Crítica do filme As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne

Tintim quer conquistar uma nova geração

por
Fábio Jordan

23 de Janeiro de 2012
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 3 min

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Tintim é um personagem que tem fama de longa data. O rapaz belga começou suas aventuras nos quadrinhos, mas futuramente ganhou animações para televisão. O repórter conquistou gerações com os mistérios impossíveis que desvendava. E, entre tantos que se encantaram com Tintim, um homem em específico poderia fazer a carreira do personagem decolar.

Demorou muito para que Spielberg trabalhasse numa adaptação do repórter, mas, com a ajuda de Peter Jackson e de três roteiristas bem conceituados, Steven finalmente mostrou a visão que tem de Tintim. Claro, não poderíamos esperar pouco desse cineasta, mas eu, ao menos, não esperava que o filme agradasse tanto.

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"As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne" supera expectativas. A primeira coisa que chama a atenção é o estilo de animação baseado na captura de movimentos, o qual está cada vez mais comum e que aqui teve muito capricho. Nesse quesito, inclusive, vemos que o longa-metragem não ganha destaque apenas pelo método, mas muito mais pelo estilo único de desenho que deixa os personagens muito reais e ainda parecidos com os das HQs.

O ritmo do filme é acelerado e vemos Tintim sair de uma cena de ação e logo em seguida entrar em outra. Isso deixa a animação muito boa, mas também um pouco cansativa, pois não há muito tempo de ver qual a linha de pensamento do repórter. E, aqui, vemos uma coisa que é um bocado desnecessária: momentos diversos em que o personagem investigador fica falando claramente quais ações vai tomar e os motivos que o levam a fazer isso.

Claro, parte desse racíocinio de gênio é coisa do próprio personagem, mas talvez o uso em excesso incomode um pouco. Outra coisa que pode impressionar é a incrível atividade do cãozinho Milu, bichinho que muitas vezes pensa mais rápido do que o próprio Tintim, o que de certa forma é muito engraçado, afinal, temos aqui uma espécie de Sherlock Holmes vira-lata.

Para completar, vemos uma série de ações impossíveis e perfeitas. Contudo, isso, de maneira alguma, é um problema, mas é o que faz de As Aventuras de Tintim ser um filme tão divertido e surpreendente. No fim, o espectador acaba notando que o longa mais parece um jogo, do que uma aventura dos livros de Tintim. Essa característica parece ter sido proposital, ainda mais que essa animação nasceu numa época em que o público está acostumado com games.

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Quanto à trilha sonora, penso comigo “Como criticar John Williams, um músico que cada vez supera as expectativas e faz trabalhos ainda mais belos?”. Simples, não há do que reclamar, pois as faixas se encaixam perfeitamente com as cenas e dão um toque de suspense e genialidade ao longa. E se você não prestou muita atenção neste quesito, recomendo que escute alguns trechos das músicas no site da Amazon, basta clicar neste link.

Spielberg faz bonito novamente, superando minhas expectativas, encantando novas crianças e revivendo um personagem que estava esquecido para muitos adultos. Se você está pensando em ver uma animação e ainda tem dúvida se As Aventuras de Tintim vale a pena, então, pare de pensar e vá ver logo! Recomendo para todos, mas principalmente para crianças, afinal, em um tempo que Ben 10 impera, nada melhor do que Tintim para despertar uma paixão diferente.

Fonte das imagens: Divulgação/