltz.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Grandes Olhos

Flores Raras

O Brasil passa por grandes transformações na época em que Brasília é construída e o Rio de Janeiro deixa de ser a capital federal. A poetisa americana Elizabeth Bishop chega para conhecer a cidade e passar alguns dias com Lota de Macedo Soares, uma empreendedora da sociedade carioca, com quem vive uma linda história de amor.

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Não há como resistir suingue do grupo vocal adolescente Barden Bellas? Convidadas para se apresentar para o presidente dos Estados Unidos, as meninas decepcionam e os problemas no show ganham repercussão nacional.

Depois do evento, são vetadas de participar de competições nas universidades e de incluir novas integrantes. Para recuperar o prestígio, as jovens precisam ganhar o campeonato mundial à capela em Copenhagen, na Dinamarca. Paralelamente, Beca começa sua carreira musical solo, o que gera conflitos no grupo.

m cafe 5407e Veja a crítica do filme A Escolha Perfeita 2

Star Wars: O Despertar da Força

Como não falar da franquia que lançou a mítica princesa Leia, eternizada por Carrie Fischer, de personalidade indomável e coração carinhoso? No sétimo filme, a história se passa décadas depois da queda de Darth Vader e do Império, quando surge uma nova ameaça: a Primeira Ordem.

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A sombria organização quer destruir a República e encontrar o mitológico jedi Luke Skywalker, que está sumido há anos. Mas vai ter que enfrentar a Resistência, comandada por Leia, irmã de Luke, que também está em busca do refúgio secreto dele.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Star Wars: O Despertar da Força

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Quer mergulhar no universo de luta das mulheres por igualdade? Confira outras matérias do nosso Especial Dia da Mulher!

Quais foram os vencedores do Oscar 2017? Veja a lista completa!

Em uma noite que começou com performance de Justin Timberlake, passando por docinhos caindo do teto e uma infinidade de referências aos imigrantes e ao bendito do muro do Trump, finalmente conhecemos os vencedores do Oscar da Academy Award.

A cerimônia aconteceu nesse domingo (27) no Dolby Theatre com a divertida apresentação de  Jimmy Kimmel e trouxe uma série de supresas,  com vencedores entre os candidatos menos cogitados.

A grande estrela da noite, como esperado, foi "La La Land: Cantando Estações", que levou Melhor Diretor, Melhor Atriz, Design de Produção, Fotografia, Trilha Sonora, Melhor Canção Original, por City of Stars e, acidentalmente, quase leva o de Melhor Filme. Mas não foi dessa vez, e o grande destaque terminou por ser "Moonlight: Sob a Luz do Luar", que levou a estatueta principal.

Confira estas e as demais premiações no Oscar 2017 na lista abaixo!

Melhor Filme

Moonlight: Sob a Luz do Luar

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A Chegada

A Qualquer Custo 

Até o Último Homem

Um Limite Entre Nós 

Estrelas Além do Tempo

La La Land - Cantando Estações

Lion - Uma Jornada para Casar

Manchester à Beira-Mar

Melhor Direção

Damien Chazelle, por La La Land - Cantando Estações

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Denis Villeneuve, por A Chegada

Mel Gibson, por Até o Último Homem

Kenneth Lonergan, por Manchester à Beira-Mar

Barry Jenkins, por Moonlight: Sob a Luz do Luar

Melhor Ator

Casey Affleck, por Manchester à Beira-Mar

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Andrew Garfield, por Até o Último Homem

Viggo Mortensen, por Capitão Fantástico

Denzel Washington, por Um Limite Entre Nós

Ryan Gosling, por La La Land - Cantando Estações

Ator Coadjuvante

Mahershala Ali, por Moonlight: Sob a Luz do Luar

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Jeff Bridges, por A Qualquer Custo

Michael Shannon, por Animais Noturnos

Dev Patel, por Lion - Uma Jornada para Casa

Lucas Hedges, por Manchester à Beira-Mar

Melhor Atriz

Emma Stone, por La La Land - Cantando Estações

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Isabelle Huppert, por Elle

Meryl Streep, por Florence: Quem é Essa Mulher?

Natalie Portman, por Jackie

Ruth Negga, por Loving

Atriz Coadjuvante

Viola Davis, por Um Limite Entre Nós

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Octavia Spencer, por Estrelas Além do Tempo

Nicole Kidman, por Lion - Uma Jornada para Casa

Michelle Williams, por Manchester à Beira-Mar

Naomie Harris, por Moonlight: Sob a Luz do Luar

Roteiro Original

Kenneth Lonergan, por Manchester à Beira-Mar

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Mike Mills, por 20th Century Women

Taylor Sheridan, por A Qualquer Custo

Damien Chazelle, por La La Land - Cantando Estações

Yorgos Lanthimos, por O Lagosta

Roteiro Adaptado

Barry Jenkins, por Moonlight: Sob a Luz do Luar

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Eric Heisserer, por A Chegada

Alison Schroeder, Ted Melfi, Lori Lakin Hutcherson, por Estrelas Além do Tempo

August Wilson, por Um Limite Entre Nós

Luke Davies, por Lion - Uma Jornada para Casa

Documentário

O.J.: Made in America, de Ezra Edelman e Caroline Waterlow

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Fogo no Mar, de Gianfranco Rosi e Donatella Palermo

Eu Não Sou Seu Negro, de Raoul Peck, Rémi Grellety e Hébert Peck

Life, Animated, de Roger Ross Williams e Julie Goldman

13ª Emenda, de Ava DuVernay, Spencer Averick e Howard Barish

Documentário de Curta-MEtragem

Os Capacetes Brancos, de Orlando von Einsiedel e Joanna Natasegara

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Extremis, de Dan Krauss

Watani: My Homeland, de Marcel Mettelsiefen e Stephen Ellis

4.1 Miles, de Daphne Matziaraki

Joe's Violin, de Kahane Cooperman e Raphaela Neihausen

Montagem

Até o Último Homem

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A Chegada

A Qualquer Custo

La La Land - Cantando Estações

Moonlight: Sob a Luz do Luar

Maquiagem e Cabelo

Esquadrão Suicida

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A Man Called Ove

Star Trek: Sem Fronteiras

Trilha Original

La La Land - Cantando Estações
Justin Hurwitz

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Jackie
Mica Levi

Lion - Uma Jornada para Casa
Dustin O'Halloran

Moonlight: Sob a Luz do Luar
Nicholas Britell

Passageiros
Thomas Newman

Design de Produção

La La Land - Cantando Estações

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A Chegada

Animais Fantásticos e Onde Habitam

Ave, César!

Passageiros

Curtas

Sing

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Ennemis Intérieurs

La Femme et le TGV

Silent Nights

Timecode

Animação

Zootopia

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A Tartaruga Vermelha

Kubo e as Cordas Mágicas

Minha Vida de Abobrinha

Moana - Um Mar de Aventuras

Curta de Animação

Piper

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Blind Vaysha

Borrowed Time

Pear Cider and Cigarettes

Pearl

Filme Estrangeiro

O Apartamento - Irã

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A Man Called Ove - Suécia

Land of Mine - Dinamarca

Tanna - Austrália

Toni Erdman - Alemanha

Fotografia

La La Land - Cantando Estações

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A Chegada

Lion - Uma Jornada para Casa

Moonlight: Sob a Luz do Luar

Silêncio

Figurino

Animais Fantásticos e Onde Habitam

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Aliados

Florence: Quem é Essa Mulher?

Jackie

La La Land - Cantando Estações

Canção Original

"City Of Stars"
La La Land - Cantando Estações

"Audition (The Fools Who Dream)"
La La Land - Cantando Estações

"Can't Stop The Feeling"
Trolls

"The Empty Chair"

Jim: The James Foley Story

"How Far I'll Go"
Moana - Um Mar de Aventuras

Efeitos Visuais

Mogli - O Menino Lobo

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Doutor Estranho

Horizonte Profundo - Desastre no Golfo

Kubo e as Cordas Mágicas

Rogue One: Uma História Star Wars

Edição de Som

A Chegada

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Até o Último Homem

Horizonte Profundo - Desastre no Golfo

La La Land - Cantando Estações

Sully: O Herói do Rio Hudson

Mixagem de Som

Até o Último Homem

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A Chegada

La La Land - Cantando Estações

Rogue One: Uma História Star Wars

13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

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E você, curtiu os resultados? Se ainda não conseguiu ver tudo, acesse as fichas, veja os trailers e confira as nossas críticas!

Crítica do filme A Cura | Ironicamente, um filme doente

Do versátil diretor Gore Verbinski (“O Chamado”, “Piratas do Caribe”, “Rango” e, um dos meus filmes preferidos da sessão da tarde, “Um Ratinho Encrenqueiro”) surge: “A Cura”. Um thriller que mistura terror, ação, mistério, gore, fantasia e enguias, claro.

O filme começa com o jovem e bem sucedido Lockhart (Dane DeHaan) indo para uma clínica na Suíça atrás de um figurão de sua empresa por motivos corporativos. Acontece que a clínica é cheia de estranhezas e nada ortodoxa, com pessoas estranhas internadas e pessoas mais estranhas ainda no corpo clínico local.

O (im)paciente Lockhart, desconfortável com o lugar, só quer cumprir sua simples missão e voltar para casa. Mas um acidente acontece… E ele se vê forçado a ficar na clínica… E é aí que as coisas começam a ficar estranhas (Música de suspense se intensifica). 

A beleza da depressão com uma pitada de climão

Bom, antes de mais nada, vamos destacar um ponto muito positivo do filme: sua estética. A beleza das imagens é algo que gera uma estranha satisfação em quase todas as cenas. Todos os elementos em cena são muito bem pincelados, como se fossem feitas por um Wes Anderson em depressão.

A paleta da fotografia é toda desenhada para dar um ar terrivelmente melancólico e doente… Afinal, nada é mais terrível do que uma parede de hospital velho, não é mesmo? Dá para sentir bem a sensação que o filme quer te passar. Isso ele faz com maestria. 

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Outro ponto positivo é a atmosfera de suspense criada já no início. A vila próxima à clínica é bisonha e cheia daqueles aldeões introvertidos que só ficam espiando as coisas pelos cantos da janela, a clínica em sí é um castelão bem à la Frankenstein.

Os pacientes do hospital, logo de cara, se mostram meio abobados e estranhamente hospitaleiros e rola toda uma conversa sobre o passado do castelo e sobre um terrível acidente que assombra o lugar há mais de 200 anos (Música de terror se intensifica). 

E se tem uma palavra para definir esse filme é: aflição. O filme te deixa aflito o tempo todo! Seja por cenas claustrofóbicas e silenciosas, seja por cenas barulhentas e vertiginosas ou até mesmo o ranger da muleta do personagem principal. Ou seja, é difícil ficar indiferente em certos momentos e se você tem nervos fracos (como eu) vai tapar os olhos em algumas cenas mais hardcores.

Amarras muito frouxas

Quando disse, lá no título, que A Cura é doente, a doença está no roteiro que é muito irregular e cheio de amarras e remendos, como se o filme lutasse para existir e se manter de pé. O esforço do roteirista Justin Haythe em manter tudo coeso é visível, e isso é algo ruim. Claramente ele tinha um ótimo final na cabeça, mas teve que preencher o restante do filme com idas e vindas e sub-tramas, muitas vezes descartáveis, para conseguir chegar ao final que tanto queria.

Outra falha é que ele não te deixa esquecer nunca dos elementos que são (ou vão ser) importantes para o desfecho da história. O que deixa tudo muito óbvio. O filme tem umas safadezas de nuances muito indiscretas. Como se um rinoceronte tivesse dançando balé em uma loja de porcelana. Mas aí o rinoceronte te olha, dá uma piscadela e fala “xiu, não conte pra ninguém”. 

O paciente diz: “Doutor, dói quando eu escrevo esse roteiro”.

O médico responde: “Bom, então pare de escrever!”

Personagens agem de acordo com a necessidade de solucionar problemas do roteiro defeituoso, o que os deixa sem força e com um clássico problema do cinema moderno: se tornam incrivelmente intocáveis e inabaláveis. Se o personagem leva uma surra, tudo bem. Logo ele está pronto para tomar outra. Se o personagem precisa dar uma surra em alguém. Tudo bem, ele vai lá e dá uma surra em quem quer que seja. Se o personagem precisa de algo para solucionar algo, essa coisa aparece para ele do nada. 

E o terceiro ato é o mais problemático de todos. É nele que todas as respostas são jogadas e reveladas, e você já sabia de todas ou quase todas elas… Aí você fica tipo “A lá, eu sabia disso aí já!”, mas você se sente meio burro mesmo assim, ou você se sente o Sherlock Holmes do cinema — das duas uma. O problema é que eles entregam o final no decorrer das insistências do filme.

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O que faltou foi sutileza. Dar ao espectador um pouco de crédito para degustar o mistério e desenvolver suas próprias teorias no decorrer da trama. Faltou um pouco de maturidade e coragem para que os personagens pudessem trilhar uma linha narrativa mais linear, sem tantos solavancos e anticlímax. Ou isso ou eu estou sendo muito chato.

Deus, como é longo…

Com o perdão do trocadilho, o filme se passa em uma clínica, mas você é que vai ter que ser paciente. A primeira hora é tranquila. O filme vai te levando para lugares muito curiosos e você se entrega.

Acontece que ele começa a abusar da sua paciência... E ele nunca mais para de fazer isso. São 146 longos minutos e o terceiro ato não ajuda muito. Esse talvez seja o maior erro do filme. Deixar que as pessoas cansadas e fazer elas parem de se perguntar “como vai acabar?” para se perguntar “quando vai acabar!?”

“Doutor, isso significa que o filme é bom e eu é que sou burro? - Significa.”

É, calma. O filme entrega temas muito complexos, analogias e críticas à vida pós-moderna. O que deixa muito aberto para impressões e interpretações individuais acerca da trama, dos personagens e dos conflitos.

E tem vários momentos que você se questiona se o que está acontecendo está realmente acontecendo ou se é tudo uma ilusão ou se é tudo fruto da cabeça doente do personagem (o que é algo muito legal, pois ele está mesmo doente? Ele está são? Quem pode afirmar que está são? Estamos presos em um mundo que não criamos?).

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Então, não é um filme fácil de ler. Ele leva um certo tempo e exige uma certa dedicação (e um pouco de força de vontade). Resumindo: É um filme fácil de odiar. Mas que merece uma chance para ser assistido e analisado para você poder tirar as suas próprias conclusões. Prove pro seu amiguinho que ele está errado. Mas sem brigas. 

Enfim, não recomendo A Cura para hipocondríacos, claustrofóbicos, pessoas com medo de dentistas e no geral, pessoas que se entediam fácil. Agora, se você curte filmes bizarros que brincam com a psique e, em certos momentos, exageram no gore e nas cenas de tortura, o filme foi feito pra você.

E se no caso persistirem esses sintomas, o médico deverá ser consultado.