Amy Adams - Café com Filme

Telecine Play divulga filmes para ver no Dia Internacional da Mulher

O 08 de Março inspirou o Telecine Play a listar algumas produções, dentro do catálogo com mais de 1500 títulos, em homenagem às mulheres - para inspirá-las, emocioná-las e diverti-las hoje ou a qualquer momento.

E tem filmes para todos os gostos: filmes com temáticas históricas e ligadas ao feminismo, filmes com mulheres como protagonistas, produções que mostram diferentes lados e nuances de como é ser mulher ao longo da história.

Veja as sugestões do Telecine Play!

As Sufragistas

Quando as mulheres ainda não tinham direito a voto no Reino Unido, no início do século 20, um grupo feminista decide quebrar vitrines e queimar objetos pela cidade para que suas vozes sejam ouvidas. A trabalhadora Maud se junta a elas e acaba sofrendo graves consequências na luta por direitos.

Aqui no Café tem crítica de “As Sufragistas”, confira!

Frozen: Uma Aventura Congelante

A produção da Disney mostrou ao mundo que o amor verdadeiro não precisa ser o do príncipe. No filme, a destemida princesa Anna precisa salvar o reino de um inverno eterno causado pelos poderes da irmã, a rainha Elsa.

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Com a ajuda do homem da montanha Kristoff, a rena Sven e o adorável boneco de neve Olaf, ela embarca em uma jornada épica para encontrar Elsa.

Grande Menina, Pequena Mulher

Molly vive sem responsabilidade nenhuma com a herança de seu pai, que foi uma grande estrela do rock. Quando seu contador rouba todo seu dinheiro, ela se vê obrigada a arrumar um emprego. Ela consegue ser babá da menina Ray (Dakota Fanning), que, apesar de ter apenas oito anos de idade, tem muito a ensinar.

Joy - O Nome do Sucesso

O filme que rendeu o Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar de Atriz em 2016 para Jennifer Lawrence, é inspirado na história de vida de Joy Mangano, uma das maiores inventoras dos Estados Unidos.

Desde criança, ela sempre gostou de inventar coisas. Adulta, ela precisa lidar com a responsabilidade de ser mãe solo em uma família disfuncional. Ao criar um esfregão autolimpante, a jovem vislumbra o sucesso que a nova invenção pode lhe proporcionar.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Joy - O Nome do Sucesso

Que Horas Ela Volta?

Protagonizado por Regina Casé e dirigido por Anna Muylaert, o filme traz à tona a delicada relação entre domésticas e empregadores no Brasil. O abismo entre ricos e pobres é pano de fundo da história da pernambucana Val, que deixa a filha no Nordeste para tentar ganhar a vida em São Paulo trabalhando numa casa de família.

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Anos depois, sua filha, Jéssica, chega à capital paulista para prestar vestibular. Mas o comportamento libertário da jovem estremece as relações entre Val e seus patrões.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Que Horas Ela Volta?

Cisne Negro

A jovem e inocente Nina (Natalie Portman) é escalada para o papel principal em "O Lago dos Cisnes". Para interpretá-lo corretamente, ela terá que enfrentar grandes desafios que vão desde a exaustão física, passando pela disputa de egos, até esbarrar nos limites da sanidade mental.

Por sua atuação no filme, Natalie Portman foi consagrada com o Oscar de Atriz. O longa-metragem conta ainda com a participação marcante de Mila Kunis

Uma Repórter em Apuros

Jornalista em Nova York, Kim foi enviada pelo seu chefe para ser correspondente do canal no Afeganistão. Lá, ela precisa aprender a lidar com a diferente cultura do local e com o perigo diário da cobertura da guerra.

O filme é uma adaptação do livro de mémorias The Taliban Shuffle, de 2011, sobre a experiência vivida pela jornalista Kim Barker naquele país.

A Garota Dinamarquesa

O filme é inspirado na história real do pintor dinamarquês Einar Mogens Wegen, que vivia em Copenhagen, na década de 20, ao lado da mulher, a também artista plástica Gerda Wegener. O relacionamento amoroso entre os dois evolui, enquanto Einar se descobre como mulher, até submeter-se a uma pioneira e arriscada cirurgia de mudança de sexo e tornar-se definitivamente Lili Elbe.

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Aclamado pelas performances de Eddie Redmayne e Alicia Vikander, ambos indicados ao Oscar de Melhor Ator e Melhor Atriz, respectivamente - Alicia inclusive levou a estatueta, merecidíssima, pois roubou a cena!

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme A Garota Dinamarquesa

A Série Divergente: Convergente

O terceiro filme da série mostra que a heroína Tris, vivida por Shailene Woodley, não se enquadra em nenhuma facção e é uma divergente potencialmente perigosa.

Após depois de derrubar o governo totalitário de Jeanine Matthews, ele recebe uma reveladora mensagem dos fundadores e, ao lado de Quatro, Cale, Peter, Christina e Tori, precisa sair de Chicago para descobrir o que existe do outro lado dos muros que circundam a cidade. Por lá, o grupo se depara uma nova sociedade.

Zootopia: Essa Cidade É O Bicho

Para as meninas, a mensagem de emponderamento chega através da coelhinha Judy, que desde pequena sonhava ir para Zootopia e se tornar uma policial.

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Quando consegue, ela percebe que ser a primeira coelha na Polícia não vai ser nada fácil. Para mostrar que é capaz e solucionar um caso que pode afetar toda a cidade, Judy precisará se unir a Nick, uma raposa vigarista.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Zootopia: Essa Cidade é o Bicho

Grace de Mônaco

O filme desfaz o conto de fadas em torno das princesas ao mostrar os bastidores da vida de Grace Kelly depois que se casou, em 1956, com o príncipe de Mônaco, Rainier III.

O que começou como um conto de fadas foi se transformando e, depois de cinco anos, ela se sente aprisionada no palácio. Quando surge a oportunidade de voltar a atuar nos EUA, precisa escolher qual caminho seguir.

Grandes Olhos

A história real da pintora Margaret Keane. Conhecida por pintar crianças com olhos grandes, a artista plástica teve que enfrentar o próprio marido na Justiça, porque ele se apresentava publicamente como o autor dos quadros feitos por ela.

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Dirigido por Tim Burton, "Grandes Olhos" é estrelado por Amy Adams e Christoph Waltz.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Grandes Olhos

Flores Raras

O Brasil passa por grandes transformações na época em que Brasília é construída e o Rio de Janeiro deixa de ser a capital federal. A poetisa americana Elizabeth Bishop chega para conhecer a cidade e passar alguns dias com Lota de Macedo Soares, uma empreendedora da sociedade carioca, com quem vive uma linda história de amor.

A Escolha Perfeita 2

Não há como resistir suingue do grupo vocal adolescente Barden Bellas? Convidadas para se apresentar para o presidente dos Estados Unidos, as meninas decepcionam e os problemas no show ganham repercussão nacional.

Depois do evento, são vetadas de participar de competições nas universidades e de incluir novas integrantes. Para recuperar o prestígio, as jovens precisam ganhar o campeonato mundial à capela em Copenhagen, na Dinamarca. Paralelamente, Beca começa sua carreira musical solo, o que gera conflitos no grupo.

m cafe 5407e Veja a crítica do filme A Escolha Perfeita 2

Star Wars: O Despertar da Força

Como não falar da franquia que lançou a mítica princesa Leia, eternizada por Carrie Fischer, de personalidade indomável e coração carinhoso? No sétimo filme, a história se passa décadas depois da queda de Darth Vader e do Império, quando surge uma nova ameaça: a Primeira Ordem.

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A sombria organização quer destruir a República e encontrar o mitológico jedi Luke Skywalker, que está sumido há anos. Mas vai ter que enfrentar a Resistência, comandada por Leia, irmã de Luke, que também está em busca do refúgio secreto dele.

m cafe 5407e  Veja a crítica do filme Star Wars: O Despertar da Força

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Quer mergulhar no universo de luta das mulheres por igualdade? Confira outras matérias do nosso Especial Dia da Mulher!

"La La Land" impera entre os ganhadores do Globo de Ouro 2017

É de um musical o mérito de maior premiado da história de um Globo de Ouro. Em sua 74ª edição, a premiação deu sete estatuetas ao musical "La La Land: Cantando Estações", estrelado por Ryan Gosling e Emma Stone, que também levaram o primeiríssimo lugar por suas atuações. 

Revelado na noite deste domingo e sendo como sempre e ainda bem espaço para grandes manifestações e discursos belíssimos e emocionantes, o Globo de Ouro elegeu La La Land: Cantando estações como melhor Musical ou Comédia, e "Moonlight: sob a luz do luar" como melhor produção de Drama. 

Confira estes e outros vencedores:

Melhor Filme Dramático

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Lion

A Qualquer Custo

Até o Último Homem

Manchester à beira-mar

Melhor Ator em Filme Dramático

Andrew Garfield, por Até o Último Homem

Joel Edgerton, por Loving

Denzel Washington, por Fences

Viggo Mortensen, por Capitão Fantástico

Melhor Filme Cômico ou Musical

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Sing

Florence - Quem é Essa Mulher?

Deadpool

20th Century Women

Melhor Atriz em Filme Dramático

Jessica Chastain, por Miss Sloane

Ruth Negga, por Loving

Natalie Portman, por Jackie

Amy Adams, por A Chegada

Melhor Canção Original

Faith, Sing

How Far I'll Go, Moana

Gold, Ouro e Cobiça

Can’t Stop the Feeling!, Trolls

Melhor Atriz em Comédia ou Musical

Hailee Steinfeld, por The Edge of Seventeen

Annette Bening, por 20th Century Women

Meryl Streep, por Florence - Quem é Essa Mulher?

Lily Collins, por Rules Don't Apply

Melhor Ator Coadjuvante em Cinema

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Simon Helberg, por Florence - Quem é Essa Mulher?

Mahershala Ali, por Moonlight: sob a luz do luar

Jeff Bridges, por A Qualquer Custo

Dev Patel, por Lion

Melhor Trilha Sonora Original

A Chegada, de Jóhann Jóhannsson

Lion, de Dustin O'Halloran, Volker Bertelmann

Estrelas Além do Tempo, de Pharrell Williams, Hans Zimmer, Benjamin Wallfisch

Moonlight: sob a luz do luar, de Nicholas Britell

Melhor Ator em Comédia ou Musical

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Ryan Reynolds, por Deadpool

Colin Farrell, por The Lobster

Hugh Grant, por Florence - Quem é Essa Mulher?

Jonah Hill, por Arms & The Dudes

Melhor Roteiro de Cinema

A Qualquer Custo, de Taylor Sheridan

Moonlight: sob a luz do luar, de Barry Jenkins

Animais Noturnos, de Tom Ford

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Melhor Filme Estrangeiro

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Toni Erdmann (Alemanha)

Divines (França, Qatar)

Neruda (Chile)

Forushande (Irã)

Melhor Série Dramática de TV

  • The Crown

Game of Thrones

This Is Us

Westworld

Stranger Things

Melhor Atriz em Série Dramática

Keri Russell, por The Americans

Evan Rachel Wood, por Westworld

Winona Ryder, por Stranger Things

Caitriona Balfe, por Outlander

Melhor Filme de Animação

Moana: Um Mar de Aventuras

Sing - Quem Canta Seus Males Espanta

Minha Vida de Abobrinha

Kubo e a Espada Mágica

Melhor Ator em Série Dramática

  • Billy Bob Thornton, por Goliath

Bob Odenkirk, por Better Call Saul

Liev Schreiber, por Ray Donovan

Rami Malek, por Mr. Robot

Matthew Rhys, por The Americans

Melhor Série de Comédia ou Musical

  • Atlanta

Transparent

Veep

Black-Ish

Mozart in the Jungle

Melhor Minissérie ou Filme Feito para TV

  • The People v. O. J. Simpson: American Crime Story
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American Crime

The Night Of

The Dresser

The Night Manager

Melhor Ator em Minissérie ou Filme para Televisão

Tom Hiddleston, por The Night Manager

Riz Ahmed, por The Night Of

Bryan Cranston, por All The Way

John Turturro, por The Night Of

Courtney B. Vance, por The People v. O. J. Simpson: American Crime Story

Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV

  • Sarah Paulson, por The People v. O. J. Simpson: American Crime Story

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Riley Keough,  por The Girlfriend Experience

Charlotte Rampling, por London Spy

Kerry Washington, por Confirmação

Felicity Huffman, por American Crime

Melhor Ator Coadjuvante em Série de TV, Minissérie ou Filme para TV

John Travolta, por The People v. O. J. Simpson: American Crime Story

John Lithgow, por The Crown

Sterling K. Brown, por The People v. O. J. Simpson: American Crime Story

Christian Slater, por Mr. Robot

Meryl Streep emociona Hollywood com discurso em Globo de Ouro 2017

Indicada nada mais, nada menos do que 30 vezes para o Globo de Ouro e 19 ao Oscar, sempre como melhor atriz, Meryl Streep mais uma vez foi arrasadora mesmo. Na noite deste último domingo (08/01), ela subiu ao palco para receber um troféu em sua homenagem pelo conjunto da obra – o prêmio Cecil B. DeMille –, introduzida por uma fala lindíssima de Viola Davis

E, mesmo sem voz, ela conseguiu emocionar o mundo inteiro. Em sua fala, Meryl se manifestou contra mais um dos comportamentos xenófobos e preconceituosos do presidente Trump, que antes de ser eleito prometeu restringir e/ou dificultar a entrada de pessoas estrangeiras nos Estados Unidos, e agora ofendeu um reporter com deficiência. Veja o que disse Meryl no vídeo:

A galera do site “Mulher no Cinema” teve o trabalho de traduzir o discurso, que segue abaixo na íntegra:

“Muito obrigada. Por favor, sentem-se. Obrigada. Amo todos vocês. Vocês terão de me desculpar, pois perdi minha voz gritando e me lamentando nesta semana. E perdi minha cabeça em algum momento deste ano, então preciso ler [o discurso]. Obrigada, Associação de Jornalistas Estrangeiros de Hollywood [grupo responsável pelo Globo de Ouro]. Pegando a deixa do que disse o Hugh Laurie: vocês, e todos nós neste auditório, realmente pertencem ao segmento mais demonizado da sociedade americana hoje. Pensem bem: Hollywood, estrangeiros e a imprensa.

Mas quem somos nós? O que é Hollywood, afinal de contas? É apenas um monte de gente de lugares diferentes. Nasci, fui criada e educada nas escolas públicas de Nova Jersey. Viola [Davis] nasceu em uma fazenda na Carolina do Sul e cresceu em Central Falls, Rhode Island. Sarah Paulson nasceu na Flórida e foi criada por uma mãe solteira no Brooklyn. Sarah Jessica Parker é de uma família de sete ou oito crianças de Ohio. Amy Adams nasceu em Vicenza, na Itália, e Natalie Portman nasceu em Jerusalém – cadê a certidão de nascimento delas? A linda Ruth Negga nasceu em Addis Abeba, na Etiópia, e foi criada na Irlanda, acredito, e está aqui, indicada por interpretar uma garota de uma pequena cidade da Virgínia. Ryan Gosling, como todas as pessoas mais legais, é canadense. E Dev Patel nasceu no Quênia, foi criado em Londres, e está aqui por interpretar um indiano criado na Tasmânia.

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Então Hollywood está cheia de outsiders e estrangeiros, e se você expulsar todos eles [dos Estados Unidos] não terá nada para assistir além de futebol e artes marciais, que não são as artes.

Me deram três segundos [para concluir o discurso], então…O único trabalho do ator é entrar na vida de pessoas diferentes de nós e fazer você sentir como é. Houve muitas, muitas, muitas atuações poderosas este ano que fizeram exatamente isso – trabalhos de tirar o fôlego, cheios de compaixão. Mas houve uma atuação este ano que me chocou, que cravou um gancho no meu coração. Não porque foi boa. Não foi nada boa. Mas foi eficaz e conseguiu o que queria, fez o público-alvo rir e mostrar os dentes. Foi aquele momento em que a pessoa que estava pedindo para sentar na cadeira mais respeitada do nosso país imitou um repórter com deficiência – alguém em relação a quem ele tinha mais privilégio, mais poder e mais capacidade de enfrentar. [Esta cena] meio que partiu meu coração, e ainda não a consegui tirar da minha cabeça, porque não foi em um filme, foi na vida real.

E esse instinto de humilhar, quando é exibido por alguém em uma plataforma pública, por alguém poderoso, é filtrado na vida de todo mundo, porque meio que dá permissão para outras pessoas fazerem o mesmo. O desrespeito convida ao desrespeito, a violência incita violência.

Quando os poderosos usam sua posição para fazer bullying, todos nós perdemos.

Ok, isso me leva à imprensa. Precisamos de uma imprensa com princípios para fiscalizar o poder, para cobrar cada absurdo. É por isso que os fundadores [da democracia americana] colocaram a imprensa e suas liberdades na Constituição. Então apenas peço que a próspera Associação de Jornalistas Estrangeiros de Hollywood e todos da nossa comunidade se juntem a mim no apoio ao Comitê de Proteção aos Jornalistas, porque vamos precisar deles para seguir adiante, e eles vão precisar de nós para proteger a verdade.

Mais uma coisa. Uma vez eu estava no set reclamando de alguma coisa – íamos filmar na hora do jantar, muitas horas de trabalho ou qualquer coisa do tipo – e Tommy Lee Jones me disse: ‘não é um enorme privilégio ser ator, Meryl?’. Sim, é. E temos de lembrar uns aos outros do privilégio e da responsabilidade do ato de empatia. Todos devemos ter muito orgulho do trabalho que Hollywood está homenageando aqui esta noite.

Como a minha amiga que partiu, a querida Princesa Leia, me disse uma vez: ‘pegue seu coração partido, transforme em arte’. Obrigada.”

Crítica do filme Animais Noturnos | O lado obscuro do amor

Ah, o amor... Esse sentimento tão confuso, desejado, criticado. Ele já foi pauta de inúmeros filmes. Alguns apenas contam uma história banal, outros tentam retratar um lado mais real.

E em meio a uma enxurrada de títulos permeados por clichês, eis que surge a nova obra de Tom Ford. “Animais Noturnos” é um filme que nos mostra a face mais cruel do amor, com tom de crueldade, de vingança.

Nesta história acompanhamos um curto trecho da vida de Susan Morrow (Amy Adams), uma negociante de arte que vive em Los Angeles com seu marido Hutton Morrow (Armie Hammer).

Exuberante, esta mulher leva uma vida privilegiada, mas incompleta em vários aspectos. Contudo, sua rotina muda quando ela recebe um pacote inesperado: um livro escrito por seu ex-marido, Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal), e dedicado a ela.

O que teria de tão desolador nesta publicação? Talvez, as páginas escritas por Edward sejam mais do que apenas palavras num papel. Num tom realista, Tom Ford traduz sentimentos em sequências agoniantes, recheadas de tensão e questionamentos.

É complicado...

Eu pensei um bocado para digerir este filme. Não que eu não pudesse só chegar aqui e falar de aspectos técnicos ou de como esse tal de Tom Ford é um cara que sabe o que faz. Só que o buraco é mais em baixo. É uma obra complexa, cheia de pormenores, que faz a gente refletir e fazer comparativos com nossas vidas.

Fique tranquilo, não vou comentar nada sobre a trama do filme, ao menos nada além do que tem na sinopse. Este longa-metragem deve ser apreciado totalmente no cinema, por isso vou apenas discorrer um tanto sobre o tema, que me parece o ponto principal da obra: o amor. Talvez soe um tanto filosófico, mas esse discurso me parece necessário.

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Bom, primeiramente, vamos combinar que o amor faz parte do ser humano ou ao menos é o que somos levados a acreditar — e não por acaso temos tantas obras (em diversos universos) falando sobre isso. Dedicamos muitos momentos, esforços e pensamentos para encontrar o grande amor de nossas vidas.

Nem sempre dá certo. Às vezes, ficamos desiludidos. Há diferentes tipos, intensidades, correspondências e circunstâncias nas relações. Nem sempre é como nos filmes, motivo pelo qual este ganha atenção especial, já que foge do clichê e tenta mostrar que, em alguns casos, o amor pode ser tão complexo como num filme — ou vice-versa.

Tirando a parte floreada, que é exagerada em filmes românticos, a verdade é que nem todo amor é para sempre. Nem todo amor dá certo, inclusive nem todo amor é amor. Às vezes, por um impulso incontrolável nos forçamos a acreditar que aquilo é o que queremos, mas aí, de repente, dá errado. Repensamos tudo e vemos de outros ângulos.

Em situações ambíguas, onde as dúvidas sobressaem, falamos mais do que devemos, pensamos pouco, agimos por impulso. E o futuro fica mais complicado a cada nova tentativa. Somos moldados com base nas falhas, nas derrotas, nas perdas — e também em alguns acertos.

Tom Ford assume a árdua missão de falar dos lados mais obscuros do amor, misturando tensão e romance numa trama muito complexa

Todas essas questões passam por nossas cabeças a cada nova relação, seja ela romântica ou não. E cada pessoa absorve tudo de forma diferente. E para cada nova tentativa, muitas das vezes há um término. Isso mexe com as pessoas e de formas até um tanto inesperadas. Só que lidar com tudo isso não é fácil.

O que tudo isso tem a ver com o filme? Muita coisa. E Tom Ford tenta retratar justamente todo esse caos que habita em torno do amor. Não é uma tarefa fácil, mas há aqui uma boa receita para mostrar esse lado sombrio da coisa.

Animais Noturnos” é uma obra que consegue transitar entre o suspense e o romance, pendendo até mesmo para o terror, mas um terror que existe dentro de nós mesmos. Ainda que seja uma ficção, você vai se indagar sobre questões de personalidade, confiança, fidelidade, paixão, impulso, decepção, crueldade, vingança e um pouco mais.

Intenso do começo ao fim

Poucos filmes — além da série 007 — se dão ao luxo de começar com uma abertura em grande estilo. Tom Ford, no entanto, faz questão de ser extravagante e começa derrubando os forninhos aqui. A primeira sequência do filme é recheada de ousadia e mostra que o filme vem para chocar e mostrar o que ninguém mostra.

O roteiro é bastante propício nesse sentido, uma vez que desenvolve situações bastante tensas. É interessante que o detalhamento nas sequências é algo que ajuda muito na construção da obra. Em vez de apenas lidar de forma superficial com cada situação, Tom Ford usa diálogos longos, vários ângulos, closes que enquadram as reações das pessoas.

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É claro que muito do sucesso se dá pelas excelentes atuações. Jake Gyllenhaal dá profundidade a seu personagem ao enfrentar vários dramas. Há longas tomadas que focam especificamente no rosto do ator, em que vemos o desespero, a tristeza, a angústia e a tensão tomando conta da pessoa. Fica ainda mais complicado ao pensarmos o que faríamos no lugar dele.

Amy Adams também se supera ao mostrar o vazio, o arrependimento, as dúvidas de uma personagem que se questiona sobre sua vida. Apesar de não ser uma protagonista em cenas mais tensas, a atriz se mostra muito competente ao transpassar alguns dramas apenas com o olhar e os momentos de reflexão.

E como não odiar a personalidade (e amar a atuação) de Aaron Taylor-Johnson? O sujeito encarna as nuances do desprezo, da ironia e do deboche. Com um toque incrível de realismo, Johnson se mostra mais do que capaz para dar um contraponto importante à trama. Michael Shannon também não deixa por menos e leva todo o tom de "justiça" para a telona. Com uma transformação radical, inclusive corporal, Shannon agrega muito ao elenco. É um combo perfeito de atores que criam uma teia de acontecimentos coerente e convincente.

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Outro nome que se sobressai é Abel Korzeniowski. Ele não está frente às câmeras, mas se faz presente em muitos momentos com sua majestosa trilha sonora. Os tons distorcidos de violino, as notas sequenciais que vão crescendo aos poucos e ampliando ainda mais a tensão, bem como a repetição de alguns elementos causam incômodo constante na plateia.

Por outro lado, o filme se equilibra também nos momentos de silêncio. Há várias cenas em que a música para e os atores ganham voz e vez para entregar situações ainda mais tensas e repletas de nervosismo. É impossível olhar o que está na tela e não pensar uma dezena de coisas, sobre como seria essa história com qualquer um de nós como protagonista.

A obra se completa com uma harmonia perfeita na fotografia e na edição. Com cenas em ambientes belíssimos, mas um tanto deprimentes devido ao tom sépia e o clima árido, o título deixa o espectador apreensivo e até um tanto deprimido com todas as situações. Com figurinos caprichados e montagem impecável, esta produção agrada em todos os pontos.

No fim, há muito a refletir e aplaudir. “Animais Noturnos” é simplesmente imperdível!

Cisne Negro, 500 Dias com Ela e muito mais: veja as últimas novidades da Netflix

Um dos filmes mais queridinhos dos últimos tempos acaba de entrar para o catálogo da Netflix, para quem ainda não teve oportunidade de ver. Estrelado por Natalie Portman – que levou um Oscar de Melhor Atriz pela película, “Cisne Negro” traz também Vincent Cassel, Mila Kunis e Winona Ryder, entre outros nomes importantes, e conta a história de Nina, uma bailarina novaiorquina em uma série de descobertas e desafios. 

Mas, além dessa belezura, outras excelentes produções para os mais diferentes gostos e estilos ingressaram na grade da Netflix. Separamos alguns sucessos e outros menos conhecidos, mas que a gente curte, como dicas para você!

(500) Dias com Ela

Comédia Romântica | 95 min

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Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) está em uma reunião com seu chefe, Vance (Clark Gregg), quando ele apresenta sua nova assistente, Summer Finn (Zooey Deschanel). Tom logo fica impressionado com sua beleza, o que faz com que tente, nas duas semanas seguintes, realizar algum tipo de contato. Sua grande chance surge quando seu melhor amigo o convida a ir em um karaokê, onde os colegas de trabalho costumam ir. Lá Tom encontra Summer. Eles também cantam e conversam sobre o amor, dando início a um relacionamento.

Capitão Phillips

Suspense/ Ação | 214 minutos

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Do diretor de "O Ultimato Bourne" e com Tom Hanks, ganhador do Oscar, no papel principal, Capitão Phillips conta o drama vivido pelo homem que comandava o MV Maersk Alabama. O filme baseado em fatos reais mostra como piratas somalis sequestraram o capitão e conseguiram assaltar um navio de cargo americano - fato inédito nos últimos 200 anos. 

Um Lugar Chamado Notting Hill 

Romance | 124 min

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Um encontro ao acaso entre o proprietário de uma livraria alternativa e uma estrela de Hollywood acaba se transformando em um improvável romance. Estrelado por uma das divas da vida real, Julia Roberts, e por um iniciante Hugh Grant.

Jogos de Poder 

Biografia/ Drama | 104 min 

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Olha aí se não são os dois de novo! Tom Hanks e Julia Roberts juntos em um romance cheio de tensão quando um congressista do Texas provoca uma série de eventos ao conspirar com um agente da CIA. O objetivo?  Ajudar rebeldes afegãos a combater os soviéticos. De brinde, tem Philip Seymour Hoffman, Emily Blunt e ela, a mulher do ano, Amy Adams. 

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Aventura | 118 min

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Primeiro filme da franquia que também só foi até aí - mentira, que tem também o Mar de Monstros e em 2017 parece que finalmente sai A Maldição do Titã -, "Percy Jackson e o Ladrão de Raios" nos introduz aos semideuses mais trapalhões dos tempos modernos: Percy (Logan Lerman) e Annabeth (Alexandra Daddario), além do centauro Grover (Brandon T. Jackson). Elenco belíssimo traz também Sean Bean como Zeus, Pierce Brosnan como Mr. Brunner, Rosario Dawson como Persephone e Uma Thurman como Medusa.

Batman & Robin

Ação/ Aventura | 124 min

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Sim, eles mesmo. A versão de Batman & Robin com George Clooney, Chris O'Donnel, Uma Thurman e Arnold Schwarzenegger agora pode ser vista pelo Netflix! Nela, o homem-morcego tem a ajuda de Robin e da BatGirl para defender Gotham das garras do Sr. Frio e da Hera Venenosa. De quebra, a Netflix também exibe agora "Batman Returns", que foi acrescentado ao catálogo na mesma leva desse último. 

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E aí, já escolheu qual vai ver primeiro? Confere lá na aba de Adicionados Recentemente e boa curtição!

Melhores do ano | Os filmes tops de 2016 que você precisa ver — ou rever

Que ano, hein?! Você talvez não tenha reparado, mas 2016 foi repleto de boas novidades nas salas de cinema do Brasil. Tivemos muitos blockbusters e filmes alternativos que nos fizeram dar ainda mais valor para estilos diferentes de arte.

O ano começou com sucessos como “Spotlight – Segredos Revelados”, “Os Oito Odiados”, “O Bom Dinossauro”, “Steve Jobs”, “Creed: Nascido para Lutar”, “Carol”, “Peanuts, O Filme”, “O Regresso”, “A Grande Aposta”, “O Filho de Saul”, “A Garota Dinamarquesa”, “Brooklyn”, “O Quarto de Jack” e “Trumbo: Lista Negra”.

Achou muita coisa? Não conseguiu ver nem metade desses? Então, saiba que todos esses filmes chegaram aqui nos primeiros dois meses, sendo que muitos até apareceram no Oscar e alguns até levaram estatuetas para casa! Só que não para por aí... No decorrer do ano, tivemos dezenas de outros filmes excelentes.

Bom, para você que perdeu os filmes mais legais, nossa equipe separou dicas com alguns títulos empolgantes (alguns blockbusters), emocionantes (para reflexões profundas) e diferentes (incluindo obras do cinema europeu e pouco comuns). É claro que não dá para citar todos os filmes do ano, então contamos com sua ajuda para dar sugestões nos comentários.

A Conexão Francesa

por Fábio Jordão

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Nossa lista começa com uma obra francesa que estreou lá em março. Baseado em uma história real, “A Conexão Francesa” é um filmão de ação que mostra a jornada do juiz Pierre Michel (Jean Dujardin) para desmembrar uma quadrilha de traficantes.

Com uma pegada mais realista, você confere como este homem da justiça, usando de meios legais, caçou o grupo criminoso comandado por Gartan Zampa (Gilles Lellouche), que expandiu os negócios para fora do país, no esquema que recebeu o nome de Conexão Francesa.

A trama com reviravoltas tem um dinamismo intenso, que foge dos clichês de filmes de Hollywood. Nada de cenas com um homem só detonando um exército ou dando piruetas. Aqui, a violência é retratada de perto e choca pelo tom de realidade. Um filme muito bem produzido, executado e pouco fantasiado. Imperdível!

A Chegada

por Carlos Augusto Ferraro

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Denis Villeneuve já era um de meus diretores favoritos e com "A Chegada" ele realmente mostra todo seu talento. O filme é um forte concorrente para algumas categorias do Oscar 2017, certamente estará na corrida com indicações para melhor atriz (Amy Adams) e possivelmente melhores efeitos especiais, fotografia, direção e roteiro adaptado.

Sem sombra de dúvida, o destaque é a atuação de Amy Adams, que está sensacional na pele de uma linguista que serve de “mediadora / tradutora” quando alienígenas chegam à Terra. Sua atuação aproveita todas as nuances da trama, que transita de maneira livre e inteligente entre a ficção científica e o drama.

O diretor Denis Villeneuve constrói um filme preciso, no qual todas as partes se encaixam perfeitamente, uma complementando a outra.

Amor por Direito

por Lu Belin

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Durante esse ano, tivemos uma avalanche de produções dedicadas a mostrar a perspectiva de grupos minoritários o subalternos: populaçao LGBTT, população negra, mulheres.  "Amor por Direito" é um filme que merece estar nesta lista porque representa com grande dignidade esse movimento importante do cinema em 2016.

O longa-metragem retrata a história real de um dos primeiros casais homoafetivos a enfrentarem na justiça e na categoria profissional a luta por reconhecimento de seu relacionamento. Laurel Hester, uma policial da cidade de New Jersey, conhece a jovem borracheira Stacie Andree, e ambas engatam em um namoro, rumando para morar juntas.

O problema é que os Estados Unidos, embora já aceitem casamentos entre pessoas do mesmo sexo, não reconhecem ainda a união no que diz respeito repasse de benefícios sociais. Então, quando Laurel descobre que possui uma doença grave, ambas entram em uma disputa contra a toda a organização policial vigente para permitir que Stacie fique com sua pensão, como cônjuge.

Bem construído em termos de narrativa e roteiro, o longa-metragem aborda a temática com sensibilidade e precisão, sem enrolação nem sensacionalismos, de forma emocionante a ponto de levar o público às lágrimas. E tudo isso com o bônus da atuação brilhante de Julianne Moore e Ellen Page como casal.

Deadpool

por João Gabriel de Souza

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Bom, serei sincero. Deadpool não é um filme maravilhoso e que você precisa muito assistir. Tem enredo clichê e produção meia boca, mas, calma, vou explicar meus motivos para escolher esse como um dos meus favoritos de 2016.

Deadpool não superou minhas expectativas, mas as atingiu. Foi o primeiro filme que conseguiu passar para as telonas a alma de um personagem tirado dos quadrinhos, tornando assim um filme fiel ao das HQs do anti-herói tagarela.

O longa não teve grande orçamento e só foi feito para agradar os tantos fãs. Apesar de a história não ser espetacular, o filme traz piadas sujas (até mesmo satirizando a Fox, que produziu o filme) e violência gratuita, que proporciona muita diversão, garante boas risadas e mostra cenas que a gente nunca esperar ver num filme de herói.

O que brilha aqui é a atuação de Ryan Reynolds, o qual encarnou o espírito do anti-herói e atuou sem medo, tanto no filme em si quanto nas campanhas publicitárias que, convenhamos, serviram como uma extensão do que foi apresentado na telona.

Invasão Zumbi

por Carlos Augusto Ferraro

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"Invasão Zumbi" chegou ao Brasil no apagar das luzes de 2016, mas já vinha fazendo barulho pelo resto do mundo, onde já havia estreado algum tempo atrás. O título é uma bela surpresa do oriente. Como fã de filmes de zumbi, não poderia deixar o lançamento passar em branco, e me deparei com algo muito melhor do que o esperado.

O título acerta em diferentes níveis e se estabelece como um dos grandes do gênero. O ritmo acelerado, como um trem bala, e o ambiente claustrofóbico ajudam a contar mais de uma história no mesmo filme.

Sim, no cerne, "Invasão Zumbi" é sobre a sobrevivência em meio a um apocalipse zumbi, mas o roteiro estratificado traz uma das mais enternecedoras histórias de família, além de explorar a velha luta de classes, bem como a fragilidade psicológica das pessoas quando expostas a cenários tão extremos. "Invasão Zumbi" pega elementos que funcionam, mesmo que mal explorados, de "Guerra Mundial Z" e os aplica em uma dinâmica à la "Expresso do Amanhã" com muito sucesso.

Kubo e as Cordas Mágicas

por João Gabriel de Souza

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A animação conta a história de um garotinho chamado Kubo que mora com sua mãe numa cidade litorânea. Seu pai está perdido, e sua mãe, após sofrer um acidente de barco, se encontra muito doente. Alertado sobre os perigos da noite, Kubo parte em uma aventura para encontrar três peças da armadura de seu pai.

Digo desde o início da minha argumentação que, a meu ver, esta é a melhor animação do ano. Produzido pela Laika — famosa por Coraline e Paranorman — o longa conquista pelo visual. Todo em stop-motion muito bem trabalhado, a animação cumpre com maestria as técnicas do cinema, fornecendo uma experiência cinematográfica brilhante.

Além da parte visual fascinante, “Kubo e as Cordas Mágicas” traz uma história profunda cheia de reflexão. O enredo é repleto de interpretação com uma mostra fiel da mitologia japonesa. A trilha sonora funciona quase como uma personagem principal, que leva o espectador a se emocionar facilmente. Um filme para rever várias vezes!

O Homem nas Trevas

por Lu Belin

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Um dos melhores suspenses recentes, "O Homem nas Trevas" consegue deixar o público sem ar do começo ao fim, com sequências insanas de perseguição, de escuridão e de necessidade de ficar extremamente em silêncio.

O roteiro relata o dia em que três jovens decidem invadir a casa de um homem cego que supostamente teria uma grande quantidade de dinheiro escondida no porão de casa. Afinal, que perigo uma pessoa que não enxerga pode oferecer, não é mesmo? Mas é aí que eles se enganam. O morador sabe muito mais do que se defender à altura, e acaba se tornando mais perseguidor do que vítima, quando desliga as luzes de casa e inicia uma caçada para encurralar os invasores.

Do diretor Fede Alvarez, o longa é bem amarradinho na maior parte do tempo e traz algumas revelações surpreendentes  e instigantes, que fazem com que o público fique tão tenso quanto os próprios protagonistas e queira saber logo o que vai acontecer em seguida. O suspense do ano!

Star Trek: Sem Fronteiras

por Fábio Jordão

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O universo de Jornada nas Estrelas completou meio século em 2016, ano em que a Paramount Pictures resolveu levar a saga cinematográfica para um novo patamar. Apesar de o reboot lá de 2009 ter sido bem acertado, levou um tempo para vermos uma história original e ousada nas telonas.

Com um roteiro mais livre, a trama de “Sem Fronteiras” chega com novos personagens, naves e planetas. Só isso já seria motivo de celebração, mas a produção ainda desenvolve bem os protagonistas e traz uma ação conjunta sintonizada, o que leva a uma conexão profunda com o cerne de Star Trek.

De fato, o ritmo aqui é mais ousado, mas ele ainda é permeado por cenas inteligentes, com muito espaço para explorar o desconhecido. Se o seu negócio é uma boa ficção espacial ou se você, assim como eu, é um grande fã da turma de Spock e Kirk, “Star Trek: Sem Fronteiras” tem de ser visitado várias vezes.

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É claro que esses são apenas alguns dos tantos filmes excelentes deste ano, então gostaríamos que você também ajudasse com sua opinião nos comentários. Para você, quais foram os longas mais emocionantes de 2016?

Tom Ford e elenco comentam sobre a trama de ‘Animais Noturnos’

Em vídeo inédito divulgado pela Universal Pictures, o diretor Tom Ford e os protagonistas Jake Gyllenhaal e Amy Adams relevam suas expectativas em relação à reação do público e contam um pouco mais sobre o enredo do filme “Animais Noturnos”.

Com três indicações ao Globo de Ouro (melhor direção e roteiro para Tom Ford e melhor ator coadjuvante para a atuação de Aaron Taylor-Johnson), o suspense chega aos cinemas em 29 de dezembro e proporciona emoções diversas aos telespectadores.

Para a atriz Amy Adams, o filme entretém, mas também assusta: “Você vai ficar apavorado e entretido. Você definitivamente vai falar sobre o que viu”. Já o ator Armie Hammer – que interpreta o atual marido de Susan na história – conta que a produção mescla suspense e drama: “É assombroso, triste, lindo, tem momentos de energia frenética e muitas coisas acontecendo”, explica.

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Animais Noturnos” apresenta a história de um casal separado há 20 anos. Susan é uma negociante de arte de Los Angeles que vive uma vida privilegiada, mas incompleta, ao lado do atual marido, Hutton Morrow (Armie Hammer).

Em um final de semana em que Hutton deve partir para uma de suas frequentes viagens de negócios, ela recebe um pacote inesperado: um livro escrito pelo ex, Edward (Jake Gyllenhaal), e dedicado a ela. Uma publicação violenta e perturbadora.

Confira o vídeo na íntegra! 

Crítica do filme A Chegada | Sem ruídos de comunicação

"A Chegada" é a confirmação de Denis Villeneuve (Incêndios) como um dos grandes nomes dessa geração. O diretor franco-canadense usa seu toque particular para transformar o que poderia ser um mero filme de ficção em um drama intimista com aspirações filosóficas.

O diretor se esquiva, com muita elegância, da maioria dos clichês da “invasão alienígena hollywoodiana” e entrega uma produção que funciona em diferentes níveis e gêneros.

Ao mesmo tempo em que pode ser consumido como entretenimento rápido, o filme também levanta questões que farão você continuar a “ver o filme” mesmo depois de sair da sala de cinema.

Amy Adams está excelente no papel de Louise Banks, uma mulher melancólica que se vê inserida em uma "missão diplomática intergalática" quando doze naves alienígenas aparecem espalhadas pelo globo. O filme também conta com outros nomes de peso, na frente e atrás das câmeras.

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Jeremy Renner e Forest Whitaker dão força ao elenco principal, enquanto o cinematografista Bradford Young (Selma) entrega takes longos e fluidos, à la Terrence Malick, e o compositor Jóhann Jóhannsson (A Teoria de Tudo) apresenta uma trilha esparsa, mas impactante.

Tradução juramentada

Inspirado no conto “A História da sua Vida”, de Ted Chiang, "A Chegada" acompanha Louise Banks (Amy Adams), uma lingüista renomada que é recrutada pelo governo quando 12 óvnis surgem na Terra. Ao lado dos militares e de um cientista chamado Ian (Jeremy Renner), Louise corre contra o tempo para desenvolver uma linha de comunicação com os alienígenas e responder a uma simples pergunta: qual o propósito deles na Terra?

Aparentemente, os visitantes não pegaram a sua cópia do Guia do Mochileiro das Galáxias e, por isso, estão sem o seu Peixe Babel (a criaturinha tradutora universão). Sem uma saudação harmônica de cinco tons como em Contatos Imediatos do Terceiro Grau, os Heptapods (como são apelidadas os visitantes) possuem uma língua abstrata, com vocalizações reminiscentes a sons de cetáceos apaixonados e um vernáculo que parece uma mistura de ideograma oriental e teste projetivo de Rorschach (aquele dos borrões de tinta).

Como toda boa ficção científica, A Chegada tem algo muito pertinente a dizer sobre a sociedade contemporânea.

O processo é lento, e na sociedade imediatista contemporânea à espera serve apenas para gestar o medo e elevar as tensões, visto que as intenções dos Heptapods seguem um mistério. No meio disso está Louise, cuja imersão na língua dos alienígenas é pontuada por frequentes visões da sua vida e de momentos com sua filha. O processo de aprendizado muda completamente a percepção de Louise, permitindo uma compreensão muito mais profunda não apenas das criaturas, mas do universo e dela própria.

Obviamente, um dos temas centrais do filme é a comunicação, ou a falta dela. Quando observamos um momento de ascensão das extremas direitas nacionalistas pelo mundo afora, a necessidade de diálogo se torna imperativa, independente das diferenças culturais. 

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A Chegada é um filme prismático e pode ser assistido por meio de diferentes lentes, alterando o foco, e conseqüentemente, seu espectro final. Não ousaria me enveredar aqui por meandros psicanalíticos, mas é natural fazer a conexão com aforismos lacanianos, considerando o inconsciente estruturado como linguagem. Outros pontos interessantes seguem a análise semiótica de Saussure. Como disse, "A Chegada" é um filme diverso, que carrega inúmeras traduções possíveis. Isso sem entrar nos méritos das discuções de gênero, haja vista que a grande protagonista do filme é uma mulher.

A história da sua vida 

Jeremy Renner (Ian Donnelly) e Forest Whitaker (Cel. Weber) estão excelentes, mas é Amy Adams (Louise Banks) quem domina a película. Não apenas por ser a protagonista ou por contar com um roteiro que lhe dá espaço de sobra para exercitar sua arte, mas por entregar uma atuação visualmente mais memorável do que qualquer criatura ou nave renderizada pelos computadores.

Louise possui um lado sombrio, uma dor, que Adams transparece em todos os momentos que está em cena. A atriz faz com que o espectador permaneça ancorado na sua jornada, nos trazendo de volta para ela, mesmo quando a trama ganha uma escala global.

Não estou falando de uma atuação explosiva. Adams, inteligentemente, constrói uma Louise cuja sutileza exterior abriga, ou melhor, represa uma gama enorme de emoções. Essa exploração das sutilezas da personagem traz grandes recompensas narrativas no terceiro ato.

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Por falar em terceiro ato, Villeneuve parece ter entendido muito bem o paradigma narrativo. Em todas as suas obras o diretor guia o filme com muita fluidez, e consegue entregar um terceiro ato sólido e surpreendente.

Além disso, diferentemente do que acontece com as “viradas surpresas” de vários filmes, em nenhum momento o espectador se sente traído. Os fatos são mostrados pouco a pouco, sem nenhuma omissão negligente e as revelações finais surpreendentes emergem “naturalmente” dentro da narrativa.

"A Chegada" é sem sombra de dúvida um dos grandes destaques de 2016. Trata-se de um filme que agradará tanto aos fãs de ficção científica como aqueles que buscam um bom drama pessoal, mas os pontos altos ficam por conta da atuação de Amy Adams e do refinamento de Denis Villeneuve.

Confira lista de indicados ao Globo de Ouro 2017

A Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood acaba de divulgar a lista de indicados à 74ª edição do Globo de Ouro, que será entregue no dia 08 de janeiro de 2017. A HBO domina a lista de nomeações, com 14 produções entre as favoritas – principalmente nas categorias que envolvem séries, com gigantes como a óbvia "Game of Thrones", a novíssima "Westworld" e a já carimbada figurinha "Veep".

A Associação já havia anunciado em agosto que o host dessa edição seria o apresentador de TV norteamericano Jimmy Fallon, então podemos esperar um super bom humor nessa noite. Ele não participava da cerimônia desde 2014, quando anunciou os vencedores de uma das categorias junto com a atriz Melissa McCarthy

Já para o anúncio, foram convidados Anna Kendrick, Laura Dern Don Cheadle, assim como pessoas da diretoria da entidade. 

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Confira a lista completa de nominados!

Melhor Filme Dramático

Lion

A Qualquer Custo

Moonlight

Até o Último Homem

Manchester-by-the-Sea

Melhor Ator em Filme Dramático

Andrew Garfield, por Até o Último Homem

Joel Edgerton, por Loving

Denzel Washington, por Fences

Casey Affleck, por Manchester-by-the-Sea

Viggo Mortensen, por Capitão Fantástico

Melhor Filme Cômico ou Musical

La La Land

Sing

Florence - Quem é Essa Mulher?

Deadpool

20th Century Women

Melhor Atriz em Filme Dramático

Jessica Chastain, por Miss Sloane

Isabelle Huppert, por Elle

Ruth Negga, por Loving

Natalie Portman, por Jackie

Amy Adams, por A Chegada

Melhor Série Dramática de TV

Game of Thrones

This Is Us

Westworld

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The Crown

Stranger Things

Melhor Canção Original

Faith, Sing

City Of Stars, La La Land

How Far I'll Go, Moana

Gold, Gold

Can’t Stop the Feeling!, Trolls

Melhor Atriz em Comédia ou Musical

Emma Stone, por La La Land

Hailee Steinfeld, por The Edge of Seventeen

Annette Bening, por 20th Century Women

Meryl Streep, por Florence - Quem é Essa Mulher?

Lily Collins, por Rules Don't Apply

Melhor Ator Coadjuvante em Cinema

Simon Helberg, por Florence - Quem é Essa Mulher?

Aaron Johnson, por Animais Noturnos

Mahershala Ali, por Moonlight

Jeff Bridges, por A Qualquer Custo

Dev Patel, por Lion

Melhor Trilha Sonora Original

La La Land, de Justin Hurwitz

A Chegada, de Jóhann Jóhannsson

Lion, de Dustin O'Halloran, Volker Bertelmann

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Estrelas Além do Tempo, de Pharrell Williams, Hans Zimmer, Benjamin Wallfisch

Moonlight, de Nicholas Britell

Melhor Ator em Comédia ou Musical

Ryan Reynolds, por Deadpool

Colin Farrell, por The Lobster

Hugh Grant, por Florence - Quem é Essa Mulher?

Ryan Gosling, por La La Land

Jonah Hill, por Arms & The Dudes

Melhor Roteiro de Cinema

La La Land, de Damien Chazelle

A Qualquer Custo, de Taylor Sheridan

Moonlight, de Barry Jenkins

Animais Noturnos, de Tom Ford

Manchester-by-the-Sea, de Kenneth Lonergan

Melhor Filme Estrangeiro

Elle (França)

Toni Erdmann (Alemanha)

Divines (França, Qatar)

Neruda (Chile)

Forushande (Irã)

Melhor Atriz em Série Dramática

Claire Foy, por The Crown

Keri Russell, por The Americans

Evan Rachel Wood, por Westworld

Winona Ryder, por Stranger Things

Caitriona Balfe, por Outlander

Melhor Filme de Animação

Moana: Um Mar de Aventuras

Sing - Quem Canta Seus Males Espanta

Zootopia - Essa Cidade é o Bicho

Ma vie de Courgette

Kubo e a Espada Mágica

Melhor Ator em Série Dramática

Bob Odenkirk, por Better Call Saul

Liev Schreiber, por Ray Donovan

Rami Malek, por Mr. Robot

Matthew Rhys, por The Americans

Billy Bob Thornton, por Goliath

Melhor Série de Comédia ou Musical

Transparent

Veep

Atlanta

Black-Ish

Mozart in the Jungle

Melhor Minissérie ou Filme Feito para TV

American Crime

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The People v. O. J. Simpson: American Crime Story

The Night Of

The Dresser

The Night Manager

Melhor Ator em Minissérie ou Filme para Televisão

Riz Ahmed, por The Night Of

Bryan Cranston, por All The Way

John Turturro, por The Night Of

Tom Hiddleston, por The Night Manager

Courtney B. Vance, por The People v. O. J. Simpson: American Crime Story

Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV

Riley Keough,  por The Girlfriend Experience

Charlotte Rampling, por London Spy

Kerry Washington, por Confirmação

Felicity Huffman, por American Crime

Sarah Paulson, por The People v. O. J. Simpson: American Crime Story

Melhor Ator Coadjuvante em Série de TV, Minissérie ou Filme para TV

Hugh Laurie, por The Night Manager

John Travolta, por The People v. O. J. Simpson: American Crime Story

John Lithgow, por The Crown

Sterling K. Brown, por The People v. O. J. Simpson: American Crime Story

Christian Slater, por Mr. Robot

Animais Noturnos | Trailer legendado e sinopse

Susan Morrow (Amy Adams) é uma negociante de arte de Los Angeles que vive uma vida privilegiada, mas incompleta, ao lado de seu marido Hutton Morrow (Armie Hammer). Em um final de semana, após Hutton partir em uma de suas frequentes viagens de negócios, Susan recebe um pacote inesperado: um livro escrito por seu ex-marido, Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal), e dedicado a ela. Uma publicação violenta e desoladora.