Crítica do filme No Olho do Tornado

Muito vento e pouca história

por
Thiago Moura

26 de Agosto de 2014
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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É sempre bom lembrar do que a natureza é capaz, e Hollywood nunca vai nos deixar esquecer. "No Olho do Tornado" é um filme feito para conscientizar sobre a fúria da natureza, mas na verdade acaba sendo só uma grande demonstração de efeitos especiais e sonoros. E não tem problema nenhum nisso! 

Mas é claro que ninguém ia querer ver 2 horas de tornados destruindo tudo (será?), então é preciso adicionar personagens pra podermos nos emocionar quando eles morrem. Só que eles são bem superficiais, assim como os diálogos. 

"No Olho do Tornado" se passa na cidade de Silverton, no dia da formatura do colégio local. O vice-diretor Gary Morris (Richard Armitage) pede pros seus dois filhos, Donnie (Max Deacon) e Trey (Nathan Kress), gravarem um vídeo com depoimentos da galera para uma cápsula do tempo que deverá ser guardada e revista 25 anos depois, para todo mundo ter certeza do quanto fracassou na vida. E é aí que do nada e sem previsão nenhuma uma tempestade gigante começa a se formar na cidade. Enquanto isso, um caçador de tornados chamado Pete Moore (Matt Walsh) parte para Silverton junto com a sua equipe, na esperança de gravar um tornado maneiro para seu documentário que não vai muito bem.

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A ideia é que o filme que estamos assistindo seja esse documentário, pois o objetivo de Pete é gravar “O Olho do Tornado” que é o centro do fenômeno, mas não é muito simples chegar lá. Então o filme mistura câmeras em primeira e terceira pessoa, o que é até interessante, mas na maior parte do tempo totalmente desnecessário. 

A equipe de Pete conta com uma meteorologista chamada Allison (Sarah Wayne Callies), só que apesar de ser especialista em tornados, ela não é muito boa em encontrá-los. E do nada, sem nenhum embasamento, ela decide que eles deveriam ir pra Silverton, depois de uma série de fracassos. Chegando lá, a tempestade enfraquece, e sem nenhum motivo ou explicação, volta a se fortalecer e criar tornados sinistros. Minha teoria é que na verdade ela é uma bruxa.

E temos uma demonstração da fúria dos ventos de várias formas. Chuva de granizos do tamanho de tijolos, tornados duplos, invertidos, gigantes e até de fogo! Só pode ser bruxaria. E apesar de todo a destruição que obviamente eles vão causar, os nossos queridos personagens ficam a dois metros de distância, apenas pra gravar os tornados bem de perto. Amigos, já inventaram uma coisa chamada zoom.

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Mas é preciso destacar algumas dessas pessoas insanas. Dois dos personagens mais divertidos são Donk (Kyle Davis) e Reevis (Jon Reep), dois caipiras que passam o dia enchendo a cara e gravando cenas absurdas no celular, apenas para ficarem famosos no Youtube. Eles são bem burros e se jogam na frente do perigo sem se preocupar com nada, e por isso mesmo são legais! 

Vale destacar também o quanto o irmão mais novo Trey é o único que não se desespera, sempre sabe o que fazer e salva todo mundo sem fazer muito esforço. Tudo isso apenas com uma faca!

Se podemos tirar algum proveito do filme, além dos efeitos especiais, é a capacidade que temos de deixar nossos interesses de lado para ajudar os outros, e o quanto é idiota a ideia de querer gravar tudo que acontece o tempo todo. A mensagem final é aproveite o presente. (Que hippie!) 

E se você não assistir no cinema vai ser meio sem graça. Aliás, se o filme fosse pensado para o não tão genial 4D, a situação seria bem diferente. Sentir o vento na cara enquanto os tornados estão na sua frente, porém em segurança, deve ser uma sensação bem interessante. Enfim, Twister é melhor porque tinha a vaca voadora.

Fonte das imagens: Divulgação/
Thiago Moura

Curto as parada massa.