Desenhos Ocultos
Por que esse livro merece ser lido antes de virar filme da Netflix?
Li Desenhos Ocultos, de Jason Rekulak, e não tenho dúvidas: foi o melhor livro que li neste ano — até agora. Terminei em apenas um único dia, tamanho foi o envolvimento com a trama. E, devido a esse impacto super positivo, resolvi fazer uma resenha para dar a dica para quem já pensa em ler a obra antes que ela vire um filme.
A história gira em torno de Mallory Quinn, uma jovem de 21 anos recém-saída da reabilitação, que consegue um emprego como babá do pequeno Teddy. Tudo parece perfeito até que os inocentes desenhos do menino começam a se transformar em ilustrações assustadoras e realistas, revelando cenas que remetem a um assassinato não solucionado. É nesse ponto que o mistério ganha vida e arrasta o leitor para uma sequência de descobertas e reviravoltas.
É verdade, histórias de suspense não faltam nas prateleiras, mas o que faz Desenhos Ocultos se destacar em meio a tantas opções? Por que vale tanto a pena mergulhar na história de Mallory e Teddy? Será que ele realmente entrega algo novo dentro do gênero de suspense psicológico? Vamos conferir!
Profundamente assustador e original, Desenhos ocultos é uma experiência repleta de reviravoltas sobre redenção e os limites turvos entre vida e morte.
Primeiramente, acho importante enfatizar que o texto é extremamente fácil de ler. Jason Rekulak escreve de maneira direta, sem rodeios ou enrolações. Cada cena é construída com clareza, o que garante um ritmo rápido e instigante. É um daqueles livros que você abre “só para ler um capítulo” e quando percebe já está virando a última página.
O que mais me conquistou foi o suspense psicológico. A narrativa prende, não apenas pelo mistério dos desenhos, mas também pelas camadas emocionais que ele apresenta. O livro trata de inseguranças da juventude, decisões impensadas e os dilemas de Mallory ao tentar se reintegrar ao mundo adulto. Ao mesmo tempo, toca em questões familiares importantes, como a relação entre pais e filhos e os desafios da criação em tempos de tecnologia.
Além do mistério central, o livro também traz elementos sobrenaturais, como sessões espíritas, uso de tabuleiro ouija e até momentos que flertam com a ideia de possessão. São passagens mais sombrias e levemente tensas, que aumentam a adrenalina nos trechos reveladores, mas nunca chegam a transformar a obra em um livro de terror. O sobrenatural aqui funciona como uma camada a mais na trama, sem ser o foco absoluto, o que deixa a leitura instigante sem afastar quem prefere suspenses menos pesados.
Toda a história é narrada em primeira pessoa, pela perspectiva de Mallory. Isso intensifica o envolvimento, já que sentimos suas dúvidas, medos e até questionamos junto dela se tudo aquilo realmente está acontecendo ou se é fruto de sua imaginação. Esse recurso torna a leitura mais intimista e pessoal.
Curiosamente, os personagens não são descritos com tantos detalhes físicos. Temos algumas informações básicas para ter uma noção, mas nada que monte cada indivíduo dos pés à cabeça. No início, pensei que isso poderia ser uma lacuna que faria alguma diferença, mas percebi que não fez falta alguma e aparentemente é até proposital para dar essa abertura à imaginação do leitor. A tensão da trama ocupa tanto espaço que a imaginação naturalmente preenche essas lacunas.
Uma coisa que gostei muito — ainda que não agregue tanto ao desenrolar da história — é que Rekulak deixa algumas referências nerds espalhadas pela narrativa, o que é um charme à parte. Vale mencionar que o autor publicou anteriormente o livro Fortaleza Impossível, que não apenas tem referências, como é um livro com temática mais nerd. Mas vale destacar: Desenhos Ocultos não é um livro “para nerds”, e sim para qualquer leitor que goste de mistério.
Outro detalhe interessante é o cenário da cidade pequena americana, que imediatamente remete a tantas obras que já consumimos no cinema e na TV. Esse fator torna a ambientação quase automática, pois já temos referências culturais que ajudam a visualizar os acontecimentos.
As ilustrações intercaladas no livro são um diferencial. Elas não só reforçam o mistério como também dão um respiro visual durante a leitura. É como se o leitor participasse da investigação junto de Mallory. Descobri ao final que os artistas responsáveis foram Will Staehle e Doogie Horner — e o trabalho deles é simplesmente genial.
O final entrega reviravoltas surpreendentes. É impossível parar de ler antes da última página, e mesmo assim o livro consegue guardar surpresas até o último momento. As emoções também são fortes: sentimos compaixão por Mallory, apreensão pelo destino de Teddy e uma pontada de tristeza diante do desfecho inesperado.
É impossível não imaginar esse livro adaptado para o cinema. A narrativa visual, as ilustrações e o clima de suspense já parecem pensados para as telas. Não por acaso, a Netflix adquiriu os direitos para produzir uma adaptação — e eu mal posso esperar para ver como essa história vai ganhar vida em filme.
Em resumo, Desenhos Ocultos é envolvente, emocionante e perturbador na medida certa. Um livro que combina fluidez, suspense psicológico e uma boa dose de originalidade. Para mim, foi a melhor leitura do ano até agora e, sem dúvida, uma obra que vou recomendar sempre que alguém me pedir um bom thriller psicológico.
Profundamente assustador e original, Desenhos ocultos é uma experiência repleta de reviravoltas sobre redenção e os limites turvos entre vida e morte.
Confira o trailer deste filme dirigido por
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